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CONTABILIDADE COM

FOCO NA GESTÃO DO
ORÇAMENTO PÚBLICO
Módulo

3 Procedimentos contábeis
orçamentários (PCO) da
despesa
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Projetos Sob Medida


Carlos Eduardo dos Santos

Equipe responsável
Diego Rodrigues Boente (conteudista, 2020)
Rodrigo Pereira Neves (conteudista, 2020)

Diretoria de Desenvolvimento Profissional

Curso produzido em Brasília 2021


Desenvolvimento do curso realizado por meio de parceria entre Enap e Funape.

Enap, 2021.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Unidade 1: Classificadores da despesa orçamentária.........................................5
1.1 Classificação das despesas orçamentárias ........................................................5
1.2 Unidade de despesa .........................................................................................6
1.3 Estrutura programática......................................................................................7
1.4 Função e subfunção...........................................................................................8
1.5 Natureza da despesa.......................................................................................10
Referências......................................................................................................18

Unidade 2: Procedimentos contábeis da despesa orçamentária.......................19


2.1 Etapas de planejamento da despesa orçamentária ........................................19
2.2 Etapas de execução da despesa orçamentária................................................20
Referências......................................................................................................22

Unidade 3: Especificidades do lançamento da despesa orçamentária..............23


3.1 Comprometimento das disponibilidades por destinação de recursos............23
3.2 Restos a pagar.................................................................................................24
3.3 Despesas de exercícios anteriores...................................................................25
3.4 Suprimento de fundos.....................................................................................26
3.5 Atos potenciais................................................................................................27
Referências......................................................................................................29

Unidade 4: Lançamentos típicos da despesa orçamentária..............................30


4.1 Introdução aos lançamentos das despesas.....................................................30
4.2 Fixação da despesa..........................................................................................30
4.3 Registro de contratos......................................................................................31
4.4 Empenho.........................................................................................................31
4.5 Liquidação da despesa....................................................................................32
4.6 Pagamento da despesa....................................................................................32
4.7 Inscrição de restos a pagar..............................................................................33
4.8 Execução de restos a pagar.............................................................................34
4.9 Suprimento de fundos.....................................................................................35
Referências......................................................................................................40
Glossário.........................................................................................................41

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Nesse terceiro módulo, você, estudante, terá contato com os procedimentos contábeis
orçamentários relacionados às despesas.

O módulo está estruturado da seguinte forma:

Unidade 1: Classificadores da despesa orçamentária


Unidade 2: Procedimentos contábeis da despesa orçamentária
Unidade 3: Especificidades do lançamento da despesa orçamentária
Unidade 4: Lançamentos típicos da despesa orçamentária

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3 Procedimentos contábeis
Módulo

orçamentários (PCO) da despesa

Unidade 1: Classificadores da despesa orçamentária


Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os classificadores e os elementos da


despesa orçamentária.

1.1 Classificação das despesas orçamentárias

Inicialmente é necessário diferenciar os desembolsos orçamentários dos desembolsos


extraorçamentários. O balanço financeiro é o demonstrativo contábil que apresenta essa
divisão. Compreendendo tal divisão, você realizará o tratamento adequado aos desembolsos
orçamentários. Vamos lá?

Os desembolsos orçamentários são utilizações de disponibilidades de recursos financeiros que


tiveram origem nos ingressos orçamentários. Representam a execução das políticas públicas,
traduzidas em despesas orçamentárias. São aplicações de recursos realizadas pelo Estado em
programas e ações cuja finalidade essencial é atender às necessidades públicas e demandas da
sociedade. Essas transações dependem de autorização legislativa, na forma de consignação de
dotação orçamentária, para serem efetivadas.

Já os desembolsos extraorçamentários são utilizações de disponibilidades de recursos


financeiros que tiveram origem nos ingressos extraorçamentários. Esses desembolsos não se
sujeitam à autorização legislativa, portanto, não integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Os
desembolsos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no patrimônio líquido da entidade.
Seguem alguns exemplos:

• desembolsos de entradas compensatórias, relativos a consignações em folha de


pagamento, fianças, cauções, entre outros;
• pagamento de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO);
• retirada de moeda;
• pagamento de restos a pagar.

Assim como as inscrições de restos a pagar são consideradas como ingressos extraorçamentários,
os pagamentos de restos a pagar serão considerados desembolsos extraorçamentários.

Após a compreensão dessa divisão de desembolsos que afetam ou não o orçamento, cabe
entender melhor as diversas classificações das despesas orçamentárias. Confira as principais
classificações que você verá nesta Unidade:

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• Institucional: quem fará?
• Funcional: em que área?
• Estrutura programática: responde mais de uma pergunta – Qual é o problema? O que
fazer? Qual resultado a atingir? Onde fazer?
• Natureza de despesa: responde a duas perguntas – Qual é o objeto de gasto? A realização
será direta ou por transferência?
• Fonte de recurso: qual é a origem dos recursos?

Um pouco de reflexão

Primeiramente, cabe ressaltar que o orçamento


não é apenas uma peça autorizativa. Exerce no
setor público uma função de planejamento usado
para fins de controles diversos.

Nesse sentido, a Contabilidade possibilita o


cumprimento dessa função. É pelo registro das
operações orçamentárias que serão possíveis
o acompanhamento e o controle da execução
orçamentária, para que o ente possa atingir os
objetivos planejados.

1.2 Unidade de despesa

A classificação institucional dependerá da estrutura administrativa de cada ente da Federação.


Essa estrutura, basicamente, é constituída por unidades administrativas que formam os
órgãos orçamentários (ministérios ou secretarias) e pelas unidades orçamentárias (unidades
administrativas de um órgão especializado em certas áreas de serviços).

O orçamento é definido em nível de Unidade Orçamentária – UO, que não necessariamente será
uma única em um Ministério (União) ou Secretaria (DF, estados e municípios). Estes são órgãos
superiores.

No entanto, tais unidades orçamentárias podem não ser as responsáveis pela execução da
despesa orçamentária, como no caso da União. É normal a utilização do termo unidade gestora
– UG, que representa a unidade contábil onde se realizam os lançamentos. No entanto, as UGs
podem assumir segregação de função.

UG Financeira
UG Orçamentária - UGO

Órgão Superior Unidade Orçamentária - 1 UG Executora - UGE 1

Unidade Orçamentária - 2 UG Executora - UGE 2

Divisão da entidade pública por função contábil e orçamentária. Fonte: Elaboração própria.

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Nota-se que, para a Contabilidade, as unidades gestoras não possuem níveis inferiores, sendo o
nível mais detalhado para indicação da unidade contábil.

Alguns entes da Federação classificam as UGs com a finalidade de realizar a segregação de


funções. As unidades gestoras podem receber as seguintes funções:

• Financeira: realizar a programação financeira do órgão superior. No caso da União essa


função é exercida na UGO.
• Orçamentária: receber a dotação orçamentária definida na Lei Orçamentária Anual – LOA,
créditos dotados para sua UO.
• Executora: realizar o gasto previsto no orçamento. É, também, a unidade que apresenta
controle de patrimônio das entidades públicas.

1.3 Estrutura programática

A estrutura programática é a organização das ações que buscam a realização de objetivos


estratégicos – normalmente, é prevista no Plano Plurianual, o PPA. Essa classificação deve seguir
os conceitos previstos na Portaria MPOG 42, de 1999, porém será estabelecida por cada ente da
Federação. Essa estrutura é classificada em:

PROGRAMAS

AÇÕES

ATIVIDADE PROJETO OPERAÇÃO


ESPECIAL
Classificação da estrutura programática. Fonte: Elaboração própria.

A seguir é apresentada a definição de cada item que compõe a classificação programática.

Programas – Instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto


de ações, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade
ou demanda da sociedade.

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Ação – São operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para
atender ao objetivo de um programa.

Atividade – Envolve um conjunto de operações que se realiza de modo contínuo e permanente,


necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplos: serviços prestados pelo Governo
(Educação, Saúde, Segurança, Transporte).

Projeto – Envolve um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto
que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplos: ações que
ampliam os serviços prestados pelo Governo (construção de escolas; ampliação de leitos em
hospitais; inclusão de novos postos de policiamento comunitário; aumento e renovação de frota
de transporte coletivo).

Operação especial – Não contribui para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações
de governo; não resulta em um produto; não gera contraprestação direta sob a forma de bens
ou serviços. Exemplos: pagamento de dívidas e de aposentadorias, operação de crédito e outras
despesas associadas à função encargos especiais.

Observação: na União, as ações são detalhadas em subtítulos, utilizados especialmente para


especificar a localização física.

1.4 Função e subfunção

A classificação funcional é regulada pela Portaria MPOG 42, de 1999. É um padrão de classificação
de uso obrigatório, constituído pela seguinte lógica:

XX. XXX
1º Nível (2 dígitos): Função
2º Nível (3 dígitos): Subfunção
Codificação das funções e subfunções: detalhe dos níveis. Fonte: Elaboração própria.

A função é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público e quase
sempre se relaciona com a missão institucional do órgão (por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa), que, na União, de um modo geral, guarda relação com os respectivos órgãos
orçamentários (ministérios ou secretarias). Deve-se adotar como função aquela que é típica ou
principal do órgão.

Já a função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um
bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,
indenizações e afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

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A subfunção representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto
de despesa do setor público, evidenciando, assim, cada área de atuação governamental. As
subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas as quais estão relacionadas.

Principais funções e subfunções


FUNÇÕES SUBFUNÇÕES FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
031 – Ação Legislativa 301 – Atenção Básica
01 Legislativa 302 – Assistência
032 – Controle Externo
Hospitalar e Ambulatorial
303 – Suporte Profilático
061 – Ação Judiciária
e Terapêutico
02 Judiciária
062 – Defesa do 10 Saúde
304 – Vigilância Sanitária
Interesse Público
121 – Planejamento 305 – Vigilância
e Orçamento Epidemiológica
122 – Administração 306 – Alimentação
Geral e Nutrição
123 – Administração 361 – Ensino
Financeira Fundamental
124 – Controle Interno 362 – Ensino Médio
04 Administração 125 – Normatização
363 – Ensino Profissional
e Fiscalização
126 – Tecnologia
364 – Ensino Superior
da Informação
12 Educação
128 – Formação de
365 – Educação Infantil
Recursos Humanos
129 – Administração 366 – Educação de
de Receitas Jovens e Adultos
151 – Defesa Aérea 367 – Educação Especial
368 – Educação
152 – Defesa Naval
05 Defesa Nacional Básica (3)(I)
841 – Refinanciamento
153 – Defesa Terrestre
da Dívida Interna
842 – Refinanciamento
181 – Policiamento
28 Encargos da Dívida Externa
Especiais 843 – Serviço da
06 Segurança Pública 182 – Defesa Civil
Dívida Interna
183 – Informação 844 – Serviço da
e Inteligência Dívida Externa

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241 – Assistência 845 – Outras
ao Idoso Transferências (1)(A)
242 – Assistência ao 846 – Outros
28 Encargos
Portador de Deficiência Encargos Especiais
Especiais
08 Assistência Social 243 – Assistência
847 - Transferências para
à Criança e ao
a Educação Básica (1)(I)
Adolescente
244 – Assistência
Comunitária
271 – Previdência
Básica
272 – Previdência do
Regime Estatutário
09 Previdência Social
273 – Previdência
Complementar
274 – Previdência
Especial

Principais funções e subfunções. Fonte: Portaria MOG 42 (1999).

1.5 Natureza da despesa

A codificação da despesa orçamentária por natureza é a classificação que identifica o objeto


de gasto e se a despesa será realizada diretamente pelo órgão orçamentário ou se dará por
transferência a outras entidades, públicas ou privadas. Essa classificação é regulada pela Portaria
Conjunta STN/SOF 163, de 2001, assim como as naturezas de receitas.

Conforme a Portaria, a classificação seguirá a lógica seguinte:

X. X. XX. XX. XX.


1º Nível – Categoria Econômica (1 dígito)
2º Nível – Grupo de Natureza de Despesa – GND (1 dígito)

3º Nível – Modalidade de Aplicação (2 dígitos)


4º Nível – Elemento de Despesa (2 dígitos)

5º Nível – Detalhamento Opcional do Elemento (2 dígitos)

Codificação das naturezas de despesas: níveis. Fonte: Elaboração própria.

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A classificação da natureza de despesa está prevista na Portaria e é de uso obrigatório, podendo
os entes da Federação realizar o desdobramento, que é facultativo. Porém, como já falado em
MSC, essa matriz solicita o desdobramento dos elementos de despesa. Caso o ente não siga a
classificação prevista no layout, deverá realizar “de-para” das tabelas classificatórias.

Categoria econômica da despesa: é o nível mais agregador da natureza de receita ou despesa,


que busca se relacionar ao impacto econômico. Sendo:

3 – Corrente
São as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de
capital.

4 – De capital
São as despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de
capital.

Grupo de natureza da despesa – GND: é um agregador de elementos de despesa orçamentária


com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, como se segue:

1 – Pessoal e encargos sociais


Despesas orçamentárias com pessoal ativo e inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos,
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da
aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens
pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente
às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar nº
101, de 2000.

2 – Juros e encargos da dívida


Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações
de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

3 – Outras despesas correntes


Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias,
contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da
categoria econômica. Despesas correntes não classificáveis nos demais grupos de natureza de
despesa.

4 – Investimentos
Despesas orçamentárias com softwares, planejamento e execução de obras – incluindo-se
a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas – e com a aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente.

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5 – Inversões financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização;
aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie,
já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou
aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

6 – Amortização da dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização
monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Modalidade de aplicação: classificação que tem por finalidade indicar se os recursos são
aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por
transferência a outro ente da Federação ou entidades privadas. Permite a eliminação de dupla
contagem no orçamento.

Segue uma tabela com as modalidades de aplicação:

Modalidades de aplicação
Código Nome da Modalidade Código Nome da Modalidade de Aplicação
de Aplicação
20 Transferências à União 71 Transferências a Consórcios Públicos
mediante contrato de rateio
22 Execução Orçamentária 72 Execução Orçamentária Delegada
Delegada à União a Consórcios Públicos
30 Transferências a Estados 73 Transferências a Consórcios Públicos
e ao Distrito Federal mediante contrato de rateio à
conta de recursos de que tratam
os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei
Complementar nº 141, de 2012
31 Transferências a Estados 74 Transferências a Consórcios Públicos
e ao Distrito Federal mediante contrato de rateio à conta
- Fundo a Fundo de recursos de que trata o art. 25 da
Lei Complementar nº 141, de 2012
32 Execução Orçamentária 75 Transferências a Instituições
Delegada a Estados e Multigovernamentais à conta
ao Distrito Federal de recursos de que tratam os
§§ 1º e 2º do art. 24 da Lei
Complementar nº 141, de 2012

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35 Transferências Fundo 76 Transferências a Instituições
a Fundo aos Estados Multigovernamentais à conta de
e ao Distrito Federal recursos de que trata o art. 25 da Lei
à conta de recursos Complementar nº 141, de 2012
de que tratam os §§
1º e 2º do art. 24 da
Lei Complementar
nº 141, de 2012
36 Transferências Fundo 80 Transferências ao Exterior
a Fundo aos Estados
e ao Distrito Federal
à conta de recursos
de que trata o art. 25
da Lei Complementar
nº 141, de 2012
40 Transferências a 90 Aplicações Diretas
Municípios
41 Transferências 91 Aplicação Direta Decorrente de
a Municípios - Operação entre Órgãos, Fundos e
Fundo a Fundo Entidades Integrantes dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social
42 Execução Orçamentária 92 Aplicação Direta de Recursos
Delegada a Municípios Recebidos de Outros Entes
da Federação Decorrentes de
Delegação ou Descentralização
45 Transferências Fundo a 93 Aplicação Direta Decorrente de
Fundo aos Municípios Operação de Órgãos, Fundos
à conta de recursos e Entidades Integrantes dos
de que tratam os §§ Orçamentos Fiscal e da Seguridade
1º e 2º do art. 24 da Social com Consórcio Público
Lei Complementar do qual o Ente Participe
nº 141, de 2012
46 Transferências Fundo a 94 Aplicação Direta Decorrente de
Fundo aos Municípios Operação de Órgãos, Fundos
à conta de recursos e Entidades Integrantes dos
de que trata o art. 25 Orçamentos Fiscal e da Seguridade
da Lei Complementar Social com Consórcio Público
nº 141, de 2012 do qual o Ente não participe
50 Transferências a 95 Aplicação Direta à conta de recursos
Instituições Privadas de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24
sem Fins Lucrativos da Lei Complementar nº 141, de 2012

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60 Transferências a 96 Aplicação Direta à conta de recursos
Instituições Privadas de que trata o art. 25 da Lei
com Fins Lucrativos Complementar nº 141, de 2012
67 Execução de Contrato 99 A definir
de Parceria Público-
Privada - PPP
70 Transferências
a Instituições
Multigovernamentais

Modalidades de aplicação. Fonte: Portaria Interministerial STN / SOF 163 (2001).

Elemento da despesa: identificação dos objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens
fixas, diárias, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma,
subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, obrigatória,
amortização e outros que a administração pública utiliza para a consagração de seus fins. Segue
a tabela de classificação dos elementos de despesa orçamentária:

Elementos de despesa
Código Nome do Elemento Código Nome do Elemento de Despesa
de Despesa
01 Aposentadorias do RPPS, 46 Auxílio-alimentação
Reserva Remunerada e
Reformas dos Militares
03 Pensões do RPPS 47 Obrigações Tributárias e Contributivas
e do militar
04 Contratação por 48 Outros Auxílios Financeiros
Tempo Determinado a Pessoas Físicas
05 Outros Benefícios 49 Auxílio-transporte
Previdenciários do
servidor ou do militar
06 Benefício Mensal ao 51 Obras e Instalações
Deficiente e ao Idoso
07 Contribuição a Entidades 52 Equipamentos e material permanente
Fechadas de Previdência
08 Outros Benefícios 53 Aposentadorias do RGPS - Área Rural
Assistenciais do
servidor e do militar

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10 Seguro-desemprego 54 Aposentadorias do RGPS - Área Urbana
e abono salarial
11 Vencimentos e Vantagens 55 Pensões do RGPS - Área Rural
Fixas - Pessoal Civil
12 Vencimentos e Vantagens 56 Pensões do RGPS - Área Urbana
Fixas - Pessoal Militar
13 Obrigações Patronais 57 Outros Benefícios do RGPS - Área Rural
14 Diárias - Civil 58 Outros Benefícios do
RGPS - Área Urbana
15 Diárias - Militar 59 Pensões Especiais
16 Outras Despesas 61 Aquisição de Imóveis
Variáveis - Pessoal Civil
17 Outras Despesas 62 Aquisição de Produtos para Revenda
Variáveis - Pessoal Militar
18 Auxílio Financeiro 63 Aquisição de Títulos de Crédito
a Estudantes
19 Auxílio-fardamento 64 Aquisição de Títulos Representativos
de Capital já integralizado
20 Auxílio Financeiro 65 Constituição ou Aumento
a Pesquisadores de Capital de Empresas
21 Juros sobre a Dívida 66 Concessão de Empréstimos
por Contrato e Financiamentos
22 Outros Encargos sobre 67 Depósitos Compulsórios
a Dívida por Contrato
23 Juros, Deságios 70 Rateio pela Participação
e Descontos da em Consórcio Público
Dívida Mobiliária
24 Outros Encargos sobre 71 Principal da Dívida
a Dívida Mobiliária Contratual Resgatado
25 Encargos sobre 72 Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
Operações de Crédito por
Antecipação da Receita
26 Obrigações decorrentes 73 Correção Monetária ou Cambial
de Política Monetária da Dívida Contratual Resgatada
27 Encargos pela Honra 74 Correção Monetária ou Cambial
de Avais, Garantias, da Dívida Mobiliária Resgatada
Seguros e similares
28 Remuneração de Cotas 75 Correção Monetária da Dívida
de Fundos Autárquicos de Operações de Crédito por
antecipação da Receita

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29 Distribuição de 76 Principal Corrigido da Dívida
Resultado de Empresas Mobiliária Refinanciado
Estatais Dependentes
30 Material de Consumo 77 Principal Corrigido da Dívida
Contratual Refinanciado
31 Premiações Culturais, 81 Distribuição Constitucional
Artísticas, Científicas, ou Legal de Receitas
Desportivas e outras
32 Material, bem ou serviço 82 Porte de Recursos pelo Parceiro
para distribuição gratuita Público em Favor do Parceiro
Privado Decorrente de Contrato de
Parceria Público-Privada - PPP
33 Passagens e Despesas 83 Despesas Decorrentes de Contrato
com Locomoção de Parceria Público-Privada - PPP,
exceto Subvenções Econômicas,
Aporte e Fundo Garantidor
34 Outras Despesas de 84 Despesas Decorrentes da
Pessoal decorrentes Participação em Fundos, Organismos,
de contratos de ou entidades assemelhadas,
Terceirização nacionais e internacionais
35 Serviços de Consultoria 91 Sentenças Judiciais
36 Outros Serviços de 92 Despesas de Exercícios Anteriores
Terceiros - Pessoa Física
37 Locação de Mão-de-Obra 93 Indenizações e Restituições
38 Arrendamento Mercantil 94 Indenizações e Restituições Trabalhistas
39 Outros Serviços 95 Indenização pela Execução
de Terceiros - de Trabalhos de Campo
Pessoa Jurídica
40 Serviços de Tecnologia 96 Ressarcimento de Despesas
da Informação e de Pessoal Requisitado
Comunicação -
Pessoa Jurídica
41 Contribuições 97 Aporte para Cobertura do
Déficit Atuarial do RPPS
42 Auxílios 98 Compensações ao RGPS
43 Subvenções Sociais 99 A classificar
45 Subvenções Econômicas

Elementos de despesa. Fonte: Portaria Interministerial STN/SOF 163 (2001).

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A inclusão de novos itens em categoria econômica, grupo de despesa, modalidade de aplicação
e elemento de despesa deve ser realizada por solicitação à STN/SOF para que avaliem a inclusão
na Portaria Conjunta STN/SOF 163, de 2001. A discriminação das naturezas de despesa, de que
trata o Anexo III da portaria, é apenas exemplificativa, podendo ser ampliada para atender às
necessidades de execução, observados a estrutura e os conceitos constantes do Anexo II dessa
portaria.

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Referências

BRASIL. Lei nº 4.320, de 4 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito


Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. DOFC: Brasília, DF.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 4 maio 2000.
MINISTÉRIO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E GESTÃO. Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999.
Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º
e § 2º do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos
de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras
providências. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-
e-orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA; SECRETARIA DE
ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre normas gerais
de consolidação das contas públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, e dá outras providências, em cumprimento da LC nº 101, de 2000.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-
orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 8.
ed. Brasília: STN, 2018. Disponível em: http://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-contabilidade-aplicada-ao-setor-publico-mcasp/2019/26. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de demonstrativos fiscais. 9. ed. v. 3.
Brasília: STN, 2018. Disponível em: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-demonstrativos-fiscais-mdf/2018/26-2. Acesso em: 22 jun. 2021.

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Unidade 2: Procedimentos contábeis da despesa
orçamentária
Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os procedimentos contábeis da despesa
orçamentária.

2.1 Etapas de planejamento da despesa orçamentária

A etapa de planejamento na Contabilidade inicia-se pela distribuição da dotação autorizada para


cada UO. Pós-distribuição da dotação, as UGs terão que distribuir os créditos orçamentários
recebidos para execução orçamentária no exercício.

Os créditos orçamentários se constituem por autorização legislativa para a realização da despesa,


que poderá ser inicial ou adicional.

Crédito inicial é aquele aprovado pela lei orçamentária anual, constante dos orçamentos fiscal,
da seguridade social e de investimento das empresas estatais não dependentes.

Crédito adicional são autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas


na LOA. Os créditos adicionais, conforme Art. 41 da Lei 4320, de 1964, podem ser classificados
como:

Suplementares – Os destinados a reforço de dotação orçamentária.

Especiais – Os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica.

Extraordinários – Os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção


interna ou calamidade pública.

A Lei nº 4.320/1964 determina, nos artigos 42 e 43, que os créditos suplementares e especiais
serão abertos por decreto do Poder Executivo, dependendo de prévia autorização legislativa,
necessitando da existência de recursos disponíveis e precedida de exposição justificada. Na
União, para os casos em que houver necessidade de autorização legislativa para os créditos
adicionais (não existe regra geral para essas alterações, normalmente elas são definidas na LDO,
CF Estadual ou Lei Orgânica de cada ente da Federação), estes são considerados autorizados e
abertos com a sanção e a publicação da respectiva lei.

Consideram-se recursos disponíveis para fins de abertura de créditos suplementares e especiais,


conforme disposto no §1º do art. 43 da Lei nº 4.320/1964:

• O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;


• Os provenientes de excesso de arrecadação;

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• Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em lei;
• O produto de operações de crédito autorizadas, de forma que juridicamente possibilite
ao Poder Executivo realizá-las;
• Recursos sem despesas (vetos ou rejeições);
• Reserva de contingência.

A vigência dos créditos adicionais se restringe ao exercício financeiro em que foram autorizados,
exceto os créditos especiais e extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício
financeiro, que poderão ter seus saldos reabertos por instrumento legal apropriado, situação
na qual a vigência fica prorrogada até o término do exercício financeiro subsequente (art. 167, §
2º, Constituição Federal).

Ressalte-se que, na União, as alterações dos atributos do crédito orçamentário constantes da Lei
Orçamentária da União – tais como modalidade de aplicação, identificador de resultado primário
(RP), identificador de uso (IU) e fonte de recursos (FR) – não são caracterizadas como créditos
adicionais por não alterarem o valor das dotações. Essas alterações são denominadas “outras
alterações orçamentárias” e realizadas por meio de atos infralegais, observadas as autorizações
constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício financeiro correspondente.

2.2 Etapas de execução da despesa orçamentária

Agora, observe as etapas da despesa orçamentária e como se dá sua contabilização.

1 2 3 4
Descentralização Programação Processo
Fixação da
de Créditos Orçamentária Licitatório
Despesa
Orçamentários e Financeira e Contratação

5 6 7 8

Empenho Em Liquidação Liquidação Pagamento

Fixação da Despesa
• Crédito Inicial
• Crédito Adicional
• Suplementar, Especial ou Extraordinário

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Descentralização de Créditos Orçamentários
• Dotação
• Destaque
• Provisão

Programação Orçamentária e Financeira


• Cota (empenho/liquidação/pagamento?)
• Repasse
• Subrepasse

Processo Licitatório e Contratação


• Tipo de Licitação
• Dispensa

Empenho
• Ordinário
• Estimativo
• Global

Em Liquidação
• Fato Gerador FG antes do empenho
• FG entre empenho e liquidação

Liquidação
• FG antes da liquidação
• FG concomitante da liquidação
• FG posterior a liquidação

Pagamento
• Cumpre-se obrigação?
• Adiantamento/suprimento de fundo?
• Haverá prestação de contas?

Com esse fluxo de controle da despesa orçamentária você, estudante, terá uma noção dos
diversos lançamentos contábeis e entenderá que, ao responder as perguntas em cada estágio da
despesa, contará com um roteiro diferenciado.

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Referências

BRASIL. Lei nº 4.320, de 4 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito


Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. DOFC: Brasília, DF.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 4 maio 2000.
MINISTÉRIO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E GESTÃO. Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999.
Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º
e § 2º do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos
de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras
providências. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-
e-orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA; SECRETARIA DE
ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre normas gerais
de consolidação das contas públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, e dá outras providências, em cumprimento da LC nº 101, de 2000.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-
orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 8.
ed. Brasília: STN, 2018. Disponível em: http://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-contabilidade-aplicada-ao-setor-publico-mcasp/2019/26. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de demonstrativos fiscais. 9. ed. v. 3.
Brasília: STN, 2018. Disponível em: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-demonstrativos-fiscais-mdf/2018/26-2. Acesso em: 22 jun. 2021.

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Unidade 3: Especificidades do lançamento da despesa
orçamentária

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de explicar as especificidades do lançamento da despesa
orçamentária.

3.1 Comprometimento das disponibilidades por destinação de recursos

O controle de Disponibilidade por Destinação de Recursos – DDR é realizado pela execução


orçamentária.

Você entenderá que as contas de DDR têm como objetivo controlar os ativos financeiros. Esses
ativos, que possuem o Indicador do Superávit Financeiro – ISF “F” (Financeiro), poderão estar
livres, comprometidos ou já terem sido utilizados no exercício financeiro.

A execução orçamentária lhe auxiliará no detalhamento do tipo de comprometimento em que


estará a DDR. Verifique no gráfico a seguir como funciona esse controle de DDR:

DDR
Conta 7.2.1.1.x.xx.xx

Livres Comprometidas Utilizadas


Despesas Liquidadas mas Despesas Pagas ou saídas
Conta 8.2.1.1.1.xx.xx Despesas Empenhadas
não pagas ou entradas de entradas
(superávit financeiro) mas não liquidadas
compensatórias compensatórias
Conta 8.2.1.1.2.xx.xx
Conta 8.2.1.1.3.xx.xx Conta 8.2.1.1.4.xx.xx

Função das contas de DDR. Fonte: Elaboração própria.

Repare que o objetivo é demonstrar o quanto das DDR estão livres e poderão ser fonte de
recursos para liberação de novos créditos orçamentários; o quanto estão comprometidas, mas
não estão liberadas para serem desembolsadas (são os empenhos não liquidados); o quanto
estão comprometidas e podem ser utilizadas a qualquer momento (relacionadas às despesas
liquidadas a pagar e às entradas compensatórias); e, por fim, o quanto de DDR ingressou mas já foi
utilizado neste exercício (a utilização pode ser dada com pagamento de despesas orçamentárias
ou devolução das entradas compensatórias).

Com isso, pode-se perceber que a contabilização da execução orçamentária afetará o controle de
DDR, demonstrando os ativos financeiros livres e os que estão comprometidos.

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3.2 Restos a pagar

No caso de a despesa orçamentária não ser paga até o fim do exercício financeiro, ela deverá
ser inscrita em restos a pagar, podendo ser em processados (são as “liquidadas a pagar”) ou não
processados (são as “a liquidar” ou “em liquidação”), conforme o seguinte esquema:

CONSIDERAM-SE RESTOS A PAGAR AS DESPESAS EMPENHADAS MAS NÃO PAGAS ATÉ O DIA 31
DE DEZEMBRO DISTINGUINDO-SE AS PROCESSADAS DAS NÃO PROCESSADAS
(ART. 36 DA LEI 4.320/64)

Exercício X1 Exercício X2

Liquidado Restos a Pagar


Processados
do Exercício X1
Encerramento

Empenho
Restos a Pagar
Não Liquidado Não Processados
a Liquidar

Restos a Pagar
Não Processados
em Liquidar

Classificação dos restos a pagar: inscrição. Fonte: Elaboração própria.

As contas que controlam as inscrições de restos a pagar são:

Restos a Pagar

Conta: 6.3.X.X.X.XX.

Não Processados Processados

Conta: 6.3.1.X.X.XX.XX Conta: 6.3.2.7.X.XX.XX

A liquidar Em liquidação

Conta: 6.3.1.7.1.XX.XX Conta: 6.3.1.7.2.XX.XX

Classificação dos restos a pagar por conta contábil. Fonte: Elaboração própria.

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3.3 Despesas de exercícios anteriores

As Despesas de Exercícios Anteriores – DEA são despesas orçamentárias de exercícios encerrados


que não foram processadas na época própria. Há, também, os restos a pagar que tiveram
interrupção em sua prescrição. Uma outra situação são compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício em que se deu seu fato gerador.

Para que se autorize a execução de uma DEA, que possui elemento de despesa específica (o 92),
é preciso comprovar que havia dotação orçamentária para tal despesa.

Despesas de exercícios encerrados que não


tenham sido processadas na época própria

DESPESAS DE
Restos a Pagar com prescrição interrompida Elemento de Despesa 92
EXERCÍCIOS
ANTERIORES

Comprimissos reconhecidos após o


encerramento do exercício

Motivos para realização das despesas de exercícios anteriores. Fonte: Elaboração própria.

Um exemplo de DEA seria o caso do servidor que não recebeu seu auxílio- alimentação, havendo
valores retroativos a serem pagos que pertençam a exercícios anteriores.

Quanto à contabilização de DEA, o natural é que estejam relacionadas as despesas empenhadas


que já possuam uma obrigação anterior – isso por considerar que para tais despesas já tenham
ocorrido o fato gerador.

No entanto, em certos casos não há registro de uma obrigação anterior, mas o fato gerador
ocorrerá em exercício contábil passado. Ao reconhecer essa obrigação, a entidade deverá lançar
um “ajuste de exercício anterior”.

Os ajustes de exercício anterior estão em conta do patrimônio líquido, não pertencendo às


variações patrimoniais do exercício atual, cumprindo o regime da competência.

Segue um esquema para que você possa fixar o processo de contabilização de DEA:

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DEA
POSSUI OBRIGAÇÃO JÁ REGISTRADA?

Empenho com alteração do Reconhece a obrigação em


atributo ISF da obrigação contrapartida a um ajuste de
(P para F) exercício anterior

Registro de obrigações relacionadas à DEA. Fonte: Elaboração própria.

3.4 Suprimento de fundos

Uma outra forma de execução da despesa orçamentária que inverte a ordem cronológica dos
fatos é o adiantamento a servidores (suprimento de fundos). A inversão ocorrida neste caso
é que o fato gerador, despesa patrimonial, acontecerá depois da liquidação da despesa e seu
pagamento. Assim, o registro desse ato gerador ocorrerá pela prestação de contas dos gastos
realizados.

O suprimento de fundos é caracterizado por ser um adiantamento de valores a um servidor


que deverá prestar contas sobre os gastos realizados – isso em decorrência da necessidade de
atendimento das seguintes despesas:

• eventuais;
• de caráter sigiloso;
• de pequeno vulto.

Existem alguns impedimentos para que o servidor receba suprimento de fundos. São eles:

• os que são responsáveis por dois suprimentos de fundos;


• os encarregados de guardar ou utilizar o material a adquirir;
• os que não prestaram contas dentro do prazo;
• os que foram declarados em alcance (Art. 69, Lei nº 4.320/1964).

O registro da execução orçamentária seguirá o rito comum da despesa, havendo empenho,


liquidação e pagamento da despesa. O que difere o adiantamento das demais despesas é a
necessidade de realizar controle da prestação de contas. Tal controle não é padronizado para
toda a Federação, não está previsto no MCASP 8ª edição. No entanto, é normal tal realização de
controle, como é o efetuado pela União e o previsto no PCASP Estendido.

O exemplo de lançamento que você verá neste curso terá como base o controle previsto no
PCASP Estendido.

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Além do controle da prestação de contas, o adiantamento a servidores tem uma situação normal
que exige um tratamento especial quanto ao processo. É a possibilidade de não haver utilização
dos recursos, total ou parcial. Em todo o caso, o valor não utilizado dentro do prazo previsto
deverá ser devolvido para a administração pública.

A devolução dos recursos dentro do exercício orçamentário promoverá estorno/cancelamento


total ou parcial da despesa paga, liquidada e empenhada, nesta sequência. Isso retornará à
disponibilidade do crédito orçamentário para que a Unidade Gestora Executora – UGE possa
utilizá-lo em uma outra despesa ou até em outro suprimento.

Outra situação é a possibilidade de devolução do recurso não utilizado em exercício


orçamentário posterior ao da execução da despesa. Isso não permite o cancelamento/estorno
do crédito orçamentário – de tal modo que o reingresso do recurso deve sofrer um tratamento
orçamentário, pois poderá ser usado para novos gastos da administração pública. Com isso,
deverá ser reconhecida uma receita orçamentária.

NÃO
Empenha/Liquida/Paga Estorna/Cancela Pagamento/
Há devolução de recursos? SIM e no mesmo exercício Liquidação/Empenho
SIM
Suprimento Prestação de contas
de Fundo? SIM, mas em exercício posterior Reconhece uma nova
receita orçamentária
NÃO Empenha/Liquida/Paga

Processo de contabilização dos suprimentos de fundos. Fonte: Elaboração própria.

3.5 Atos potenciais

A administração pública realiza alguns atos que não afetam o patrimônio de imediato. Ou podem
se referir a eventos que ocorrerão, mas que não cumprem os requisitos para reconhecimento
do passivo ou ativo. Tais atos devem ser controlados em contas de controle de “atos potenciais”.

O controle poderá ser de Ato Potencial Ativo, quando o ato poderá vir a afetar o ativo, ou de Ato
Potencial Passivo, quando poderá afetar o passivo. Esse controle é mais especificado conforme o
grupo de classificação da operação.

Em nível de “Título” da conta contábil, 4º nível, é apresentado um grupo de operações: Garantias e


Contragarantias; Convênios e outros instrumentos congêneres; Contratos e Outros Atos Potenciais.

O 5º nível da conta contábil assemelha-se ao uso das contas de Natureza de Informação


Patrimonial, para fins de auxiliar no processo de consolidação. No entanto, essas contas de Atos
Potenciais não fazem parte do processo de consolidação. Assim, o detalhamento das operações
citadas no parágrafo anterior é realizado em nível de “Item” da conta contábil, 6º nível.

Por exemplo, no grupo contratos, direitos contratuais (atos potenciais ativos) ou obrigações
contratuais (atos potenciais passivos), tem-se divisões de tipos de contrato no nível Item da
conta contábil, como:

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Fornecimento
Seguros Serviços
de bens

Empréstimos e Rateio de
Aluguéis
financiamentos consórcios públicos

Outros

Tipos de atos potenciais (ativos ou passivos) relacionados a contratos. Fonte: Elaboração própria.

Na classe 8, onde se controla a execução destes atos potenciais, no seu último nível (Subitem
da conta contábil, 7º nível), são realizados os lançamentos da execução dos contratos ou de seu
cancelamento.

O controle de ato potencial deverá ser independente da execução orçamentária. Esse controle
estará relacionado à variação patrimonial, não à execução orçamentária. Muitos confundem o
controle de atos potenciais com o momento de liquidação da despesa orçamentária. No entanto,
a baixa de tal controle será realizada com o momento de afetação do patrimônio ou cancelamento
do contrato/controle.

Outro ponto relevante é o valor de registro de contratos da administração pública, o qual deverá
ser pelo valor total. Isso acontecerá independentemente do valor já empenhado/liquidado ou do
previsto para ser empenhado/liquidado no exercício orçamentário atual.

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Referências

BRASIL. Lei nº 4.320, de 4 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito


Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. DOFC: Brasília, DF.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 4 maio 2000.
MINISTÉRIO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E GESTÃO. Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999.
Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º
e § 2º do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos
de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras
providências. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-
e-orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA; SECRETARIA DE
ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre normas gerais
de consolidação das contas públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, e dá outras providências, em cumprimento da LC nº 101, de 2000.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-
orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 8.
ed. Brasília: STN, 2018. Disponível em: http://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-contabilidade-aplicada-ao-setor-publico-mcasp/2019/26. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de demonstrativos fiscais. 9. ed. v. 3.
Brasília: STN, 2018. Disponível em: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-demonstrativos-fiscais-mdf/2018/26-2. Acesso em: 22 jun. 2021.

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Unidade 4: Lançamentos típicos da despesa orçamentária

Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de realizar os lançamentos contábeis da despesa
orçamentária.

4.1 Introdução aos lançamentos das despesas

Execução da Despesa Orçamentária


Para fins de compreensão do processo contábil das etapas de execução orçamentária, segue o
roteiro, utilizando-se um exemplo de lançamento de contratação de serviços (desde a dotação
inicial até seu pagamento).

A seguir, confira o podcast em que serão apresentados os lançamentos típicos da despesa


orçamentária.

https://cdn.evg.gov.br/cursos/429_EVG/podcast/modulo03_podcast01.mp3

4.2 Fixação da despesa

D – 5.2.2.1.1.XX.XX – Dotação inicial


a C – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível

A fixação da despesa orçamentária exige detalhamento de informações, como: Unidade


Orçamentária – UO responsável; Fonte de Recursos – FR; Função e Subfunção – FS; Natureza de
Despesa – ND; Programa, detalhado em ações e localizador, entre outras informações.

Antes mesmo de iniciar a execução da despesa, com realização do empenho, a dotação será
distribuída dentro da UO para sua Unidade Gestora Executora – UGE (provisão) ou transferida
para que uma UGE de outra UO (destaque) execute a despesa que lhe foi dotada.

As dotações recebidas são para execução para todo o ano. De tal modo, tais despesas não podem
ser pagas a qualquer momento. Por isso, acompanhando a dotação a UO (ou Unidade Gestora
Financeira – UGF, alguns entes), recebem as cotas (mensais, bimestrais ou trimestrais, conforme
Art. 47 da Lei 4.320/64).

Se a dotação foi provisionada, a sua UGE será recebedora de sub-repasse da cota. No entanto, se
a dotação foi destacada a uma outra UO, acompanhará ao destaque um repasse de cota.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 30


Além do controle de dotação, a Contabilidade deverá realizar o controle das cotas, em
cumprimento ao art. 80 da Lei 4.320/1964.

Quanto às orientações de realização de transferências de dotações ou controle de cotas, o MCASP


8ª edição não realizou padronização, mas criou contas no PCASP Federação, as quais não tiveram
detalhes do controle das cotas financeiras.

Com isso, os controles de cotas financeiras realizado pela União (PCASP da União) e pelos estados
e municípios (PCASP Estendido) podem ser diferentes.

4.3 Registro de contratos

Em Natureza de Informação Controle


D – 7.1.2.3.x.02.00 – Obrigações Contratuais de Serviços
a C – 8.1.2.3.x.02.01 – Obrigações Contratuais de Serviços a Executar

O controle do 5º nível pode ser realizado com os dígitos de 1 a 5, a depender de quem assinou
a contratação (quem realizará a prestação do serviço). Cabe ressaltar que tal controle não será
levado em consideração para fins do processo de consolidação, pois nele são consideradas,
somente, as contas de Natureza de Informação Patrimonial.

O detalhamento da informação de contratos ou, melhor, do ato potencial passivo dependerá do


tipo de operação que esteja sendo realizada.

4.4 Empenho

Empenhamento da despesa (não considerando o processo licitatório):

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho

Além das Informações Complementares – ICs indicadas na dotação orçamentária (UO; FR; FS;
ND; Programa – PTRES, programa de trabalho resumido), neste momento é normal que se realize
maior detalhamento das informações, como o da ND, informando o detalhamento do elemento
de despesa (subelemento de ND). Ressalta-se que esse detalhamento não é padronizado pela
Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001.

Outra informação importante no momento de empenho da despesa é se há ou não a existência


de uma obrigação anterior. Caso haja, neste lançamento você terá que alterar o Indicador do

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31


Superávit Financeiro – ISF de “P – Permanente” para “F – Financeiro”. Também, de imediato, terá
que transferir de “Empenhado a Liquidar” para “Empenhado em Liquidação”.

4.5 Liquidação da despesa

Aqui o Fato Gerador – FG ocorreu concomitante com a liquidação:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.2.X.X.XX.XX – Serviços
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.1.2.3.x.02.01 – Obrigações Contratuais de Serviços a Executar
a C – 8.1.2.3.x.02.02 – Obrigações Contratuais de Serviços Executado

A liquidação da despesa orçamentária é uma formalidade necessária para que se possa proceder
o seu pagamento (arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964).

Entenda que a realização desse ato da administração não está vinculado à ocorrência do impacto
patrimonial. No entanto, poderá haver coincidência com o momento de tais registros, que é o
caso deste exemplo.

4.6 Pagamento da despesa

Pagamento da despesa:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 32


Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

O pagamento da despesa requer utilização da Disponibilidade por Destinação de Recursos –


DDR, como você pode ver com o lançamento a crédito em caixa e equivalente de caixa.

Com isso, há a baixa de obrigação e o encerramento do processo de execução da despesa


orçamentária (último estágio).

4.7 Inscrição de restos a pagar

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Não Processados – RPNP a liquidar:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.05.XX – Empenhos a liquidar inscritos

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 5.3.1.7.X.XX.XX – RPNP – inscrição no exercício
a C – 6.3.1.7.1.XX.XX – RPNP a liquidar – inscrição no exercício

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Não Processados – RPNP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.02.XX – Crédito empenhado em liquidação
a C – 6.2.2.1.3.06.XX – Empenhos em liquidação inscritos

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 5.3.1.7.X.XX.XX – RPNP – inscrição no exercício
a C – 6.3.1.7.2.XX.XX – RPNP em liquidação – inscrição no exercício

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Processados – RPP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.07.XX – Empenhos liquidados inscritos

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 5.3.2.7.X.XX.XX – RPP – inscrição no exercício
a C – 6.3.2.7.X.XX.XX – RPP – inscrição no exercício

A inscrição de despesas orçamentárias em restos a pagar é um ato da administração pública. Não


há qualquer lançamento em contas patrimoniais a ser realizado nesta transação.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33


Os dois lançamentos realizados em grupos de contas contábeis diferentes são em decorrência da
necessidade de encerramento dos saldos no fim do exercício no primeiro grupo de lançamento.
O segundo grupo de lançamento transferirá seu saldo para o exercício contábil seguinte.

Cabe ressaltar que só há inscrição das despesas orçamentárias empenhadas no exercício e que
não foi possível realizar seu pagamento – podendo a despesa inscrita em restos a pagar estar
nos seguintes estágios: empenhadas a liquidar, empenhadas em liquidação ou empenhadas e
liquidadas a pagar.

4.8 Execução de restos a pagar

Lançamento de FG de RPNP a liquidar (o FG ocorreu entre empenho e liquidação):

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.2.X.X.XX.XX – Serviços
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.3.1.1.X.XX.XX – RPNP a liquidar
a C – 6.3.1.2.X.XX.XX – RPNP em liquidação

Lançamento da liquidação de RPNP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.3.1.2.X.XX.XX – RPNP em liquidação
a C – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Lançamento de pagamento de RPNP:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar
a C – 6.3.1.4.X.XX.XX – RPNP pagos

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 34


Até esses lançamentos o procedimento é idêntico ao processo comum de execução da despesa,
que não exige tratamento diferenciado às despesas empenhadas no exercício.

Lançamento de cancelamento de RPNP liquidados a pagar:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (P)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar
a C – 6.3.1.9.X.XX.XX – RPNP cancelados

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Esse lançamento se restringiu ao cancelamento de RPNP liquidado no exercício. No entanto, em


qualquer estágio em que estejam os restos a pagar, poderá haver cancelamento. O MCASP 8ª
edição apresenta todos os tipos possíveis de cancelamentos. Caso você queira informação sobre
um item específico, poderá encontrá-la em Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários,
item 4.7.5 – Cancelamento de Restos a Pagar.

4.9 Suprimento de fundos

O suprimento de fundos terá seu lançamento, até o pagamento, bem parecido com as despesas
normais. No entanto, o que diferirá é o processo de prestação de contas.

Empenhamento da despesa:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho

Liquidação da despesa:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
a C – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35


D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Pagamento da despesa:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

Os próximos lançamentos apresentam as diferenças que vão ocorrer com a execução da despesa
por meio de adiantamento, suprimento de fundos.

Registro da responsabilidade do agente suprido:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 7.9.1.2.1.XX.XX – Controle de adiantamentos/suprimentos de fundos concedidos
a C – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar

Após a utilização dos recursos, o servidor terá que prestar contas. Os lançamentos contábeis a
seguir dependerão do momento da prestação de contas – se no mesmo exercício contábil em
que ocorreu o empenho da despesa orçamentária ou se em um exercício contábil posterior.

Neste primeiro exemplo, você, estudante, verá o lançamento de prestação de contas em que
não há devolução de recursos. Com isso, o roteiro independe do exercício contábil (não terá que
estornar/cancelar a despesa ou reconhecer receita orçamentária).

O suprido realiza prestação de contas, com utilização integral dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 36


Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor, referente ao suprimento de


fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados

Neste segundo exemplo, você verá o lançamento de prestação de contas em que há devolução
de recursos no mesmo exercício em que ocorreu o empenho da despesa orçamentária. Com isso,
o roteiro deverá prever o estorno/cancelamento da despesa orçamentária.

O suprido realiza a prestação de contas, com utilização parcial dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial (valor utilizado)


D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)

Estorno/Cancelamento do pagamento da despesa (valor devolvido)

Em Natureza de Informação Patrimonial:


D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Estorno/Cancelamento da liquidação da despesa (valor devolvido):

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar

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Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho

Estorno/Cancelamento do empenhamento da despesa (valor devolvido):

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Registro em controle de prestação de contas após os lançamentos anteriores:

Em Natureza de Informação Típica de Controle (valor total)


D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor, referente ao suprimento de


fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados

Por último, você verá um exemplo de prestação de contas em que há devolução de recursos em
exercício posterior ao que ocorreu o empenho da despesa orçamentária. Com isso, o roteiro
deverá prever o reconhecimento de uma nova receita orçamentária.

O suprido realiza prestação de contas, com utilização parcial dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial (valor utilizado)


D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)

Reconhecimento da receita orçamentária (valor devolvido):

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a Realizar
a C – 6.1.2.X.X.XX.XX – Receita Realizada

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Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 7.2.1.1.X.XX.XX – Controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos – DDR
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Registro em controle de prestação de contas após os lançamentos anteriores:

Em Natureza de Informação Típica de Controle (valor total)


D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor referente ao suprimento de


fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle:


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados

Caso não haja utilização de recursos, o lançamento previsto para “valor utilizado” será suprimido
e somente haverá o lançamento de “valor devolvido”. Outra situação é que, caso não haja
utilização imediata do bem adquirido pelo servidor, o lançamento pela utilização terá a conta
de VPD alterada para a conta do Ativo e seu detalhamento dependerá do que foi adquiro e da
destinação a ser dada pela entidade.

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Referências

BRASIL. Lei nº 4.320, de 4 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito


Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. DOFC: Brasília, DF.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 4 maio 2000.
MINISTÉRIO DE ESTADO DO ORÇAMENTO E GESTÃO. Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999.
Atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º
e § 2º do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos
de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras
providências. Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-
e-orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA; SECRETARIA DE
ORÇAMENTO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.
Portaria Interministerial nº 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre normas gerais
de consolidação das contas públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, e dá outras providências, em cumprimento da LC nº 101, de 2000.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-
orcamento/orcamento/legislacao-sobre-orcamento. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 8.
ed. Brasília: STN, 2018. Disponível em: http://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-contabilidade-aplicada-ao-setor-publico-mcasp/2019/26. Acesso em: 22 jun. 2021.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de demonstrativos fiscais. 9. ed. v. 3.
Brasília: STN, 2018. Disponível em: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/
manual-de-demonstrativos-fiscais-mdf/2018/26-2. Acesso em: 22 jun. 2021.

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Glossário
N°: Termo: Definição / significado:
01 Accountability Prestação de contas e responsabilização. Correspondem aos
objetivos da elaboração dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral
(RCPG).
02 ADCT Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Parte integrante
da Constituição Federal Brasileira de 1988.
03 CASP Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Ramo da Contabilidade
voltado ao acompanhamento e ao controle do patrimônio das
entidades do setor público.
04 CFC Conselho Federal de Contabilidade. Órgão de classe da profissão
contábil responsável pela edição das NBCs TSP.
05 DCASP Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público. Componente
do MCASP, Parte V.
06 DDR Disponibilidades por Destinação de Recurso. Corresponde ao
grupo de contas contábeis no PCAS para controle da Administração
Financeira.
07 DEA Despesa de Exercício Anterior. Corresponde ao elemento 92 da
classificação por natureza da despesa orçamentária.
08 Declarados Servidores públicos que não tenham prestado contas do suprimento
em alcance no prazo regulamentar ou cujas contas não tenham sido aprovadas.
09 Despesa Para este curso o conceito de despesa será aplicado diferentemente
do previsto nas NBCs TSP – aqui o contexto é o previsto na Lei
4.320/1964 e que está relacionado à execução orçamentária,
despesa orçamentária.
10 FR Fonte de Recursos. Contempla o mecanismo de vinculação das
receitas e das despesas orçamentárias de que trata a LRF.
11 FS Função e Subfunção. Corresponde à classificação da despesa
orçamentária de que trata a Portaria MOG nº 42/1999 e suas
alterações.
12 IAS International Accounting Standards. Conjunto de normas
internacionais de contabilidade editadas pelo Iasb.
13 IC Informações Complementares. Correspondem ao conjunto de
informações que complementam as contas do PCASP para fins de
registro.
14 IFRS International Financial Reporting Standards. Conjunto de normas
internacionais de contabilidade editadas pelo IFRS Foundation.
15 IPC Instrução de Procedimentos Contábeis. Documento de aplicação
facultativa pelos entes da Federação e editado pela STN.
16 IPSAS International Public Sector Accounting Standards. Conjunto de
normas internacionais de contabilidade editadas pelo IPSASB.

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17 LRF Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei Complementar nº 101, de
2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas à
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
18 MCASP Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Documento de
aplicação obrigatória pelos entes da Federação e editado pela STN.
19 MSC Matriz de Saldos Contábeis. Consiste em uma grande massa de
dados extraída pelos entes da Federação diretamente dos seus
sistemas contábil-financeiros e encaminhados ao Siconfi, sem a
necessidade de digitação, podendo ser compartilhada com outros
órgãos de governo, tais como Secretaria da Previdência Social,
Tribunais de Contas, Ministério da Saúde, Ministério da Educação,
dentre outros.
20 NBC TSP Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica do Setor Público.
São normas contábeis aplicadas ao setor público e de observância
obrigatória pelos profissionais contábeis. Editadas pelo Conselho
Federal de Contabilidade.
21 NBC TSP EC NBC TSP que trata da Estrutura Conceitual. Norma geral que trata,
dentre outros aspectos, dos conceitos basilares da CASP, tais como
ativo, passivo, VPA e VPD.
22 ND Natureza de Despesa. IC utilizada na execução orçamentária da
despesa. Essa tabela é padronizada e de utilização obrigatória,
prevista na Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001.
23 NR Natureza de Receita. IC utilizada na execução orçamentária da
receita. Essa tabela é padronizada e de utilização obrigatória,
prevista na Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001.
24 OFSS Orçamento Fiscal e de Seguridade Social.
25 Órgão superior Unidade da Administração Direta que tenha entidades por ele
supervisionadas.
26 PCASP Plano de Contas Aplicado ao Setor Público. Componente do MCASP,
Parte IV.
27 PCASP É o PCASP elaborado pela STN e utilizado para coletas de dados
Estendido no padrão MSC pelo Siconfi. Este padrão, inicialmente facultativo,
era previsto somente para estados, DF e municípios. Trata-se de
um plano de contas mais detalhado e operacional que o PCASP
Federação.
28 PCASP É o PCASP padronizado pelo MCASP e obrigatório para todas as
Federação entidades do setor público que pertençam ao OFSS.
29 PCE Procedimentos Contábeis Específicos. Componente do MCASP,
Parte III.
30 PCO Procedimentos Contábeis Orçamentários. Componente do MCASP,
Parte I.

Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 42


31 PCP Procedimentos Contábeis Patrimoniais. Componente do MCASP,
Parte II.
32 PO Poder e Órgão. IC utilizada na composição de todas as contas do
PCASP Estendido na MSC. A tabela é padronizada e de utilização
obrigatória, prevista na Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001.
33 PTRES Programa de Trabalho Resumido. É o código atribuído pelo sistema
que corresponde ao conjunto formado pela Unidade Orçamentária
e pelo Programa de Trabalho. Elenco de projetos e/ou atividades
que identificam as ações a serem realizadas pelas Unidades
Orçamentárias, pelo órgão ou pela União.
34 RCPG Relatórios Contábeis de Propósito Geral. Compreendem a
divulgação da informação contábil como elemento central das
prestações de contas das entidades públicas.
35 Receita Para este curso o conceito de receita será aplicado diferentemente
do previsto nas NBC TSP – aqui o contexto é o previsto na Lei
4.320/1964 e que está relacionado à execução orçamentária, receita
orçamentária.
36 Restos a pagar Despesas empenhadas em exercícios anteriores que não se pode
proceder o seu devido pagamento.
37 RPNP Restos a Pagar não Processados. Despesas empenhadas e não
liquidadas (logo, não pagas) inscritas no exercício corrente.
38 RPP Restos a Pagar Processados. Despesas empenhadas e liquidadas
inscritas no exercício corrente.
39 Siafi Sistema Integrado de Administração Financeira. Sistema utilizado
pela União para registro e controle da Administração Financeira e
Contabilidade.
40 Siafic Sistema Integrado de Administração Financeira e Controle. É a
nomenclatura genérica para os sistemas que atendem ao padrão
mínimo de qualidade definido pelo Poder Executivo da União,
implantado por todas as unidades federativas, conforme disposto
no inciso III, parágrafo único, do artigo 48 da Lei Complementar nº
101, de 2000.
41 Siconfi Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público
Brasileiro. Sistema utilizado para coleta de dados das contas anuais
conforme previsto pela LRF.

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42 Suprimento Despesas expressamente definidas em lei, consistem na entrega de
de fundos numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
própria, para o fim de realizar despesas que, pela excepcionalidade, a
critério do Ordenador de Despesa e sob sua inteira responsabilidade,
não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos
seguintes casos: a) para atender despesas eventuais, inclusive em
viagem e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento;
b) quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, conforme
se classificar em regulamento, e c) para atender despesas de
pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso,
não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministério da
Economia.
43 STN Secretaria do Tesouro Nacional. Órgão da Administração Direta
do Poder Executivo da União responsável pela edição de normas
de consolidação das contas anuais, administração financeira e
contabilidade do Governo Federal, dentre outras atribuições.
44 UG Unidade Gestora. É a Unidade orçamentária ou unidade
administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e
financeiros próprios ou sob descentralização de créditos.
45 UGE Unidade Gestora Executora. Unidade administrativa codificada no
Siafic, integrante da estrutura dos órgãos da administração direta,
das autarquias, das fundações e das sociedades de economia
mista classificadas como dependentes. Incumbida da execução
orçamentária e financeira da despesa.
46 UGF Unidade Gestora Financeira. Unidade responsável pela gestão e
pelo controle dos recursos financeiros. Centraliza as operações e
transações bancárias.
47 UGO Unidade Gestora Orçamentária. Unidade gerenciadora e
controladora das dotações de cada Unidade Orçamentária.
Centraliza todas as operações de natureza orçamentária, dentre as
quais a distribuição de recursos às Unidades Gestoras Executoras e
aos Fundos Especiais de Despesa.
48 UO Unidade Orçamentária. Unidade gerenciadora e controladora
das dotações de cada Unidade Orçamentária. Centraliza todas as
operações de natureza orçamentária, dentre as quais a distribuição
de recursos às Unidades Gestoras Executoras e aos Fundos Especiais
de Despesa.
49 VPA Variação Patrimonial Aumentativa. Corresponde a aumentos
na situação patrimonial líquida da entidade não oriundos de
contribuições dos proprietários.
50 VPD Variação Patrimonial Diminutiva. Corresponde a diminuições
na situação patrimonial líquida da entidade não oriundas de
distribuições aos proprietários.

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