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Imersão
Pregai
Evangelhos
Rei – Servo – Homem - Deus
Mateus: O Evangelho do Rei
Professor: Julio Ribeiro

Sobre o autor do evangelho: Mateus (ou Levi) – coletor de impostos,


chamado por Jesus enquanto estava na coletoria (Mateus 9:9) para ser
um dos 12 discípulos. Apenas Mateus e João faziam parte dos 12.

Quando foi escrito: antes do ano 70 d. C. (provavelmente entre 50 d. C.


e 70 d. C.).

Local onde o evangelho foi escrito: desconhecido (estudiosos


sugerem ter sido em Antioquia da Síria)

Sobre o contexto do evangelho: O evangelho de Mateus é


autenticamente o primeiro livro do novo testamento. A teologia bíblica
nos ajuda a entender isso quando observamos o modo como o antigo
testamento termina, do ponto de vista pactual.

Se tomarmos como base a organização dos livros na bíblia


judaica (que usa um critério de organização diferente das bíblias que
nós usamos no Brasil) o último livro do AT é o livro de Crônicas (antes
da divisão, Crônicas era um livro só). Esse livro é o final dos Escritos
(“Kethuvim”), a parte final do Antigo Testamento. Sobre este livro, John
MacArthur diz o seguinte:

“Esse livro foi escrito para os judeus repatriados como uma crônica
a respeito dos propositos de Deus e futuras bênçãos, apesar do fracasso
moral / espiritual do passado da nação, pelo qual o povo pagou um alto
preço sob a ira de Deus”.
A promessa de um rei descendente de Davi ainda era válida,
embora só fosse se cumprir no futuro:

Agora, pois, assim dirás a meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos
Exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses
chefe do meu povo Israel.

E estive contigo por toda a parte, por onde foste, e de diante de ti


exterminei todos os teus inimigos, e te fiz um nome como o nome dos
grandes que estão na terra,

E ordenarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para


que habite no seu lugar, e nunca mais seja removido de uma para outra
parte; e nunca mais os filhos da perversidade o debilitarão como dantes,

E desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel.


Assim abaterei a todos os teus inimigos; também te faço saber que o
Senhor te edificará uma casa.

E há de ser que, quando forem cumpridos os teus dias, para ires a


teus pais, suscitarei a tua descendência depois de ti, um dos teus
filhos, e estabelecerei o seu reino.

Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre.

Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e a minha benignidade
não retirarei dele, como a tirei daquele, que foi antes de ti.

Mas o confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o


seu trono será firme para sempre.

Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim


falou Natã a Davi.
1 Crônicas 17:7-15

As últimas frases do livro de 2 Crônicas são o gancho perfeito


para observarmos a conexão entre Antigo e Novo Testamento – entre
Crônicas e Mateus:

Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos
os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em
Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o
Senhor seu Deus seja com ele, e suba.

2 Crônicas 36:23

Precisamos de uma atenção especial ao termo “suba”. Ao longo da


narrativa do Antigo Testamento, houve uma situação que se repetiu
duas vezes no livro de Juízes: um período de guerra onde o povo se
reunia decidia: “Quem irá subir para batalhar por nós?”. Quando isso
acontecia, Deus sempre escolhia a mesma tribo: Judá.

E sucedeu, depois da morte de Josué, que os filhos de Israel


perguntaram ao SENHOR, dizendo: Quem dentre nós primeiro subirá aos
cananeus, para pelejar contra eles?

E disse o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei esta terra na sua
mão.

Juízes 1:1,2

E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram a Betel; e


consultaram a Deus, dizendo: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar
contra Benjamim? E disse o Senhor: Judá subirá primeiro.
Juízes 20:18

O livro de Crônicas termina com essa pergunta, saindo da boca de


Ciro: “Quem subirá”?

A resposta está em Mateus capítulo 01, com a genealogia de


Cristo, que é da tribo de Judá, respondendo á última pergunta do
Antigo Testamento. Mateus mostra Cristo como o Rei Guerreiro que vai
lutar por seu povo.

Sobre o objetivo do evangelho:

Um dos objetivos mais claros do evangelho de Mateus é provar


genealogicamente que Cristo é o filho de Abraão e o filho de Davi. Ou
seja, ele é o herdeiro legítimo da promessa feita ao grande patriarca, e
sucessor legítimo do trono do grande rei. A genealogia de Jesus aparece
no começo do relato de Mateus também por outro motivo: o público.
Mateus escreve, primordialmente aos judeus. Para provar aos judeus
que Jesus era o rei legítimo, segundo a linhagem de Davi, e o filho da
promessa feita à Abraão, ele recorre ao uso do registro familiar.

Vale ressaltar que isso não é novidade na Bíblia. Muito tempo


atrás, o profeta Samuel já havia feito a mesma coisa. Ele escreve a
história de Rute (a tradição judaica defende que Samuel é o autor do
livro) com o intuito final de provar que Davi era bisneto de Boaz,
descendente direto de Judá. E quando lemos Genesis 49 está escrito
que “o cetro não se apartará de Judá”. Ou seja, Samuel prova
genealogicamente que aquele menino, filho de Jessé, pastor de ovelhas
e o “menor de sua casa” não foi ungido “ao acaso”. Ele era o rei legítimo
de Israel, pois tinha sangue real.

Assim Mateus inicia o seu relato com a expectativa de garantir,


prontamente, a atenção de seu público. Pode ser que, sem o registro
sanguíneo, os outros argumentos de Mateus ao longo de seu evangelho
fossem fácilmente desprezados. Tudo bem que, mesmo com o
argumento genealógico, muitos continuam rejeitando a idéia de ser
Jesus o Messias, o Rei dos Judeus, o filho de Abraão. Porém fazem isso
conscientes de que existem provas mais do que suficientes para
suportar essa idéia. Outra prova da necessidade da genealogia é o fato
de que, em Marcos (que escreveu, em geral, para os crentes do primeiro
século, que viviam em uma sociedade romana) não existe genealogia.
Lucas traz a geneaolgia, mas para provar que Jesus era de fato, um
homem, que tinha procedência humana também. João não traz
genealogia porque Deus não tem genealogia, e a visão de João é que
Jesus é Deus. Então a genealogia em Mateus 1 é, sem dúvidas uma das
partes mais importantes de toda a Bíblia.

Existem outros pontos de atenção sobre o evangelho de Mateus:

- Mateus é, dos 4 evangehos, aquele que tem mais citações do Antigo


Testamento (mais de 60);

- O evangelho de Mateus registra cinco grandes sermões: o sermão do


monte (caps 5-7), o comissionamento dos apóstolos (cap 10), as
parábolas sobre o reino (cap 13), um sermão sobre a semelhança do
crente com uma criança (cap 18) e o sermão sobre a sua segunda vinda
(caps 24-25).
- Mateus traz detalhes ricos sobre a grande comissão que não
aparecem no texto de Marcos, por exemplo, e vice-versa.

- Mateus 16:16-20 sem sombra de dúvidas tem sido uma das passagens
mais mal-interpretadas de todos os tempos, conferindo à Pedro o
status de base da igreja. Tal idéia ainda é defendida pela ICAR.

- Existem parábolas que só são citadas em Mateus.

Estudo de caso: Mateus 20:29-34 narra o encontro de Jesus com dois


cegos. Entretanto, Marcos 10:46 e Lucas 18:35 dizem que foi apenas
um cego (Bartimeu). Como conciliar?

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