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18 November, 2023 | created using PDF Newspaper from FiveFilters.org

Criação de “São Paulo do início, além do governador, três senadores e oito deputados
federais. “Já começamos com direito a universidades estadual e

Sul” volta ao Congresso federal, superintêndencias regionais de ministérios e repasses das


verbas distribuídas pela União.” Ela acredita que o custo de
criação da unidade federativa será menor do que foi gasto com
Oct 30, 2001 07:25PM
Tocantins (R$ 1,1 bilhão) e com o Mato Grosso do Sul (R$ 800
milhões). “Temos a estrutura pronta para a instalação das
universidades, por exemplo.” A criação do Estado depende da
aprovação do projeto na Câmara e no Senado, e do plebiscito a ser
marcado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nos municípios
envolvidos. A consulta popular referendará o nome escolhido.
Segundo o historiador Hélio Porto, de Itararé, autor do livro
“Território do abandono — São Paulo que São Paulo esqueceu”,
numa consulta realizada em 93, os outros nomes sugeridos, Estado
de Piratininga ou do Paranapanema, foram rejeitados. “Os
moradores do sul e sudoeste querem continuar sendo paulistas”,
disse. No Congresso, já tramitam 13 projetos de criação de
Estados.

O projeto de lei que divide São Paulo, criando um novo Estado, vai
voltar ao Congresso Nacional. Em votação simbólica realizada na
noite de ontem, na Câmara de Itapeva, os 19 vereadores
aprovaram a minuta da proposta de criação do Estado de São
Paulo do Sul e que será encampada pelo deputado federal Kincas
Mattos (PSB-SP). A nova unidade federativa, se aprovada, será
formada por cinqüenta e quatro municípios do Vale do Ribeira e
sudoeste do Estado, na divisa com o Paraná, com 1,02 milhão de
habitantes. A área, de 37 mil quilômetros quadrados, corresponde
a quinze por cento do atual território paulista e inclui parte do
litoral sul, de Peruíbe a Cananéia, e 80% das reservas naturais de
mata atlântica do Estado. A arrecadação das duas regiões — as
mais pobres de São Paulo — não chega a 8% da receita estadual. O
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio, de 0,713, está
abaixo da média estadual, de 0,878. Na tentativa anterior, em
1993, o então parlamentar Edir Siliprandi (PSB-PB) entrou com o
projeto na Câmara dos Deputados. “A proposta foi arquivada e
nem fomos comunicados”, diz o vereador Paulo Roberto Saponga
de Oliveira (PTB), de Itapeva, um dos defensores do movimento.
Desta vez, segundo ele, além do anseio popular — mais de 80% da
população aprovaria a divisão, diz — o apoio político é maior.
“Temos a adesão do PSDB”, garante. O vereador tucano Paulo
Roberto Tarza justifica seu apoio à proposta. “Recentemente o
presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu, em Tocantins, a
criação de novos Estados.” O prefeito de Itararé, João Fadel
(PSDB) já tornou pública sua simpatia à divisão. O de Itapeva,
Wilmar Mattos (PTB), acredita que é uma forma de desenvolver as
duas regiões mais pobres de São Paulo. “Sempre fomos esquecidos
pelo governo”, queixa-se. Ele é irmão do deputado Kincas, que
chegou à Câmara quando o ex-deputado Evilásio Faria, de quem
era suplente, foi convidado pela prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, para assumir a Secretaria de Assistência Social. Kincas vê
no projeto uma forma de ampliar seu eleitorado na região. A
vereadora Áurea Aparecida Rosa (PTB) acredita que os Estados do
Sudeste ganham força política com o novo Estado, que terá de

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