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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CAMPUS DE SÃO LUÍS - CIDADE UNIVERSITÁRIA


BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CCEM - COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROF. MARIA ELIZIANE
ALUNO: LUCAS DOS SANTOS PEREIRA MAT.: 2020020078
RESPOSTAS DA ATIVIDADE - DESGASTE E TRATAMENTO SUPERFICIAL
DE POLÍMEROS

1) Do que se trata a tribologia?


R→ A tribologia é a ciência e a engenharia que estudam a interação de superfícies em
movimento relativo e os fenômenos associados, como atrito, desgaste e lubrificação. O
termo "tribologia" deriva do grego "tribos", que significa fricção, e é uma disciplina
multidisciplinar que combina conhecimentos de engenharia mecânica, física, química e
ciência dos materiais.
2) Explique as propriedades tribológicas.
R→ Os principais aspectos da tribologia incluem:
​ Atrito: Estuda as forças que resistem ao movimento relativo entre dois corpos em
contato. Existem diferentes tipos de atrito, como atrito seco (sem lubrificação) e atrito
fluido (em presença de lubrificantes).
​ Desgaste: Investigação das mudanças nas superfícies dos materiais devido à interação
mecânica. O desgaste pode ocorrer de várias formas, como abrasão, adesão, fadiga e
erosão.
​ Lubrificação: Envolve o estudo dos métodos para reduzir o atrito e o desgaste,
geralmente através do uso de substâncias lubrificantes, como óleos, graxas ou fluidos
especiais.
3) O que é desgaste superficial?
R→ O desgaste superficial refere-se à perda progressiva de material que ocorre na camada
mais externa de uma superfície sólida, geralmente devido à interação com outro material ou
ambiente. Esse tipo de desgaste ocorre na interface entre dois corpos em movimento relativo
ou devido a outros fatores externos, como abrasão, corrosão, cavitação, entre outros. O
desgaste superficial pode afetar materiais de diversas naturezas, incluindo metais, polímeros,
cerâmicas e compósitos.
4) Explique o fenômeno tribológico ilustrado na figura ao lado:
R→ O fenômeno representado na figura, ilustra a presença de uma partícula abrasiva entre
duas superfícies. Essa partícula é forçada contra a superfície inferior pela superfície superior.
Essa partícula remove material da superfície acarretando o desgaste por abrasão da mesma
5) Explique o desgaste adesivo.
R→ Desgaste causado pela transferência de material de uma superfície para outra, resultando
em desgaste mútuo. Isso é comum em situações onde há contato íntimo entre as superfícies,
como em engrenagens e rolamentos.
6) Como podemos controlar o desgaste nas superfícies?
R→ Estratégias de mitigação incluem o uso de materiais resistentes ao desgaste, lubrificação
adequada, revestimentos protetores e o design apropriado de componentes para minimizar o
contato e as forças de atrito.
7) O que é o fretting?
R→ O fretting é um tipo específico de desgaste superficial que ocorre devido a movimentos
oscilatórios ou vibratórios de baixa amplitude entre duas superfícies em contato. Esse
fenômeno é particularmente problemático em aplicações onde há vibração ou movimentos
microscópicos entre componentes que estão sujeitos a cargas repetitivas. O termo "fretting"
vem da palavra inglesa "fret," que significa irritação ou atrito.
8) Explique o fundamento do processo de aspersão térmica
R→ O processo de aspersão térmica é uma técnica de revestimento na qual materiais são
depositados em uma superfície para melhorar suas propriedades. Esse método é utilizado para
criar revestimentos protetores, restaurar dimensões originais de peças desgastadas, ou
proporcionar características específicas a uma superfície, como resistência à corrosão,
isolamento térmico ou propriedades elétricas.
Os fundamentos do processo de aspersão térmica envolvem o derretimento ou
semi-derretimento de um material de revestimento e sua subsequente projeção sobre a
superfície do substrato. Existem vários métodos de aspersão térmica, sendo os mais comuns o
processo de aspersão térmica por chama (flame spraying), por arco elétrico (arc spraying),
por plasma (plasma spraying) e por explosão (detonation spraying). Vou explicar os
princípios básicos do processo de plasma spraying, que é um dos métodos mais utilizados:
Geração do Plasma: O plasma é um estado da matéria caracterizado por altas temperaturas e
ionização dos átomos. Neste processo, um gás (geralmente argônio) é ionizado para formar
um plasma de alta temperatura.
Alimentação do Material de Revestimento: O material de revestimento, frequentemente na
forma de pó ou arame, é alimentado no sistema. Este material pode ser composto por metais,
cerâmicas, polímeros, entre outros.
Projeção do Material de Revestimento: O material de revestimento é injetado no jato de
plasma. No plasma, o material atinge temperaturas muito elevadas, alcançando o estado de
semi-derretimento ou mesmo derretimento completo.
Aspersão sobre a Superfície do Substrato: O material de revestimento é então aspergido ou
projetado na superfície do substrato. O substrato pode ser um metal, cerâmica ou outro
material, e a superfície é preparada para receber o revestimento.
Solidificação e Formação do Revestimento: Após o impacto sobre o substrato, o material de
revestimento solidifica, formando uma camada aderente à superfície. Esse processo cria uma
camada densa e uniforme, proporcionando as propriedades desejadas.
O processo de aspersão térmica é amplamente utilizado devido à sua versatilidade e
capacidade de aplicar revestimentos em uma variedade de materiais e geometrias. Ele é
utilizado em setores como aeroespacial, automotivo, petroquímico e muitos outros, para
melhorar o desempenho e a durabilidade de componentes.
9) Como ocorre a eletrodeposição? Para que serve os recobrimentos assim obtidos?
R→ A eletrodeposição, também conhecida como eletroplacagem ou galvanoplastia, é um
processo eletroquímico no qual um metal é depositado sobre uma superfície condutora
através da passagem de corrente elétrica por meio de uma solução eletrolítica. Esse processo
é amplamente utilizado para aplicar revestimentos metálicos em uma variedade de substratos,
proporcionando benefícios como melhoria da resistência à corrosão, aumento da dureza,
aparência estética e funcionalidade específica.
10) Determine quais características devem ter os polímeros que poderiam ser selecionados
para as seguintes aplicações: - Uma luva cirúrgica; - Uma garrafa de bebida - Uma
polia.
R→ Para diferentes aplicações, os polímeros devem exibir características específicas que
atendam aos requisitos do ambiente e da função do produto. Aqui estão algumas
características importantes para os polímeros em cada uma das aplicações mencionadas:
​ Luva Cirúrgica:
● Biocompatibilidade: O polímero deve ser seguro para uso médico, não
causando reações adversas no corpo humano.
● Flexibilidade e Elasticidade: Para garantir um ajuste confortável e permitir a
destreza necessária durante procedimentos cirúrgicos.
● Barreira contra Microrganismos: Deve ser impermeável a fluidos e resistentes
a microrganismos para proteger tanto o usuário quanto o paciente.
● Descartabilidade: Deve ser descartável para evitar a propagação de infecções.
​ Garrafa de Bebida:
● Impermeabilidade: O polímero deve ser impermeável para evitar vazamentos e
manter a integridade do líquido armazenado.
● Resistência Química: Deve resistir à degradação causada por substâncias
químicas presentes em bebidas, como ácidos ou açúcares.
● Leveza: Polímeros geralmente são mais leves que outros materiais,
tornando-os ideais para embalagens que precisam ser portáteis e fáceis de
transportar.
● Transparência ou Opacidade Controlada: Dependendo do design da garrafa,
pode ser desejável que o polímero seja transparente para mostrar o conteúdo
ou opaco para proteger de luz.
​ Polia:
● Resistência Mecânica: A polia deve suportar cargas e tensões mecânicas sem
deformação excessiva.
● Baixo Coeficiente de Atrito: Reduz a geração de calor e o desgaste,
melhorando a eficiência do sistema.
● Resistência à Abrasão: Deve resistir ao desgaste causado pelo contato
constante com correias ou cabos.
● Estabilidade Dimensional: Para manter a forma e as dimensões mesmo sob
condições de carga variável e mudanças de temperatura.
11) O que são polímeros lineares e ramificados? Os termoplásticos podem ser
ramificados?
R→ Polímeros podem ser classificados como lineares ou ramificados, dependendo da
estrutura molecular. Essa classificação refere-se à organização da cadeia principal de
polímero. Além disso, os termoplásticos podem apresentar ramificações, mas o grau de
ramificação pode variar.
​ Polímeros Lineares:
● Estrutura: Os polímeros lineares têm uma cadeia principal contínua sem
ramificações laterais significativas.
Polímeros Ramificados:
● Estrutura: Os polímeros ramificados têm cadeias principais com ramificações laterais,
ou seja, cadeias secundárias ligadas à cadeia principal.
Ramificações em Termoplásticos:
● Os termoplásticos, que são uma classe de polímeros que podem ser moldados
repetidamente quando aquecidos, podem apresentar algum grau de ramificação.
Portanto, alguns termoplásticos podem exibir características de polímeros ramificados, mas o
grau de ramificação varia de um polímero para outro. O entendimento da estrutura molecular
é crucial para compreender as propriedades específicas de cada polímero e como elas afetam
o comportamento durante o processamento e uso.
12) Defina: (a) termoplástico (b) termofixo (c) elastômero (d) elastômero
termoplástico
R→ (a) Termoplástico:
● Um termoplástico é um tipo de polímero que pode ser derretido e moldado
repetidamente quando aquecido. Isso ocorre porque os termoplásticos são compostos
por cadeias moleculares longas que não estão fortemente interligadas. Quando
aquecidos, esses polímeros amolecem e podem ser moldados; quando resfriados, eles
solidificam, mantendo a nova forma. Exemplos de termoplásticos incluem polietileno,
polipropileno e policloreto de vinila (PVC).
(b) Termofixo:
● Um termofixo, ao contrário do termoplástico, é um tipo de polímero que, uma vez
moldado e solidificado, não pode ser derretido novamente por aquecimento. Isso
ocorre porque os termofixos têm uma rede tridimensional de ligações cruzadas que
endurecem durante o processo de cura e não se desfazem com o aquecimento
subsequente. Exemplos de termofixos incluem resinas epóxi e baquelite.
(c) Elastômero:
● Um elastômero é um polímero com propriedades elásticas significativas, ou seja, ele é
capaz de se deformar sob tensão e retornar à sua forma original quando a tensão é
removida. Os elastômeros geralmente têm cadeias moleculares longas com poucas
ligações cruzadas, permitindo uma flexibilidade e extensibilidade consideráveis.
Borracha natural e borracha de neoprene são exemplos de elastômeros.
(d) Elastômero Termoplástico (TPE):
Um elastômero termoplástico combina características de elastômeros e termoplásticos.
Ele possui a capacidade de ser moldado quando aquecido, semelhante a um termoplástico,
mas mantém propriedades elásticas sem a necessidade de vulcanização ou cura, como em
elastômeros tradicionais. Os TPEs são frequentemente utilizados quando se deseja combinar
a facilidade de processamento dos termoplásticos com a elasticidade dos elastômeros.
Exemplos incluem compostos de poliuretano termoplástico (TPU) e copolímeros de
estireno-butadieno (SBS).
13) Explique por que o polietileno de baixa densidade é adequado para a fabricação de
sacolas de supermercado, porém, o polietileno de ultra-alto peso molecular deve ser
usado onde são necessárias elevadas resistências mecânicas e ao desgaste.
R→ O LDPE é escolhido para a fabricação de sacolas de supermercado devido à sua
flexibilidade, processabilidade e custo mais baixo. Por outro lado, o UHMWPE é preferido
em aplicações que exigem elevada resistência mecânica e ao desgaste, como em componentes
industriais sujeitos a condições severas de operação. A escolha do polímero depende das
propriedades necessárias para atender aos requisitos específicos da aplicação.
14) Que fatores influenciam a cristalinidade dos polímeros?
R→ A cristalinidade em polímeros refere-se à ordem estrutural na qual as cadeias
poliméricas estão organizadas. Alguns fatores importantes que influenciam a cristalinidade
dos polímeros incluem:
​ Estrutura Molecular:
● A estrutura química da unidade de repetição no polímero é fundamental.
Polímeros com unidades de repetição mais simples e regulares tendem a ter
maior cristalinidade. Por exemplo, polietileno e polipropileno, que têm
estruturas relativamente simples, podem exibir alta cristalinidade.
​ Tamanho das Cadeias Poliméricas:
● Cadeias poliméricas mais longas geralmente favorecem a formação de regiões
cristalinas. Isso ocorre porque cadeias mais longas têm maior probabilidade de
encontrar arranjos ordenados.
​ Ramificações e Ramas Laterais:
● Ramificações ou ramas laterais na cadeia polimérica podem interferir na
capacidade das cadeias de se organizar em estruturas cristalinas. Polímeros
lineares, sem muitas ramificações, geralmente têm maior potencial para a
formação de cristal.
​ Taxa de Resfriamento durante a Solidificação:
● A taxa de resfriamento durante o processo de solidificação influencia a
cristalinidade. Resfriamentos mais lentos proporcionam mais tempo para as
cadeias poliméricas se organizarem em regiões cristalinas.
​ Pressão Aplicada durante o Processamento:
● A aplicação de pressão durante o processamento pode influenciar a
cristalinidade. Em alguns casos, a aplicação de pressão pode favorecer a
formação de regiões cristalinas.
​ Aditivos e Nucleadores:
● A adição de certos aditivos ou nucleadores durante a fabricação do polímero
pode influenciar a cristalinidade. Nucleadores são substâncias que promovem
a nucleação e o crescimento de cristais durante o processo de solidificação.
​ Temperatura de Processamento:
● A temperatura durante o processamento e a solidificação do polímero também
desempenha um papel importante. Temperaturas mais altas podem favorecer a
mobilidade molecular e, em alguns casos, resultar em menos cristalinidade.
​ História Térmica e Condições Ambientais:
● A exposição do polímero a diferentes condições térmicas ou ambientais pode
afetar sua cristalinidade ao longo do tempo. Ciclos de aquecimento e
resfriamento, por exemplo, podem alterar a cristalinidade.
É importante notar que a cristalinidade e a amorfização são características opostas. Enquanto
regiões cristalinas exibem uma ordem molecular regular, regiões amorfas são mais
desordenadas. A combinação dessas regiões determina as propriedades finais do polímero.
15) Compare as propriedades mecânicas do polietileno de baixa densidade, do polietileno
de alta densidade, do poli[cloreto de vinila], polipropileno e poliestireno (Tabela
abaixo) e explique as diferenças em função da estrutura.
R→ As propriedades mecânicas dos polímeros podem variar significativamente devido à sua
estrutura molecular única. Vamos comparar o polietileno de baixa densidade (LDPE), o
polietileno de alta densidade (HDPE), o poli(cloreto de vinila) (PVC), o polipropileno (PP) e
o poliestireno (PS) em termos de algumas propriedades mecânicas, discutindo as diferenças
relacionadas à estrutura molecular:

1. Módulo de Elasticidade (ou Módulo de Young):


- LDPE: Baixo módulo de elasticidade. Estrutura mais amorfa, com cadeias ramificadas.
- HDPE: Maior módulo de elasticidade em comparação com o LDPE. Estrutura mais linear,
menos ramificada.
- PVC: Variação considerável com a formulação, mas geralmente moderado. Cadeias com
cloro podem influenciar a rigidez.
- PP: Módulo de elasticidade moderado. Cadeias lineares, menos ramificadas que o LDPE.
- PS: Módulo de elasticidade moderado. Estrutura amorfa, cadeias aromáticas.

2. Resistência à Tração:
- LDPE: Menor resistência à tração. Estrutura mais amorfa e cadeias ramificadas.
- HDPE: Maior resistência à tração em comparação com o LDPE. Estrutura mais linear.
- PVC: Variável, mas muitas formulações têm resistência à tração moderada. Presença de
cloro pode influenciar as propriedades mecânicas.
- PP: Boa resistência à tração. Estrutura mais linear, menos ramificada.
- PS: Resistência à tração moderada. Estrutura mais amorfa.

3. Dureza:
- LDPE: Baixa dureza devido à sua natureza mais flexível.
- HDPE: Maior dureza em comparação com o LDPE.
- PVC: Pode variar, mas geralmente tem uma dureza moderada a alta, especialmente em
formulações rígidas.
- PP: Moderada dureza.
- PS: Moderada a alta dureza.

4. Alongamento na Ruptura:
- LDPE: Alta deformação antes da ruptura devido à sua natureza mais flexível.
- HDPE: Menor alongamento na ruptura em comparação com o LDPE.
- PVC: Variação considerável, mas muitas formulações podem ter um bom alongamento.
- PP: Alongamento moderado na ruptura.
- PS: Baixo alongamento na ruptura devido à sua natureza mais rígida.
Essas diferenças nas propriedades mecânicas podem ser atribuídas à estrutura molecular dos
polímeros. Por exemplo, o grau de ramificação, o peso molecular, a regularidade da cadeia e
a presença de grupos químicos específicos influenciam diretamente as propriedades
mecânicas dos polímeros.

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