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1 INTRODUÇÃO
A gestão de pessoas vem passando por diversas transformações ao longo dos anos,
principalmente no último século, em que se passou de um enfoque mais pragmático e
burocrático de suas ações para um delineamento estratégico, aliando seus processos e
subprocessos ao planejamento holístico das organizações.
Na esfera pública, a gestão de pessoas não tinha o enfoque atual que se tem hoje
devido a uma divisão subjetiva estabelecida entre iniciativa privada e poder público, onde a
primeira tinha como premissa o tripé da eficiência, eficácia e efetividade como forma de
competitividade no mercado, enquanto a segunda, atuando de maneira mais engessada,
burocratizava os processos, tendo-os, muitas vezes, como fim em si mesmo, corroborando
com a tese de Max Weber (1971) acerca das disfunções da burocracia.
Desse modo, com a evolução teórica e prática da ciência da administração,
departamentos foram passando por mudanças estruturais para se adequarem aos novos
modelos gerenciais inseridos; e um desses, foi o departamento de gestão de pessoas (antes
denominado de Recursos Humanos-RH) que em virtude da emenda constitucional 19/1998 1,
passando pelo decreto presidencial nº 5.497/2005 2 e principalmente o decreto nº 5.707/2006
que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal- FNDP, responsável pela
aprendizagem e desenvolvimento de competências institucionais e individuais, se tornou
ferramenta essencial no planejamento estratégico do setor público.
Em consonância com o cenário exposto até o coevo momento, identifica-se que a
gestão de pessoas no setor público agregou como espelho as ações, processos e diretrizes da
gestão de pessoas voltada a iniciativa privada, e, destarte, uma nova abordagem da gestão de
pessoas emergiu no contexto da sustentabilidade organizacional, a saber: a Gestão Sustentável
de Pessoas, caracterizada pelo equilíbrio das atividades de uma organização, levando em
consideração os seus aspectos: ambiental, social e econômico, com vistas a resultados de uma
sustentabilidade institucional (RAMALHO, 2020). Levando em consideração a linha histórica
1
Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas de administração pública.
2
Dispõe sobre o provimento dos cargos em comissão do grupo Direção e Assessoramento Superiores- DAS
e evolutiva das nuances da gestão de pessoas, inicialmente teorizadas e aplicadas no setor
privado para somente depois serem inseridas no setor público, é fundamental que se tenha a
perspectiva de que essa nova abordagem (Gestão Sustentável de Pessoas) também venha a
fazer parte do círculo gerencial da esfera pública, uma vez que, o modelo gerencial de
administração, cada vez mais, busca instituições sustentáveis capazes de atender o
cliente/usuário na satisfação de suas necessidades, tendo por premissa o desenvolvimento
sustentável e eficiência em processos (dentre os quais se insere a gestão de pessoas) e eficácia
nos resultados e a efetividade na continuidade dos programas.
Isto posto, o hodierno estudo buscará diagnosticar as possibilidades de inserção de um
modelo de Gestão Sustentável de Pessoas que possa ser aplicado no setor público. Para isso,
foi escolhida a Prefeitura Municipal de João Pessoa/PB em virtude de possuir um quadro
funcional estruturado composto, dentre outros, por vinte e um administradores, sendo dois,
especificamente, destinados a Gestão de Pessoas; ademais, por ser uma pesquisa incipiente
que servirá de referencia para trabalhos futuros sobre a temática em questão, possibilitará a
novos pesquisadores uma base teórica-conceitual-aplicada para a elaboração de estudos de
aperfeiçoamento sobre o objeto estudado. Isto posto, surge o seguinte questionamento: Qual a
possibilidade de inserção de um modelo de gestão sustentável de pessoas na prefeitura
municipal de João Pessoa/PB?
Assim sendo, a presente pesquisa será de grande relevância para o pesquisador, pois
terá a oportunidade de inteligir com um tema emergente no rol das abordagens da gestão de
pessoas, tornando-se isso um desafio; para a sociedade, em virtude do arcabouço teórico,
presente na literatura abordada, e para a academia, visto que terá em seu acervo um trabalho
basilar e de referência, quiçá, inédito, sobre a citada temática no contexto gestão de pessoas
no setor público.
A seguir, serão expostos os objetivos pretendidos, a revisão da literatura com os
principais temas a serem abordados no projeto, os procedimentos metodológicos para se
chegar aos objetivos estabelecidos, o cronograma de atividades e as referências dos autores
citados ao longo do trabalho.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
1.1.2 Analisar a possibilidade de inserção de um modelo de Gestão Sustentável de Pessoas
na Prefeitura de João Pessoa/PB.
1.1.3 Objetivos Específicos
Averiguar a missão, visão e valores quanto ao seu posicionamento perante a
sociedade;
Identificar a existência de práticas sustentáveis;
Aferir as ações de Gestão de Pessoas na entidade;
Diagnosticar as competências técnicas e gerenciais para a implementação de um
modelo de GSP.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
Tema recorrente no cenário dos novos paradigmas da administração, a
sustentabilidade organizacional emergiu como elemento conscientizador do papel das
instituições ante a sociedade, bem como adquiriu um diferencial competitivo no mercado.
Todavia, ao se aderir práticas conscientes e responsáveis por meio de ações sustentáveis
deixou de ser apenas status e se tornou base fomentadora da redução de custos, aumento da
produtividade e consequentemente geradora de divisas.
Pode-se definir a sustentabilidade organizacional como a capacidade das organizações
alavancarem seu capital econômico, social e ambiental a fim de contribuir para o
desenvolvimento sustentável em seu domínio político (DOLIVEIRA; KUZMA; SILVA,
2017).
A sustentabilidade organizacional vem ganhando cada vez mais espaço na
administração pública, onde diversas entidades estão adotando suas práticas e elaborando seus
planos plurianuais em consonância com a agenda 2030 (que estabelece os objetivos de
desenvolvimento sustentável-ODS) para a melhoria em serviços de diversos aspectos
(PORTAL IBGESP, 2021).
Assim sendo, a sustentabilidade organizacional faz parte do novo modelo gerencial
adotado pelo setor público, de redução de custos, aumento da produtividade, satisfação dos
usuários e administração por resultados, aliada a sustentabilidade da instituição.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em todo e qualquer trabalho que tenha por fundamento a ciência, se faz necessário o
uso de métodos sistemáticos de investigação para se alcançar os objetivos pretendidos. De
acordo com Fonseca (2002), a metodologia é um estudo organizado para se fazer ciência por
caminhos previamente traçados.
Nesse sentido, ao se buscar entender a existência de possibilidades para a inserção de
um modelo de gestão sustentável de pessoas na prefeitura municipal de João Pessoa/PB, a
pesquisa terá uma abordagem qualitativa, uma vez que, descrever, compreender e explicar as
relações, assim como a interatividade entre os objetivos buscados pelo investigador se faz
presente no estudo (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
A pesquisa, quanto aos seus objetivos, é definida como exploratória, visto que, uma
de suas características é proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses (GIL, 2007).
Em relação aos procedimentos, o referido estudo terá um caráter bibliográfico e
documental, haja vista, explorar a literatura sobre o tema, bem como a investigação
documental nos portais de transparência municipal com o intento de diagnosticar programas
ou políticas públicas que sejam sinérgicas aos objetivos desse trabalho.
Isto posto, a pesquisa procurará responder ao questionamento sobre a possibilidade
de inserção de um modelo de gestão de pessoas na prefeitura municipal de João Pessoa/PB.
Esta, será desenvolvida junto aos gestores de pessoas, secretário(a) de Administração,
Finanças, Saúde e Meio Ambiente, por entender que são os responsáveis direto pelo
planejamento, organização, direção e controle das políticas de pessoal, processos, financeiro,
saúde e projetos ligados a sustentabilidade, e estão estritamente interligados entre si e na
perspectiva de um modelo de GSP.
Como instrumento de pesquisa, será utilizada a entrevista, por entender que esta
possibilitará ao pesquisador um entendimento holístico das políticas municipais e
consequentemente ter uma visão ampliada quanto a inserção do modelo.
A primeira fase da pesquisa será composta de uma revisão sistemática da literatura
com vistas a enriquecer o aporte argumentativo do trabalho e embasar critérios estabelecidos
nas fases posteriores. A segunda fase compreenderá uma visita in loco3 aos indivíduos
supracitados e colhimento das primeiras informações.
A terceira fase compreenderá a elaboração de um roteiro estruturado de entrevista
para aplicação junto aos gestores da entidade pública com a finalidade de obter informações
suficientes para responder ao problema-questão do estudo. Aliado a isso, far-se-á uma
investigação documental para compreender a forma de governo e a gestão de políticas,
programas e projetos conectados a sustentabilidade e a gestão de pessoas.
3
No próprio local.
Por fim, a quarta fase será a análise e inferência das informações coletadas com
vistas a expor os elementos para possibilidades ou/e limitações para a implementação de um
modelo de GSP na prefeitura municipal de João Pessoa/PB.
Para que a pesquisa venha a ser desenvolvida com eficiência e eficácia se faz
necessário a elaboração de um plano de trabalho juntamente com um cronograma dentro do
período estipulado para a realização do estudo. Desse modo, segue-os:
Revisão da
Bibliografia
e discussão
teórica
Elaboração
do
Formulário/
roteiro de
entrevistas
Coleta de
dados
Realização
das
entrevistas
Sistematizaç
ão e análise
dos dados
Elaboração
do relatório
de
qualificação
Redação da
dissertação
Defesa da
dissertação
REFERÊNCIAS
BANSI, A, C; CALDANA, A, C, F; MACINI, N. Ações e indicadores para a gestão
sustentável de pessoas. Encontro internacional sobre gestão empresarial e meio ambiente,
2016. Disponível em: http://engemausp.submissao.com.br/18/anais/arquivos/108.pdf. Acesso
em: 07 de setembro de 2021.
WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN. (ORG). Max
Weber. 4 ed. São Paulo: Ática, 1991. Pag. 229-231.