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Arte afro-brasileira

Da tradição cultural da África, os africanos trazidos para o Brasil


carregaram consigo sua religião, trazida em sua memória.

A prática religiosa dos escravos não era liberada. Para cultuar seus orixás,
os escravos os relacionaram aos santos católicos com os quais era
possível achar semelhanças. Com isso, conseguiram adorar seus deuses
africanos às escondidas, sob a aparência dos ritos da religião católica.

A arte de origem africana, aqui chamada de afro-brasileira por causa da


mistura étnica com portugueses e indígenas, expressou-se nas práticas
religiosas. Durante as cerimônias, eram necessários os objetos que faziam
parte dos rituais: estátuas, instrumentos, roupas etc.

Algumas pessoas que trabalhavam na confecção desses


produtos cerimoniais, por seu próprio talento, começaram a
se destacar artisticamente, a princípio em seu próprio meio
religioso e, depois em exposições nacionais e internacionais.

É o caso, por exemplo, de Mestre Didi, artista plástico baiano


que desde criança fazia objetos para rituais. Ele transformou
esses objetos práticos em objetos de arte. Em 1996 obteve
espaço na Bienal de Arte.

Mestre Didi (1917-2013) nasceu em Salvador, Bahia. Desde


os 8 anos de idade foi iniciado em um culto aos ancestrais. MESTRE DIDI
Além de sua participação como líder religioso em sua Ope ati Ofa Ode
comunidade, Mestre Didi foi artista plástico com (Palma do
Caçador Místico
reconhecimento nacional e internacional, além de escritor e
com setas)
pesquisador da cultura africana e brasileira. Recebeu vários Técnica mista
prêmios pela sua arte e atuação na cultura brasileira. 107 x 18 x 18 cm

Emanoel Araújo (1940-2022) nasceu em Santo Amaro da Purificação,


Bahia. Estudou Belas Artes em Salvador e participou de várias
exposições, ganhando também muitos prêmios. Foi desenhista, escultor,
gravador e pintor.
Morou na cidade de São Paulo e foi
diretor da Pinacoteca do Estado.
Organizou grandes exposições e
conseguiu obras de arte de muita
importância para expor na Pinacoteca.
Uma exposição de sucesso organizada
por ele foi a de Auguste Rodin, em
1995.

EMANOEL ARAÚJO
Ele também participou de três módulos
Sem título de uma exposição histórica que
Litogravura sobre papel aconteceu em São Paulo, de abril a
50 x 69,9 cm
1988
setembro de 2000: a Mostra do
Redescobrimento. Os módulos dos
quais participou como curador foram: Carta de Pero Vaz de Caminha,
Negro de Corpo e Alma e Arte Popular. Nessa mostra algumas de suas
obras também foram expostas.

Além de trabalhar no museu, Emanoel ainda conseguiu tempo para criar


suas belíssimas esculturas construtivistas.

Rubem Valentim (1922-1991) nasceu em Salvador, Bahia. Começou


como pintor autodidata. Em 1946 e 1947, participou do movimento de
renovação das artes plásticas na Bahia, com
Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos e outros.
Em 1953 formou-se em jornalismo pela
Universidade da Bahia. Realizou suas
primeiras exposições individuais em 1954.
Morou no Rio de Janeiro de 1957 a 1963.
Também residiu em Roma de 1963 a 1966,
graças a um prêmio que ganhou.

Participou do Festival Mundial de Artes Negras


em Dacar, Senegal.

Lecionou no Instituto Central de Artes da


Universidade de Brasília quando voltou para o

Brasil. Fez um mural de mármore para o


RUBEM VALENTIM
edifício-sede da Novacap em Brasília. Em Série Emblema
1979, fez escultura em concreto aparente, que Acrílico sobre tela
1979
foi instalada na Praça da Sé, em São Paulo,
um símbolo da cultura afro-brasileira.
Depois de sua foram organizadas mostras no Brasil e no exterior
mostrando suas obras. Em 1998, inaugurou-se a sala especial Rubem
Valentim, no Parque de Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia.

Assim como Emanoel Araújo, suas obras fizeram parte da Mostra do


Redescobrimento em São Paulo.

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