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Herbicida

Herbicida é um produto químico utilizado na agricultura para o controle de ervas classificadas como
daninhas. Os herbicidas constituem um tipo de pesticida. As vantagens da utilização deste produto é
a rapidez de ação, custo reduzido, efeito residual e não revolvimento do solo. Os problemas
decorrentes da utilização de herbicidas são a contaminação ambiental e o surgimento de ervas
resistentes.

Classificação

Os herbicidas podem ser agrupados por atividade, uso, modo de ação, grupo químico ou tipo de
vegetação controlada.

 Por atividade:
 De contato
 Sistêmicos

Por uso:

 Aplicados no solo
 Pré-emergentes
 Pós-emergentes

Por mecanismo de ação, ou seja, primeira enzima, proteína ou etapa bioquímica afetados na planta:

 Inibidores da acetil-coenzima A-carboxilase


 Inibidores da acetolacto-sintase
 Inibidores da enolpiruvil-shikimato 3-fosfate-sintase
 Auxina sintética
 Inibidores do fotossistema

Herbicida mais usados actualmente

 Glifosato

O Glifosato (N-(fosfonometil)glicina) é um herbicida sistêmico de amplo espectro e dessecante de


culturas. É um composto organofosforado, especificamente um fosfonato. É usado para matar ervas
daninhas, especialmente ervas daninhas folhosas perenes, e gramíneas que competem com as
culturas. Ele foi descoberto pelo químico da Monsanto, John E. Franz, em 1970, para ser um
herbicida. A Monsanto trouxe-o para o mercado em 1974, sob o nome comercial Roundup,
conhecido também no Brasil como Mata-Mato.

Agricultores rapidamente adotaram o glifosato, especialmente depois de a Monsanto introduzir


culturas resistentes ao glifosato, as culturas Roundup Ready, permitindo aos agricultores matar
ervas daninhas sem matar as suas culturas. Em 2007, o glifosato foi o herbicida mais utilizado no
setor agrícola dos Estados Unidos e o segundo mais usado em casa e jardim, pelo governo e
indústria, e no comércio. Em 2016 houve um aumento de 100 vezes, desde a década de 1970, na
frequência e no volume de aplicações de herbicidas à base de glifosato (HBGs), o que foi, em parte,
responsável pelo surgimento e propagação global, como nunca visto antes, de ervas daninhas
resistentes ao glifosato

 imazetapir
 imazapic
 paraquat

Paraquat, cujo nome comercial é Gramoxone 200 e a nomenclatura conforme a IUPAC é 1,1'-dimetil-
4,4'-bipiridina-dicloreto é um viológeno. É um composto quartenário do amônio utilizado como
herbicida e altamente perigoso para os humanos, caso ingerido. Esse composto sólido cristalino é
instável em meio alcalino, solúvel em água, pouco solúvel em álcool e insolúvel em solventes
orgânicos não polares.

 2,4D
 clopiralida
 metolacloro
 dicamba
 picloram

Picloram ou tordon é um herbicida, caracterizado pela odor de cloro e pela solubilidade em


compostos polares. É um sólido branco, encontrado no mercado como sal amínico ou potássico

 atrazina

A atrazina é um herbicida de tipo triazina, usado em plantações de milho, cana-de-açúcar e sorgo


para o controle de ervas daninhas. Herbicida antigo, é ainda empregue devido ao seu baixo custo e
porque atua em sinergia quando utilizado com outros herbicidas. É um inibidor do fotossistema II
translocando somente via xilema.

Herbicidas de interesse histórico

 Ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético, que contém dioxina


 Agente laranja

O Agente laranja é uma mistura de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. Foi usado como desfolhante
pelo exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Ambos os constituintes do Agente Laranja
tiveram uso na agricultura, principalmente o 2,4-D vendido até hoje em produtos como o Tordon.
Por questões de negligência e pressa para utilização, durante a Guerra do Vietnã, foi produzido com
inadequada purificação, apresentando teores elevados de um subproduto cancerígeno da síntese do
2,4,5-T: a dioxina tetraclorodibenzodioxina. Este resíduo não é normalmente encontrado nos
produtos comerciais que incluem estes dois ingredientes, mas marcou para sempre o nome do
Agente Laranja, cujo uso deixou sequelas terríveis na população daquele país e nos próprios
soldados norte-americanos.
Tipos de herbicidas

As herbicidas ocupa o primeiro lugar no ranking os à base de glifosato, herbicidas sistêmicos não-
seletivos, ou seja, eliminam qualquer tipo de erva daninha, sem distinção. O mecanismo de ação de
herbicidas a base de glifosato é sempre o mesmo: inibem a ação de uma enzima denominada EPSP
sintase, sem essa enzima, a maioria das proteínas necessárias para o desenvolvimento da planta
deixa de ser produzida. Assim, fatores básicos do desenvolvimento vegetal como germinação da
semente, elaboração de mudas, são altamente prejudicados, o que provoca morte da planta dentro
de poucos dias após a aplicação.

Os herbicidas podem intervir na ação de enzimas de forma variável de planta para planta, órgão para
órgão, e podem variar também dependendo do desenvolvimento da planta e de diversos outros
fatores. A ação desses herbicidas pode ser direta, em que a interferência ocorre nas reações
nucleares da célula, ou de maneira indireta, em que a interferência se dá na produção de ATP,
afetando assim, o grau de energia necessária para um bom funcionamento da célula.

Herbicidas são comumente usados para se livrar de todas as ervas daninhas desagradável. Eles
podem ser classificados como seletivos e não-seletiva e pode ser comprado em qualquer centro de
jardim ou do mercado.

Sobre herbicidas selectivos

O seletivo é fabricado de tal maneira que só afetam certas ervas daninhas, deixando outras plantas
ileso.rclma Um herbicida que é feito para matar crabgrass não afetará outras plantas ou ervas
daninhas que não crabgrass. herbicidas seletivos são os mais comumente, pelos proprietários que
não querem matar todas as plantas em seu gramado.

Cerca de herbicidas não-seletivos

Os herbicidas não seletivos são feitos para erradicar as plantas que tocam. Eles geralmente são
usados para limpar grandes áreas de mato que tem crescido e assumido o gramado. Esses herbicidas
não são tão freqüentemente usado por proprietário, uma vez que afetam todas as plantas na área, e
vai matar as plantas benéficas também.

Como as ervas daninhas tendem a resistir a herbicidas se eles são freqüentemente expostos ao
mesmo tipo, é melhor você usar diferentes marcas de herbicidas, de vez em quando.

Herbicidas e sua aplicação

Todos que trabalham com plantas para produção de alimentos ou por razões estéticas têm
problemas com plantas daninhas. Essas plantas competem com as plantas desejadas por luz,
nutrientes, água e espaço. Existem diversos métodos de evitar ou controlar plantas daninhas (leia
mais aqui), sendo o método químico realizado com herbicidas um dos mais comuns. Os herbicidas
são compostos químicos, naturais ou sintéticos, capazes de matar plantas pela interrupção de
alguma função fisiológica. É mais ou menos como atuam os antibióticos.

No passado, os herbicidas eram extremamente tóxicos, como os derivados de arsênio, e as doses


eram enormes de até 15 toneladas por hectare. Hoje em dia, são desenvolvidos compostos mais
eficientes e mais seguros ao meio ambiente, com doses muito menores, que chegam a 10 gramas
por hectare. Por esse avanço tecnológico, os herbicidas ganharam segurança, podendo alguns deles
serem utilizados até em jardins. Obviamente, estes produtos só devem ser usados sob a orientação
de um Agrônomo capacitado, que após avaliação da situação, receitará os produtos mais adequados
e obviamente licenciados a cada caso.

Características das herbecidas

Há também a possibilidade de tratar essas ervas antes mesmo de elas aparecerem. Esse sistema se
chama “pré-emergente” e o herbicida é colocado diretamente no solo. A característica mais latente
desse tipo de herbicida é que ele inibe o crescimento das ervas daninhas, não deixando que elas
cheguem à superfície.

Dentre os principais grupos de herbicidas, estão:

 Inibidores da síntese do tetrapirrole;


 Inibidores de fotossíntese;
 Inibidores de divisão celular;
 Mimetizadores da auxina;
 Inibidores da síntese de lipídeos;
 Inibidores da síntese de carotenóides;
 Inibidores da síntese de aminoácidos.

Aspectos positivos do controle das herbicidas

O uso de herbicidas pode prevenir a interferência das plantas daninhas principalmente no início do
ciclo, período durante o qual as plantas daninhas causam normalmente as maiores perdas nas
culturas. É um aspecto importante quando na população de plantas daninhas presentes são
encontradas espécies de difícil controle após a emergência, ou quando as plantas daninhas são
indesejáveis durante todo o ciclo da cultura, como no caso de áreas destinadas à produção de
sementes. Além disso, o uso de herbicidas proporciona um controle mais efetivo nas linhas de
plantio, onde muitas vezes outros métodos de controle não tem a mesma eficiência.

Limitações do uso de herbicidas

Todos os pesticidas possuem certo grau de toxicidade para o homem e para outras espécies de
plantas e animais. Embora a tendência atual seja de que os novos herbicidas lançados no mercado
apresentem um menor grau de toxicidade para o homem e o ambiente, ainda existem preocupações
com relação aos casos de intoxicação registrados em aplicadores e manipuladores de caldas de
pesticidas. Uma análise detalhada a respeito dos casos de intoxicação registrados no Brasil foi feita
por Goellner (1993).

A utilização de herbicidas demanda equipamento adequado de aplicação e proteção, além de


operador treinado. Na maioria dos casos, as intoxicações ocorrem pela negligência no uso de
equipamento individual de proteção, da mesma forma que o sucesso de muitas aplicações pode ser
limitado pela utilização inadequada do equipamento.

Fungicida
Fungicida é um pesticida que destrói ou inibe a ação dos fungos que geralmente atacam as plantas.
A utilização de fungicidas sintéticos é muito comum na agricultura convencional, e representa um
sério risco ao homem e ao meio-ambiente, por se tratar de um produto muito tóxico e perigoso. No
caso da agricultura alternativa, mais conhecida como agricultura orgânica, o controle dos fungos é
realizado com produtos naturais e com técnicas de manejo alternativas

Os fungicidas, herbicidas e inseticidas são todos pesticidas utilizados na proteção de plantas. Um


fungicida é um tipo específico de pesticida que controla doenças fúngicas por inibir ou matar
especificamente o fungo causador da doença. Nem todas as doenças causadas por fungos podem ser
adequadamente controladas por fungicidas. Nestas se incluem murchas vasculares causadas por
Fusarium e Verticillium (Figura 7). Doenças causadas por outros tipos de organismos, desordens
causadas por fatores abióticos e danos por insetos não podem ser controlados por fungicidas. Então,
é essencial que, primeiramente, se determine as causas dos sintomas antes de aplicar um fungicida.

Por que os fungicidas são necessários?

As doenças são de ocorrência comum em plantas, tendo muitas vezes um impacto econômico
significativo no rendimento e qualidade das culturas, portanto, o manejo de doenças é um
componente essencial na produção agricola. De forma geral, existem três razões principais para o
uso de fungicidas:

(a) Controlar uma doença durante a fase de estabelecimento e desenvolvimento de uma cultura,

Função dos fungicidas no manejo de doenças

As doenças de plantas são manejadas (controladas, pt) de melhor forma pela integração de um
número de práticas de controle que podem incluir: rotação de culturas, seleção de cultivares
tolerantes ou resistentes à doença (cultivares geneticamente menos suscetíveis que outras
cultivares), momento de plantio, nível de fertilidade, modificação do microclima, profilaxia e
aplicação de fungicidas. Fungicidas são muitas vezes uma parte vital do manejo de doenças pois (a)
eles controlam satisfatoriamente muitas doenças, (b) as práticas culturais muitas vezes não
proporcionam controle adequado das doenças, (c) cultivares resistentes muitas vezes não estão
disponíveis ou não são aceitas pelo mercado e (d) algumas culturas de alto valor têm uma tolerância
extremamente baixa à ocorrência dos sintomas

Métodos de aplicação

Os fungicidas são aplicados na forma de pó, grânulos, gas e, mais comumente, líquidos. Eles são
aplicados em:

1. Sementes, bulbos, raízes e mudas e outros orgãos de propagação. Estes tratamentos são
normalmente feitos pela empresa produtora de sementes. Alguns tratamentos devem ser
feitos pelo produtor no local e momento de plantio. O objetivo é eliminar os patógenos
presentes no material de plantio ou proteger as plantas jovens de patógenos do solo.
2. No solo através de sulcos no plantio, após o plantio como irrigação (incluindo irrigação por
gotejamento) ou como uma pulverização ao redor da base da planta.
3. Na folhagem ou partes superiores da planta por meio de um pulverizador.
4. Dentro de árvores por injeção no troco.
5. No ar, em ambientes fechados, como casas de vegetação (estufas, pt) ou solo coberto.
Fungicidas são chamados fumigantes quando aplicados na forma de um vapor químico ativo
na fase gasosa. Alguns fumigantes também são ativos contra nematóides, insetos e
sementes de plantas daninhas.
6. Produtos colhidos, pela imersão ou pulverização no packinghouse.

Tipos de fungicidas e definições

Os fungicidas são categorizados de várias maneiras baseado em diferentes características. As


características mais comumente utilizadas e as categorias de fungicidas são descritas abaixo. A a
tabela 1 (Adobe Acrobat PDF) é uma lista de fungicidas selecionados atualmente registrados nos
Estados Unidos que representam os principais grupos de fungicidas e a estrutura química destes
grupos.

Mobilidade na planta: de contato ou sistêmicos. Fungicidas de contato (também chamados


protetores) permanecem na superfície das plantas. Muitos fungicidas de contato são
potencialmente fitotóxicos (tóxicos às plantas) e podem causar danos à planta se absorvidos.
Fungicidas sistêmicos (ou de penetração) são absorvidos para dentro das plantas. Alguns fungicidas
sistêmicos movem-se a curtíssimas distâncias à partir do local de aplicação, como através da lâmina
foliar de uma superfície à outra (translaminar). Alguns fungicidas são pouco sistêmicos e podem se
mover mais além do que o local aplicado.

Função na proteção: preventivos ou curativos. Fungicidas de contato são adequados para uso
preventivo (profiláticos/erradicantes) uma vez que eles agem por ação de contato na superfície das
plantas em que eles foram aplicados. A repetição de aplicações é necessária para proteger novos
crescimentos da planta e para substituir o material que tenha sido lavado pela chuva ou irrigação, ou
degradado por fatores ambientais como a luz do sol.

Espectro de ação: Sítio-específico ou múltiplo-sítio. Fungicidas sítio-específico são ativos contra um


único ponto da via metabólica de um patógeno ou contra uma única enzima ou proteína necessária
para o fungo. Uma vez que fungicidas sítio-específico são extremamente específicos em sua
toxicidade, tendo pouco efeito na maioria dos organismos, eles podem ser absorvidos de forma
segura pelas plantas e, portanto, tais fungicidas tendem a ter propriedades sistêmicas. Como
resultado desta ação específica, os fungos são mais propensos a se tornarem resistentes a tais
fungicidas porque uma única mutação no patógeno normalmente permite superar a ação do
fungicida, como por exemplo, pela incapacidade do fungicida em se ligar ao ponto de ação nos
fungos.

Modo de ação.Os fungicidas matam os fungos por causarem danos nas suas membranas celulares,
pela inativação de enzimas ou proteínas essenciais, ou por interferirem em processos chave como
produção de energia ou respiração. Outros têm impacto específico em vias do metabolismo, como
produção de esterol ou quitina

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