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André

Maciel

Renato
ELASTÔMEROS
Designam-se por elastômeros um tipo de polímeros que é essencialmente caracterizado pela
sua elevada extensibilidade.
Estes materiais são caracterizados por terem um módulo de elasticidade baixo (1 MPa) e
contrairem quando aquecidos.
Este comportamento em particular é diferente do apresentado pelos sólidos comuns (dilatam
quando aquecidos).
Materiais elastoméricos têm estrutura amorfa quando livres;
Tensão é aplicada, as cadeias alinham-se na direção da força, desenrolando a estrutura do
polímero;
O polímero volta ao seu estado anterior enrolando-se novamente, quando a tensão cessa.
ELASTÔMEROS

Frágeis: que sofrem fratura


A
quando submetidos à tração (A).
Tensão

B Plásticos: A deformação inicial é


C
elástica seguida por escoamento e
logo em seguida uma deformação
plástica (B).

Deformação Polímeros elastômeros: são


aqueles que quando submetidos a
Fig. 1 Comportamento tensão-deformação para uma tensão, deformam-se
polímeros frágeis ( A ), plásticos ( B ) e altamente
elásticos ( C ) elasticamente. (C).
ELASTÔMEROS

TIPOS DE ELASTÔMEROS:
•Borracha natural;
•Borracha rígida;
•Poliuretano;
•Borracha de silicone;
•Borracha macia;
BORRACHA NATURAL
Extraído da Hevea brasiliensis
Na composição:
média 35% de hidrocarbonetos;
2-metil-1,3-butadieno (C5H8)
Comercialmente conhecido como
isopreno, o monômero da borracha.

O látex é uma dispersão coloidal


estável e praticamente neutro, com pH
7,0 a 7,2, mas quando exposto ao ar
por um período de 12 a 24 horas, o pH
cai para 5,0 e sofre coagulação
espontânea, formando o polímero que
é a borracha.
BORRACHA NATURAL - CARACTERÍSTICAS

- elevado amortecimento;
- muito baixa permeabilidade ao gás e ao ar;
- boas propriedades de isolamento eléctrico;
- boa resistência ao ozono e à intempérie;
- muito boa resistência ao vapor e ao calor seco;
- boa resistência a óleos e gorduras de origem animal e vegetal;
- boa flexibilidade a baixas temperaturas;
- elasticidade limitada à temperatura normal;
- boa resistência à compressão;
- boas propriedades de vedação;
BORRACHA NATURAL - PROPRIEDADES

Propriedades físicas

A Borracha Natural é o produto sólido, peso específico de 0,90.

Em estado bruto é uma substância termoplástica, insolúvel na água e solúvel nos


hidrocarbonetos líquidos. Numa temperatura superior a 30oC perde a elasticidade.

Possui uma excelente resistência à abrasão, recuperação a quente/frio e adesão à


tecidos e metais, uma resistência muito boa ao rasgamento e absorção de água, e
ainda uma boa resistência à deformação por compressão.
BORRACHA NATURAL - PROPRIEDADES

Propriedades químicas

Admite-se que a borracha natural é um polímero linear (macromolécula), formado pela


adição do isopreno (monômero). O isopreno é um hidrocarboneto pertencente aos
dienos (duas ligações duplas) e também pode ser denominado de 2-metil-butadieno-
1,3.

O hidrocarboneto que constitui a borracha natural, o poliisopreno, possui a fórmula


molecular (C5H8)n, onde n varia de 200 até 4000, de acordo com o tratamento
utilizado. Estes valores correspondem a pesos moleculares compreendidos entre 13
600 e 272 000.

A reação de ozonólise demonstra que possui uma estrutura resultante da polimerização


ordenada do isopreno, como mostra a reação abaixo:
BORRACHA NATURAL - APLICAÇÕES
BORRACHA NATURAL - RECICLABILIDADE

A reciclagem de pneus pode ser feita de diversas maneiras: reforma


(recauchutagem), recuperação (trituração) regeneração (desvulcanização)
e pirólise.
A pirólise, um processo de decomposição química por calor na ausência
de oxigênio, seria a melhor forma de reciclagem, pois reaproveita mais de
90% dos componentes químicos do pneu e é um processo “limpo”, ou
seja, não emite poluentes.

TIPOS DE RECICLAGEM:
•BORRACHAS MOÍDAS E MICRONIZADAS PARA USO EM CAMPOS DE ESPORTE DE
GRAMADO SINTÉTICO;
•RECAUCHUTAGEM DE PNEUS;
•ASFALTO ECOLÓGICO E JATEAMENTO DE METAIS;
•REUTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEUS USADOS COMO ADIÇÃO EM PASTA DE
CIMENTO;
•CALÇADAS DE BORRACHA RECICLADA – EUA;
• VULCANIZAÇÃO

O látex obtido da seringueira é precipitado, dando origem a uma massa viscosa


(borracha natural). A utilização desse tipo de borracha é limitada, pois ela se
torna quebradiça em dias frios e extremamente gosmenta em dias quentes.

Em 1839, Charles Goodyear descobriu que o aquecimento dessa massa


viscosa com enxofre produzia um material bastante elástico, que praticamente
não se alterava com pequenas variações de temperatura. A esse processo foi
dado nome de vulcanização (Vulcano = Deus do fogo).
• VULCANIZAÇÃO

A vulcanização é um processo de reticulação pelo qual a estrutura química da


borracha, matéria-prima, é alterada pela conversão das moléculas do polímero
independente, numa rede tridimensional onde ficam ligadas entre si. Ou seja,
consiste na formação de ligações cruzadas nas moléculas do polímero
individual, responsáveis pelo desenvolvimento de uma estrutura tridimensional
rígida com resistência proporcional à quantidade destas ligações.
• VULCANIZAÇÃO

Aproximadamente 70% de toda borracha vulcanizada é utilizada para a


produção de pneus, devido ao fato de ela ser elástica, praticamente
indeformável e mais resistente às variações de temperatura e ao atrito. Os
pneus de automóveis e caminhões são uma mistura de borrachas natural e
sintética vulcanizadas, enquanto os pneus de aviões são constituídos de
borracha natural vulcanizada.

A vulcanização da borracha é feita pela adição de 3% a 8% de enxofre à


borracha. Aumentando a percentagem de enxofre, ocorrerá um aumento do
número de pontes de enxofre, diminuindo a sua elasticidade. Quando essa
porcentagem atinge valores próximos a 30%, obtém-se uma borracha rígida
denominada ebonite, que apresenta grande resistência mecânica, sendo
empregada como isolante elétrico e na produção de vários objetos, como
pentes. vasos etc.
• VULCANIZAÇÃO
SILICONE
SILICONE

A borracha de silicone tem uma cadeia polimérica que contém átomos de silício e
de oxigénio, sendo as valências livres do átomo de silício neutralizadas pelos
radicais orgânicos R.

O alemão Frederick Stanley Kipping é considerado o fundador da química do silicone,


que, em 1823, conseguiu isolar o metal silício sintetizando os primeiros clorosilanos.
Porém somente em 1940 o americano,Dr. Eugene G. Rochow, da “General Electric
Laboratories”, começou a trabalhar nos metilsilicones, desenvolvendo um processo
direto para a produção dos metilclorosilanos que envolve a reação do cloreto de metila
com silício (obtido este através da redução do SiO2) na presença de um catalisador de
cobre, sendo o principal produto da reação o dimetildiclorosilano que após purificação é
hidrolisado obtendo-se uma mistura de polímeros lineares e cíclicos de baixo peso
molecular.
SILICONE - PROPRIEDADES
SILICONE

O silicone possui um ponto de inflamação de aproximadamente 400°C e


temperaturas de auto-ignição e combustão de, respectivamente, 435°C e 750°C.

boa resistência química;

- ao óleo de motor e combustível do tipo alifático;


- ao líquido para travões à base de glicol;
- ao óleo e massa de natureza animal e vegetal;
- ao líquido hidráulico dificilmente inflamável;
- à solução salina diluída.

ausência de resistência;

- aos hidrocarbonetos aromáticos de baixo peso molecular como, por exemplo, o


benzeno;
- aos hidrocarbonetos clorados de baixo peso molecular como, por exemplo, o
tricloroetileno;
- ao óleo aromático.
SILICONE - PROPRIEDADES
SILICONE - APLICAÇÕES
SILICONE - APLICAÇÕES
SILICONE - APLICAÇÕES
POLIURETANO - DEFINIÇÃO

• Poliuretano (ou PUE) é qualquer polímero que compreende


uma cadeia de unidades orgânicas unidas por ligações
uretânicas. É amplamente usado em espumas rígidas e flexíveis,
em elastômeros duráveis e em adesivos de alto desempenho, em
selantes, em fibras, vedações, gaxetas, preservativos, carpetes e
peças de plástico rígido.
POLIURETANO - CARACTERÍSTICAS

VANTAGENS SOBRE O METAL VANTAGENS SOBRE A BORRACHA


• Menor peso • Resistência a Abrasão
• Menos ruído • Resistência ao Corte e ao Rasgo
• Melhor ajuste
• Resistência a Óleo
• Menor custo de fabricação
• Resistência à corrosão • Resistência a Grandes
Carregamentos
VANTAGENS SOBRE O PLÁSTICO • Grande Variedade de Durezas
• Não é quebradiço • Claro e Translúcido
• Memória Elastomérica • Não Marca, Não Mancha
• Resistência a Abrasão
• Pode ser Fundido

• Resistente a Ozônio
• Resistente à microorganismos
• Alta ou Baixa Histerese
POLIURETANO - CARACTERÍSTICAS

•Resistência à abrasão - uma das maiores qualidades do


Poliuretano
•Elevada resistência à tração
•Elevada resistência à propagação de rasgos
•Boa elasticidade ao choque
•Boa flexibilidade à baixas temperaturas
•Boa resistência às intempéries e Ozônio
•Grande capacidade de suportar cargas
•Boa resistência à hidrólise
•Possui boa resistência dielétrica (mas não é recomendado
como material isolante)
POLIURETANO - APLICAÇÕES
SEMI-RÍGIDO:

• Solados em geral (sola, entressola e palmilha);


• Filtros de ar automotivo;
• Peças técnicas que substituem materiais de alta performance, como o
teflon e o nylon;
• Enchimento interno de pneus blindados;
• Coxias.
• Quebra-sol automotivo;
• Isolamento acústico em tapetes de caminhões;
• Cofre do motor de õnibus e caminhões;
• Enchimento de pára-choques automotivos para absorção de impacto;
• Embalagens que imitam o isopor;
• Fabricação de tampo traseiro de automóveis;
• Assentos sanitários;
• Portas automotivas;
• Enchimento de colunas automotivas;
• Painéis.
POLIURETANO - APLICAÇÕES
ESPUMAS-FLEXÍVEIS:

• Espumas para colchões (alta resistência, viscoelástica, convencional dura e


macia);
• Espumas para estofados (alta resistência, viscoelástica, convencional dura
e macia, soft e hipersoft);
• Espumas para travesseiros (viscoelástica, soft e hipersoft);
• Espumas para bordado de colchão e “pillow-top” (alta resistência,
viscoelástica, soft e hipersoft);
• Espumas técnicas para indústria automotiva, eletrônica, de embalagens
com propriedades antiestática, ar-condicionado;
• Espumas hospitalares e para limpeza, banho, calçados, brinquedos, base
de carpetes, dublagens de tecido, entre outros.
POLIURETANO - APLICAÇÕES
Rígidos para isolamento térmico

• Geladeiras domésticas, geladeiras industriais, freezers, carrinhos de


sorvete, estufas em geral (industriais, para laboratórios, consultórios, etc.);
• Isolamento de telhas, de tanques, de caminhões-tanque que carregam
produtos químicos, placas rígidas para isolamento de caminhões-baús,
balcões frigoríficos, aquecedores e cabines de ônibus.

CASE - Coatings, Adesivos, Selantes, Elastômeros

• Junta de vedação por derramamento;


• Aglomerante de borracha ou flocos de espuma;
• Tintas elastoméricas;
• Imitação de teflon.
POLIURETANO - APLICAÇÕES
Flexíveis moldados

• Bancos e apóia-cabeças de automóveis, caminhões e ônibus;


• Bancos de motos, assentos e encostos de móveis de escritório;
• Móveis estofados inteiriços, peças que são feitas inteiramente com espuma
flexível moldada, com uma alma de aço interna para dar fixação às peças;
• Cadeiras inteiriças de dentistas;
• Objetos ortopédicos (como bolinhas para massagear as mãos, espumas
para cadeiras magnéticas, colchões magnéticos, etc.);
• Brinquedos (bonecas inteiriças, ursinhos de pelúcia, bolas);
• Brindes (como porta-latas, colchões injetados, travesseiros injetados);
• Travesseiros e colchões (viscoelásticos ou de alta resistência).
POLIURETANO - APLICAÇÕES
Rígidos estruturais

• Aerofólio automotivo;
• Molduras decorativas;
• Gabinetes de computador
• Painéis de caixa-eletrônico;
• Peças decorativas;
• Imitação de madeira;
• Peças técnicas e automotivas;
• Cabos de pincéis;
• Blocos para esculpir;
• Blocos para fabricação de protótipos;
• Peças técnicas em geral (Ex: porta-lâmpada; painéis de uma cadeira de
dentista).
POLIURETANO - APLICAÇÕES
Peles integrais

• Volante de carro;
• Apóia-braço de cadeira de escritório;
• Apóia-cabeça de banheira de hidromassagem.

Sprays elastoméricos
• Revestimento de capota de pick-up;
• Revestimento de tanques;
• Revestimento de lajes;
• Proteção de pisos;
• Impermeabilizantes.
POLIURETANO - RECICLAGEM
Reutilização do PU:
As sobras da produção de solados de PU podem ser granuladas e
reutilizadas em processos de injeção, na produção de solados não
celulares.
Os rejeitos granulados podem ser moldados por compressão em
temperaturas elevadas para a produção de novos artigos. Nos
processos de fabricação de espumas flexíveis em bloco, as espumas
resultantes de perdas podem ser retalhadas e vendidas para
enchimento de travesseiros e almofadas; ou misturadas com um
adesivo, que normalmente é um prepolímero de poliol polieter triol e
TDI, e a seguir prensadas para a obtenção de blocos de espuma
regenerada, que retornam ao processo para serem cortados e
reutilizados, ou usados como base de carpetes.
Rejeitos de espuma rígida podem ser granulados para absorção de
óleo derramado, ou aglutinados com MDI para formar placas para
pisos de ginásios esportivos ou na construção de navios.
POLIURETANO - RECICLAGEM
• Reciclagem química:
Na reciclagem química, polímeros contendo grupos carbonila podem ser
decompostos, resultando em novos reagentes. Resíduos de PET (poli
tereftalato de etileno glicol), empregado na fabricação de fibras poliéster
ou garrafas de refrigerantes, na forma de grânulos moídos podem ser
submetidos à reação de trans-esterificação (Figura 1) conduzida em
temperatura de 216°C por cerca de 6 horas, com dióis de baixo peso
molecular resultando em polióis poliésteres aromáticos utilizados na
fabricação de espuma rígida de PU.

RCOOR’ + HOR’’OH → RCOOR’’OH + R’OH


Figura 1 – Glicólise da ligação ester

Num exemplo do processo, os resíduos de PU base poliol poliéster, como


sobras da produção de solados, cortados em pedaços de 2 a 5 mm, são
aquecidos a 220°C, na presença de dióis de baixo peso molecular, para
que ocorra a reação de trans-esterificação, resultando num produto
hidroxilado de baixo peso molecular, que pode ser reutilizado misturado
em proporções de 5 a 10% (alguns casos até 20%) ao componente poliol,
na fabricação de novos solados.
de

para
Gama de

diversos
variação

materiais.
grupos de
densidade

0.1
1
10
100

Espumas
poliméricas
[ton/m^3]
DENSIDADE

Madeiras

Elastómeros

Polímeros
estruturais

Compósitos de
fibras

Cerâmicos
porosos
PROPRIEDADES DE ELASTÔMEROS

Cerâmicos
avançados

Ligas metálicas
PROPRIEDADES DE ELASTÔMEROS

100000
RESISTÊNCIA

Gama de 10000
[MPa]

variação de 1000

resistência 100

para 10

diversos 1

grupos de 0.1

avançados
Madeiras

Cerâmicos

Cerâmicos
poliméricas

estruturais
materiais.

Compósitos de
Polímeros
Elastómeros

Ligas metálicas
Espumas

porosos
fibras
para
Gama de

diversos
variação

materiais.
grupos de
de rigidez

0,01
0,1
1
10
100
1000
10000

Espumas
poliméricas
[GPa]
RIGIDEZ

Madeiras

Elastómeros

Polímeros
estruturais

Compósitos de
fibras

Cerâmicos
PROPRIEDADES DE ELASTÔMEROS

porosos

Cerâmicos
avançados

Ligas metálicas
CARACTERÍSTICAS DE ELASTÔMEROS

10000

Gama de CUSTO
RELATIVO
(POR UNIDADE
variação do 1000
DE VOLUME)
[ton/m^3]

custo relativo 100

por unidade
10
de volume
para diversos 1

grupos de
0,1
materiais.

Compósitos de
poliméricas

Madeiras

Elastómeros

estruturais

Cerâmicos

Cerâmicos
avançados

Ligas metálicas
Polímeros
Espumas

porosos
fibras
VANTAGENS E DESVANTAGENS

VANTAGENS:
• Baixo custo, peso reduzido, grande resistência, facilidade de
moldagem e produção de diferentes peças.
• O plástico tem substituído os metais, a madeira e os vidros, na
vida prática.

DESVANTAGENS:
• Descarte no meio ambiente e durabilidade, dificuldade de
degradação.
• Quando expostos à certos líquidos podem ser atacados ou
dissolvidos.
• A exposição à radiação e ao calor pode promover a quebra de
ligações e com isso a deterioração de suas propriedades físicas.

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