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Cândido Portinari: um artista após a Semana de Arte Moderna

Após a Semana de Arte Moderna1 e a agitação que ela provocou nos meios
artísticos, aos poucos foi surgindo um novo grupo de artistas plásticos, que se
caracterizou pela valorização da cultura brasileira. Além disso, esses artistas não eram
adeptos dos princípios acadêmicos, mas preocupavam-se em dominar os aspectos da
elaboração de uma obra de arte.

No início da década de 20, Portinari era aluno da Escola nacional de Belas-artes,


onde aprendeu as técnicas e os princípios de uma arte conservadora. Em 1928, ganhou
como prêmio uma viagem ao exterior. Viveu então dois anos na Europa, onde entrou em
contato com a obra dos pintores mais importantes da época e também com a dos
renascentistas italianos.

Retirantes

Autor: Portinari
Museu de Arte de São Paulo
Ano: 1944
Técnica: Óleo sobre tela
Tamanho: 190 x 190 cm
Movimento:

De volta ao Brasil, em 1953, foi viver em Brodóqui, sua cidade natal. Iniciou
então sua experiência com a pintura natural, que se tornaria um aspecto importante de
sua obra. São famosos os murais que pintou em 1938 para o então Ministério da
Educação e Saúde, a convite do ministro Gustavo Capanema. Nessa época, já aparecem
as características que marcam seu trabalho e o tornaram conhecido internacionalmente:
corpos humanos sugerindo volume e pés enormes que fazem com que as figuras
pareçam relacionar-se intimamente com a terra, esta sempre pintada em tons muito
vermelhos.

Portinari pintou ainda três painéis para o pavilhão brasileiro da Feira Mundial de
New York e os murais da sala da Fundação Hispânica na Biblioteca do Congresso, em
Washington. Igualmente importantes são painéis – Via Crucis – para a igreja de São
Francisco, na Pampulha, em Belo Horizonte, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
1
A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo
mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi
compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais
conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Em sua pintura, Portinari retratou os retirantes nordestinos, a infância em
Brodósqui, os cangaceiros e temas de conteúdos histórico. Entre os quadros de temas
históricos destacam-se os grandes painéis de Tiradentes, atualmente no Memorial da
América Latina, em São Paulo, e o painel A Guerra e Paz, pintado em 1957 para a sede
da ONU.

A Guerra e Paz

Com seu quadro Café, Portinari foi o primeiro artista moderno a ser premiado no
exterior. Ao morrer, 1962, deixou obras em museus da Eeuropa e da América, com é
caso de Mãe Chorando, de 1944, que faz parte do acervo do Museu Nacional de Buenos
Aires.

Café

Referência Bibliográfica

 PROENÇA, Graça. Descobrindo a história da arte, São Paulo: Ática 2007.

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