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M2 - Procedimentos Contábeis Orçamentários (PCO) Da Receita
M2 - Procedimentos Contábeis Orçamentários (PCO) Da Receita
FOCO NA GESTÃO DO
ORÇAMENTO PÚBLICO
Módulo
2 Procedimentos contábeis
orçamentários (PCO) da
receita
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Equipe responsável
Diego Rodrigues Boente (conteudista, 2020)
Rodrigo Pereira Neves (conteudista, 2020)
Enap, 2021.
Enap, 2021
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os classificadores da receita orçamentária.
Serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias (natureza de receita),
todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não
previstas no orçamento.
Voltando às receitas orçamentárias, podemos dizer que elas são classificadas por natureza de
receita e indicadas conforme a sua destinação, fonte de recurso.
As informações contábeis são selecionadas para atender às necessidades dos usuários, que
considera na tomada de decisão. Logo, entende-se mais sobre relatórios contábeis de propósito
geral.
Na União, as unidades do Governo Federal utilizam a Guia de Recolhimento da União (GRU) para
a arrecadação de suas receitas, via rede bancária ou diretamente no Siafi, quando o recolhedor
for uma unidade gestora (UG). As exceções do recolhimento por meio da GRU são as receitas do
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência Social –
GPS, e as receitas administradas pela Receita Federal do Brasil – RFB e pela Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional – PGFN, ambas recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de
Receitas Federais – Darf.
A STN mantém em sua página um ementário da receita com as classificações previstas para a
União, estados, DF e municípios. Clique aqui e confira essa tabela.
• Receita corrente:
a. Todos os códigos cujo primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas correntes”);
b. Códigos cujo primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros de Mora), “4” (Multas e
Juros de Mora da Dívida Ativa), “5” (Multas), “6” (Juros de Mora), “7” (Multas da Dívida) ou
“8” (Juros de Mora da Dívida).
• Receita de capital:
a. Códigos cujo primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa).
Exemplo: 2.2.2.0.00.1.2 – Alienação de Bens Imóveis – Multas e Juros é uma receita corrente.
Já para a classificação quanto à destinação de recurso, ou fonte de recurso, não existe padrão
estabelecido, obrigatório. Porém, a matriz de saldos contábeis necessitará destas informações
de forma padronizada. Para isso, foi definido um padrão mínimo de classificação, apresentado
no MCASP 8ª edição.
Por mais que essa tabela não seja padronizada, seu conceito já vem sendo utilizado desde a
publicação da LRF, Lei nº 101, de 2000:
[...]
Com isso fica clara a necessidade de estabelecer codificações para segregação desses recursos,
conforme sua vinculação. Essa vinculação representará em que ou onde será aplicado o recurso
e qual a sua origem. Exercerá a função de conexão entre as receitas e as despesas.
Por isso, trata-se de um dos principais motivos da alteração do balanço financeiro, que trouxe o
detalhamento das receitas arrecadadas e despesas empenhadas por fonte de recurso, existindo,
assim, a possibilidade de comparação.
X XXX
1º Nível (1 dígito) – Indicador de exercício de ingresso do recurso
2º Nível (1 dígito) – Detalhamento da vinculação do recurso
Codificação das fontes de recursos: detalhe dos níveis. Fonte: Elaboração própria.
Observação 2: a aplicação é facultativa e os entes que optarem por não utilizar deverão realizar
“de-para” (o Siconfi possui ferramenta própria para auxiliar no “de-para”).
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os procedimentos contábeis da receita
orçamentária.
Unidade
Metodologia Caixa Bancos
de Caixa
Misto/por declaração
(ITR) Destinação do Recurso
Por Homologação
(IPI, ICMS, IR)
Com indicação deste gráfico, nos resta saber que o reconhecimento da receita orçamentária
é pela arrecadação, conforme Lei 4.320, de 1964 – diferentemente da variação patrimonial
aumentativa, a VPA, que se dará com a ocorrência do fato gerador e com base no regime da
competência previsto na NBC TSP Estrutura Conceitual.
Essa informação é importante para saber como se dará o processo de contabilização e quais
lançamentos contábeis existirão com a ocorrência de cada etapa e estágio da receita orçamentária.
Ao final desta unidade, você será capaz de explicar as especificidades do lançamento da receita
orçamentária.
Com isso, pode-se afirmar que as DDR podem ser avaliadas pelos saldos das seguintes contas:
Algo mais interessante é a conta 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR, pois ela oferece informação para o
cálculo do superávit financeiro (lá no balanço patrimonial), mas, também, lhe informa se há
comprometimento sem suporte financeiro. Caso isso ocorra, o saldo da conta por fonte estará
devedor (saldo invertido), o que indicará um alerta.
A seguir estão listadas as situações em que podem ocorrer a dedução das receitas orçamentárias:
1 2 3 4 5 6
Isenção em Modificação
Crédito Alteração
Anistia Remissão caráter de base
presumido de alíquota
não geral de cálculo
1 - Perdão da multa por infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concedeu.
2- Perdão da dívida, em determinadas circunstâncias previstas na lei, tais como valor diminuto da
dívida, alto custo do processamento da cobrança, erro ou ignorância escusáveis etc.
5- Alteração no percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um tributo.
6- Incentivo fiscal por meio do qual a lei modifica para menos sua base tributável.
Agora, seguem algumas observações gerais sobre casos em que não se pode reconhecer receita
orçamentária:
• Superávit financeiro: trata-se de saldo financeiro, e não de nova receita a ser registrada. O
superávit financeiro pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos suplementares
e especiais.
• Cancelamento de despesas inscritas em restos a pagar em exercícios anteriores: baixa da
despesa orçamentária (restos a pagar) constituída em exercícios anteriores, restabelecendo
o saldo de disponibilidade comprometida.
• Constitucionais ou legais
a. A contabilização dependerá da previsão orçamentária, podendo estar definida como despesa
orçamentária ou dedução de receitas. Para essas receitas é indicado como procedimento mais
adequado a realização da dedução de receita.
• Voluntárias
a. As transferências voluntárias dependem da autorização da Lei Orçamentária Anual – LOA.
E, com isso, essas transferências são realizadas por despesa orçamentária.
Ao final desta unidade, você será capaz de realizar os lançamentos contábeis da receita
orçamentária.
Ouça o podcast a seguir, no qual serão apresentados os lançamentos mais comuns na execução
das receitas orçamentárias.
https://cdn.evg.gov.br/cursos/429_EVG/podcast/modulo02_podcast01.mp3
Esse lançamento será realizado pela abertura do exercício e ocorrerá conforme informações
constantes na Lei Orçamentária Anual. Os dados mínimos necessários são: unidade orçamentária
responsável pela arrecadação; natureza de receita; fonte, destinação do recurso; valor a arrecadar.
Caso haja informações de deduções a serem realizadas da receita, o lançamento deverá ocorrer
da seguinte forma, conforme orientações do PCASP estendido:
A Instrução de Procedimentos Contábeis – IPC 02, reconhecimento dos créditos tributários pelo
regime de competência, trata do registro das receitas pela ocorrência do fato gerador. Em sua
maioria, o lançamento da receita tributária coincide com o fato gerador.
Caso haja previsão de repartição tributária desta receita, o reconhecimento anterior deverá ser
pelo valor bruto, adicionando ao lançamento a provisão para repartição tributária.
O dígito referente ao quinto nível deverá corresponder a qual ente da Federação (3 – União, 4 –
Estado ou 5 – Município) será o favorecido da transferência a ser realizada. Exemplo: se for um
Estado a transferir parte do IPVA para o município, o quinto nível deverá ser o dígito “5” – Inter
OFSS Município.
Como já houve registro da ocorrência do fato gerador, não se deverá reconhecer nova VPA,
baixando o valor recebido de créditos a receber.
E caso exista uma arrecadação concomitante com a ocorrência do fato gerador, neste exemplo
não haverá dedução de receita:
Caso exista valor a deduzir, esse lançamento deve ocorrer pelo valor bruto, para em seguida
serem efetuados os lançamentos de deduções orçamentárias – mas haverá impacto em todas as
naturezas de informações, como se segue:
Observação: sob a ótica do ente repassador de recursos, as transferências podem ser registradas
como dedução de receita (como no exemplo), se forem de natureza constitucional ou legal.
Serão registradas como despesa orçamentária (empenho, liquidação e pagamento) se forem de
natureza voluntária.