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Caderno Virtual de Turismo

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RNO VIRT ISSN: 1677-6976 Vol. 10, N° 2 (2010)

RI
SMO
DE

CA

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade


de destinos turísticos: uma revisão de literatura
Itamar Dias e Cordeiro (itamar_cordeiro@yahoo.com.br)*
Nathália Körössy Leite (nathaliakorossy@gmail.com)**
Maria do Rosário Partidário (mrp@civil.ist.utl.pt)***
Resumo

Considerado como o principal desafio da humanidade ao longo do século XXI, o


desenvolvimento sustentável configura-se cada vez mais como um fim a ser alcançado
pelas várias atividades econômicas. Com o turismo, uma das principais atividades
econômicas em nível mundial, não é diferente. No entanto, "desenvolvimento sustentável"
e "turismo sustentável" são apenas conceitos e como em todo conceito, só há uma forma de
constatar sua efetividade: através da avaliação. Avaliar algo como a sustentabilidade do
turismo não é tarefa fácil e para auxiliar neste processo, existem ferramentas específicos. O

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


presente artigo apresenta cinco destas ferramentas e analisa criticamente o potencial de
cada uma delas para avaliar a sustentabilidade do turismo.

Palavras-chave: Indicadores de Turismo Sustentável; Instrumentos de Avaliação de


Sustentabilidade.

Abstract

Considered as the main goal of the humanity in the 21st century, the sustainable develop-
ment is broadly pursued by the economics activities and with tourism, one of the most
important economical activities at the global level is not different. Therefore, "sustainable Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
www.ivt -rj.net
development" and "sustainable tourism" are just concepts and like every concept, it has only
one way to verify its effectiveness: by the assessment. To assess something like tourism
LTDS sustainability is not a simple task and to help this process it has specifics tools. This paper
presents five of these tools and analyzes its potentials to assess the tourism sustainability.
Laboratório de Tecnologia e
Desenvolvimento Social
Key-words: Sustainable Tourism Indicators; Sustainable Assessment Tools.

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Introdução base em julgamentos subjetivos, sem
DE

CA Mais que "uma das maiores indústrias referência a quaisquer padrões ou critérios
do mundo" (UNWTO, 2004a, 2004b), o turismo que suportem as afirmações. Nestas
é "incontestavelmente, um fenômeno condições, a sustentabilidade no turismo
econômico, político, social e cultural dos mais acaba por ser mais uma aspiração do que
expressivos das sociedades ditas pós- propriamente um objetivo mensurável
industrializadas" (Rodrigues, 1996, p.17). Nesta (Middleton & Hawkins, 1998). Mantendo-se
perspectiva, a ampla possibilidade que a nesse rumo, a sustentabilidade do turismo
atividade abre para o desenvolvimento dos permanecerá como está: apenas no plano
países faz com que a mesma seja da retórica (Butler, 1999; Diamantis, 1999), sem
considerada como um item estratégico, de nenhuma aplicabilidade; e isso é inaceitável.
vez que pode ajudar a reestruturar territórios O processo de avaliação torna-se
que perderam suas vantagens competitivas particularmente útil uma vez que, como
(Soukiazis & Proença, 2007). sugere van Bellen (2005), "pode ajudar a

Não obstante tamanho potencial, transformar a preocupação com a

constata-se que ao se desenvolver, o turismo sustentabilidade em uma ação pública

acaba por provocar significativos impactos consistente". Com efeito, não há outra forma

ambientais, sociais, culturais, econômicos e de distinguir se está a se caminhar na direção

territoriais (Saarinen, 2006; Hardy & Beeton, correta que não por meio da avaliação

2001). Assim, face ao reconhecimento de que (Moran et al, 2008; UNWTO, 2004a; Bossel,

pode tornar-se vítima do seu próprio êxito 1999; Meadows, 1998, 1994), afinal: quem

(CE, 2007; Briguglio & Briguglio, 1996) surge e se avalia sabe por onde anda, a que distância

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


afirma a idéia de que a atividade deve se está de seus objetivos, os problemas e

desenvolver de forma sustentável. obstáculos a enfrentar e como, quando e

Embora a preocupação com a com quais recursos fazê-lo (Barbosa & Garcia,

sustentabilidade do turismo já esteja 2001). Logo, para que a sustentabilidade seja

enraizada e muitos governos nacionais e efetiva e migre da teoria para a prática, é

autoridades locais tenham dedicado espe- preciso que hajam mecanismos preparados

cial atenção às questões de sustentabilidade para avaliar se a mesma está de fato

(CE, 2007), há que se ter em conta que a ocorrendo. As medições, como referem van

mera aceitação do conceito de Bellen (2005); Moran et al (2008) são

desenvolvimento sustentável não significa indispensáveis para que um modelo se torne Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

que o mesmo esteja a ser transposto e operacional.

implementado na prática (Nitsch & van der Neste sentido, é útil e necessário ter

Straaten, 1995). Com efeito, Ruhanem (2004), claras e organizadas as diferentes

Simpson (2001) e Trousdale (1999), por ferramentas existentes que procuram

exemplo, afirmam que no sector do turismo, mensurar a sustentabilidade do

de uma forma geral, há um vazio crescente desenvolvimento sustentável, uma vez que
* Turismólogo, Mestre em Ordenamento entre a "doutrina da sustentabilidade" e sua o conhecimento acerca dos mecanismos
do Território e Planejamento Ambiental
(Universidade Nova de Lisboa); Bolsista do aplicação ao "mundo real". disponíveis para mensurar a sustentabilidade
Programa AlBan.
E-mail: itamar_cordeiro@yahoo.com.br pode auxiliar os tomadores de decisões (em
Segundo Ko (2005), desde o começo
** Turismóloga, Mestre em Geografia particular) e à sociedade civil (em geral) no
(Universidade de Lisboa); Bolsista do dos anos 90 os debates sobre turismo
Programa AlBan.
E-mail: nathaliakorossy@gmail.com sustentável têm se dado mais a nível teórico processo de utilização destas ferramentas de

*** Professora Associada Agregada, DECivil que prático e a sustentabilidade do turismo uma forma mais adequada e consistente
e Arquitectura, Instituto Superior Técnico.
E-mail: mrp@civil.ist.utl.pt é auferida, em grande parte das vezes, com (van Bellen, 2005).

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É precisamente isto que se procura com 115 destinos turísticos mundialmente
DE

CA este artigo: traçar um breve perfil de cinco conhecidos.


destas metodologias de avaliação da A análise é feita com base no veredicto
sustentabilidade de destinos turísticos de um painel com mais de 200 peritos das
(selecionadas a partir de ampla revisão mais diversas áreas (geografia, fotografia,
bibliográfica sobre o tema), refletindo ecologia, história, antropologia, arqueologia,
criticamente sobre suas capacidades para turismo sustentável, planejamento regional),
realizarem aquilo a que se propõem. todos suficientemente bem viajados e com
boas bases para compararem os destinos
Instrumentos de Avaliação de entre si (Tourtellot, 2007). Os critérios de análise
Sustentabilidade do Turismo dos 115 destinos turísticos mundiais utilizados
Entre os instrumentos que foram pelos painelistas na sua avaliação sobre a
desenvolvidos para avaliar a situação sustentabilidade dos destinos turísticos são
específica da sustentabilidade no turismo (Partidário, 2004): a qualidade ambiental e
destacam-se cinco: o Destination Scorecard ecológica do destino; a integridade social e
do National Geographic Traveler; a Pegada cultural; As condições do patrimônio
Ecológica do Turismo (Tourism Ecological Foot- construído (arqueológico, histórico e estruturas
print); o Barômetro de Sustentabilidade do existentes); a atratividade estética (tanto do
Turismo (Barometer of Tourism Sustainability); patrimônio natural como do construído); a
o Sistema de Indicadores de Turismo qualidade da gestão turística (mais
Sustentável da Organização Mundial de especificamente as características do
Turismo (UNWTO); e o Core Set Indicators (CSI) desenvolvimento turístico como: os benefícios

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


of Sustainable Tourism da Agência Européia para a população local; informação aos
de Estatística (Eurostat). turistas sobre o local e o seu papel nesse
destino); e a perspectiva futura para o
Destination Scorecard do National destino em termos de sustentabilidade tendo
Geographic Traveler em consideração as práticas dominantes.
Desde que o boom de viagens
Com base nestas questões avaliam-se
começou após a II Guerra Mundial, problemas
os diversos destinos a partir de uma escala
ambientais, sociais e culturais provocados
de pontos que vai de 1 (catastrófico) a 10
pelo turismo de massa têm posto em risco a
(sustentável). A partir destes critérios, obtém-
Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
integridade de destinos turísticos em todo o
se um ranking dos destinos turísticos mais
mundo. Diante deste fato, quais os destinos
sustentáveis. Para locais onde os peritos
turísticos que têm conseguido proteger-se con-
discordem amplamente, faz-se uso de um
tra estas ameaças e quais os que têm
segundo round de pontuação onde são
falhado? É esta pergunta que o Destination
trocados comentários adicionais sobre os
Scorecard procura responder.
destinos em questão, seguida de nova
Desenvolvido no âmbito do National sessão de pontuação.
Geographic's Sustainable Tourism Initiative
Em 2004, o Destination Scorecard
em parceria com a Leeds Metropolitan Uni-
apontava que entre os destinos turísticos mais
versity (Inglaterra), trata-se de uma
sustentáveis do mundo estavam, em primeiro
ferramenta que tem como objetivo avaliar a
lugar, os fjords da Noruega, em 8º lugar o
sustentabilidade de destinos turísticos com
centro histórico de Salzburg (Aústria) e em 9º
base em seis critérios que analisam a
lugar o Parque de Yellowstone (Estados
integridade cultural, ambiental e estética de
Unidos). Entre os destinos classificados como

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medianos, estavam as ilhas Galápagos relações entre turismo e ambiente;
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CA (Equador), a Grande Barreira de Corais compreender diferentes áreas dentro do


(Austrália) e a Grande Muralha (China), em modelo DPSR1; disponibilidade de dados; e
13º, 14º e 21º lugares, respectivamente. Entre ser adequado para diferentes escalas
os destinos consideradas "menos sustentáveis", geográficas.
estavam as Pirâmides de Gizé (Egito) em 29º Numa segunda fase, esta lista foi
lugar, a Região turística do Algarve (Portugal) submetida a um conjunto de peritos da AAE,
em 33º lugar, e a Costa do Sol (Espanha), em OCDE e UNWTO, que fizeram considerações
37º lugar (última colocação do ranking). sobre os indicadores apresentados. A partir
destas intervenções foi definido o conjunto
Core Set Indicators (CSI) para o de 20 indicadores que compõem o CSI para
Desenvolvimento Sustentável do
avaliação da sustentabilidade do turismo.
Turismo da Eurostat
Numa terceira e última fase, este conjunto
Segundo EC (2002), para se avaliar a
de indicadores foi então testado num
sustentabilidade de um destino turístico é
exercício-piloto em alguns destinos turísticos
preciso utilizar indicadores. Reconhecendo a
da Suécia, Espanha, Áustria e Hungria. Os
necessidade da atividade se desenvolver de
indicadores são:
forma sustentável, a Eurostat organizou um
* Para avaliar as forças motrizes:
conjunto de indicadores próprio para o efeito.
"número de camas em hotéis e
A delimitação do CSI foi obtida a partir
estabelecimentos similares"; "número
de várias etapas. A primeira delas foi uma
de viagens por meio de transporte";
revisão da literatura já existente sobre o

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


"% da população empregada no
assunto, através da qual foram analisados
turismo"; "gasto doméstico no
materiais de organizações como a Agência
consumo do turismo" e "a
Ambiental Européia (AAE), a Organização
contribuição do turismo para o PIB".
para a Cooperação e o Desenvolvimento
* A fim de identificar quais as pressões
Econômico (OCDE) e a Organização Mundial
que o turismo exerce sobre o
de Turismo das Nações Unidas (UNWTO), bem
ambiente: "pernoites em vários tipos
como relatórios de países com trabalhos
de acomodações"; "emissão de CO2
relevantes no campo de indicadores de
a partir do consumo de energia pelas
sustentabilidade do turismo, como Espanha,
instalações turísticas"; "água utilizada
Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
Grã-Bretanha e Áustria. Este material foi
por turista por dia em relação ao uso
complementado com pesquisas em
pela população residente"; "geração
bibliotecas e na internet que resultaram em
de lixo pelos turistas" e "descarga de
aproximadamente 30 livros e relatórios de in-
água devido ao turismo".
teresse. Como resultado desta fase, foi gerada
* Como indicadores de estado: "áreas
uma lista preliminar com mais de 200
1. Uma ferramenta utilizada para utilizadas para fins específicos de
selecionar os indicadores relevantes que potenciais indicadores.
iriam compor o CSI foi a estrutura de lazer"; "a % de áreas cobertas por
avaliação integrada para análise de dados
Contudo, como identifica a própria EC
sobre atividades humanas e ambiente, florestas" e "a % de áreas de terra e
também conhecido como modelo DPSIR
(2006), o número limitado de indicadores,
(Driving forces, Pressure, State, Impact água protegidas".
and Responses) desenvolvido pela AAE a
partir do conhecido modelo PSR (Pressure, fáceis de manusear, foi um dos critérios sobre
* Para avaliar os impactos do turismo:
State, Response) da OCDE e considerado
um dos sistemas de indicadores mais os quais foi construído o CSI. Assim, a partir da
"turistas expostos ao barulho em
aceites a nível mundial. O esquema DPSIR
pode ser utilizado para descrever as primeira aproximação, os indicadores foram
relações entre as causas e as
hotéis e estabelecimentos similares" e
conseqüências dos problemas submetidos a uma série de critérios de seleção,
ambientais, de modo a interpretar a sua
"qualidade da água balnear".
dinâmica e a pôr em relevo as ligações tais como: relevância para expressar as
entre os elementos em causa.

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* Para captar as respostas dadas por participantes têm aprendido sobre a
DE

CA aqueles que estão envolvidos no aplicação dos mesmos e contribuído para


desenvolvimento do turismo: "o avançar com a metodologia. Este processo
volume de águas residuais tratadas de melhoramento contínuo culminou com a
devido ao turismo"; "a participação publicação, em 2004, do guidebook sobre
dos equipamentos turísticos em indicadores de desenvolvimento sustentável
reconhecidos sistemas de certificação para destinos turísticos.
ambiental" como, por exemplo, Segundo a UNWTO (2004a), tanto o
sistemas ISO (International Standards manual quanto os indicadores foram
Organization) e EMAS (Eco-Manage- concebidos com o intuito de ajudar os
ment and Audit Scheme)2 e "a % dos administradores do turismo a obter e usar a
equipamentos turísticos com rótulos melhor informação possível como suporte
ambientais. Especificamente voltado para uma tomada de decisão que observe
para avaliar respostas institucionais o desenvolvimento sustentável do turismo.
são: "o gasto para manutenção/ Estes indicadores são divididos em diferentes
reparação do patrimônio histórico e tipos e definidos para diferentes escalas. A
cultural" e "a existência de processos sua aplicação varia consoante o nível de
de planejamento territorial, que façam atuação e o tipo de impactos que se
referência específica às atividades pretenda avaliar.
turísticas".
Os indicadores da UNWTO analisam
Enfim, em termos gerais, o que se pode
aspectos como: bem-estar das comunidades
dizer do CSI da Eurostat é que se trata de

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receptoras; aspectos culturais; participação
uma compilação dos indicadores mais
da comunidade no desenvolvimento do
freqüentes utilizados em outros sistemas de
turismo; satisfação do turista; saúde e
indicadores sobre turismo sustentável.
segurança; benefícios econômicos oriundos
do turismo; proteção dos valores naturais;
Indicadores da Organização
gestão de recursos naturais escassos;
Mundial de Turismo (UNWTO)
impactos do turismo associados à geração
Assente na premissa de que os
de resíduos e poluição (do ar, sonora e vi-
indicadores são uma via para minimizar, ou
sual); controle das atividades turísticas;
mesmo suprimir a subjetividade presente em
planejamento do destino; desenho de
Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
muitas discussões sobre o desenvolvimento
produtos e serviços; e a sustentabilidade de
sustentável, a Organização Mundial de
serviços e operações turísticas.
Turismo (UNWTO) vem, desde 1992,
trabalhando no sentido de desenvolver e
Barômetro de Sustentabilidade do
implementar indicadores que possam auxiliar Turismo
no processo de desenvolvimento sustentável
O Barômetro de Sustentabilidade do
de destinos turísticos.
Turismo (Barometer of Tourism Sustainability
O primeiro manual sobre indicadores de - BTS) é uma adaptação feita por Ko (2001,
sustentabilidade do turismo produzido pela 2005) do já conhecido Barômetro de
Instituição foi editado em 1995/96, resultado Sustentabilidade (Barometer of
2. O Eco-Management and Audit Scheme de testes-piloto no Canadá, Estados Unidos, Sustainability) desenvolvido originalmente
é um instrumento da União Européia para
companhias e outras organizações México, Holanda e Argentina (UNWTO, 2004a). por Prescott-Allen. Não tem, portanto,
avaliarem, comunicarem e melhorarem
sua performance ambiental. Fonte: "http:/ Desde então, tem havido em todo o mundo nenhuma relação com o "Barômetro do
/ec.europa.eu/environment/emas/
about/summary_en.htm", acesso em 10/ diversos workshops e estudos de caso onde os Turismo" publicado regularmente pela
03/08.

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Organização Mundial de Turismo, com a Em suma, o Barômetro de
DE

CA função de monitorar e oferecer informações Sustentabilidade é uma ferramenta que


relevantes sobre a evolução do setor. combina duas dimensões fundamentais: o

Para Ko (2005), um destino turístico é uma ecossistema e o sistema humano. Estas

atração turística (seja ela artificial ou natural) dimensões são apresentadas em uma

incluindo o sistema humano e o ecossistema, representação gráfica bidimensional,

influenciado por atividades turísticas. Assim, procurando facilitar a compreensão e dar

para que o destino seja sustentável, estes dois um quadro geral do estado do meio

sistemas devem ser simultaneamente ambiente e da sociedade (fig. 1).

sustentáveis. É neste sentido que, tendo em Figura 1. Representação gráfica utilizada na metodologia do
Barômetro de Sustentabilidade
conta a sua potencialidade para avaliar tais
dimensões, Ko (2001, 2005) recomenda o
Barômetro de Sustentabilidade do Turismo
como a melhor opção para avaliar a
sustentabilidade de destinos turísticos.

Desenvolvido por especialistas do World


Conservation Union (IUCN) e do International
Development Research Centre (IDRC), o
Barômetro de Sustentabilidade tem como
objetivo fundamental medir a
Fonte: Ko (2001)
sustentabilidade (van Bellen, 2005).
O principal mérito destacado pelos seus

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


Originalmente a metodologia utiliza escalas
de desempenho que vão de ótimo a péssimo proponentes está na capacidade da

para avaliar os níveis de bem-estar social e ferramenta tratar igualmente pessoas e

do ecossistema. Ambos os sistemas (social e ecossistemas. Isto porque utiliza um sistema

ecológico) são avaliados a partir de de avaliação com 2 eixos que asseguram

indicadores que procuram analisar tanto o que um aumento da qualidade ambiental

bem-estar da sociedade (bem-estar indi- não mascare, por exemplo, um declínio do

vidual, saúde, educação, desemprego, bem-estar da sociedade ou vice-versa (van

pobreza, rendimentos, crime) como o estágio Bellen, 2005). Será, portanto, a interseção

de conservação dos recursos naturais. entre estes dois eixos que fornecerá o grau
de sustentabilidade do destino turístico Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
Uma das características mais
estudado.
destacadas deste instrumento é sua
capacidade de posicionar determinada A adaptação proposta por Ko (2001;

sociedade (ou destino turístico no caso do BTS) 2005) procura aplicar a metodologia para

no contexto do desenvolvimento sustentável. avaliar a sustentabilidade de um destino

Ao utilizar uma escala de desempenho (1-20, turístico ao invés de um país, baseado na

insustentável; 21-40, potencialmente premissa de que, em essência, um destino

insustentável; 41-60, intermediário; 61-80, turístico é um espaço geográfico com

potencialmente sustentável; 81-100, ecossistemas e com um sistema humano (as

sustentável) o instrumento possibilita, segundo duas componentes trabalhadas pela

Ko (2005), interpretar o desenvolvimento para metodologia). Portanto, o Barômetro de

além do meramente "sustentável" ou Sustentabilidade do Turismo, vale-se dos

"insustentável". mesmos pressupostos e funciona tal e qual o


instrumento que lhe deu origem. Utiliza uma

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escala de desempenho, indicadores e a autores, de uma ferramenta que procura
DE

CA mesma representação gráfica bidimensional, auxiliar o planejamento rumo à


que irá fornecer a medida de sustentabilidade (Wackernagel & Rees, 1996).
(in)sustentabilidade do destino turístico. Genericamente, o método da Pegada
Para o caso específico dos destinos Ecológica pode ser definido como uma forma
turísticos, Ko (2001) sugere que o Barômetro de de medir o impacto humano na Terra,
Sustentabilidade deve se preocupar em exprimindo as áreas de mar e terra
utilizar indicadores que representem aspectos necessárias para produzir a energia/materiais
políticos, econômicos, socioculturais, utilizados e para assimilar os resíduos gerados
ambientais e a qualidade da experiência do por uma dada unidade de população, que
turista. Contudo, embora o defenda pode ser um indivíduo, uma comunidade,
enquanto "um modelo útil e prático para uma atividade econômica, uma região, um
avaliar a sustentabilidade do turismo" (Ko, país ou mesmo a população mundial
2005), não faculta informações sobre que (Wackernagel & Rees, 1996). Ou seja, pode-
indicadores são os mais adequados, nem se dizer que a Pegada Ecológica determina
apresenta quaisquer aplicações práticas a exigência humana sobre a natureza no
deste instrumento no sentido estrito de avaliar que respeita à área terrestre e aquática,
a sustentabilidade de destinos turísticos 3 . necessária para a disponibilização de recursos
Trata-se, portanto, de um instrumento ainda ecológicos e serviços - alimentos, fibras,
num estágio bastante precoce de madeira, terreno para construção e terrenos
desenvolvimento e que ainda não dispõe de para a absorção do dióxido de carbono
resultados práticos que comprovem a (CO2) emitido pela combustão de

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


utilidade do mesmo. combustíveis fósseis (WWF, 2006). Para tanto,
trata de i) contabilizar os fluxos de matéria e
Pegada Ecológica do Turismo energia que entram e saem de um

Considerado como um dos instrumentos determinado sistema econômico e ii) con-

de avaliação de sustentabilidade mais verter estes fluxos em área correspondente

lembrados pelos especialistas, conforme de terra ou água existentes na natureza para

identificado por van Bellen (2005), a Pegada sustentar este sistema.

Ecológica é, apesar das críticas, a A partir desta lógica, a metodologia da


metodologia mais recomendada quando se Pegada Ecológica foi aplicada em inúmeras
trata de comparar a demanda humana sobre ocasiões, a diversas escalas, para medir o Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

a biosfera com a capacidade da Terra de impacto das mais variadas atividades


sustentá-la (Moran et al, 2008). Trata-se de humanas. Seus próprios proponentes
um instrumento sobre o qual alguns autores reconhecem e estimulam que a mesma seja
depositam grandes esperanças no sentido de adaptada para os mais inusitados exercícios
avaliar a sustentabilidade do turismo. de avaliação de sustentabilidade

A Pegada Ecológica (Ecological Foot- (Wackernagel & Rees, 1996). Foi precisamente

print Method - EFM) é uma ferramenta isto que fizeram alguns investigadores no

desenvolvida para medir a sustentabilidade campo do turismo.

3. O desenvolvimento dos indicadores,


ecológica de um determinado sistema a partir Gössling et al (2002), calcularam os
bem como a aplicação prática da
metodologia é justamente o tema da da contabilização dos fluxos de matéria e consumos/resíduos associados à atividade
tese de Doutoramento do referido autor
que tem como objetivo comprovar a energia existentes numa determinada a partir de quatro categorias: transportes,
utilidade do Barômetro de
Sustentabilidade enquanto ferramenta de economia, convertendo-os em áreas de terra alojamentos, atividades, e alimentação e
avaliação da sustentabilidade de destinos
turísticos. ou água produtivas. Trata-se, segundo os seus consumo de fibras. Chegaram à conclusão

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de que a atividade turística naquele destino Na sua formulação original, os Princípios
DE

CA seria sustentável, uma vez que a Pegada de Bellagio não são orientados
Ecológica do Turismo seria menor que a especificamente para o turismo; no entanto,
capacidade do ecossistema em fornecer/ segundo Ko (2005), os mesmos são
assimilar os recursos utilizados. perfeitamente aplicáveis ao seu processo de

Já WWF-UK (2002) analisaram dois avaliação da sustentabilidade da

destinos de viagens (Mallorca e Chipre), a atividade. Assim, considerando que sintetizam

partir de nove categorias: água, resíduos, a percepção geral sobre os aspectos

alojamentos, alimentação, viagem de/para relacionados com a avaliação do

o aeroporto, viagem aérea até ao destino, desenvolvimento sustentável e tendo em

aluguer de carros, excursões e consumo conta a inexistência de uma carta de

energético do hotel. Nos dois destinos, os princípios semelhante específica para

autores encontraram uma Pegada Ecológica destinos turísticos, pode-se afirmar que os

maior que a capacidade de fornecimento/ princípios de Bellagio constituem a maneira

absorção dos recursos utilizados pelo turismo, mais clara e objetiva de verificar se os

tendo classificado a atividade, tanto em instrumentos anteriormente citados

Mallorca como no Chipre, de insustentável. encontram-se aptos para avaliar a


sustentabilidade dos destinos turísticos.

Analisando os Instrumentos de Nesta perspectiva, os referidos


Avaliação da Sustentabilidade: instrumentos foram analisados segundo três
Parâmetros e Pressupostos. critérios:
EC (2006) refere-se ao conceito de

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


I. Visão de desenvolvimento
desenvolvimento sustentável como um sustentável: o sucesso de qualquer
conceito de fácil entendimento, mas que vem processo de avaliação está
sendo criticado por ser de difícil aplicação em vinculado a uma definição clara do
diferentes setores. Tendo em conta que o objeto em análise. Assim, para que
turismo sustentável se alicerça sobre o tenha condições de cumprir com os
conceito de sustentabilidade e dado a falta seus propósitos, um instrumento que
de consenso sobre o mesmo (EC, 2006), desde procura avaliar a sustentabilidade
logo fica evidente que estudar instrumentos do turismo deve ter, antes de mais,
de avaliação de sustentabilidade é um uma visão bastante clara do que
exercício susceptível de se tornar arbitrário. pode ser um desenvolvimento Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

Por este motivo, a utilização de um marco sustentável. Considerando que uma


conceitual que possa servir como baliza e que definição clara é necessária para
possibilite minimizar a margem de evitar confusão ou equívocos, algo
subjetividade torna-se fundamental. muito comum neste campo de
Dentre as iniciativas existentes no investigação (Ko, 2005), utilizou-se
sentido de facilitar o processo de como referência a definição de
desenvolvimento de mecanismos de sustentabilidade mundialmente mais
4. Originado em Novembro de 1996, quando avaliação rumo à sustentabilidade, os conhecida e aceite: a do Relatório
um grupo de especialistas e investigadores
em avaliação de todo o mundo se reuniram Princípios de Bellagio para a Avaliação, ou Brundtland. No entender de Foladori
no Centro de Estudos e Conferências da
Fundação Rockefeller em Bellagio (Itália) simplesmente Princípios de Bellagio4, figuram (2005), são duas as características
para rever os dados e as diferentes
iniciativas de avaliação de entre os mais mencionados e recomendados
sustentabilidade até aquela data, os
intrínsecas nesta definição: i) a
Princípios de Bellagio acabaram por servir
como um guia de boas práticas para
(van Bellen, 2005; Ko, 2005; Graymore, 2005). preocupação com as futuras
avaliar o desenvolvimento sustentável
(Graymore, 2005). gerações e ii) a preocupação com os

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sistemas social, econômico e na avaliação do seu desempenho
DE

CA ambiental. Fez-se uso, pois, destas em relação aos objetivos


duas características para chegar à estabelecidos e fornecendo bases
conclusão acerca da visão de para o planejamento de futuras
sustentabilidade dos instrumentos ações (van Bellen, 2005). Tendo isto
analisados. em conta, analisou-se a capacidade
II. Comunicação Efetiva: Jesinghaus destes indicadores em apoiar os
(apud van Bellen, 2005) e Partidário tomadores de decisões com
(2007) reconhecem claramente que a informações úteis.
comunicação dos resultados é
fundamental em qualquer ferramenta Reflexão Crítica acerca dos
de avaliação da sustentabilidade, Instrumentos de Avaliação de
Sustentabilidade do Turismo
encorajando a adoção de diferentes
atitudes e opções de O propósito da investigação é o de

desenvolvimento em processos fazer avançar o conhecimento científico

sustentáveis. Quando se fala em (Beni, 2002) e, neste sentido, a identificação

"comunicação" refere-se de vazios é um passo importante. Um destes

especificamente à capacidade que vazios decorre da insatisfação sobre a

os mesmos devem possuir para adequação das atuais metodologias de

expressar e comunicar, em linguagem avaliação da sustentabilidade para

acessível, a todos os que se interessem alcançar os propósitos fundamentais da

pela sustentabilidade de um destino avaliação da sustentabilidade em diversos

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


turístico. Nesta perspectiva, analisou- setores, entre os quais a avaliação da

se a capacidade dos instrumentos em sustentabilidade de destinos turísticos.

comunicar de forma clara e concisa o Assim, com base na lógica de


estágio de sustentabilidade de um funcionamento destas metodologias e
destino turístico; tomando-se os Princípios de Bellagio como
III. Capacidade de apoio à decisão: referência, faz-se agora uma reflexão acerca
na mesma medida, o sucesso de um de suas respectivas virtudes e deficiências,
processo de avaliação também com a finalidade de identificar se as mesmas
depende estritamente das cumprem com os requisitos que se esperam

Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário


informações fornecidas e da forma verem presentes em instrumentos desta
como são fornecidas (Moldan & Bilharz natureza.
apud van Bellen, 2005; Partidário,
2007), uma vez que serão estas Visão de Desenvolvimento
informações que proporcionarão as Sustentável
bases necessárias à gestão do destino Segundo os Princípios de Bellagio, um

(CE, 2007) e ao redirecionamento do instrumento de avaliação de

planejamento, se for o caso (van sustentabilidade deve ter uma visão clara

Bellen, 2005). Por este motivo, a do que é desenvolvimento sustentável.

função-chave de qualquer indicador Considerando-se que a visão de

é reduzir o volume e a complexidade desenvolvimento sustentável aqui adotada

de informações requeridas de forma a é a do Relatório Brundtland, pode-se afirmar

prover informação relevante e útil aos que nem a Pegada Ecológica do Turismo,

tomadores de decisão, auxiliando-os nem o Destination Scorecard a possuem.

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Wackernagel & Rees (1996, p.07) deixam se esta se encontra, de fato, presente na
DE

CA bastante clara a visão de sustentabilidade metodologia.


presente na metodologia da Pegada Ao tratar unicamente dos níveis de
Ecológica ao afirmarem que "se nós queremos bem-estar social e ambiental, a visão de
viver sustentavelmente, devemos assegurar sustentabilidade presente na metodologia
que usamos os produtos e processos essenciais do Barômetro de Sustentabilidade do Turismo,
da natureza de forma não mais rápida do não contempla a dimensão econômica. A
que eles possam ser renovados, e que não proposta apresentada por Ko (2005) opta
despejamos resíduos de uma forma não mais por ignorar a definição do relatório
rápida do que eles possam ser absorvidos". O Brundtland e adota uma definição própria,
que se depreende é que a visão de de modo que a sustentabilidade, na
sustentabilidade na Pegada Ecológica (e perspectiva da metodologia, se traduziria
conseqüentemente na da Pegada Ecológica num equacionamento entre as
do Turismo) é meramente de ordem biofísica e componentes qualidade de vida e
não aborda outras perspectivas como a qualidade do ecossistema. Tal como nas
econômica ou a social. metodologias anteriores, a preocupação
De mesma opinião, Wilson et al (2007), com as futuras gerações não é explícita.
van Bellen (2005), van den Bergh & Embora recepcione claramente o
Verbruggen (1999) e Bossel (1999) entendem conceito de desenvolvimento sustentável
que a Pegada Ecológica considera apenas segundo o Relatório Brundtland, o que se
a questão dos recursos naturais e embora seus infere da análise do CSI da Eurostat é que o
autores afirmem a preocupação com a

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


mesmo é demasiado focado na componente
economia e a sociedade, a ferramenta não ecológica. O próprio documento que
se ocupa destes campos. A preocupação apresenta a ferramenta reconhece que o
com as futuras gerações também não é clara principal critério empregado na seleção dos
nesta metodologia, embora se possa inferir que indicadores que compõem o CSI foi a
ao defender uma taxa de consumo menor relevância que os mesmos tinham para
que a capacidade de reposição/absorção analisar a relação entre turismo e ambiente
do ambiente a metodologia apresenta uma (EC, 2006). Logo, o CSI sugerido pela Eurostat
preocupação com a possibilidade das futuras cai no mesmo equívoco dos instrumentos
gerações satisfazerem suas necessidades, isto anteriores ao ignorar a dimensão social da
não se encontra explícito5. sustentabilidade, uma vez que, dos 20 Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

O Destination Scorecard, por seu turno, indicadores que compõem a ferramenta,


não adota qualquer definição de apenas 1 ("% da população empregada no
sustentabilidade, e tão pouco recomenda um sector do turismo") apresenta uma
conceito a ser utilizado pelos seus painelistas. preocupação de ordem socioeconômica.
As interpretações acerca do que é Para além disso, não são observados
desenvolvimento sustentável e turismo quaisquer indicadores que reflitam a
sustentável ficam a cargo de cada um dos preocupação com as futuras gerações. O
peritos que podem adotar várias definições. CSI da Eurostat está fortemente preocupado
Do mesmo modo que na metodologia da com o estágio atual do ambiente.
5. Entende-se que a equidade inter- Pegada Ecológica a preocupação com o
geracional está presente implicitamente Já o sistema de indicadores da UNWTO,
na visão de sustentabilidade da Pegada
Ecológica na medida em que ao advogar
bem-estar das gerações futuras só pode ser possivelmente pelo fato de adotar
que os recursos devem ser utilizados numa
perspectiva de não esgotamento a longo
especulada e, portanto, não há como saber claramente o conceito do Relatório
prazo, os mesmos estariam disponíveis
para as gerações futuras.

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Brundtland para apoiar a sua definição de de resíduos em quantidades de terra
DE

CA turismo sustentável é, dos instrumentos aqui (apresentando como resultado que são
considerados, o que interpreta de forma mais necessários, por exemplo, dois ou três
apurada as dimensões do desenvolvimento planetas Terra para suportar os padrões de
sustentável (ambiente, sociedade e consumo da humanidade) a ferramenta
economia). Contudo, cumpre ressalvar que, demonstra uma capacidade para
embora haja mais indicadores para avaliar a sensibilizar e despertar a atenção do público
dimensão social do que no CSI da Eurostat, (van Bellen, 2005). É possivelmente esta
ainda assim, o foco das atenções perdura característica que, segundo van Bellen
sobre o econômico e o ambiental. (2005), torna esta ferramenta tão largamente
aceita entre investigadores, organizações
Comunicação Efetiva públicas e organizações não-

A comunicação tem um papel governamentais 6. Boa parte deste poder

preponderante na difusão do comunicativo é igualmente facilitado pela

desenvolvimento sustentável e é por este possibilidade de converter os resultados em

motivo que, segundo os Princípios de Bellagio, representações ilustrativas.

a capacidade para comunicar de forma O mesmo se pode dizer do Barômetro


simples e consistente o estágio de de Sustentabilidade. Ainda que não
sustentabilidade deve ser uma das disponha do mesmo potencial de
prerrogativas de qualquer instrumento sensibilização que a Pegada Ecológica, a
desenhado para avaliar a sustentabilidade. representação gráfica proporcionada por
esta ferramenta transmite de uma forma

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


De forma sucinta, poder-se-ia dizer que
o objetivo final da comunicação para a bastante simples e clara o estágio em que o

sustentabilidade no setor do turismo é o dar a destino turístico se encontra no seu percurso

conhecer a situação existente em relação a para a sustentabilidade.

um estágio de sustentabilidade desejável. O potencial comunicativo do Destina-


Logo, se é verdade que medidas que visam tion Scorecard também é evidente, pois
o desenvolvimento sustentável têm maiores comunica de forma clara e em linguagem
chances de sucesso quando são tomadas em simples se um destino é sustentável. Embora
co-responsabilidade com as comunidades o método para avaliar a sustentabilidade
locais (CE, 2007) e que o envolvimento destas seja discutível (conforme abordado na seção
últimas é decisivo para o sucesso da anterior), há que se reconhecer que a Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

atividade (Simpson, 2001), é razoável supor metodologia possui grande potencial


que estas comunidades locais somente mediático que se considera ser o principal
poderão colaborar na medida em que atributo do instrumento, uma vez que pode
compreendam adequadamente o quadro influenciar na imagem (positiva ou negativa)
atual de (in)sustentabilidade. dos destinos, promovendo-os ou não.

No que concerne à Pegada Ecológica, Quanto aos demais instrumentos, estes


embora se considere que a metodologia não não apresentam uma interface tão fácil de
apresenta uma visão adequada de ser apreendida pelo público. O diagnóstico
desenvolvimento sustentável (conforme acerca do estágio de sustentabilidade nestas
discutido na seção anterior), há que se ferramentas encontra-se distribuído pelos
6. Embora van den Bergh & Verbruggen
(1999) destaquem que a referida aceitação reconhecer que possui uma forma bastante vários indicadores de modo que o seu
resulte mais de uma falta de análise crítica
sobre a capacidade da ferramenta do que, peculiar e interessante de a comunicar. Ao entendimento somente é possível para
propriamente, de seu potencial em re-
sponder àquilo a que se propõe. converter os padrões de consumo e geração aqueles que dispõem da capacidade de

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sintetizar as informações transmitidas pelos de ação referentes a problemas específicos.
DE

CA diversos indicadores; o que, via de regra, não Aliás, podem até mesmo estimular opções
se aplica ao público em geral. Ou seja, os políticas insustentáveis, ineficientes e imorais
sistemas de indicadores da UNWTO e da (van den Bergh & Verbruggen, 1999). Isto
Eurostat não dispõem da mesma porque o alto nível de agregação das
capacidade de comunicação que os informações, expresso em um único índice,
instrumentos anteriores; o que não significa que faz com que as informações relevantes à
não cumpram as suas funções no que toca tomada de decisão se percam no processo.
ao apoio às decisões. É o que se discute a Assim, concorda-se com van Bellen (2005)
seguir. quando afirma que o método da Pegada
Ecológica "aparenta ser pouco eficaz para
Capacidade de apoio à decisão influenciar o comportamento dos atores

Entre outras funções, o que se espera de responsáveis pelo processo decisório".

um instrumento de avaliação da Com relação ao Destination Scorecard,


sustentabilidade, na perspectiva dos percebe-se que se trata de uma metodologia
Princípios de Bellagio, é que possa gerar que visa apenas apresentar ao turista uma
informações úteis e fiáveis acerca do estágio lista dos destinos turísticos considerados mais
de desenvolvimento de determinada sustentáveis; o que significa que não oferece
realidade, identificando problemas e informações passíveis de serem aproveitadas
limitações, potencialidades e alternativas. no processo de tomada de decisão. Por

Assim, se é somente por intermédio da outras palavras: o Destination Scorecard não


constitui uma ferramenta útil ao

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


avaliação que se pode ter uma imagem
adequada do rumo que está a ser seguido planejamento. É, conforme mencionado

(van Bellen, 2005) de forma a alterá-lo quando anteriormente, uma ferramenta que pode

este não é o pretendido, os instrumentos de auxiliar na divulgação da imagem do

avaliação só serão úteis se gerarem destino, mas não mais do que isso.

informações pertinentes que permitam apoiar Segundo van Bellen (2005), o Barômetro
as decisões. Como lembra Bossel (1999), a de Sustentabilidade foi concebido para
sustentabilidade implica um processo de gerar informação útil às agências
longo prazo no qual as decisões são baseadas governamentais e não-governamentais,
nas melhores informações disponíveis. tomadores de decisão e demais pessoas
envolvidas com questões relativas ao Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário
Neste sentido, o que se verifica é que
onde pesa o significativo potencial para desenvolvimento sustentável. O que se

comunicar/sensibilizar, falha a capacidade observa é que, embora não permita

de apoiar a decisão. Na metodologia da visualizar os efeitos do turismo sobre a

Pegada Ecológica do Turismo, por exemplo, economia (uma vez que não abrange esta

observa-se que a informação gerada pela dimensão), o Barômetro de Sustentabilidade

metodologia é demasiado agregada. do Turismo tem condições para fornecer

Metodologias com esta característica não informações pertinentes aos tomadores de

interessam aos tomadores de decisões (Ruth- decisão nas duas áreas que contempla

erford apud van Bellen, 2005). Isto porque, (ambiente e sociedade). Assim, embora van

segundo Partidário (2000) e Bossel (1999) Bellen (2005) considere que o principal ponto

quanto mais agregado é um indicador, mais forte do Barômetro de Sustentabilidade é o

distante está dos problemas em particular e seu impacto sobre os tomadores de decisão,

maiores as dificuldades de articular estratégias o fato de não existirem estudos práticos

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acerca da utilização do Barômetro de suas virtudes, nenhuma delas está
DE

CA Sustentabilidade do Turismo (Ko, 2005), faz verdadeiramente capacitada para avaliar


com se observe com certa ressalva esta a sustentabilidade dos destinos turísticos.
capacidade de apoio à decisão. Em tese, o Essencialmente, as metodologias
instrumento teria capacidade para tal, falham na sua interpretação de
contudo, na prática, estes potenciais podem sustentabilidade. No tocante a este aspecto,
não se confirmar. pode-se dividir as metodologias entre: i)
Por fim, considera-se que são os sistemas aquelas que adotam um conceito claro de
de indicadores da UNWTO e da Eurostat que sustentabilidade tal e qual o Relatório
oferecem o conjunto de informações mais útil Brundtland (sistema de indicadores da
ao processo de tomada de decisões. O fato UNWTO e CSI da Eurostat); ii) as que utilizam
das informações não se encontrarem sob a seu próprio conceito de sustentabilidade
forma de um único índice faz com que se possa (Barômetro de Sustentabilidade do Turismo e
ter uma noção sobre os aspectos pontuais que Pegada Ecológica) e; por fim, as que não
não estão com desempenho satisfatório, e isto empregam qualquer conceito de
possibilita definir ações para corrigi-los. Algo sustentabilidade (Scorecard Destination).
que nenhum dos instrumentos anteriores Entre as metodologias que adotam um
possibilita. O fato de apontar não só a conceito de sustentabilidade, verifica-se que
dimensão da sustentabilidade que está há um equívoco entre o que seja
deficiente (ecológica, por exemplo), mas desenvolvimento sustentável e
também qual(is) o(s) aspecto(s) desta sustentabilidade ambiental. Via de regra o
dimensão que não está(ão) bem (qualidade

Instrumentos de avaliação de sustentabilidade de destinos turísticos: uma revisão de literatura


que se percebe é que a conservação dos
da água, por exemplo), são informações úteis recursos naturais é entendida como sinônimo
ao processo de tomada de decisão de vez de desenvolvimento sustentável. Aliás, um
que permitem corrigir o planejamento e grande problema com as metodologias
antecipar a necessidade de novas medidas disponíveis de avaliação de
de correção e prevenção. sustentabilidade é, justamente, que as
mesmas não cobrem todos os aspectos da
Considerações Finais sustentabilidade (Fullana & Ayuso, 2002), o
Com vista a assegurar a que pode levar a resultados enviesados
sustentabilidade do turismo surgem (Graymore, 2005). Ou seja, embora se refiram
determinadas ferramentas que se dizem a termos como "desenvolvimento Itamar Dias e Cordeiro, Nathália Körössy Leite e Maria do Rosário Partidário

preparadas para avaliar a sustentabilidade sustentável" e "sustentabilidade", as


da atividade. Neste estudo, considerou-se metodologias avaliadas, privilegiam, em sua
cinco destes instrumentos: Destination maioria, a análise dos sistemas ambiental e
Scorecard do National Geographic Traveler, econômico, por vezes mais o ambiental que
Pegada Ecológica do Turismo, Barômetro de o econômico (Moniz, 2006), incorrendo
Sustentabilidade do Turismo, Sistema de naquilo que Sadler (1999) denomina de
Indicadores da UNWTO, e Core Set Indicators "noção primitiva de sustentabilidade"7.
of Sustainable Tourism da Eurostat. Analisando Ainda que o ambiente seja um fator
7. Segundo Sadler (1999, p.26), a "noção cada uma destas metodologias à luz de três
primitiva de sustentabilidade" preocupa- de forte relevância na sustentabilidade (EC,
se apenas com o uso e a gestão dos categorias ("visão de desenvolvimento
recursos naturais, procurando identificar a 2006), entende-se que é igualmente
produção máxima sustentável. Em
oposição, a "noção contemporânea de
sustentável"; "comunicação efetiva" e importante incluir no processo de avaliação
sustentabilidade" representa uma
tentativa de relacionar os princípios de
"capacidade de apoio a decisão"), chegou- da sustentabilidade preocupações com as
conservação com as necessidades
humanas e as exigências económicas. se à conclusão de que, embora possuam as pessoas, nomeadamente a população lo-

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cal (sistema social) no caso dos destinos of-art review, Tourism Geographies, 1(1),
DE

CA turísticos. Aliás, no atual contexto, talvez seja pp.07-25, 1999.


mesmo o mais importante, uma vez que muita CE - COMISSÃO EUROPEIA. Plano de acção
ênfase sobre turismo sustentável recai sobre a para um turismo europeu mais sustentável:
proteção do ambiente. Tal fato leva a que se Relatório do grupo para a
concorde com Fullana & Ayuso (2002), quando sustentabilidade do turismo. Disponível em
afirmam que o desafio mais importante "http://ec.europa.eu/enterprise/services/
imposto à operacionalização do turismo tourism/doc/tsg/tsg_final_report_pt.pdf",
sustentável é a integração harmônica das três acesso em 05/11/07, 2007.
dimensões da sustentabilidade. DIAMANTIS, Dimitrios. The importance of envi-

Diante de tudo o que foi apresentado e ronmental auditing and environmental

discutido, a mensagem que fica é a de que, indicators in islands. Eco-Management

não obstante os esforços realizados até o and Auditing, 6, pp.18-25, 1999.

momento, a avaliação da sustentabilidade EC - European Communities. Early warning

do turismo ainda tem muito que avançar. system for identifying declining tourist des-

Neste sentido, considera-se que permanece tinations, and preventive best practices,

atual a assertiva de Butler (1999) no sentido 2002.

de que o turismo sustentável continua mais EC - European Communities. Methodologi-

no plano da retórica no que no plano da cal work on measuring the sustainable

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