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BIOMATERIAIS – INTRODUÇÃO
Um biomaterial é um material usado em contacto com sistemas biológicos para diagnosticar, tratar ou
substituir qualquer tecido, órgão ou função do corpo. Podem ser usados no interior ou no exterior do
corpo (por exemplo, lentes de contacto). Podem ser usados em dispositivos, mas não são dispositivos.
A resposta imunológica desencadeada por contacto com um objeto estranho varia de sistema
imunitário de uma pessoa para outra.
Comportamento elástico: um material sólido sujeito a uma força tensil estende na direção de tração
por uma quantidade que é proporcional à força (lei de Hooke).
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Tensão de cisalhamento/tensão de corte (Shear strain): nestes casos, a carga aplicada é paralela à
área que a suporta, e a alteração dimensional é perpendicular à dimensão de referência.
Fadiga: alguns materiais fraturam mesmo quando as tensões à qual estão sujeitos são muito menores
que a tensão de falha. Isto ocorre quando as cargas são aplicadas e removidas ciclicamente, como no
caso das válvulas cardíacas e nas articulações.
Tenacidade: medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar
AÇO INOXIDÁVEL
Já está oxidado, tendo uma camada de óxido de crómio (Cr2O3) para além de Fe, Ni e Mo.
O crómio tem grande tendência para se ionizar (+3 ou +6), tendo o seu ião grande aptidão para se ligar
ao oxigénio. Se é colocado dentro de uma liga em contacto com o ambiente (corpo/sangue) vai
trocando com outros iões da rede cristalina até chegar à superfície e reagir com o oxigénio, formando
o óxido.
• Cerâmico
• Muito fino (na ordem dos nm)
• Transparente
• Mau condutor de eletricidade (não permite movimentos de cargas elétricas no seu interior)
Confere resistência à corrosão, no entanto, ao fim de algum tempo, esta pode existir.
Graças ao níquel, que expande o domínio austenítico, a liga apresenta-se na forma austenítica à
temperatura ambiente.
Temos 3 fases: ferrítica, austenitica e martensitica. Estas têm diferentes composições químicas.
+ Com a corrosão do aço inoxidável podem libertar-se partículas tóxicas: os iões pesados (como o
crómio) não são excretados e acumulam-se nos órgãos (o chumbo acumula-se no sistema nervoso
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central, levando à morte por asfixia). Desta forma, uma prótese de aço inoxidável provavelmente
tem de ser substituída ao fim de um certo período de tempo, tendo a pessoa que ser reoperada.
A nível médico temos aço inoxidável com muito pouco carbono. Podemos adicionar elementos que
preferencialmente se ligam ao carbono e impedem que este se ligue ao crómio, diminuindo a corrosão
(weld decay – temos menos crómio, as zonas ficam mais suscetíveis à corrosão). Exemplos desses
elementos são o titânio e o cobalto.
Inicialmente, a prótese da anca era totalmente de aço inoxidável, pois este é barato e facilmente
moldável! Mais tarde, viu-se que a cabeça do material era facilmente desgastável pelo que não se
usa hoje em dia. Com o desgaste, são libertadas partículas tóxicas.
LIGAS CR-CO
+ Resistente ao desgaste, mas rígido e pouco flexível. Acaba, no entanto, por haver sempre
degradação.
+ Tem módulo elástico elevado (semelhante ao aço inoxidável).
As ligas são mais simples de produzir no que toca a moldes e são resistentes ao desgaste, no entanto
são mais rígidas (desvantagem).
+ Não tóxico
+ Muito leve (pouco denso)
+ Grande resistência mecânica
+ Biocompatível mas não é bioativo: causa inflamação mas não desencadeia reação ao corpo
estranho (encapsulamento).
+ Tem um módulo de elasticidade próximo do osso
+ Pode-se tornar muito resistente com revestimentos
+ Tem estrutura HCP. Tem um óxido muito mais plático do que aquele que se forma no aço inoxidável
- deformável plasticamente
- Menor resistência ao desgaste, não sendo indicado para articulações em geral. (não usar, por
exemplo, na cabeça do fémur)
- Caro
LIGAS NI-TI
São ligas com memória de forma: podemos deforma-las que depois, alterando a temperatura,
conseguem recuperar a forma inicial. Isto é: é possível alterar o Sistema cristalino e depois voltar ao
anterior.
Uma das aplicações são os stents, que servem para reforçar veias e artérias: à temperatura de 36,5ºC
(corporal), a liga “relembra-se” da sua forma inicial e transforma-se/expande-se. Outra aplicação são
os aparelhos dentários.
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TITÂNIO OU AÇO INOXIDÁVEL?
O material a escolher para o implante dependerá, em parte, do tempo que o paciente o usará.
Sendo um idoso, não há necessidade de utilizar um material mais caro como o titânio, pois a duração
da utilização será curta e não levará a problemas de toxicidade. Noutros casos, o titânio é vantajoso,
pois, apesar de caro, não causa reação ao corpo estranho.
CERÂMICOS
Alguns podem ser utilizados em aplicações médicas (densos ou como revestimento) sendo eles os
cerâmicos:
• biotolerados (bioinertes)
• bioativos.
+ muito resistentes à compressão e muito inertes, uma vez que são quimicamente estáveis por
terem as suas ligações saturadas.
BIOTOLERADOS
São usados para implantes nas junções do joelho e da anca. Na realidade, as articulações do joelho e
da anca são lubrificadas e, por isso, interagem perfeitamente. Quando se coloca uma prótese, os
materiais não podem ser metal-metal porque a fricção seria insustentável. Então usam-se cerâmicos
biotolerados (bioinertes) que são resistentes ao desgaste/corrosão.
São eles:
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ÓXIDOS METÁLICOS DUROS
Tem várias fases e várias estruturas possíveis (polimórficos), isto é, os átomos combinam-se de formas
muito diferentes/podem cristalizar em sistemas diferentes (alterando conforme a temperatura
ambiente).
É frequentemente contaminado com ítrea (Y2O3), cerca de 3%-6%, para evitar o problema de transição
de fases e a propagação de fissuras (a lixiviação da ítrea leva ao problema inicial e à remoção do
material). Também pode ser contaminado com ClO2, MgO ou até Al2O3 (alumina), pois esta última é
bastante estável.
O problema de contaminar a zirconia com ítrea é que esta é eliminada ao longo do tempo. A melhor
solução passa por utilizar zircónia com alumina.
A alumina é boa em termos de desgaste mas não em termos de impacto (propagação elevada de
impacto -> fissuras). É normalmente reforçada com zircónia (que não parte tão facilmente), mas
também acontece o inverso.
CERÂMICOS TÉCNICOS
• TiC e TiN são muito finos – uma camada muito fina é suficiente para um aumento significativo da
resistência ao desgaste e corrosão
São usados, por exemplo, para produzir as esferas das próteses da anca.
+ Barato
+ Fácil de fazer.
DLC é usado sobre ligas Co-Cr, por exemplo, para elevada resistência ao desgaste.
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• Têm cor preta e são usados em componentes de articulação submetidos a esforços de carga.
REVESTIMENTOS FINOS
Maquinar um cilindro para produzir a parte esférica de uma prótese não é fácil, por isso, maquina-se
um metal (mais fácil) e cobre-se a superfície com um revestimento cerâmico que dá resistência ao
desgaste.
BIOATIVOS
• fosfatos de cálcio (HA, TCP, OCP, outros): correspondem à componente mineral da matriz
extracelular.
• vidros bioativos.
FOSFATOS DE CÁLCIO
A que é produzida em laboratório é tão semelhante à natural que acaba por não ser reconhecida como
um corpo estranho (trifosfato de cálcio -Ca3(PO4)2 é um outro exemplo de um fosfato de cálcio) –
biocompatível.
São as fibras de colagénio que sustentam a componente mineral do osso que é responsável pela
flexibilidade do mesmo.
VIDROS BIOATIVOS
É exemplo o bioglass.
Não têm uma estrutura organizada. Quando existe uma esfera de vidro bioativo normalmente tem de
ser bem polido e parece um espelho.
POLÍMEROS
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+ São mais fáceis de alterar do que os metais, sendo possível ajustar (química e fisicamente) as
suas propriedades.
Exemplos de aplicações:
• polímero biodegradável: podemos ter uma esfera com medicamento dentro e que seja sensível ao
pH. Assim, a alteração do pH pode levar à degradação da esfera e libertação do medicamento.
• Esponjas de quitosano (provem de cogumelos, crustáceos...), podem ser usadas para fazer
scafflods – é muito flexível e biocompativel
• Uma lesão nos nervos pode ser tratada usando um polímero como substituto, com cortes
longitudinais.
+ Excelente biocompatibilidade
+ Excelente degradabilidade
+ Adequadas interações com muitas moléculas (proteínas, proteoglicanos, …).
+ É considerado promotor da ligação entre células/tecido e do crescimento – pensos de colagénio
são usados para fortalecer regiões fragilizadas (por exemplo, após operação ao intestino)
“Electrospining” pode ser usado para criar um polímero poroso através de uma técnica de diferença
de potencial, levando à criação de fibras.
COMPÓSITOS
Podem ser compósitos de matriz polimérica, de matriz cerâmica, carbono e fibras reforçadas. São
obtidos por diferentes combinações de materiais de forma a terem as propriedades pretendidas.
PRÓTESES E IMPLANTES
DENTES
PRÓTESE DENTÁRIA
A parte metálica é uma liga de Cr-Co com fundição de precisão, com um intervalo de arrefecimento
muito bom, resultando numa resistência mecânica muito grande (podendo ser fina). Esta não se funde
com os outros dentes.
A parte do dente postiço é de alumina e permite acertar a tonalidade. Também pode ser um compósito
de base polimérica revestida a cerâmico para dar resistência mecânica e não desgastar, sendo mais
barato e fácil de fazer e substituir.
Outros dentes servem de pilar para a prótese – não há substituição da raiz do dente.
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IMPLANTE DENTÁRIO
Deste modo, utiliza-se normalmente o titânio. Este é um material poroso, o que vai facilitar o
crescimento sendo que com o tempo o osso cresce à volta do implante e fixa-o. O titânio é
osteoconductivo e biocompatível o que facilita a penetração das células.
• ou se utiliza uma superfície rugosa (criada com jatos de quartzo ou sílica) para aumentar a área
de contacto entre a prótese e o osso
• ou um revestimento de hidroxiapatite, mais aceite pelo organismo, mas implicando cuidados para
garantir que não parte devido à sua fragilidade.
Queremos que o parafuso adira fortemente ao osso, logo a área de contacto tem de ser elevada e o
osso deve crescer na direção do implante.
1) põe-se um parafuso provisório dentro do parafuso maior, apenas para fechar o buraco e dá-se
um ponto, pondo-se um dente provisório por cima.
2) Quando começa a cicatrizar e o parafuso exterior está fixo ao osso, substitui-se o parafuso de
dentro pelo implante final.
Apenas 8% dos implantes dentários falham: um pequeno número, por erro médico, outro por corrosão
do osso.
• Usam-se ligas de titânio, alumínio e vanádio, podendo haver reações nefastas a alguns iões de Al
e V ou uma infeção bacteriana na parte de contacto implante/gengiva.
• Podem surgir zonas cinzentas devido ao desaparecimento do osso: o implante (titânio) fica à vista,
podendo até mesmo cair.
• Periodontite é o desaparecimento do osso devido a bactérias que entram pelos tecidos moles e
começam a libertar ácido que dissolve o osso. É necessário evitar que as bactérias entrem
aquando da introdução e adesão do implante ao osso, uma vez que após a sua inserção,
comunicam umas com as outras, formando um biofilme.
Métodos alternativos podem passar por métodos de pressfit (isto é: o buraco feito é menor do que o
implante). São alternativas para o titânio um cerâmico suficientemente resistente mecanicamente e
que permite dar-lhe forma e não é escuro: zircónia. Em contrapartida, não é bioativa.
APARELHO ORTODÔNTICO
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Recorre-se a ligas com memória de forma, uma vez que se tratam de estruturas metálicas
suficientemente flexíveis e resistentes para formar fios ortodônticos capazes de puxar um dente para
o sítio, aplicando uma carga muito forte e depois voltando ao normal (superelasticidade).
OUVIDO
Substituição do martelo por uma prótese feita de titânio coberta por hidroxiapatite.
IMPLANTE COCLEAR
Reestabelece a conexão elétrica entre o cérebro e o ouvido, quando esta não existe. Feito normalmente
com cabos de ouro (eletrónica), pouco sofisticado em termos de materiais, pois pretende-se apenas
que não se degradem, sem ser preciso grande resistência mecânica e outras capacidades.
Os materiais que contactam com o sangue têm de ser preparados/tratados. No geral, o sangue
coagulará em contacto com qualquer material e é preciso evitar isso. Para evitar a agregação das
plaquetas é feita, por exemplo, um revestimento de albumina (proteína mais abundante no sangue).
PACEMAKER
Temos 2 eletrodos ou mais que vão estimular eletricamente o coração. O fio é feito de ouro para não
oxidar.
PRÓTESES VASCULARES
Material muito utilizado é o DACRON. Relativamente às próteses, deixa passar a água pelos seus poros,
mas não deixar passar o sangue porque as plaquetas aderem à superfície porosa e os poros fecham.
Exemplos de aplicação:
• Aorta – ao sair do coração a aorta tem uma grande curva, havendo uma mudança termodinâmica
no percurso do sangue nessa região. Essa curva potencia a deposição de gordura (ou ingerida ou
não excretada) imediatamente antes ou depois dela. Consequentemente, ocorre uma limitação no
percurso do sangue, isto é, com a deposição o vaso fica mais estreito (“limitation of blood
pathway”). A velocidade de fluxo do sangue aumenta para tentar compensar a menor passagem
do mesmo e isso pode levar a uma maior erosão na zona da gordura acumulada. Assim, existe a
possibilidade de ocorrer uma “explosão” dessa gordura consequente da erosão (rutura de
aneurisma). Para evitar este problema a tempo, uma das soluções encontradas é fazer um “clamp”
(bloqueio de zona da aorta) e fazer um desvio da circulação do sangue através de uma prótese
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vascular (para efetuar este procedimento é necessário recorrer à circulação externa no processo),
com um material semelhante ao tecido de paraquedas, que é uma rede que faz com que as
plaquetas se agarrem à parede e o sangue não saia. Depois de colocada a prótese o paciente irá
para sempre tomar medicamentos para garantir a fluidez do sangue (anticoagulantes).
VÁLVULAS CARDÍACAS
Uma válvula abre e fecha de acordo com a pressão sanguínea. As próteses de válvulas fazem o mesmo.
Os folhetos são as partes móveis da válvula e têm o mesmo peso específico do sangue, de modo a que
um pequeno fluxo de sangue consegue fazer com que estes se movam.
Estado normal de uma válvula: dinâmica ótima, em média, abre e fecha cerca de 103000 vezes por
dias, cerca de 3,7 biliões de vezes, durante a sua vida.
Tecido das válvulas: conetivo, não vascularizado, denso, constituído por fibras de colagénio e elastina
ligadas a proteoglicanos e glicosaminoglicanos.
Diz-se que há estenose (constrição), com maior espessura do folheto e perda de flexibilidade.
Os depósitos de cálcio podem também levar à fragmentação do folheto, havendo rasgões e levando a
regurgitação.
VÁLVULAS MECÂNICAS
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• Anel metálico feito de Cr-Co-Mo.
• 2 ganchos de Cr-Co soldados
• Bordo de teflon (para poder ser cosido)
• Componente móvel de carbono obtido, fundido e depositado a altas temperaturas - carbono
piralítico.
Existem em forma de borboleta (abre/fecha), disco ou com uma bola que sobe/desce conforme a
pressão, deixando ou não passar o sangue. Têm embebido um tecido para rutura.
VÁLVULA BIOLÓGICA
+ Não há necessidade de tomar anticoagulantes, uma vez que utilizam tecido do pericárdio de porco
ou vaca descelularizado (também se pode usar válvulas aórticas de suínos e tecido de avestruz),
o que faz com que não haja contaminação porque só resta a estrutura do tecido/colagénio (base)
que pode ser moldado ao formato que é parecido com as nossas válvulas naturais. Este material
denomina-se XENOGRAF.
+ Têm hemodinâmicas aproximadas ao tecido não tratado.
- São necessários tratamentos de reticulação (Ga) para aumentar a resistência à degradação
química/enzimática, para suprimir a resposta imunitária, esterilizar o tecido, reforçar as
propriedades mecânicas e preservar a flexibilidade.
- Estas válvulas são semelhantes às naturais, podendo sofrer processos de calcificação.
Podem ser sem anel (com revestimento em Dacron) ou com anel de propileno (estrutura em Dacron).
Como fixar as válvulas se não podemos aparafusar, uma vez que, o coração é muito elástico?
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Com um pouco de fibra de tecido (semelhante a roupa) à TEFLON.
STENTS CORONÁRIOS
São molas (“springs”) poliméricas ou de metal (liga níquel/titânio) com memória de forma.
• Expande o calibre do vaso e expande a área sobre a qual é exercida pressão. Inicialmente é muito
fino, pode ser levado por um cateter até ao local do problema.
A liga níquel-titânio, por exemplo, apresenta transição entre fase austenite e martensite, de forma
semelhante ao que acontece nos aços (austenite e martensite têm diferentes sistemas
cristalográficos). Conseguimos então alternar entre as duas estruturas (uma muito fina e outra
expandida), sendo isto controlado pela temperatura.
Quando um stent expande, causa tensão na superfície do vaso sobre uma área alargada (“spread out”),
pelo que não se trata de uma “má pressão”: pressão excessiva como no caso da exercida pela gordura.
Os stents poliméricos têm a vantagem de conseguirem carregar um fármaco que vai sendo libertado
ao longo do tempo para o vaso voltar ao normal (este perde elasticidade devido à carga cíclica a que
está sujeito).
• Primeiro coloca-se um primeiro cateter, desde a perna/braço até perto do cérebro onde se
encontram os principais vasos que levam o sangue até à cabeça onde se se costumam encontrar
mais problemas. No cateter pode estar um líquido que permite ver por raios X se o sangue está a
circular.
• No cateter pode ser colocado um balão que vai muito estreito até ao local de acumulação e lá
insufla, alarga e suga a gordura que está acumulada. Também se pode aplicar um “vortex” artificial
na zona para destruir o que está acumulado em partículas e desaparecerem, mas não é tão usado.
• No caso de haver muitos danos à colocação de stent: stents são aplicados a pessoas que estão
em risco de AVC, ataques cardíacos, etc., quando estes procedimentos não são suficientes.
AVC = acidente vascular cerebral = falta sangue chegar a parte do cérebro, que leva a morte cerebral
nessa região e consequente perda de capacidades.
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CORAÇÃO ARTIFICIAL
O formaldeído é um bom crosslinker que permite que a degradação do plástico (material do coração
artificial) seja lenta, embora seja mau para as células que vão estar em contacto (mas não é muito
grave).
Para receber um Coração Artificial precisa-se de ter uma esperança de vida menor ou igual a um mês
– este tratamento é apenas temporário, para casos em que o coração está a funcionar mal e a pessoa
está, por exemplo, à espera de um transplante. Tem uma duração máxima de dois anos.
IMPLANTES MAMÁRIOS
A parte externa é constituída por um silicone bastante sólido e tratado com “crosslinking” para que a
forma se mantenha. Tem uma consistência semelhante a borracha flexível, mas mantém uma certa
forma. É o saco em si.
A parte interna, ou seja, o conteúdo do saco, pretende-se que se aproxime o máximo possível do tecido
natural, que é um género de gordura.
• Inicialmente esse conteúdo era, então, monómeros livres de silicone formando um líquido
viscoso. No geral, esta correção dos implantes aproximava-se de um verdadeiro peito, em termos
de sensação e em termos visuais.
• No entanto, começaram a surgir problemas: o saco externo da prótese/implante apresentava
buracos pois o “crosslinking” não assegura a não existência de poros. Alguns monómeros saiam e
estavam a espalhar-se pela corrente sanguínea, causando uma resposta agressiva e consequente
inflamação, por exemplo, nas articulações. Um famoso acidente relacionado com implantes foram
os peitos que rebentaram num acidente de carro, no qual a pessoa morreu devido à toxicidade,
pois os monómeros de silicone líquido não são biocompatíveis.
• Para resolver o problema, o silicone tóxico do interior dos implantes foi substituído por soro
fisiológico (solução salina). Apesar de a sensação não ser tão verdadeira, não é tóxico.
• Assim, atualmente, usa-se silicone outra vez, mas parcialmente “crosslinked”, sendo mais viscoso
(textura de queijo da serra).
Em termos de técnicas cirúrgicas, inicialmente implicavam um corte à volta de todo o peito (meridiano)
e cicatrizes. Hoje o silicone pode ser introduzido por trás do peito, entrando desde a axila, mão ou
braço, etc.
Um dos problemas que pode ocorrer com os implantes mamários é a rejeição, na qual o corpo cria
uma camada de tecido em redor do implante e expele-o, como corpo estranho.
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PELE ARTIFICIAL
A pele:
• Mantem o equilíbrio de líquidos no corpo, sendo que sem ela, ocorre grande perda de líquidos
• É uma importante barreira contra as bactérias
Quando temos uma ferida (pequenos defeitos) a pele regenera, mas quando são maiores, como por
exemplo nos queimados (perda de muita pele) há grande probabilidade de infeção.
São colocados balões de ar na barriga sendo cheios ao longo do tempo. A pele estica e cresce sendo
depois cortada e repetido o processo.
Como é muito difícil encontrar um material que imite a pele, a melhor solução é a medicina
regenerativa/engenharia de tecidos. Os polímeros existentes para substituição da pele são
temporários porque desidratam e ficam contaminados com bactérias.
RECONSTRUÇÃO FACIAL
Alternativa é utilizar colagénio ou ácido hialurónico para preencher espaços vazios, mas dissolve-se
passado alguns meses, pelo que não é muito utilizado.
RECONSTRUÇÃO MAXILA-FACIAL
Recuperação de partes da maxila com placas de titânio com parafusos (reconstrução mecânica) para
proteger o cérebro.
Note que é utilizado titânio porque este promove o crescimento ósseo. Posteriormente há adição de
dentes ao implante.
OLHOS
LENTES DE CONTACTO
• Barato
• Flexível
• Transparente
• Permite colocar por dentro um anti-inflamatório.
Servem para corrigir ângulos e/ou alterar a cor dos olhos. Dantes os olhos chegavam à noite
inflamados (agressivo). Agora é usado um líquido/substância anti-inflamatória na superfície interna
das lentes e já não é tão agressivo.
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Método de produção: moldagem por injeção (abre e fecha para cada amostra). Produção em massa
com baixo custo.
LENTES INTRAOCULARES
Resolução das cataratas, que consistem numa deficiência no cristalino, uma barreira que costuma ser
transparente e que se degrada (polímero) e se torna opaca fazendo com que as pessoas vejam
sombras.
A solução passa por fazer um pequeno buraco no olho com um laser e colocar um vibrador de ultra-
som que com as vibrações destrói a membrana cristalina e a remove. Depois coloca-se uma lente
polimérica suave/macia que automaticamente se posiciona e orienta, graças à sua forma (existência
de umas “pernas”), rodando, ficando no local apropriado. Esta cirurgia forma uma cicatriz muito
pequena. Antigamente, era preciso esperar 1 mês entre retirar membrana e colocar nova lente de
vidro.
PRÓTESE OFTALMOLÓGICA
Feita de hidroxiapatite.
ANTICONCETIVOS
Trata-se de um material que não pode ser biocompatível. Em forma de T, normalmente feito de cobre
que é (efeito duplo):
• uma barreira física (impede os espermatozoides de chegar às trompas, como se tratasse de uma
parede)
• uma barreira química - é citotóxico matando espermatozoides
Introduzindo na vagina fechado, sendo que abre como um guarda-chuva no fundo do útero.
Os mais recentes são feitos de uma esponja polimérica que produz uma espuma, havendo um efeito
triplo:
DISFUNÇÃO ERÉTIL
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Tem um reservatório para fluido, uma bomba de ativação/desativação por baixo da pele do escroto e
dois cilindros erécteis colocados no pénis. Quando o homem quiser ativar, mexe na bomba de ativaçã
e quando quiser desativar, carrega num botão.
ESQUELETO
Os ossos são constituidos por compostos orgânicos e minerais (na matriz extracelular – dão rigidez).
Temos uma rede de colagénio com cristais cerâmicos (hidroxipatite) incorporados. As células que
produzem esta matriz são os osteoblastos (criados a partir das células estaminais da medula).
Os ossos são permanentemente criados (osteoblastos - criados a partir das células estaminais da
medula) e destruídos (osteoclastos – libertam enzimas muito ácidas para o osso; abrem espaço para
o crescimento de novo osso):
FIXADORES EXTERNOS
Aplicados em fraturas expostas para imobilização ou para provocar crescimento (altura), por aplicação
de stress mecânico, ao qual o osso reage.
Estes dispositivos têm de ser comandados para desempenharem ações, tal como os nossos membros
são controlados pelos nervos e cérebro. É necessário aprender a controlá-los, por exemplo, com
sensores de pressão num músculo para que, quando esse é acionado, leve ao movimento dos dedos.
Os mais avançados tentam já desencadear as ações conforme o pensamento/ordens do cérebro.
Com recurso a polímeros e silicone para aderir à prótese é cada vez mais fácil produzir próteses
realistas, imitando a forma, cor e brilho da pele. A prótese é normalmente feita de fibra de carbono.
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Consiste numa placa com buracos onde encaixam parafusos. Estes têm um design característico,
sendo que, na parte de enrascar, abre o osso sem ser preciso a existência de um buraco de antemão.
Na sua cabeça, o tipo de superfície não causa danos nos tecidos e tem um buraco para que com uma
chave seja fácil retirá-los.
Normalmente a escolha recai sobre o aço, que contém habitualmente crómio e níquel. Embora estas
não possam ser mantidas por muito tempo, por causa do níquel que provoca alergias e do crómio que
é tóxico e difícil de expulsar, são as mais escolhidas por serem baratas, mas para usos temporários. O
titânio é mais caro, mas bastante mais biocompatível.
Estas placas não se podem colocar em articulações porque o desgaste seria demasiado grande!
IMPLANTES ARTICULADOS
Tentou-se usar um dispositivo que não implicasse a utilização de duas partes diferentes da prótese,
por exemplo, do dedo, para não estar a ocorrer fricção constantemente. Como mexemos muito os
dedos, tentou-se desenvolver uma peça única que juntasse as duas partes. Para tal usa-se polímeros
e compósitos.
É importante ser resistente, mas principalmente não originar fadiga porque, no caso do dedo, a carga
não é elevada, mas os ciclos são muitos.
PRÓTESE DO OMBRO
O ombro apresenta muitos movimentos, pelo que é difícil ter uma prótese que dure muito tempo e que
permite ao paciente restabelecer o movimento total da articulação.
No entanto, a carga não é muito elevada, daí a prótese poder ser pequena. É colocada por pressão.
A coluna vertebral protege a medula espinal, pertencente ao sistema nervoso central. As vértebras da
coluna encontram-se separadas por discos intervertebrais, que se tornam mais finos nos idosos (as
pessoas “encolhem”) e que podem sofrer rutura (hérnias).
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Recentemente tem-se tentado regenerar tecido do disco para ser uma solução. Uma solução passa
por usar PTFE (Politetrafluoretileno).
RECONSTRUÇÃO DO PUNHO
O punho tem um movimento muito complexo. Não está sujeito a muita carga, mas há muito movimento
e exige muita flexibilidade.
PRÓTESE DO JOELHO
Parte do corpo sujeita a muito peso e movimento, ou seja, muita energia aplicada numa pequena área
A zona móvel da articulação (mais sujeita à fricção) é feita de UHMWPE (ultra high molecular weight
polyethilene), branco. Este componente serve para substituir a cartilagem (lisa e macia), que é
resistente ao desgaste e transmite força.
A zona da articulação apresenta, então, porções em Cr-Co e outras feitas de UHMWPE. Ambos os
materiais devem estar bem polidos e, mesmo assim, podem vir a surgir problemas de desgaste, nos
quais o polímero é mais macio e, portanto, se dissolve/degrada mais rapidamente com o uso e com o
tempo.
A prótese do joelho permite mover a articulação do mesmo, mas normalmente não permite
movimentos laterais.
Quando parte do osso foi removida, por exemplo, devido a cancro, a prótese é muito diferente porque
tem de ter a parte que lá falta. Pretende-se, nestes casos, que o material da prótese seja poroso para
aumentar a área de contacto com o osso que resta. Retirar uma prótese destas, caso seja necessário
devido a problemas, é muito difícil porque destrói tudo o que estava à sua volta. Estas próteses são
habitualmente maiores e personalizadas ao paciente. Normalmente são coladas com PMMA.
Fixação da prótese: abrem o joelho, bloqueiam o sangue, cortam a parte terminal do fémur e da tíbia,
fazem um buraco e colocam um líquido semelhante a uma cola/cimento (polímero) juntamente com a
peça. Depois, o líquido solidifica e o componente fica fixado. Faz-se isto para ambas as componentes.
A cola utilizada (PMMA) é um copolímero – 2 polímeros que se juntam em líquido. A reação de
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polimerização é exotérmica (aproximadamente 70 ºC), pelo que quando o osso contacta com esta, a
temperatura está acima do que as células conseguem aguentar (aproximadamente 43 ºC) e, por isso,
a primeira camada de células morre. Isso pode ser um problema, visto que desencadeia uma resposta
imunológica que tenta livrar-se do material, envolvendo-o numa cápsula fibrosa. Pode levar a
problemas de fixação da prótese.
PRÓTESE DA ANCA
Elementos: ligamentos, cápsula articular, membrana sinovial, líquido sinovial, cartilagem articular.
O líquido sinovial permite o movimento e não permite que os tecidos, devido à fricção, atinjam
temperaturas elevadas (que danificam os tecidos). Assim, numa situação saudável é um removedor
de calor.
A artrite consiste num problema de danificação da cartilagem, na qual a cartilagem passa de lisa,
macia e resistente para frágil e rugosa. A causa para isto acontecer pode ser:
• um contínuo atrito que causa desgaste à medida que uma pessoa envelhece
• desporto - a viscosidade do líquido sinovial depende da temperatura, então quando o exercício é
intenso e a articulação é muito usada este pode aquecer e tornar-se muito líquido, não lubrificar
tão bem e levar ao desgaste da cartilagem. Este problema causa dor, pelo que as pessoas tendem
a evitar o movimento. A artrite pode estar relacionada com problemas do coração e reumatismo.
Uma fratura femural pode necessitar de prótese. Numa fratura com necrose tecidular, o sangue não
está a circular como deveria no tecido e isso induz a necrose do tecido e consequente fratura.
COMPONENTES
CORPO DA PRÓTESE
• O titânio é mais leve, não oxida tanto, é mais biocompatível e tem um módulo de elasticidade e
propriedades mecânicas mais próximos do osso.
• O aço inoxidável, o problema de “stress shelding” causado pelo facto de o módulo de elasticidade
do aço ser muito superior ao do osso leva a que a pressão atue sobre a prótese e o osso deixe de
ser estimulado, podendo levar a perda óssea.
No entanto, o aço é muito barato de produzir, ao contrário das peças de titânio que são produzidas por
“machining” (começa-se com um bloco e vai-se cortando) que tem um custo muito mais elevado e uma
produção menos eficiente. O custo advém da necessidade de realizar todo este processo em fase
sólida porque é difícil liquidificar o titânio sem que este oxide – necessidade de vácuo.
O corpo da prótese encontra-se em contacto com o osso, sendo que este contacto pode ser
estabelecido por:
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• uma cola
• com superfície rugosa e porosa (exemplo: pequenas esferas no titânio) que facilitam a ligação ao
osso, associadas a um revestimento de hidroxiapatite (cerâmico bioativo).
No caso de o corpo ser de titânio, existe um fino filme de óxido de titânio à superfície. Este apresenta
normalmente cor branca, mas como é um filme com nanómetros de espessura, a interação com a luz
pode fazer variar a cor conforme a sua espessura (separação de comprimento de onda conforme
espessura – dai haver alguns azuis). Este aspeto não é muito relevante em termos funcionais. É usado,
por vezes, para efeitos de marketing.
CABEÇA DA PRÓTESE
Crómio e cobalto habitualmente. No entanto, usar apenas o metal pode levar a desgaste no fim de
algum tempo e libertação de partículas.
Alternativa: esferas de cerâmicos (zircónia, alumina) por serem resistentes à compressão, estáveis
(inertes) e duros. No entanto, para além de ser difícil maquinar uma esfera cerâmica, há problema de
propagação de fraturas e de “stress shelding”.
Assim, outras das opções estudadas para a cabeça é a utilização de crómio-cobalto revestido por
cerâmico como TiN, DLC, zircónia ou alumina.
O tamanho da cabeça dependerá do peso da pessoa. Quanto maior for, melhor é a carga distribuída.
ACETÁBULO
Única parte fixa da prótese da anca, o que é importante porque a alteração o ângulo relativo à cabeça
pode levar a problemas de desgaste. É importante o aumento da área de contacto no acetábulo para
que a pressão exercida e o desgaste em cada ponto sejam menores.
A parte de dentro (côncava) é de UHMWPE (ultra high molecular weight polyethilene), porque tem de
permitir o movimento da cabeça da prótese e ser resistente ao desgaste (absorver bem vibrações).
Por fora o acetábulo tem uma “cup” porosa de titânio habitualmente coberta por hidroxiapatite.
Essa “cup” apresenta linhas na sua textura que permitem “atarraxar” a prótese ao osso, mas podem
ser adicionalmente usados parafusos se necessário.
Como a utilização de UHMWPE induz uma fricção polímero/cerâmico da cabeça, promove a libertação
de partículas.
Sendo o contacto cerâmico/cerâmico o que promoverá um menor desgaste, é adicionada uma camada
de cerâmico na parte interior do acetábulo, mantendo o polímero por questões de amortecimento
(absorção de tensões). Mas qual é o cerâmico?
A zircónia é mais resistente que a alumina. No entanto, já teve problemas de utilização devido a um
dos seus isótopos ser radioativo e de criar fissuras quando alterna entre as suas duas formas
cristalinas.
Uma solução para este último problema é a contaminação de zircónia com óxidos que desviam as
fissuras e impedem a mudança cristalográfica, evitando problemas. Um dos contaminantes muito
usados é ítrea (Y2O3) que resolve o problema, mas que é dissolvida/desaparece/inativada pelos fluidos
que estão sobre pressão, o que acontece nas próteses.
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Então agora, a ítrea só é usada com este fim para próteses que não sofrem grandes pressões (exemplo:
dentes). Para outras aplicações, hoje em dia, usa-se ATZ (alumina com zircónia) ou, em alguns casos,
ZTA (zircónia com alumina).
Podemos encontrar um anel de metal no acetábulo, cujo único objetivo é o de ser visto nas radiografias
para confirmar que o ângulo está correto, pois o resto do acetábulo é transparente.
EM RESUMO
Cabeça
• crómio de cobalto revestidos por cerâmico inerte/duro, que conduz ao menor desgaste possível
em contacto com cerâmico do acetábulo. Assim a interação ilíaco-femur é do tipo
cerâmico/cerâmico (menor desgaste)
Corpo/Haste
• titânio revestido por hidroxiapatite (por vezes titânio poroso – exemplo: esferas).
A hidroxiapatite pode ter vários usos no que toca a próteses: pode ser usada sobre uma forma densa,
como por exemplo, para uma formar uma cunha de correção de joelho; pode ser usada sobre uma
forma porosa, como por exemplo, grânulos de crescimento e, também, como revestimento, no caso da
prótese da anca.
Próteses são fixadas à pressão (press-fit) porque o titânio da haste é biocompatível. Podem ter
revestimentos bioativos (como o biovidro e fosfatos de cálcio).
As próteses são inseridas fazendo um buraco na medula do fémur, estas tem de ser rugosas de forma
a aumentar a área de contacto. O acetábulo pode ser fixo recorrendo a parafusos.
REVESTIMENTOS ATIVOS
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Por cima da haste de titânio existe uma camada/revestimento de hidroxiapatite que estará em
contacto com as células do tecido ósseo. A hidroxiapatite é semelhante à matriz extracelular das
células e, por isso, não é reconhecida como um corpo estranho, pelo que, apesar de haver a habitual
inflamação, não é criado um tecido defensivo com intenção de isolar e expulsar a prótese. As células
começarão a crescer de encontro à porosidade da hidroxiapatite (ligação fisiológica), não sendo preciso
uma cola.
Dantes só se utilizavam próteses não cimentadas, mas havia cerca de 20% de falhas (o que levava a
ter de recorrer a uma segunda cirurgia). Começaram a surgir novas opções no sentido de evitar ao
máximo uma segunda cirurgia, embora, quando ainda são pessoas muito novas, seja provável. A
primeira regra é adiar ao máximo a colocação da prótese com recurso a, por exemplo, medicamentos,
porque quanto mais cedo for colocada mais depressa começa o desgaste. Também depende da
pessoa: peso, atividade física, …
+ Técnica pouco sofisticada, pelo que os materiais são baratos e o paciente recupera rapidamente
após a cirurgia
+ No dia seguinte à cirurgia já se pode colocar carga sobre a prótese, ou seja, não requer imobilização
(fixe quando temos pacientes com mais idade em que o estar parado pode levar a problemas
graves de saúde)
+ Buraco para a prótese não precisa de ser tão certeiro, o que significa que o cirurgião não precisa
de ser tão bom
- A reação de “crosslinking”/polimerização associada à utilização do PMMA (cola) é exotérmica,
gerando muito calor (75 ºC, o corpo só aguenta até 43 ºC), que vai danificar os tecidos
circundantes.
- A resposta inflamatória gerada pelos monómeros soltos vai fazer com que os macrófagos sejam
atraídos para o local e fagocitem essas moléculas. O encapsulamento vai fazer com que a zona
perca resistência mecânica e a prótese, em vez de fixa, ganha movimento.
- Perda de fixação com o tempo
- Fadiga do PMMA pode ser um problema
Biovidro não poderia ser usado porque tem uma dissolução demasiado rápida.
Aplicação do revestimento: através de um plasma spray – gás iónico viscoso que lança iões, todos com
a mesma carga, iões esse que se repelem originando colisões que libertam muita energia e dão origem
a temperaturas muito altas (chama; aproximadamente 10 000 ºC). Quando essa chama incide em
hidroxiapatite adquire partículas deste cerâmico, fundindo-as. A hidroxiapatite é transportada pela
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chama como uma gota até à prótese, que como está fria, promove a cristalização da hidroxiapatite
formando uma camada porosa e espessa.
O processo não pode ser eletroquímico porque o cerâmico (hidroxiapatite) não é condutor. A ionização
do gás para a formação do plasma é feita fazendo o gás atravessar com a diferença de potencial criada
entre 2 elétrodos de cerca de 20 kV. São removidos os eletrões …
Por vezes, antes do plasma spray coloca-se, por exemplo, areia na superfície da prótese para a tornar
mais rugosa e com menor área de contacto para que a hidroxiapatite adira melhor.
Este processo de “coating” implica muita energia, pelo que tem de ser realizado dentro de uma cabine.
É um robot que transporta a chama e deposita a hidroxiapatite. Este processo permite revestir com
cerca de 100 µm. É o mínimo que consegue ser transportado pela chama, mas pode querer-se mais
fino. Como tal, é utilizado o PVD, semelhante a um chuveiro, que bombardeia hidroxiapatite com
eletrões e lhe começa a remover partículas. Depois estas são transportadas por um plasma – quente
(aproximadamente 300 ºC) para fazer o “coating” de 3/4 µm.
Próteses com revestimento bioativo (apatite e poroso) são as que apresentam uma menor taxa de
falha em pacientes jovens.
A artroplastia total da anca é uma cirurgia de sucesso, com uma taxa de insucesso de
aproximadamente 10% (máximo), dez anos depois da cirurgia, nos últimos cinquenta anos. As causas
para a falha são principalmente “aseptic loosening” de um ou ambos os componentes, devido ao
desgaste e design utilizado.
O desgaste ocorre como resultado da fricção entre duas superfícies sólidas em contacto e caracteriza-
se por perda progressiva do material. Tal como a fricção, o desgaste não é uma propriedade do
material, mas sim uma resposta complexa aos fenómenos que lhe acontecem. Pode ocorrer através
de dois mecanismos:
As partículas que se soltam, resultantes dos mecanismos de degaste, provocam a ativação dos
macrófagos que, por sua vez, desencadeiam a atividade dos osteoclastos que destroem (através de
ácido) o tecido ósseo:
- osteólise, que é perda de massa óssea (levando a “aseptic loosening” - a causa mais frequente da
revisão de uma prótese de anca)
- osteopenia, que é menor densidade óssea (também podem ser causadas por “stress shielding”).
A perda de osso deixa espaço para invasão partículas, o que gera mais perda de osso.
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“stress shielding” está associado aos micromovimentos e contribui para a osteólise por contribuir para
o alargamento da área de junção, facilitando o acesso de partículas resultantes do desgaste. Variações
genéticas individuais na resposta imunológica afetam a resposta da osteólise.
A intensidade e frequência do uso da prótese variam com a idade, sexo, índice de massa corporal e
atividade e influenciam o desgaste da mesma.
As próteses têm uma grande tendência para perderam a sua fixação, demasiado cedo. Os pacientes
jovens são, geralmente, mais ativos, pondo mais stress na prótese e na interface que assegura a sua
fixação. Isto vai levar a um desgaste acentuado, provocando o aparecimento de partículas resultantes
do desgaste nas articulações, levando a osteólise. Há também uma falha acrescida da prótese se o
paciente jovem tiver sofrido uma fratura de anca previamente.
A abdução (afastamento da linha mediana) do acetábulo afeta o desgaste do polietileno, uma vez que
vai influenciar as forças de contacto. Uma abdução da “cup” com um ângulo superior a 45º vai
aumentar 40% o desgaste do polietileno.
A seguir à substituição total da anca, o UHMWPE do acetábulo vai sofrer fluência (deformação de um
material com o tempo; “creep”) rapidamente.
- permite um ajuste melhor entre a cabeça e o acetábulo, diminuindo o stress, o que leva a um
menor desgaste.
- a superfície de contacto aumenta, ou seja, aumenta o espaço disponível para o desgaste ocorrer,
o que pode conduzir a todas as consequências já vistas.
Estas duas consequências contraditórias fazem com que, a longo prazo, a fluência tenha uma
consequência nula.
Temos duas zonas de contacto principais onde ocorrem dois tipos de desgaste:
O desgaste pode levar a uma falha mecânica da prótese que deixa de ter o tamanho apropriado e tem
de ser substituída. A penetração da cabeça da prótese no acetábulo tem resultados catastróficos.
Existem problemas associados aos estudos de longo tempo, uma vez que estes avaliam designs e
tecnologias já ultrapassadas. A comparação entre próteses com diferente fixação (cimentada e não
cimentada) é muito limitada, uma vez que há grandes diferenças regionais na preferência, muitos
diferentes modelos que tornam os estudos não viáveis, não parecendo haver nenhuma vantagem em
nenhuma das técnicas.
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MINIMIZAR O DESGASTE
- ao fim de dez anos, à uma redução de 70 vezes do desgaste entre metal-metal em relação a
cerâmico-cerâmico
- os cerâmicos mostram uma diferença de três ordens de magnitude (103) em relação ao polietileno
(acetábulo)
- metal-metal gera um desgaste cerca de 200 vezes menor que metal-UHMWPE.
Mas...
Ao usar cerâmicos na cabeça da prótese há um risco de falha e muito difícil de detetar num raio X.
TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo é um tecido vivo em crescimento constante, com capacidade de regeneração. Consiste
numa estrutura mineralizada porosa constituída por células, colagénio e cristais de fosfato de cálcio
(hidroxiapatite).
ESTRUTURA DO OSSO
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Sendo um tecido vivo, é preciso remover e levar até às células do osso substâncias, pelo que há um
sistema vascular associado ao osso. Pelo contrário, a cartilagem é muito pouco vascularizada. Além
disto, nós “sentimos” os ossos, pois eles são enervados – o sistema nervoso ajuda o tecido ósseo a
desenvolver-se.
COMPOSIÇÃO
- 20% de água
- 20% de proteínas
- 60% de sais minerais.
O seu principal componente inorgânico é a hidroxiapatite, que dá ao osso a sua excecional resistência
à compressão.
- É muito flexível.
- É anisotrópico, uma vez que as suas propriedades mudam consoante a direção, uma vez que é
formado por um conjunto de fibras organizados numa maneira muito característica.
- O colagénio tipo 1 é o que está presente no osso.
- Confere flexibilidade e resistência à tração.
CÉLULAS
O osso está constantemente a renovar porque as células crescem, mas também se destroem
(passamos por 7 a 9 esqueletos em média, numa vida). As células do osso são:
As células osteoprogenitoras são células indiferenciadas que sofrem mitose e se desenvolvem como
Þ osteócitos, que já não produzem matriz – organizam-se em tubos (canais Haversianos), constituem
a maioria das células do osso e a sua organização define os 2 tipos de osso: cortical e trabecular.
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- Podem ser multinucleadas e destroem células que estão envelhecidas e pouco ativas – aderem à
célula e libertam enzimas (ácido) que as dissolve. Essas células movem e as que estavam por baixo
são estimuladas a desenvolver-se. Sinais químicos são gerados para chamar células multipotentes
ao local para se transformarem em osteoblastos.
O equilíbrio entre a reabsorção do osso velho pelos osteoclastos e formação do novo osso pelos
osteoclastos contribui para a manutenção da integridade do osso e da homeostase mineral, bem como
a renovação do esqueleto. Quando estamos a crescer os osteoblastos estão mais ativos.
OSTEOPOROSE
As mulheres sofrem mais de osteoporose. Enquanto têm o período produzem estrogénio, que é crítico
para um bom balanço/equilíbrio dos ossos. Na menopausa, há menos estrogénio e menor produção
de osso, o que leva a perda de massa óssea que se pode traduzir cedo em osteoporose. Uma das
consequências pode ser o colapso (súbito) de vértebras porque o osso ficou tão fino que o simples
peso da pessoa causa colapso.
SUBSTITUIÇÃO ÓSSEA
Regeneração é diferente de substituição óssea. Regeneração implica introduzir um material que induza
o crescimento do osso – osteoindutivo - e substituição consiste em substituir o osso por um material
semelhante - biocompatível e osteocondutivo (as células podem entrar no material e crescer).
Hidroxiapatite, por si só, é osteocondutiva, podendo ser osteoindutiva associada, por exemplo, a certos
fatores de crescimento.
* rejeitado por ter material genético diferente. Quem recebe tem de fazer tratamento que bloqueia o
sistema imunitário para sempre, o que é, logicamente, perigoso.
Os materiais obtidos de osso real resultam do aquecimento deste até a um ponto em que só temos
fosfato de cálcio em pó (e não temos colagénio) e usá-lo como material.
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Quanto ao material sintético, temos “scaffolds” de hidroxiapatite sintética macroporosa e com os poros
interconectados para permitir vascularização e movimento das células e também para fixar algumas
células.
É ideal que os “scaffolds” sejam biodegradáveis, no entanto, tendo em conta a taxa a que a
substituição é feita, haverá sempre material sintético no corpo.
Trifosfato de cálcio (Ca3(PO4)2), não é um bom exemplo, porque a sua dissolução é mais rápida que o
crescimento do osso.
Quando se parte um braço, basta um bocado de gesso para curar, uma vez que, com o gesso o osso
está na posição correta. O que acontece é que há formação de calo no osso, crescendo mais osso que
o normal. Porém quando partimos a sério uma perna, basta que uma parte do osso (menos que 3 mm
– crescimento crítico do osso, a partir deste valor células deixam de conseguir fazer cross-talk entre
elas) desapareça para que não ocorra a regeneração natural, pois não há reconhecimento do osso na
vizinhança. Uma solução pode passar por tirar um bocado do osso ilíaco (em casos de osteoporose,
pode gerar um problema novo ou pode não ser possível) e pôr na perna.
A engenharia de tecidos permite regenerar zonas danificadas sem necessitar de introduzir materiais
externos, evitando as complicações associadas, nomeadamente a alteração da biomecânica do corpo.
Recorre a células estaminais e scaffolds (que desaparecem ao fim de algum tempo – biodegradáveis
– como, por exemplo, biovidro) e faz com que estas células cresçam e se multipliquem fora do corpo
(por exemplo, num bioreator). Seguidamente, o material é implantado novamente no paciente e é
capaz de regenerar o tecido/osso em causa.
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Têm necessidade de estímulos, por exemplo, fatores de crescimento, para se diferenciarem. A
diferenciação passa por um estado preliminar, que pode ser estimulado fora do corpo, sendo as células
inseridas neste estado no corpo, com os estímulos naturais do corpo (proteínas) a assegurar o resto
da diferenciação.
Usando matrizes descelularizadas podemos reparar sem haver rejeição. Obtém-se a matriz extracelular
de outra pessoa (sem células) e células estaminais do paciente.
Exemplos de aplicação:
• Regeneração da espinal medula: quando a medula é cortada, forma-se um tecido cicatrizado que
impede a comunicação. Tentou-se então criar um modo de regenerar a medula espinal - um
material poroso mas com poros alinhados, para haver comunicação entre os axónios. Usa-se uma
matriz porosa de quitosano, estimulando a atração química entre células, ou aplicando um campo
elétrico. Assim podemos regenerar a zona da cicatriz, usando as matrizes como “scafolds”, e
reestabelecer a comunicação nervosa ao cérebro. A adesão de células à matriz pode ser induzida
com campos magnéticos, entre outros estímulos.
• Hidrogéis: a vantagem é que podem ser injetados como um material pouco viscoso num defeito, e
cross linked para ficar mais viscoso. No interior podemos ter fatores de crescimento, etc...
• Nanopartículas: são aplicáveis em materiais injetáveis para cirurgia minimamente invasiva. A sua
grande vantagem é que têm um amior rácio superfície/volume pelo que a reatividade é maior..
Nanopartículas de hidroxiapatite são obtidas por precipitação. Nanopartículas são difíceis de
isolar, mas podem ser controladas em agregados. Podemos assim obter esponjas de matriz de
colagénio (flexíveis) com nanocristais de hidroxiapatite na superfície.
• Os sabões contêm químicos que removem bactérias. O sabão molha a nossa pele, pois sem ele as
gotas de água não aderem à nossa pele, ou seja, o sabão torna a nossa pele hidrofílica.
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• Microesferas de quitosano podem ser tratadas com revestimentos específicos que vão, quando
introduzidas no organismo, fazer com que os biofilmes de H. pylori, por exemplo, adiram à esfera,
sendo assim controlados (não eliminados, no entanto).
• Material para substituição do titânio nos implantes dentários: Começou-se com zirconia, que não
era suficientemente bioativo. Podemos depositar um filme fino de sílica a baixas temperaturas
(SolGel) e através de técnicas litográficas imprimir um padrão no material, para ver o
comportamento das células. Numa superfície lisa, estão em posição aleatórias, mas neste caso,
crescem alinhadas. Se tivermos duas zonas separadas (uma lisa e outra com orientação) as
células na zona lisa acabam por se alinhar. O efeito da geometria afeta muito o crescimento de
células e bactérias!
ALGUMAS QUESTÕES
3. Em que componentes das próteses totais da anca se utiliza hidroxiapatite e polietileno de alta
densidade? Que problemas estão associados ao uso destes materiais?
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7. Indique esquematicamente como é produxida uma prótese esquelética em crómio cobalto
molibdénio.
8. Como é possível revestir alguns componentes da prótese anterior de forma a simular o dente
natural?
10. Nos materiais para medicina dentária quais são, na sua opinião, os avanços mais significativos?
Relacione-os com os problemas a que se dirigem.
11. Em que circunstâncias aconselharia a utilização de uma prótese total da anca e que materiais
escolheria para a sua constituição? Faça uma comparação critica das várias alternativas,
nomeadamente em termos de durabilidade, comportamento biomecânico e preço.
12. Faça uma discussão critica sobre as vantagens e os incovenientes de polimeros naturais como
materiais de implante. Situe a discussão em relação a aplicações especificas.
13. Utilizando os exemplos duma prótese da anca, duma prótese vascular – aorta – e de
membranas para a regeneração óssea guiada, refira a evolução do conceito inicial de
biomaterial – feito para resistir – até aos conceitos que admitem uma vida efémera para os
produtos.
14. Apesar dos progressos, subsistem muitos problemas associados ao uso de bomateriais e
muitas área para as quais ainda não há soluções. Exemplifique.
15. Considere a necessidade de definir os materiais que utilizaria para conceber uma prótese
articular do joelho, que tendo embora pequenas particularidades de design próprias terá um
principio de funcionamento semelhante às tradicionais. Indique as opções que faria em termos
de seleção de materiais para os diversos componentes da prótese, justificando a sua escolha,
na perspetiva de obter como resultado uma prótese da melhor qualidade possível, nas
condições atuais da tecnologia possível.
16. Explique o funcionamento de uma prótese vascular “stent”, indicando as situações em que um
tal dispositivo é necessário e as principais alternativas que se colocam em termos dos materiais
utilizados e respetivas especificidades.
17. Que eventos ocorrem numa superficie exposta ao meio extracelular até que as células adiram?
18. Quais os materiais (e suas características) mais usados nos implantes dentários dentro do
osso?
20. Quais as vantagens do polietileno de ultra elevada densidade em relação ao polietileno de baixa
densidade em relação às propriedades tribológicas (atrito e desgaste)?
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iv) A linha fraturária pode passar despercebida no RX inicial
v) É também uma forma de rotura do metal na osteossíntese
22. Indique a resposta certa: O fenómeno de descolagem nas próteses articulares (a osteólise
periprostética) foi inicialmente atribuída ao cimento ósseo. Hoje, como também acontece nas
próteses não cimentadas, a responsabilidade é atribuída:
i) À incompatibilidade biológica das ligas metálicas utilizadas (metalose)
ii) À reação inflamatória às micropartículas de desgaste do polietileno
iii) À osteoporose, própria das pessoas idosas que recebem os implantes
iv) A causa desconhecida
v) À carência alimentar em vitamina D e cálcio
vi) É também uma forma de rotura do metal na osteossíntese
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DOMINGOS SANTOS
Metais – camada de crómio funciona como uma camada protetora
Se o carbono reage com o cromio do aço e forma carbonetos de cromio (Cr23C26) estes carbonetes
são muito ricos em crómio retirando crómio à superfície. Mas o crómio e o níquel, mas mais o crómio,
é fundamental para apassivação do material, protege o material da corrosão. Assim se é retirado e
concentrado nestes carbonetos falta crómio dos outros lados.
Fase astenitica - tamanho de grão deve ser no máximo 6 ASTM (um standard americano). Maior
tamanho de grão, diminuição das propriedades mecânicas
INTRODUÇÃO
A densidade óssea estabiliza a um certo ponto da vida, por volta dos 20 anos e pode até decrescer
com a idade. Ocorre:
Há, assim, um aumento do risco de fratura com a idade, devido à perda de densidade óssea e perda
de características do osso.
• Este comportamento é típico dos cerâmicos, uma vez que estes são sensíveis ao aparecimento de
uma fissura e falham por falha catastrófica na zona elástica, ou seja, a partir da primeira fissura,
a fratura está facilitada.
Em termos de composição mineral, o osso tem muito cálcio e fósforo e ainda outros elementos que
têm propriedades específicas. É exemplo fluor, magnésio e silício que aumentam a densidade óssea.
Nem todos os materiais podem ser utilizados para aplicações biomédicas. Os cerâmicos, vidros e vidros
cerâmicos são geralmente usados para reparar ou substituir tecidos, sendo que o seu sucesso
depende do estabelecimento de uma ligação estável ao tecido conjuntivo. Os cerâmicos são
particularmente usados em regeneração óssea, na área dentária (implantes dentários) e ortopédica.
Quem descobriu o “bioglass” inclui sílica porque constatou que num grupo de galinhas alimentadas
com uma dieta com sílica, o crescimento foi maior. No entanto, não se encontra necessariamente na
composição do osso.
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A composição mineral do osso é muito semelhante à composição da hidroxiapatite, pelo que podemos
usá-la em regeneração óssea: é rica em cálcio e fósforo, pode substituir osso e é um cerâmico que
pode ser produzido em laboratório.
2. Seguidamente, realiza-se uma filtração para retirar o excesso de água e podemos prensar e
sinterizar o pó, o que nos permite fazer qualquer peça que se encaixe no osso.
3. É feito um molde que é o negativo daquilo que queremos obter, para regenerar o osso.
Visto que se pretende obter hidroxiapatite, a atmosfera do forno na qual esta reação é feita é
enriquecida com vapor de água, forçando a reação tem tendência a ocorrer no sentido contrário.
O osso tem cálcio em excesso, sendo que, numa reação de combustão, forma óxido de cálcio, por
oxidação, e hidroxiapatite (enriquecida em cálcio). A queima é feita com a presença de oxigénio no
forno.
No osso biológico, o silício e o flúor têm influência decisiva na regeneração. Ainda não foi possível
reproduzir a composição exata do osso, no entanto, o importante é que a composição química do
material de enxerto seja tão semelhante de forma a que as células não reconheçam o material como
estranho, pretendendo-se então incluir na composição iões como Mg, Si e F, para além de Ca e P.
Colocando hidroxiapatite num defeito ósseo em jovens, em 5 anos, temos 30% do material. O
importante é estabilizar o defeito, não haver biodegradação completa. O osso regenera por condução,
ou seja, o substituinte tem de estar em contacto com o osso e, normalmente, criam-se lacunas para
passarem vasos. Em pessoas de idade avançada, a taxa de regeneração é mais baixa, não se podendo
definir um tempo de substituição.
São usadas partículas esféricas (produzidas por extrusão e esferização) para estabilizar estes defeitos,
uma vez que, é muito menos agressivo para o tecido e é mais fácil de injetar com uma seringa, já que
rolam, ao contrário dos materiais aciculares. Caso se usassem materiais aciculares, poderiam
provocar-se micro-movimentos que podem ferir o tecido circundante.
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TIPOS DE CERÂMICOS/VIDROS
Reagem com o corpo, degradando-se. Um exemplo é o sulfato de cálcio (gesso) ou outros cimentos
ósseos (exemplo: burchite).
O α-fosfato tricálcico (Ca3(PO4)2), macroporoso e de paredes finas, está no limite de ser reabsorvível.
Quanto mais baixa a relação Ca/P for (quanto menos cálcio tiver), mais reabsorvível é o material,
porque é mais solúvel em pH fisiológico.
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TIPO 3 – BIOATIVOS
São bons exemplos: hidroxiapatite, bioglass 45 SS, TCP, vidros cerâmicos, cerâmicos bioativos como
Ceravital, …
Esta classificação não depende da composição, mas sim da estrutura: é porosa e permite o
crescimento de células para dentro dos seus poros.
Há uma estabilização da prótese por ação mecânica (“interlocking”) e biológica, ocorrendo a formação
de pontes ósseas.
• O aumento da área interfacial entre o implante e os tecidos resulta num aumento da resistência
ao movimento do implante. A limitação é que os poros devem ser relativamente grandes (mais que
50-150 µm) para permitir a vascularização no novo tecido conjuntivo.
Para implementar o material cria-se uma estrutura em forma de “cama óssea”, uma falha de 3
paredes, em que o osso apresenta uma fissura cuja parede inferior é mantida e o material
implementado sobre ela, entre as duas partes do osso a ligar.
São praticamente inertes. Usados quando não queremos que o material se degrade ao longo do tempo
em que está implantado.
A reação com o hospedeiro é muito reduzida, ocorre apenas uma pequena resposta inflamatória.
Exemplos: alumina e zircónia.
CERÂMICOS BIOATIVOS
Cerâmicos bioativos são aqueles que desencadeiam uma resposta biológica específica na interface de
um material, resultando na formação de uma ligação entre os tecidos e o material.
Existem vários fosfatos de cálcio utilizados como cerâmicos bioativos. Isso vai depender da sua
proporção Ca/P como vimos anteriormente.
Podem todos ser sintetizados em laboratório. Aqueles que se encontram abaixo da hidroxiapatite na
tabela são menos solúveis/reabsorvíveis que ela e os que se encontram acima são mais solúveis. No
topo da tabela encontramos o sulfato de cálcio, que é muito solúvel.
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• A fluoroapatite é usada e aparece naturalmente nos dentes: o fluor substitui o OH na fórmula da
hidroxiapatite.
• A brushite (“dicalcium phosphate dihydrated” DCPD - CaHPO4.2H2O) é usada em cirurgia
maxilofacial como cimento ósseo (formado a partir da junção de pó a água), assim como o sulfato
de cálcio. Usam-se cimentos porque é mais fácil modelar um cimento que uma peça metálica e na
cara qualquer desalinhamento torna-se muito visível.
• O fosfato de monocálcio não é muito usado.
Quanto menor é a quantidade de cálcio (menor rácio), mais solúvel é o material, pois o fosfato é muito
solúvel. A pH fisiológico (pH = 7), a hidroxiapatite não é muito solúvel, daí ser tão utilizada.
Em termos de solubilidade, a hidroxiapatite é menos solúvel que β-TCP. Portanto, para existir um
equilíbrio entre a velocidade de crescimento do osso e a reabsorção do cerâmico implantado, pode
jogar-se com as quantidades relativas de hidroxiapatite e β-TCP a utilizar.
Aumentando a temperatura, por sinterização (para dar resistência), podemos produzir α-TCP a partir
de β-TCP. O α-TCP é mais absorvível que o β-TCP.
Mas durante a sinterização, os poros desaparecem, então é preciso implementar métodos para os
manter. Como produzir cerâmicos porosos?
APATITE
37
O grupo fosfato é um tetraedro porque o P tem 5 eletrões de valência. Temos um gap onde ocorre a
ligação dupla, pois nas restantes zonas pode haver ligação com outros fosfatos, mas nessa não.
Portanto, os materiais com fosfato são muito solúveis, já que a água pode entrar na malha,
desagregando-a.
Não podemos ter simplesmente materiais que igualem a composição química do osso por causa da
sua solubilidade, daí se usar biovidro 45S5, que tem 45% de Sílica (SiO2), também tetraédrica, mas
que, ao contrário do fosfato, consegue fazer ligações a outras sílicas a toda a sua volta.
O biovidro CaO-P2O5 é um exemplo de um vidro muito solúvel, no entanto, apesar destes problemas, a
sua temperatura de fusão é mais baixa que a do bioglass 45S5 (1400ºC), tornando o primeiro mais
barato de produzir.
Quando as estruturas são compatíveis e os raios atómicos são semelhantes, é relativamente fácil fazer
substituições. Note-se que num material não podemos ter cargas circulantes, mas podemos ter
materiais carregados eletricamente a um certo grau. Na hidroxiapatite é possível substituir o grupo PO4
por 𝑆𝑖𝑂4−4 ,o que gera uma carga negativa. Esta carga atrai o cálcio e facilita a sua fixação. O valor do
potencial zeta medido é muito alto.
Usa-se cerâmicos porosos bioativos para permitir o movimento das células entre poros, pelo que estes
têm de ter um tamanho suficiente que permita que as células proliferem dentro do material. Estes
também devem estar interconectados.
A interconectividade é uma propriedade muito importante, isto é, as células podem ir de poro para poro
– existe uma comunicação entre os diferentes poros que facilidade a proliferação celular.
Assim, por a área de contacto ser maior, permitem a penetração dos tecidos e aceleram a cinética de
deposição da apatite (adsorção de proteínas). Providenciam estabilidade e fixação mecânica.
Não têm estrutura química diferente, necessariamente, mas têm “mechanical interlocking”: há
crescimento celular no meio da prótese, e esta é fixada. Se o material é fosfato de cálcio e o osso
também, logo a ligação também o será. Aceleram assim a
ligação entre o material e o hospedeiro.
VIDROS
Um biovidro é um material feito a partir da sílica. Pode ser utilizado no processo de regeneração óssea.
38
A principal diferença entre um vidro e um cristal é que no ponto de fusão exite um fenómeno chamado
cristalização (quando se torna sólido é composto por cristais hexagonais/cúbicos/...) que ocorre ao
mesmo tempo que ocorre a solidificação.
Os vidros por sua vez são amorfos, ao contrário de materiais cristalinos, porque são arrefecidos
rapidamente e não tiveram tempo de adquirir a sua posição estável. São, assim, materiais
metaestáveis. Num material cristalino, os átomos inicialmente dispersos em líquido, vão formando
pequenas células organizadas (estado de maior
energia). Note que, se não deixarmos o material
cristalizar, temos a formação de um líquido
sobrearrefecido. Tem algumas alterações na posição
atómica em relação ao estado de maior desordem,
mas ficou “a meio caminho” e, portanto, não é
totalmente sólido. Note-se que nos sólidos, a
mobilidade dos átomos é menor.
• o arrefecimento é rápido: os átomos não têm tempo para se dispor de forma organizada;
• o líquido é viscoso: líquidos viscosos não tendem a formar estruturas cristalina porque os átomos
não conseguem mover-se tão rápido e facilmente para as suas porções.
A estrutura vítrea é amorfa, mas não na sua totalidade. Temos vários tetraedros, então a curta
distância há regularidade, mas a média e longa distância, tal não acontece. Quanto mais lento for o
arrefecimento, menos volume terá o vidro (estrutura organizada) e as características estarão mais
próximas da estrutura cristalina.
Os vidros têm a vantagem de apresentar uma estrutura química aberta, pois temos muitos
buracos/interstícios, sendo possível introduzir/incorporar elementos como a sílica, o sódio, o
magnésio, … Nesta incorporação é importante manter a carga neutra. Esta característica de
incorporação pode ser muito útil para libertação de fármacos.
O bioglass também é uma aplicação desta característica, sendo um vidro muito rico em sílica. Embora
tenha uma percentagem de fosforo e cálcio esta percentagem é reduzida quando comparada com o
osso. Deste modo, quando há uma reação entre o biovidro e o osso que quer substituir, há uma
acumulação de sílica demasiado grande.
A maioria destes materiais são implantados em pessoas de idade, nas quais não há formação de
ossos.
+ São materiais coloríveis (por exemplo, por adição de óxido de ferro ficam castanhos, que é o caso
dos vidros de cerveja).
39
+ Com a mesma composição química, podemos ter várias estruturas cristalinas - aquecendo um
material, podemos dar-lhe a liberdade para os átomos se moverem para as suas posições de
equilíbrio. O volume é maior quanto menor for a organização estrutural. Vidros bioativos
Constituídos essencialmente por SiO2 (sílica), Na2O (óxido de sódio) e CaO (óxido de cálcio). Por vezes
também apresentam P2O5.
Começou-se por usar vidros cerâmicos para próteses. Estes vidros são feitos com um tratamento
térmico: Aquece-se um vidro até uma determinada temperatura durante um dado intervalo de tempo,
e começa-se a formar um cristal. Parte da estrutura fica cristalina, ocorrendo precipitação de cristais.
Um exemplo de um vidro cerâmico é o das placas de fogão da cozinha, que são transparentes, mas
têm cristais, e são muito mais resistentes do que apenas vidro.
O Ceravital só começou a ser usado na área dentária dois anos depois de ser aprovado pela FDA. Esta
área é muito usada para teste de biomateriais pois é uma região de fácil acesso, sendo, portanto fácil
de controlar e remover caso haja problema. Um dos grandes problemas da área dos biomateriais é o
tempo que se demora a desenvolver e a aprovar um material. Normalmente, começa-se em áreas onde
a quantidade de material é pequena.
Na área farmacêutica, é ainda pior, pois temos efeitos sistémicos para além dos efeitos locais
normalmente observados nos materiais.
Os processos que ocorrem quando um vidro é implantado são principalmente a precipitação de fosfato
de cálcio amorfo, que se transforma numa camada de apatite. Há adsorção de proteínas à superfície
e, mais tarde, adesão celular. Por trás da camada de apatite, temos uma camada de sílica. O cálcio é
que permite a formação da camada de apatite, pelo que vidros sem cálcio não funcionam.
INDICE DE BIOATIVIDADE
Os processos que ocorrem quando um vidro é implantado são principalmente a precipitação de fosfato
de cálcio amorfo, que se transforma numa camada de apatite. Há adsorção de proteínas à superfície
e, mais tarde, adesão celular. Por trás da camada de apatite, temos uma camada de sílica! O cálcio é
que permite a formação da apatite layer, pelo que vidros sem cálcio não funcionam.
O indíce de bioatividade é o tempo que demora a que 50% da interface se ligue ao implante. É tanto
maior quanto menos bioativo for o material.
I = 100/t0.5bb
40
Não é muito usado hoje em dia. Foi substituída pela análise histomorfométrica. Um material com IB
maior que 9, como o biovidro 45S5, liga-se tanto a tecidos moles como duros. Materiais com 0 < IB <
8 só ligam a tecidos duros.
ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA
DIAGRAMA TERNÁRIO
O sucesso dos biovidros deve-se, assim, a terem cálcio, fósforo (apatite semelhante ao osso) ou sílica
(exemplo das galinhas).
Como todos os vidros, o bioglass é um material frágil, não podendo ter aplicações na ortopedia, onde
as cargas são muito elevadas. Assim, tentou-se diferentes soluções misturando-os com outros
compostos – Compósitos!
COMPOSTOS PLA
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Têm como objetivo acrescentar a componente de colagénio que existe nos ossos.
Combinação de vidros e cerâmicos. Aproveitando a estrutura aberta dos vidros (grande latitude),
podemos combinar estes com hidroxiapatite, por exemplo, através de uma sinterização em fase
líquida.
O material torna-se:
- mais resistente, pois os poros da matriz do cerâmico são preenchidos com o vidro.
Isto é facilmente feito através da adição de uma pequena quantidade de vidro (2-4%), e é neste que
adicionamos facilmente iões.
Em resumo: a combinação de vidro com hidroxiapatite vai permitir-nos manter as propriedades fixes
da hidroxiapatite (biocompatibilidade) mas dar-lhe mais resistência (cerâmico) e iões úteis.
VIDROS CERÂMICOS
42
A maioria dos vidros cerâmicos são derivados de bioglass. Ter uma estrutura cristalina ajuda a que as
propriedades mecânicas, tais como o módulo de elasticidade e a resistência à compressão, sejam
incrementadas. O material torna-se mais forte e é muito utilizado, por exemplo, em cirurgias à coluna
(ceravital, cerabone).
A partir do biovidro 45S5 é possível obter vidros cerâmicos como é exemplo o Ceravital que, no
mercado, é o mais usado: não tem Na+, mas tem Mg2+, e tem uma fase de hidroxiapatite. Este tem 10
vezes mais resistência que o biovidro, maior módulo elástico, e deixa de ser transparente.
A Wollastonite é um silicato de cálcio que não é bioativo, e aparece nos vidros cerâmicos sob a forma
de cristais aciculares, sendo muito resistente. O módulo de elasticidade e a resistência à compressão
são muito maiores nestes vidros cerâmicos. A grande aplicação é a nível da coluna, pois têm uma
bioatividade reduzida, sendo normalmente usados para fusão vertebral.
O flúor nos biovidros é importante - é normalmente dado a mulheres após menopausa, para compensar
a perda óssea.
MECANISMOS DE FORMAÇÃO
• Cristalização controlada:
o Nucleação homogénea vs nucleação heterogénea
o Nucleação à superfície vs nucleação em volume
o Vidros cerâmicos (10% de fase cristalina)
o Sinterização de vidros
• Desvitrificação: cristalização não-controlada
TEORIA CINÉTICA
Assim, no limite, qualquer material pode ser vítreo: podemos falar de metais e polímeros vítreos. A
velocidades de arrefecimento muito rápidas, é possível formar a estrutura amorfa característica do
vidro. Esta teoria toma a estrutura como dependente apenas da velocidade de arrefecimento.
Há que ter em conta, no entanto, que materiais como a sílica, que já de si tendem a arrefecer sob a
forma de vidro, já que leva muito tempo a cristalizar, mesmo com velocidade de arrefecimento (Rc)
muito baixa, podem ser considerados bons formadores de vidro, mas outros não. Há materiais que têm
de ter uma Rc mesmo muito alta para não passarem o “nariz” da cristalização, daí não importar apenas
a cinética, mas também se tem de fazer distinção em termos de composição.
TEORIA ESTRUTURAL
Os líquidos viscosos têm mais tendência a formar vidro porque os átomos têm menor mobilidade. Só
os materiais com estruturas triangulares/tetraédricas é que formam vidros, pois os outros tendem a
emparelhar em faces (estruturas CFC, HCP…). A sílica é um bom formador de vidro porque é um
material muito viscoso.
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Esta curva (curva TTT) explica porque é que a sílica é um bom formador de vidro - é um material muito
viscoso. No eixo dos yy temos a temperatura, e no xx o tempo de tratamento. Se tivermos o material a
arrefecer à esquerda da curva, tem mais tendência para formar um vidro, dependendo obviamente do
tempo de arrefecimento.
NUCLEAÇÃO
No fim/bordo do líquido já existe uma interface deste género, logo esta barreira já foi ultrapassada.
Então, é mais fácil formar-se aí o cristal, ou seja, ocorrer nucleação desde a superfície/bordo do líquido
para o interior. No entanto, isto não é desejável, por se tratar de uma nucleação à superfície, ou seja,
uma nucleação heterogénea. Por isso, se chama nucleação não controlada ou desvitrificação. Não ter
homogeneidade do material é mau, em termos de propriedades mecânicas.
Para se obter uma nucleação homogénea e em volume, recorre-se a uma nucleação controlada, com
o contributo de um agente de nucleação.
O agente deve ser um material sólido misturado no líquido em muito baixa percentagem (exemplo:
0,02%, alumina, MgO, …). Este deve formar pontos sólidos (núcleos) de descontinuidade no líquido,
criando uma nova superfície/interface, de forma a que, depois, os cristais comecem a formar-se em
cima destes pontos a partir dos quais é fácil cristalizar porque já está formada uma interface, isto é, já
está ultrapassada a barreira energética de criação da mesma. O agente de nucleação deve ter como
características:
• ser solúvel à temperatura de preparação do vidro, mas apresentar baixa solubilidade a baixas
temperaturas (para formar pontos sólidos);
• elevada difusão na estrutura do vidro
• baixa energia interfacial vidro/agente nucleante
• baixa energia de ativação para nucleação homogénea (facilitando a reação)
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• a estrutura cristalina e os parâmetros de malha devem ser semelhantes à fase cristalina a
cristalizar. Se queremos precipitar uma fase apatítica, que tem cristais hexagonais, temos de
usar um agente hexagonal e com parâmetros de malha semelhantes.
Vai haver:
• Separação de fases
o Energia interfacial líquido-líquido < líquido-sólido (redução da energia de nucleação)
o Uma das fases amorfas possui composição mais próxima da fase sólida cristalina a
nuclear
• Separação de fases e cristalização
o Formação de uma fase cristalina metastável que dá origem a uma fase cristalina
estável
CRISTALIZAÇÃO
• Número de núcleos
• Taxa de crescimento de cristais
• Viscosidade do vidro
• Número de núcleos
• Taxa de crescimento de cristais
• Viscosidade do vidro
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No processo A, temos 2 processos a acontecer em simultâneo: uns cristais ainda estão na fase de
nucleação e outros já estão em crescimento. No fim, o vidro não será homogéneo. Isto acontece porque
a temperatura atingida no processo permite a ocorrência de ambas as etapas ao mesmo tempo.
O processo B é preferível. A separação em 2 etapas leva um processo controlado, que permite controlar
o tamanho e o número de partículas, originado uma estrutura homogénea – muitos cristais finamente
dispersos. Isto porque, numa primeira fase, à temperatura de nucleação (temperatura a que aparece
uma certa fase, consultar diagrama) os núcleos nascem e criamos muitos núcleos pequenos, dando
condições para estes aparecerem. Depois, quando estes já estiverem formados, passa-se a uma
segunda etapa, na qual se aquece até à temperatura de crescimento dos cristais para que estes
cresçam. No final todos os cristais terão aproximadamente o mesmo tamanho porque foi dado tempo
para que todos os núcleos acabassem de se formar e começassem a crescer ao mesmo tempo.
METAIS
Ao contrário dos materiais reabsorvíveis, utilizados para “scaffolds”, engenharia dos tecidos e
regeneração, os materiais não reabsorvíveis, como metais, são uteis na produção de implantes
permanentes (ex: placas de fixação, parafusos, prótese da anca...). O grande problema é a corrosão.
Os principais metais/ligas metálicas utilizadas na área da saúde são o aço inoxidável, ligas de crómio-
cobalto, o titânio e o oxínio. Tirando este último, que foi desenvolvido a partir de um tratamento térmico,
nenhum foi desenvolvido apenas para a área médica. Dependendo da zona a que o material vai estar
exposto, temos diferentes normas. Estes materiais são materiais de estabilização mecânica.
AÇO INOXIDÁVEL
Constituído por:
• Fe • Mo (2-4%)
• Cr (17-20%) • C (0,03%)
• Ni (10-17%) • Impurezas: Mn, P, S, Si. Mn, P, S e Si.
46
Estrutura austenítica, pelo que tem elevada resistência à
corrosão.
Aplicações: placas de osteossíntese, por ser barato e temporário, pois acarreta problemas de
corrosão/degradação a longo prazo.
Dos 3 metais estudados nesta secção, são os materiais com maior tensão de cedência (“yield
strength”).
LIGAS DE CRÓMIO-COBALTO
Ligas Co-Cr-Mo. Também formam um filme passivo semelhante aos aços inoxidáveis, mas têm:
Dependo das aplicações que pretendemos para o material, este pode ser obtido por:
• casting (vazamento)
• recozimento
• forjado a quente ou frio
• HiP (compressão do material quando está a altas temperaturas através de pressão isostática).
Diferentes tratamentos térmicos fazem com que os materiais possam aguentar mais ou menos carga.
47
LIGAS DE TITÂNIO
Destes 3 metais/ligas é o mais macio, com propriedades mecânicas mais baixas. É um material leve
(baixa densidade) e com elevada resistência à corrosão, mas tem baixa resistência ao desgaste. O
titânio comercial é muito pouco duro, não é suficientemente resistente para ser usado na prótese da
anca, daí usar-se a liga com alumínio e vanádio.
Os materiais metálicos podem ser obtidos de várias formas, como por exemplo forjados a frio, que
origina materiais mais resistentes que com recozimento (“annealing”). O aço inox forjado a frio tem
uma resistência de mais de 1000. Isto deve-se ao encruamento do material, que provoca aumento da
densidade de deslocações, entrelaçando os planos de deslocamento, eliminando os planos de
deslizamento existentes. Quanto maior a taxa de encruamento, maior a deformação plástica, e
melhores as propriedades mecânicas do material. No caso dos materiais metálicos, o que interessa é
a sua capacidade de estabilização mecânica, pelo que as suas propriedades mecânicas são fulcrais.
- Quando dois materiais com módulos de elasticidade diferentes são colocados em contacto,
quando o mais elástico se deforma, o outro não consegue acompanhar a deformação e, no limite,
separam-se (“stress shelding”).
Para além disso, no caso dos ossos, o “stress shelding” afeta outro problema: como o seu
módulo de elasticidade é muito mais baixo, a tensão vai ser exercida continuamente no
metal/prótese e o osso não vai ser estimulado, podendo levar a perda óssea e problemas
como a osteoporose. (nota: mas o que é isto do stress shelding? Refere-se à redução da
densidade óssea resultante da remoção da carga exercida num osso por um implante)
O titânio acaba por ser o mais vantajoso por ser o que mais se aproxima do osso.
No entanto o aço inoxidável é fácil de fabricar comparativamente com o titânio. No caso do aço
inoxidável, pode ser facilmente obtido por fundição e vazamento para um molde. No caso do titânio,
por este ser muito reativo (grande afinidade para o oxigénio), o processo tem de ser realizado no vácuo
ou o titânio terá inclusões de óxidos, que fragilizam o material. Não existe em Portugal esta técnica
para a produção de peças em titânio. Assim, este é usado para próteses de menor duração (por
exemplo em pessoas de idade.
Em resumo:
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Vantangens Desvantagens
• Resistência mecânica
Titânio • Baixo módulo de elasticidade • Baixa resistência ao desgaste
(mais próximo do osso)
• Resistência à corrosão
Sendo assim, e visto que um filme passivante pode trazer vantagens, mas também desvantagens, é
importante avaliar as principais características dos óxidos que afetam o seu desempenho:
• Espessura – não deve ser tão baixa (e a camada tão pouco densa) que permita a passagem de
iões metálicos para o organismo nem tão espessa que conduza ao seu arrancamento, por stress
shielding. Como tal, a barreira deve ter entre 10 nm e 10 μm. A do titânio é a mais fina, feita de
titânia - TiO2.
• Adesão ao substrato metálico – deve ser alta. Assim o óxido de ferro é um mau óxido porque é
muito frágil e pouco aderente, protegendo pouco e corroendo ao fim de algum tempo.
• Porosidade/ densidade/ resistência mecânica – o óxido deve ser denso (pouco poroso) para não
haver difusão de iões metálicos e muito resistente
Sobretudo devido à aderência e auto-passivação (forma uma camada passiva por si – não é necessário
acrescentar um revestimento para esse efeito), o que tem melhores caraterísticas no seu óxido é o
titânio.
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OXÍNIO
Novo material, já utilizado nos hospitais, dedicado à área médica, que combina:
+ biocompatibilidade/inerte;
+ resistência mecânica (“strength”);
+ baixo módulo de elasticidade (semelhante ao titânio);
+ resistência ao desgaste (menos desgaste abrasivo que o polietileno);
+ lubrificante;
+ não alergénico.
Consiste numa liga metálica de zircónio e nióbio (Zr-Nb, com 2,5% de Nb), que tem um processo de
passivação especial que conduz a propriedades vantajosas do filme: mais espesso e uma progressão
gradual de propriedades mecânicas (resistência ao desgaste).
rica em O2.
2. A malha abre, o O2 difunde-se forçado pelo
aquecimento (oxidação forçada) e origina-se
zircónia (dióxido de zircónio).
3. Como o O2 se difunde numa direção específica,
levando os átomos de zircónio a difundirem-se
para fora da liga na direção oposta, forma-se
um gradiente de concentração de O2 desde a
superfície até ao interior (maior concentração
de O2 na superfície e menor concentração junto ao zircónio). Assim, não há uma separação tão
acentuada entre os dois materiais, ou seja, uma mudança abrupta das propriedades/zona de
laminação entre o metal e o cerâmico, não havendo também as consequências associadas a isso.
Elimina o problema de “stress shelding” e não compromete a aderência ente estes.
O oxínio tem um filme passivante com cerca de 5 μm de espessura, enquanto que no crómio-cobalto,
por exemplo, tinha 0,01 μm (500 vezes mais). Isto melhora a resistência ao desgaste porque o
desgaste do óxido vai demorar mais tempo e as próteses terão maior durabilidade.
50
comportamento semelhante a uma parede de tijolos.
DESGASTE
A tribocorrosão consiste em desgaste e depois corrosão. São libertadas pequenas partículas com
grande área superficial que facilmente sofrem corrosão, passando a iões.
Estes mecanismos de desgaste podem ser atenuados por presença de líquidos lubrificantes como é o
caso do líquido sinovial. Quanto melhor a lubrificação, menor a fricção e menor o desgaste.
Coeficiente de fricção: quociente entre a força lateral e a força normal. Pode ser calculado, por
exemplo, para uma prótese da anca, através da técnica “pin on disk” com um pin de polietileno e um
disco de metal. Permite também calcular outras variáveis como a perda de peso do pin ao fim de x
rotações/ciclos, ver se forma estrias, avaliar desgaste, ...O oxínio tem um menor coeficiente de fricção
que outros metais.
Devido ao desgaste, grande parte das próteses têm de ser removidas ao fim de 10/15 anos, sendo
que hoje há inúmeras cirurgias de revisão da prótese da anca. Estas apresentam estrias que se podem
dever, por exemplo, ao desgaste do polietileno. Por vezes, existem até zonas onde o polietileno é de
tal forma desgastado e também empurrado que existe contacto metal-metal entre a cabeça e o
acetábulo da prótese.
11
O número de partículas gerado nas próteses é de 7x10 por ano, mas o sistema imunitário consegue
libertar-se da maioria.
Aquando do desgaste e da libertação de partículas ocorre no organismo uma reação inflamatória (onde
são chamados os macrófagos). Isto leva à ativação dos osteoclastos, que libertam enzimas para
digestão do osso (reabsorção), num fenómeno chamado de osteólise. As partículas mais pequenas são
drenadas para o sistema linfático, fazendo com que os macrófagos as tenham de fagocitar nos nódulos
linfáticos (linfadenopatia – com aumento do tamanho dos nódulos).
BIOMODELAÇÃO 3D
É muito utilizada em cirurgia dentária e maxilo-facial, uma vez que na face, as estruturas ósseas são
muito complexas e a biofuncionalidade é um aspecto crítico (exemplo: a mandíbula e a maxila devem
51
estar completamente alinhadas para conseguirmos falar). Para além disso, defeitos na cara
correspondem a problemas estéticos.
As próteses podem ter diferentes tamanhos, e nalgumas áreas podemos ter próteses de tamanho
diferente, adaptável para os pacientes de diferentes alturas e idades. Mas isso não funciona bem em
todas as áreas - na face, um deslizamento de 1mm é extremamente visível, e causa desconforto. É,
assim, importante a produção de peças personalizadas.
1. Desenho de uma peça, para termos um molde negativo da peça que queremos
2. Vazar nesse molde o metal
3. Produzir a peça.
A tecnologia aditiva/prototipagem rápida, permite passar do desenho para a peça, sem nenhum molde.
Permite também alterações rápidas. Na tecnologia clássica, se quisermos alterar o desenho temos de
alterar o molde. É uma revolução tecnológica, muito mais barata, pelo que pode vir a substituir a
indústria dos moldes. O tempo para pôr uma peça no mercado é muito reduzido. A grande vantagem é
uma completa liberdade de forma.
Uma das desvantagens é que nem todos os materiais podem ser impressos (os que exigem altas
temperaturas, por exemplo). Adapta-se bem a alguns cerâmicos e metais, mas o melhor material a
usar é um polímero (termoplástico, de preferência, que é processado a baixa temperatura).
Esta técnica adapta-se bem a pequenas séries, mas não a grandes séries, como se faz uma a uma: a
questão do tempo/produtividade é importante. As propriedades mecânicas das peças tendem a ser
muito piores pois a produção é feita por camadas - criamos pontos de fragilidade, devido às várias
interfaces.
1. Software de importação de imagens médicas (MRI, TAC, ultrassons, ...). Uma TAC (tomografia
computorizada) corresponde a uma sequência de radiografias alinhadas segundo o eixo dos zz,
nas quais o branco corresponde ao osso.
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VANTAGENS DA BIOMODELAÇÃO
Permitem obter peças sem necessitar de moldes e conferem total liberdade de forma, pois partem do
zero e o processo é aditivo, ao contrário dos processos tradicionais, que são subtrativos. Para além
disso, requerem menos mão de obra, energia e matéria prima.
ESTEREOLITOGRAFIA (SLA)
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IMPRESSÃO 3D
Funcionamento por agregação de partículas após fundição de material. Não é possível esterilizar e é
pouco usado em cirurgia. Baixo custo, milhões de cores, facilmente trabalhável.
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Cirurgia maxilofacial: obtendo um modelo da cabeça (assim não é tirado osso a menos nem a mais), o
cirurgião pode projetar uma cirurgia complexa, por exemplo, da remoção de um tumor seguida de
implantação de osso do perónio para substituição na mandíbula. Com o modelo, pode estudar e
projetar a quantidade certa de osso peronial que precisará, bem como estudar o seu comprimento,
volume, ângulos, formato, ... Mesmo durante a cirurgia, o modelo é usado para comparação: ver se
está na posição certa, moldá-lo, ...
É usado o perónio porque não é indispensável e tem forma semelhante ao osso da mandíbula. O osso
peronial, com o tempo, na boca, torna-se do mesmo tamanho do outro lado da mandíbula. Com os
movimentos, há uma estimulação simétrica da mandíbula e ao fim de algum tempo (aproximadamente
um ano), o osso peronial tem a mesma largura da mandíbula do outro lado, por ter ocorrido
regeneração. Tendo a mesma largura e densidade, podem ser aplicados implantes.
Cirurgia ortogonática: procedimento cirúrgico odontológico que visa restabelecer um padrão facial
normal em pacientes adultos que apresentam um desenvolvimento ósseo facial fora do ideal. No
computador podemos simular como ficarão as deslocações a fazer (modelação virtual).
Próteses externas: possível produzir orelha simétrica (por SLA).. Fazemos um positivo e um prototipado
que depois enchemos de silicone. Como se fixa? Uma delas é com 2 imanes e é uma coisa de tirar e
por...
Implantologia: tubos que guiam a colocação dos parafusos. Por exemplo: colocação de implantes nos
zigomáticos/fixação de uma prótese.
Próteses/“meshes” de titânio: prototipagem rápida da parte que falta. Soldadura a pequenas peças
que depois aparafusam à cabeça. Peça produzida com dimensões necessárias.
• Seccionamento (mais grave) – por modelação podemos arranjar um tubo que metemos à volta do
nervo, este é suturado. Enchemos este tubo com células e criamos um microambiente que vai
permitir o crescimento celular. Como estas células tem tendência a crescer linearmente o tubo tem
umas estrias internas para permitir que as células cresçam. Crescimento celular guiado – guiado
no sentido de guiar as células. Estes tubos até podem ser em materiais piezoelétricos (há
polímeros piezoelétricos: aplico pressão e dá uma saída elétrica).
• “Fragilização” menos grave
ALGUMAS QUESTÕES
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2. Refira-se, justificando, às vantagens e desvantagens da utilização de biocerâmicos
macroporosos em cirurgias do tecido ósseo.
3. O que entende por cristalização controlada de um vitro-cerâmico? Qual a relação que deve
existir entre a velocidade de nucleação e a velocidade de crescimento de cristais? Justifique a
resposta.
6. A liga Zn-Nb (oxinio) é utilizada em próteses articulares. Refira as vantagens desta liga. Diga
como ocorre a formação do filme de óxido.
8. Defina apatite substitucional. Diga qual o interesse destas apatites na regeneração óssea.
12. Descreva os passos principais que conduzem à formação da camada de apatite à superfície
de biovidros do sistema SiO2- Na2O – CaO – P2O5, indicando o efeito de cada um dos óxidos
no processo.
13. Refira as propriedades mais importantes dos vidros cerâmicos usados na reconstrução
dentária
55