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1.0 FUNDAMENTOS DE VIBRAÇÃO

1.1 CONCEITOS BÁSICOS

De forma simples, a vibração pode ser definida como um movimento oscilatório em torno
de um ponto de equilíbrio. Para facilitar a compreensão, vamos tomar como exemplo o movimento
oscilatório de uma bola. Conforme pode ser observado na Fig. 1.1a, a bola vermelha inicia seu
movimento a partir do seu ponto de equilíbrio, indicado pela linha pontilhada. A seguir, ela se
desloca para cima até alcançar sua máxima amplitude, localizada a uma distância A do ponto de
equilíbrio, representada na Fig 1.1b. A partir daí ela inverte o sentido do seu movimento, passa
pelo ponto de equilíbrio e se desloca até atingir o seu valor mínimo de amplitude, situado a uma
distância -A, representada na Fig 1.1c. Por fim, a bola retorna para seu ponto de equilíbrio
novamente, representado na Fig 1.1d. Este movimento se repete continuamente,

a) Ponto de Equilíbrio b) Amplitude Máxima

c) Amplitude Mínima d) Retorno ao Ponto de Equilíbrio

Figura 1.1: Movimento oscilatório de uma bola em torno de seu ponto de equilíbrio

O conceito de amplitude de vibração deve ser muito bem compreendido, pois será utilizado
em todo o nosso curso. Como exemplo de aplicação, podemos citar que, para avaliar a condição
de uma máquina ou equipamento, utilizaremos como parâmetro a amplitude da vibração medida,
que será comparada aos limites recomendados pelas normas.

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A seguir, imagine que a bola de movimenta sobre uma folha de papel, que se desloca
continuamente. Além disso, vamos supor que a bola seja capaz de desenhar nesta folha a sua
trajetória. Como resultado, obtemos o gráfico apresentado na Fig. 1.2, onde podemos conferir que
movimento oscilatório da bola ao longo do tempo possui uma forma senoidal, também conhecido
como Movimento Harmônico Simples (MHS).

Figura 1.2: Movimento Harmônico Simples

Observe na Fig. 1.2 que quando o tempo era igual a 2 s a bola estava se afastando da posição
de equilíbrio em direção ao seu valor mínimo -A. Assim que ela alcançou este ponto, inverteu seu
movimento, passou novamente pela posição de equilíbrio para, em seguida, alcançar seu valor
máximo A. A partir daí, ela retorna novamente ao ponto de equilíbrio, em 3 s. Note que esta
trajetória que acabamos de descrever foi realizada pela bola em apenas 1s. Portanto, podemos
concluir que o sinal se repete a cada segundo. Ao tempo necessário para o sistema realizar uma
trajetória completa damos o nome de Período, representado pela letra T que, para o nosso exemplo,
corresponde a 1s.

Ao observarmos a Fig. 1.3, verificamos que é possível representar este movimento pela Eq.
1.1:

= ( ) (1.1)

Onde é a amplitude máxima do movimento e a variável representa um ângulo, que pode


ser definido em graus quanto radianos. Lembrem-se que 360° correspondem a 2 pi radianos. Neste
momento, vale a pena destacar que a variável deve relacionar as grandezas tempo e frequência.

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Figura 1.3: Movimento Harmônico Simples – Equação da Trajetória

Para compreendermos melhor o conceito de frequência, realizaremos um experimento


bastante simples, que consiste em posicionar um cronômetro com contador de forma que o seu
botão seja acionado sempre que a bola atingir seu ponto de mínima amplitude, conforme mostrado
na Fig 1.4a. Em seguida, colocamos a bola para oscilar em uma determinada frequência e, após
transcorrido um determinado intervalo de tempo, verificamos a quantidade de vezes que ela tocou
o botão do contador.

Ao conferirmos os valores indicados no cronômetro da Fig. 1.4b, notamos que, em um


intervalo de 1s a bola tocou o botão apenas uma única vez. Portanto, podemos afirmar que o tempo
que a bola demorou para percorrer um ciclo completo foi de 1 segundo, em outras palavras, o seu
o período T foi 1s. Neste momento já podemos introduzir o conceito de frequência, que nada mais
é do que o número de ciclos concluídos em uma unidade de tempo. Desta forma, ao dividirmos 1
ciclo por 1 s, temos como resultado uma frequência = 1 Hz. Perceba ainda que a frequência
também pode ser obtida a partir do inverso do período, ou seja:

= (1.2)

Já na Fig. 1.4c, observamos que a bola se movimenta mais rapidamente do que na Fig. 1.4.b,
pois foi capaz de completar dois ciclos em um intervalo de 1s, que corresponde a uma frequência
= 2 Hz. De maneira análoga, na Fig. 1.4d verificamos que a bola completou 4 ciclos em 1s,
portanto, seu período é = 0,25 s e sua frequência = 4 Hz. Neste momento, é bastante
oportuno destacarmos que quando o período diminui, a frequência aumenta.

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a) Configuração do Experimento b) Frequência de 1Hz

c) Frequência de 2 Hz d) Frequência de 4 Hz

Figura 1.4: Demonstração do Conceito de Frequência

Agora que já entendemos o conceito de Frequência, veremos que há três principais unidades
de medição para descrevê-la. A primeira delas é o Hz que, como acabamos de estudar, representa
a quantidade de ciclos concluídos em um intervalo de tempo correspondente a 1s.

A segunda, é o RPM, que significa Rotações Por Minuto. Para compreendermos melhor o
significado dessa unidade, utilizaremos a nossa bancada virtual, apresentada na Fig. 1.5, onde
podemos observar que ela é composta por um motor elétrico, que aciona um rotor bi apoiado por
mancais de rolamentos.

Figura 1.5: Bancada Virtual

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Ao examinarmos a placa de identificação do motor da nossa bancada virtual, apresentada na


Fig. 1.6, notamos que há várias informações à disposição, mas três merecem destaque especial:

 Rotação: 3445 RPM


 Potência: 300 kW (400 cv)
 Rolamentos: 6314-C3

Rolamentos
Figura 1.6: Placa de Identificação do motor

Na maior parte das máquinas industriais, a rotação é dada em RPM. Apesar disso, a unidade
preferida em análise de vibrações é o Hz. Por isso, é imprescindível que saibamos a relação entre
ambas. Como já sabemos, a unidade RPM corresponde a quantas rotações o eixo realiza em 1
minuto, ao passo que o Hertz indica a quantidade de rotações que o eixo desenvolve em 1 s.
Portanto, como 1 minuto possui 60 segundos, se afirmarmos que determinada máquina opera a 1
Hz, é equivalente a dizer que ela gira a 60 rpm. Com base nesta informação, podemos facilmente
converter os valores de RPM para Hz e vice versa. Para ficar mais claro, apresentamos a
estruturação de uma regra de três na Fig. 1.7.

Figura 1.7: Conversão de RPM para Hz

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Conforme podemos observar na Fig. 1.7, para convertermos a rotação em RPM para Hz,
basta dividi-la por 60:

= (1.3)

Como a rotação do motor da bancada virtual é de 3445 RPM, sabemos que isso equivale a
57,42 Hz.

Por fim, apresentaremos a terceira e última unidade de frequência, que é radianos por
segundos.

Já vimos que em 1 Hertz é realizada uma rotação completa em 1s, que corresponde a 360°
por segundo. Como 360 graus é igual a 2 radianos, podemos dizer que 1 Hz é equivalente a 2
radianos por segundo (rad/s). A partir desse raciocínio, podemos elaborar uma regra de 3,
apresentada na Fig. 1.7:

Figura 1.7: Conversão de Hz para rad/s

Na Fig. 1.7 observamos que a rotação do eixo da bancada virtual é 360,58 rad/s. Desta forma,
para convertermos uma rotação dada em Hz para rad/s basta multiplicarmos por 2 :

= ∗2 (1.4)

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