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Pesticidas na agricultura

- Introdução-
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, os pesticidas
podem ser definidos como substâncias ou misturas, de origem química ou biológica, destinadas
a matar, repelir ou controlar quaisquer espécies indesejadas designadas "pragas", incluindo
ervas daninhas, insetos, roedores, fungos, bactérias ou outros organismos
O termo "pesticida" é uma designação genérica que abrange diferentes categorias de substâncias
destinadas a mitigar a ação desses organismos indesejados.
Hoje, vamos abordar os três principais tipos de pesticidas:
-Herbicidas: químicos utilizados para controlar o crescimento de plantas daninhas, que
competem com culturas agrícolas por nutrientes e recursos. Estes podem se classificar como
Sistémicos- os herbicidas acedem ao floema (tecido especializado no transporte de soluções de
substâncias orgânicas, movendo-se para o sistema radicular e parte aérea, suprimindo, portanto,
o crescimento das raízes e rizomas, bem como a sua parte aérea.
De contacto- Já estes, apenas danificam a parte aérea da planta, ao bloquear a clorofila das
plantas, impedindo-a de realizar a fotossíntese. Por serem menos eficazes, são, geralmente
menos preferidos em relação aos sistémicos.
-Inseticidas: são destinados a controlar insetos, como mosquitos, besouros e lagartas,
que podem prejudicar culturas e transmitir doenças.
Ingestão: Atua pela ingestão do inseticida pelo inseto
Contato Direto: a sua ação dá-se pelo contato com o corpo do inseto;
Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, sendo inalado na forma de gás pelo inseto;
Profundidade: atinge insetos através do tecido vegetal, por exemplo, sob uma folha ou dentro de
um fruto;
Sistémico: É aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes é capaz de ser absorvido e
circular com a seiva para todas as partes da planta;
Atração ou Repelente: Atraem o inseto para o ponto onde há o inseticida ou funcionam
repelindo os insetos do vegetal.
-Fungicidas: Desenvolvidos para prevenir ou tratar infeções fúngicas em plantas,
protegendo contra doenças que podem comprometer a saúde das culturas.
Fungicidas sistémicos: produtos químicos que, quando aplicados às plantas, são absorvidos,
alcançando diversas partes da planta, incluindo tecidos mais distantes do local de aplicação
inicial. Essa característica torna esses fungicidas eficazes no controle de doenças que já estão
presentes ou que podem se desenvolver em áreas que não foram diretamente expostas ao
produto.

De contato: produtos químicos que atuam diretamente sobre a superfície das plantas, criando
uma camada protetora ou eliminando os fungos que estão em contato com o produto. Ao
contrário dos fungicidas sistémicos, que são absorvidos pelas plantas, os fungicidas de contato
permanecem na superfície onde são aplicados.
Ação erradicante: produtos químicos projetados para eliminar completamente uma infeção
fúngica já estabelecida em uma planta.

- Consequências-
Castelo de Paiva expressa uma imponente importância nacionalmente pela sua produção de
vinho, kiwis, além de framboesas e mirtilos.
Por consequente, o uso de pesticidas é bastante comum.
No entanto, A utilização maciça de produtos químicos de origem antropogénica, ou seja,
provenientes de diversas atividades humanas, sobretudo de natureza industrial, tem impactos
crescentes sobre o meio ambiente.
A forma como o mundo gere os produtos químicos antropogénicos irá desempenhar um papel
fundamental na transição para uma sociedade sustentável no século XXI.
Para percebermos melhor a situação na nossa localidade, falamos com um proprietário agrícola
da região:
(estava a pensar só deixar a entrevista de fundo. Cada parte da entrevista que o meu pai fala
sobre as consequências, deixamos em slides separados e, junto do dialogo, deixamos as fotos.
Podemos explicar cada uma das consequências como eu deixei abaixo)

“Como produtor da área na região, o senhor considera que em Castelo de Paiva, o uso de
pesticidas é comum?”
“Com certeza. Nós somos muito presentes nacionalmente graças à produção de kiwis e
framboesas. O vinho também é uma indústria muito presente na nossa economia, claro. O uso
de tais químicos tem aumentado nos últimos anos por conta da súbita infestação da chamada
mosca-da-fruta, oriunda da África ocidental. “
“Considera que o uso desses químicos tem um grande impacte no concelho?”
#Embora muitas das sequelas da ação de pesticidas serem invisíveis a olho nu, elas existem.
Castelo de Paiva é um ótimo exemplo. Sendo o nosso relevo predominantemente montanhoso,
as nossas plantações são, na sua maioria, produzidas em taludes e socalcos. Ora, com a
destruição do suporte do solo, as plantas, por ação dos herbicidas, o deslizamento de terra
torna-se um transtorno muito presente em praticamente toda a localidade.
Além do Rio Piva, outrora considerado “um dos rios mais limpos da Europa”. A poluição deste
está cada vez mais presente e mais visível. Posso afirmar que os pesticidas contribuem para
isso. Afinal, quantas vezes não vimos peixes mortos à beira do rio?”
“Finalmente, o senhor acha que, como conselho, algum dia abriremos mão ao uso de
químicos na agricultura?
“Acho possível. Em grandes latifúndios, é praticamente impossível inibir-se totalmente de
pesticidas. Todavia, Castelo de Paiva não chega a ser o caso. É verdade que temos grande
poder de produção, mas não se compara a empresas massivas. Além de que, hoje em dia, existe
muitas propostas sustentáveis, possíveis a adotar.”
Toxicidade Aguda e Crónica: A exposição direta ou indireta a pesticidas pode resultar em
efeitos agudos, como intoxicação imediata, ou efeitos crónicos, como problemas neurológicos,
respiratórios, e até mesmo cancerígenas, além de poder afetar a microbiota intestinal
dependendo do pesticida e do nível de exposição.
Resistência de Organismos: O uso constante de pesticidas pode levar à seleção natural de
organismos resistentes, como patógenos, diminuindo a eficácia dos pesticidas ao longo do
tempo.
Morte de Organismos Não Alvo: Pesticidas muitas vezes não são seletivos e podem afetar
organismos não alvo, incluindo insetos polinizadores, aves, peixes e outros organismos
benéficos, levando à perda de biodiversidade.
A contaminação da água também é um problema, já que alguns pesticidas são solúveis e
podem chegar a rios, afetando a biodiversidade aquática, além de chegarem a lençóis aquíferos,
podendo inviabilizar o consumo dessa água, o que é crítico se notarmos que em áreas rurais,
como a nossa, parte da população consome águas de poços.
Contaminação dos solos- através da lixiviação, pesticidas podem afetar negativamente a
microbiota do solo, incluindo bactérias, fungos e outros microrganismos benéficos. Isso pode
prejudicar a saúde do solo e seus processos biológicos essenciais.
Para além disso, o facto que as herbicidas exterminam grande parte da vegetação é
especificamente prejudicial no nosso concelho, visto que a maioria das produções agrícolas são
concretizadas em taludes e socalcos. O solo, sem o suporte das plantas, acaba por sofrer
deslizamentos muito frequentemente e facilmente.

-Alternativas Sustentáveis-
A adoção de estratégias integradas e a combinação de várias abordagens são fundamentais para
o sucesso na substituição de pesticidas convencionais. Além disso, é crucial promover a
conscientização e a educação entre os agricultores para incentivar a transição para práticas mais
sustentáveis.
Predadores Naturais e Parasitas: Introdução ou promoção de predadores naturais e parasitas para
controlar populações de pragas.
Feromonas: Utilização de feromonas para atrair ou confundir insetos, interrompendo seus ciclos
reprodutivos.
Armadilhas: Dispositivos para captura física de pragas.
Rotação de Culturas: Alteração dos tipos de culturas plantadas para interromper ciclos de
pragas.
Consórcio de Culturas: Plantio de diferentes culturas na mesma área para dificultar o
estabelecimento de pragas.
Óleos Essenciais: Utilização de óleos essenciais, como o neem, que têm propriedades pesticidas.
Nanotecnologia: Desenvolvimento de pesticidas com partículas em escala nanométrica para
aumentar a eficácia e reduzir a quantidade necessária.

-Medidas para minimizar o impacto no meio-


LMR (limite máximo de resíduos) - Esses limites são estabelecidos para regulamentar a
quantidade máxima permitida de resíduos de pesticidas ou outros produtos químicos em
alimentos, alimentos para animais e rações.
Os LMRs são definidos por agências reguladoras de alimentos e agricultura para garantir a
segurança alimentar e proteger a saúde pública. Eles representam a quantidade máxima de
resíduos de pesticidas que são considerados seguros para consumo humano, com base em
avaliações de risco.
Todos os alimentos destinados a consumo humano ou animal na União Europeia (UE) estão
sujeitos a limites máximos de resíduos (LMR) de pesticidas na sua composição, a fim de
proteger a saúde humana e animal. (Regulamento (CE) n.o 396/2005 do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 23 de fevereiro de 2005)

Nanoesponja- Uma equipa de investigadores do Centro de Química de Coimbra (CQC) do


Departamento de Química (DQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (FCTUC) desenvolveu um método eficiente para remover o pesticida imidacloprid da
água, utilizando materiais porosos com baixo impacto ambiental baseados em nanoesponja de
ciclodextrina.
Cobertura do Solo: Utilizar cobertura vegetal para proteger o solo e reduzir a necessidade de
pesticidas.

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