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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS


CAMPUS DE JABOTICABAL

CHAVE ILUSTRADA PARA IDENTIFICAÇÃO DE


16 GÊNEROS DE FITONEMATOIDES

PEDRO LUIZ MARTINS SOARES

Professor Assistente, Nematologista e Consultor


UNESP/FCAV, Câmpus de Jaboticabal
Departamento de Fitossanidade – LabNema (Laboratório de Nematologia)
(16) 3209-7305/99713-4709
pedro.soares@unesp.br

Jaboticabal, 2021
CHAVE ILUSTRADA PARA IDENTIFICAÇÃO DE 16 GÊNEROS DE
FITONEMATOIDES*
PEDRO LUIZ MARTINS SOARES
Professor Assistente, Nematologista e Consultor
UNESP/FCAV, Câmpus de Jaboticabal
Departamento de Fitossanidade – LabNema (Laboratório de Nematologia)
(16) 3209-7305/99713-4709
pedro.soares@unesp.br

1. Estilete ausente (Fig. 1 A, B, C)...............................................................nematoide de vida-livre 1a.

Estilete presente, numerosos fitoparasitos .................................................................................... 2

2. Nódulos (=bulbos) do estilete ausente, esôfago em duas partes (ausência de metacorpo ou bulbo
mediano valvulado), parte anterior delgada e cilíndrica, parte posterior glandular e muscular (Fig
2). DRYLAIMOIDEA ............................................................................................... 3

2a. Nódulos basais do estilete usualmente presente; esôfago dividido em três partes, usualmente
com metacorpo valvulado, seguido por um istmo delgado e por bulbo basal glandular (Fig.3).
TYLENCHIDA ............................................................................................................................... 4

3. Estilete curto, curvo; corpo pequeno e grosso; cutícula geralmente pouco inflada quando fixado;
camada basal com pseudoanelação; geralmente sem sobreposição do esôfago sobre o
intestino; raramente se observa sobreposição ventral ou dorsal; fêmea didelfa anfidelfa;
espermateca presente; vagina bem desenvolvida, medindo cerca da metade da largura do
corpo, com visível esclerotização; músculos constritores da vagina bem desenvolvidos
(Fig.4) ....................................................................Trichodorus Cobb, 1913

3a. Estilete longo; extensão do estilete com flanges basais esclerotizadas; anel guia
próximo à base do estilete, imediatamente antes da junção do estilete com a extensão
do estilete; corpo longo, delgado; geralmente assumem a forma de um “C” quando
mortos pelo calor (Fig. 6) ...................................Xiphinema Cobb, 1913

Nota: Ainda são reconhecidos Allotrichodorus Rodriguez M & Bell, 1978, e Monotrichodorus
Andrassy, 1976, em Trichodoridae (Dorylaimida, Dipththerophorina, Trichdodoroidca). Contudo, as
espécies do grupo, de maior importância econômica, pertencem aos dois gêneros descritos
acima.

__________________
* Adaptada de:

ZUCKERMAN, B.M.; MAI, W.F.; HARRISON, M.B. Plant Nematology; Laboratory Manual.
Amherst, Massachusetts, The University of Massachusetts Agricultural Experimental Station, 1985.
212 p.

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4. Abertura da glândula dorsal esofageana no procorpo; metacarpo moderado a reduzido
(menos de ¾ da largura do corpo) Tylenchoidea ............................................................... 5
4a. Abertura da glândula dorsal esofageana não ocorre no procorpo; metacorpo muito
largo (3/4 da largura do corpo) (Fig.7).............................................APHELENCHOIDEA

4b. Cauda da fêmea usualmente conóide; freqüentemente com uma ou mais


pequeníssimas projeções muito agudas (mucro) na extremidade (cauda mucronada);
nódulos basais do estilete muito reduzidos em algumas espécies (Fig.
8)......................................................................................Aphelenchoides Fisher, 1894

5. Fêmea madura muito enlarguecida, em forma de pêra, ou de limão, ou de rim, ou de um


saco; encontrada com o pescoço ou todo o corpo imerso na raiz; algumas ocorrem como
cistos no solo ............................................................................................................ 6

5a. Fêmea madura vermiforme; pode ser delgada a ligeiramente enlarguecida ..................... 9

6. Corpo da fêmea madura em forma de saco ou de rim......................................................... 7

6a. Corpo da fêmea madura em forma de pêra, globoso ou em forma de limão ..................... 8

7. Corpo da fêmea madura reniforme (=em forma de rim); vulva situada a 60% ou menos
do comprimento do corpo, a partir da região labial (Fig.
9).......................................................................Rotylenchulus Linford & Oliveira, 1940

7a. Corpo da fêmea madura em forma de saco; extremidade posterior protuberante,


retendo a cauda ponteaguda; vulva a 90% do comprimento do corpo; poro excretor
próximo da vulva; parasitos de citros (eventualmente de caqui e de algumas
variedades de videira) (Fig. 10).............................................Tylenchulus Cobb, 1913

8. Corpo da fêmea madura esbranquiçada, pririforme; encontrado completamente ou


quase completamente imerso em raízes, usualmente em galhas típicas; às vezes,
apenas em ligeiro engrossamento das raízes (Fig. 11)........Meloidogyne Goeldi, 1887

8a. Corpo da fêmea madura limoniforme, esbranquiçado, amarelado ou marrom,


conforme a idade; região anterior (“pescoço”) imersa na raiz, ou encontrada no solo
na forma de cisto de coloração marrom (Fig. 12)..................Heterodera Schmidt, 1871

9. Fêmea madura com cutícula extra ou bainha; istmo do esôfago curto ou ausente (Fig.
13)....................................................................Hemicycliophora de Man, 1921

9a. Fêmea madura sem cutícula extra ou bainha .................................................................. 10

10. Corpo da fêmea com proeminente anelação; anéis voltados para trás (“retorse”) (Fig.
14)...............................................................................Mesocriconema Andrássy, 1965

10a. Corpo sem proeminente anelação .................................................................................. 11

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11. Estilete curto (15 m ou menos de comprimento) com nódulos basais esféricos e
delicados; fêmea madura, geralmente longa, delgada e ativa; encontrada em bulbos,
caules, folhas e tubérculos; também pode ser encontrada no solo (Fig.
15)..........................................................................................Ditylenchus Filipjev, 1934
11a. Estilete robusto (geralmente mais de 15 m de comprimento); cauda afinando-se
progressivamente ou arrendondada ................................................................................. 12

12. Abertura da glândula dorsal esofageana usualmente a mais de ¼ do comprimento do


estilete, abaixo dos nódulos basais; fêmeas assumem a forma de espiral quando
mortas pelo calor (Fig. 16)..............................................Helicotylenchus Steiner, 1945

12a. Abertura da glândula dorsal a menos de ¼ do comprimento do estilete abaixo dos


nódulos .............................................................................................................................. 13

13. Fêmeas com cerca de 2 mm de comprimento, delgadas; a (comprimento do corpo ÷


maior largura > 45 vezes) s (comprimento do estilete  largura do corpo na base do
estilete > 2,5) (Fig. 17)...................................................... Belonolaimus Steiner, 1949

13a. Corpo das fêmeas  1,5 mm de comprimento; s (comprimento do estilete  largura do


corpo na base do estilete)  2,5 ................................................................................... 14

14. Nódulos do estilete grandes, com progeções anteriores na forma de tulipa; fasmídios
na forma de escutelo, geralmente um antes e outros depois da vulva (Fig.
18)....................................................................................... Hoplolaimus Daday, 1905

14a. Nódulos basais do estilete desenvolvidos, esféricos, sem projeções anteriores na forma
de tulipa ............................................................................................................... 15

15. Fêmeas monodelfas prodelfas; vulva situada no terço posterior do corpo [V(distância
da vulva à extremidade anterior, como percentagem do comprimento do corpo) 
60%]; esôfago sobrepondo o intestino ventralmente (Fig.
19).......................................................................................Pratylenchus Filipjev, 1934

15a. Esôfago sobrepondo o intestino dorsalmente ou não sobrepondo ............................... 16

16. Fêmeas didelfas anfidelfas; V em torno de 50%; esôfago não sobrepondo o intestino;
cauda geralmente cilindrica com extremidade mais ou menos arredondada, porém
nunca aguda (Fig. 20 A, B)..........................................Tylenchorhynchus Cobb, 1913

16a. Fêmeas didelfas anfidelfas; V em torno de 50%; esôfago sobrepondo o intestino


dorsalmente; cauda afinando progressivamente até o término arredondado, quase
agudo; marcado dimorfismo sexual; região labial de machos mais arredondada e
mais alta; lábios laterias, armadura cefálica, estilete e esôfago menos desenvolvidos
que nas fêmeas (Fig. 21)...............Radopholus (Thorne, 1949) Luc & Goodey, 1962

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Figura 1. Nematoides de vida-livre (não fitoparasitos). A) Tipo panagrolaimóide (estoma
raso, sem estilete, esôfago em duas partes com bulbo basal valvulado). B) Tipo
rabditóide (estoma profundo, sem estilete, esôfago em duas partes com bulbo
basal valvulado). Tipo mononcóide (estoma com “dente”, sem estilete, esôfago
em duas partes e ausência de bulbo basal valvulado).

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Figura 2. Nematoide de vida-livre (Dorylaimoidea) Dorylaimus sp.; a) anel guia do estilete;
b) estilete; c) estilete em desenvolvimento; d) canal do esôfago; e) porção
basal do esôfago.

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Figu

ra 3. Nematoides fitoparasitos dotados de estiletes (estomatostílios) típicos de espécimes


de Tylenchida. A) Hoplolaimus sp. B) Meloidodera sp. C) Belonolaimus sp.

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Figura 4. Trichodorus sp. (fêmea). a) Estilete curto e curvo.

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Figura 5 A. Paratrichodorus minor. A) Fêmea. B) Vista lateral da vagina. C) Vista ventral
da vulva. D) Vista lateral da região anterior da fêmea. E) Vista lateral da região
posterior do macho. F) Vista ventral da região posterior do macho.

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Figura 5 B. Paratrichodorus pachydermus. A) Fêmea. B) Vista lateral da região anterior da
fêmea. C) Vista lateral da região anterior do macho. D) Vista lateral da região
da vulva. E) Macho. F) Porção posterior do sistema reprodutivo da fêmea. G)
Vista lateral da cauda da fêmea. H) Vista lateral da cauda do macho.

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Figur

a 6. Xiphinema americanum. A) Fêmea (255 X). B) Região anterior da fêmea (350 X). C)
Região anterior da fêmea (600 X). a. anel guia do estilete; b. flanges basais do estilete; c.
estilete em desenvolvimento (característica de formas jovens); d. ânus; e. cauda; f.
extensão do estilete.

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Figura 7. Aphelenchus avenae (Alphelenchoidea). A) Fêmea (350 X). B) Região anterior
da fêmea (820 X) a. estilete sem nódulos basais; b. metacorpo ocupando quase
toda largura do corpo.

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Figura 8. Aphelenchoides besseyi. A) Fêmea. B) Região da fêmea. C) “face view” da
fêmea. D) Campo lateral. E e F) Variação observada em fêmeas quanto ao
metacorpo e posição do poro excretor, em relção ao anel nervoso. G) Região
anterior do macho. H) Variação em caudas de fêmeas quanto ao mucro. I a K)
Variação na extremidade da cauda de machos (note ausência de bubernáculo).
L a N) Variação no saco pós-uterino.
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Figura 9. Rotylenchulus reniformis. A) Região anterior de fêmea imatura. B) Região
anterior de macho. C) Cauda de macho. D) Fêmea imatura. E) Fêmea madura.
F e G) Cauda de fêmeas imaturas. H) Cauda de larva. I e J) Cauda de fêmeas
maduras, an = ânus, dn = núcleo da glândula dorsal esofafeana; exp = poro
excretor; lat fd = campo lateral; nr = anel nervoso; odg = abertura da glândula
dorsal esofageana; ph = fasmídio; sp kn = nódulos basais do estilete; spm =
espermateca com espermas; svn = núcleos das glândulas esofageanas
subventrais.

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Figura 10. Tylenchulus semipenetrans. I- A) Fêmea adulta com a região anterior
(“pescoço”) imersa na raiz. B) Região posterior da fêmea adulta. II – A)
Macho adulto. B) Macho imaturo, ainda dentro da cutícula do quarto estádio
de desenvolvimento. C) Larva de quarto estádio. D) Larva de terceiro estádio
de macho. E) Larva de segundo estádio de macho. F) Larva de segundo
estádio de uma fêmea. G) Fêmea imatura.
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Figura 11. Meloidogyne sp. A) Larva de segundo estádio (237 X). B) Região anterior da
larva de segundo estádio (660X). E) Larva de terceiro estádio (salsicha), 265
X. F) Macho adulto (237 X).

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Figura 12.

Heterodera sp. A) Macho adulto. B) Larva de segundo estádio. C e D) Cistos.

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Figura 13. Hemicycliophora sp. A) Região posterior da fêmea. B) Região anterior da
fêmea. C) Fêmea madura. D) Larva.

18
Figura 14. Mesocriconema sp. A) Fêmea madura. B) Vista ventral da região posterior da
fêmea. C) Vista Lateral da região posterior da fêmea a. vulva.

19
Figura 15. Ditylenchus dipsaci. A e B) Fêmea madura. C) Região anterior da fêmea
madura. D) Região posterior do macho.

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Figura 16. Helicotylenchus dihystera. A) Fêmea. B) “Face view” da fêmea. C) Seção
transversal sobre o primeiro anel da região labial da fêmea. D) Vista da
superfície da região posterior da fêmea.

21
Figura 17. Belonolaimus sp. A) Fêmea. B) Vista lateral da cauda do macho. C) Vista
ventral da cauda do macho. D) Porção posterior do esôfago. E) região anterior
da fêmea. a. canal do esôfago.

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Figura 18. Hoplolaimus galeatus. A) Fêmea. B) Região anterior da fêmea. C) Região
posterior do macho. D) Fasmídio em forma de escutelo sobre o campo lateral.
E) Campo lateral areolado, visto em imersão. a. região labial; b. gubernáculo;
c. bursa; d. espículos; e. fasmídio em forma de escutelo; f. linha longitudinal
(“incisura”) do campo lateral vista em imersão.

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Figura 19. Pratylenchus sp. A) Fêmea madura (460 X). B) Região anterior da fêmea. C e
D) Vista lateral da cauda de machos. E) Fêmea madura (460 X). a.
sobreposição ventral do esôfago sobre o intestino.

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Figura 20 A. Tylenchorhynchus sp. A) Fêmea. B) Região anterior da fêmea. C) Campo
lateral observado em imersão. D) Cauda do macho.
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Figura 20 B. Tylenchorhynchus annulatus. A e B) Região do esôfago. C-F) Variação da
extremidade anterior. G) Fêmea inteira. H e I) Região da vulva. J) Metacorpo
ou bulbo mediano. K e L) Bulbo basal do esôfago. M-O) Extremidade da
cauda.
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Figura 21. Radopholus similis. A) Região anterior da fêmea. B) Cauda do macho. C)
Região anterior do macho. D) Extremidade anterior da fêmea. E) Cauda da
fêmea. F) Fêmea inteira.

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