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No entanto, nem todo polímero possui elasticidade entrópica, embora todos os elastômeros,
por definição, tenham. Abaixo da transição vítrea, não ocorre elasticidade entrópica, uma vez
que não há mobilidade das cadeias, logo, não há componente entrópica pronunciada. O poço
de energia potencial em polímeros é menor, pois o comportamento é comandado por
interações intermoleculares, ao passo que metais e cerâmicas não.
Borracha crua é uma borracha vulcanizável que não foi vulcanizada ainda. É diferente de um
elastômero termoplástico.
Dúvidas da aula:
Borrachas são, normalmente, ALTAMENTE ADITIVADAS (em alguns casos, até mais aditivo que
o polímero base).
Auxiliares físicos: não reagem quimicamente com os elastômeros, por isso são
chamados de plastificantes ou lubrificantes físicos.
Também existem lubrificantes baseados em ácidos graxos. São misturas de sabões de cálcio e
zinco, havendo também amidas de ácidos graxos saturados.
Dois fatores para degradação da borracha em cada uma das etapas de vida útil de um
componente elastomérico: No processamento: elevadas temperaturas e esforços mecânicos
de cisalhamento. No armazenamento: temperatura de armazenamento e atmosfera de
armazenamento. No uso: exposição ao oxigênio atmosférico e à luz ultravioleta, dependendo
da aplicação.
Como regra geral, para aplicações em altas temperatura, usam-se ceras com alta massa
molar e para aplicações em baixa temperatura usam-se ceras de baixa massa molar.
CARGAS DE REFORÇO: as cargas podem ser inertes (para diminuir o custo) ou reforçantes
(para melhorar propriedades mecânicas). As inertes não necessariamente tem contribuição
nula para as propriedades, embora essa não seja a finalidade de tais cargas.
Negro de fumo e sílica são nanométricos, dando uma suposição da explicação da grande
capacidade de reforço – a elevada área superficial por grama de material.
Borrachas não possuem somente ligações cruzadas como mecanismo de ancoramento, mas
também um grau de emaranhamentos temporários, que se desfazem e são formados
novamente ao longo do tempo.
Quanto mais tendendo ao formato esférico e menos partículas formando o agregado, MAIS
BAIXA A ESTRUTURA. O contrário, logo, tende a ALTA ESTRUTURA. Quanto maior a estrutura,
maior a quantidade de espaços vazios, tornando-o mais capaz de absorver óleos (OAN). Devido
a pequena dimensão das partículas e estrutura extremamente ramificada, o negro de fumo
tem um volume efetivo muito maior que o agregado por si só, POIS ancora as moléculas do
polímero.
Num terceiro estágio, todas as cadeias estão estiradas ao máximo e compartilham a tensão
imposta. A distribuição homogênea de tensão produz um elevado aumento da resistência.
Num próximo estágio, quando a tensão é retirada, a peça se retrai. No entanto, devido ao
deslizamento, a estrutura final obtida não é a mesma da inicial, pois as cadeias já possuem o
mesmo comprimento entre partículas de NF. Se outro teste for feito, esse material terá um
módulo menor, já que a energia para deslizamento não terá que ser mais fornecida – EFEITO
MULLINS.
SÍLICA – CARGAS BRANCAS OU CLARAS: O maior uso comercial da sílica tem sido em pneus
para veículos off-road, tratores e caminhões. É essencial para manter o bom balanço de
dissipação de calor e resistência ao desgaste. Ela proporciona menor resistência ao “Rolling”,
contribuindo para a redução do consumo de combustível. No entanto, é mais cara na obtenção
e no processo de mistura com o elastômero. Possui pobre condutividade elétrica e pior
interação com a matriz elastomérica, sendo necessário tratamento superficial. A sílica também
tende a aglomerar formando uma rede de carga no composto, resultando em pior
processabilidade e propriedades mecânicas ruins. Contudo, com a adição de agentes silano de
acoplagem, obtém-se uma melhora.
Em geral, existe uma seqüência em que os aditivos devem ser colocados para melhor
homogeneidade e prevenir a cura durante a mistura. Cargas de mais difícil dispersão, como NF,
são usualmente alimentadas no início do processo. Por fim, convencionalmente adiciona-se o
agente de cura ou de vulcanização.
A dispersão costuma ser maior em borrachas do que em TP tradicionais, uma vez que
borrachas apresentam elevada viscosidade, elevando-se o nível de tensão para uma mesma
taxa de cisalhamento.
A taxa elongacional é melhor que a taxa de cisalhamento em uma calandra, o que é muito
importante para a dispersão das cargas. Sendo assim, misturadores abertos costumam ser
melhores que os misturadores fechados Banbury. O fluxo dos rolos é muito complexo
(pressão, arraste, etc.), o que torna a dispersão muito boa. Entretanto, a mistura DISTRIBUTIVA
vai ser um desafio, por isso a necessidade de operadores para cortar a manta e reinserir nos
rolos. Misturadores fechados não conseguem atingir o nível de dispersão que se atinge em
misturadores abertos.
Agentes de cura – são responsáveis por provocar a reação de cura. O enxofre só pode ser
utilizado para curar elastômeros que contem insaturações, embora o enxofre não ataque
diretamente a ligação dupla. Peróxidos normalmente são utilizados em compostos saturados.
A relativa baixa solubilidade do enxofre a temperatura ambiente pode causar seu afloramento
à superfície do produto de borracha. Este afloramento aparece como uma superfície
esbranquiçada na borracha e, se ocorrer em um produto ainda não vulcanizado, pode
provocar uma perda de adesão entre componentes. Quando ocorre em produtos já acabado,
seu efeito negativo é mais estético. Como evitar? Diminuindo o tempo entre mistura e
moldagem, diminuindo o tempo de esse material aflorar para a superfície.
Vulcanização sem aceleração, atualmente, não tem aplicação comercial. Todos os sistemas são
acelerados para diminuir o tempo necessário para vulcanização. Normalmente, as ligações
polissulfídicas são indesejadas, e a quantidade de enxofres entre cadeias pode ser controlada
pelo sistema de aceleradores.
Tempo de indução relativamente alto: segurança contra a vulcanização durante a moldagem.
Por outro lado, taxa de vulcanização alta ocasiona economicamente alta produtividade dos
materiais elastoméricos consolidados.
Elementos de enxofre cíclico além de conferir rigidez mais elevada e aumento da Transição
vítrea também podem causar o envelhecimento e degradação. Entretanto, essa degradação
pode gerar radicais livres que ocasionam formações de novas ligações cruzadas entre as
cadeias de borracha, promovendo ancoramento e aumentando o módulo.
Moldagem por transferência: Há um pistão que pressiona o material através de um canal até
outro molde, preenchendo uma cavidade. Aquecimento tanto por aquecimento viscoso
quanto pelo calor do próprio molde (diminuição da viscosidade pelo calor e pela
pseudoplasticidade do material que será cisalhado a altas taxas relativas. Há melhor
possibilidade de melhor preenchimento de datalhes na peça do que em relação ao processo de
moldagem por compressão tradicional). Vantagem é a criação de peças com detalhes mais
refinados, produtos com menos rebarbas, redução do tempo total de cura pelo aumento da
temperatura. Redução do gradiente de temperatura na peça em função da configuração da
cavidade. Entretanto, pistão e sistema de transferência aumentar o custo do processo, e
determinada quantia de material pode ficar alojada nos canais após o preenchimento do
molde.
A calandra não configura boa dispersão, por isso não é muito utilizada para misturas.
Termofixos
A cura de uma resina termofixa começa pela formação e o crescimento linear da cadeia, que
logo após começa a ramificar-se e a reticular-se. À medida que a reação prossegue, o peso
molecular aumenta rapidamente e, assim, eventualmente, muitas cadeias se ligam
covalentemente formando um retículo de peso molecular infinito.
Como medir o ponto de gel? Há técnica visual da subida de bolhas (à medida que o gel é
formado, as bolhas param de subir, pois são imobilizadas no meio altamente viscoso), mas
também podem ser realizadas medidas de viscosidade em função do tempo. Propriedades
dinâmico-mecânicas também podem ser utilizadas para detecção do ponto de gel (quando as
curvas de G’ e G’’ se interceptam) – em outras palavras, quando o comportamento elástico do
material passa a ser ditado pela predominância de G’ em relação a G’’ (componente de perda
viscosa).
Monitoramento da cura e ponto de gel também pode ser realizado através de Infravermelho
(não ATR), monitorando-se um grupo funcional que terá a sua concentração diminuída com a
cura. Para outros tipos de resina, também se pode monitorar um determinado grupo funcional
que aumenta com o tempo. A técnica de DSC, entretanto, é muito mais utilizada, pois não é
tão trabalhosa quanto a técnica de IR.
Por que G’’ também aumenta com a cura de um termofixo? O material passa a ter maior
resistência à deformação, e, consequentemente, haverá maior atrito entre macromoléculas
(cadeias maiores que geram maior dissipação de energia – movimento coordenado na
molécula inteira, impondo maior deformação e maior dissipação de energia).
Mesmo sendo isotérmico, como há liberação de calor pela reticulação, isso aumenta a
temperatura do meio e da velocidade da reação.
Termofixos após a cura normalmente apresentam fragilidade, baixa resistência mecânica, por
isso utilizam-se diversos tipos de fibras e cargas para utilizar os compósitos obtidos como
materiais de engenharia. Por outro lado, quando as fibras são incorporadas, as propriedades
mecânicas resultantes podem ser excelentes. As baixas viscosidades características das resinas
termofixas pré-cura permite alta molhabilidade de fibras durante o processamento,
permitindo inclusive o uso de fibras contínuas.