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Cálculo
Vetorial e
Geometria
Analítica
(Notas - 18/5/2023)
Sérgio de
Albuquerque
Souza
Sumário
Sumário 2
6 Cônicas 3
6.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . 3
6.2 Cônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
6.3 Classificação . . . . . . . . . . . . . . 56
6.4 Avaliando o que foi construído . . . . 74
2 74
Capítulo 6
Cônicas
6.1 Introdução
Nesta unidade estudaremos e definiremos as cônicas,
como por exemplo, circunferências, elipses, hipér-
boles e parábolas, a partir das suas equações gerais
dadas por equações do segundo grau em duas variá-
veis, usando ferramentas algébricas, como matrizes,
determinantes, polinômios característicos, autovalo-
res e autovetores, introduzidos nesta unidade.
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Sérgio de Albuquerque Souza Vetorial - Cônicas
6.2 Cônicas
As cônicas ou secções cônicas são curvas obtidas pela
intersecção de um plano com um cone duplo. Depen-
dendo da inclinação desse plano em relação ao eixo
central do cone, a curva interseção será: uma circun-
ferência, uma elipse, uma hipérbole, uma parábola,
uma reta, um ponto ou duas retas, visualizados nas
figuras abaixo, respectivamente.
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é denominado de cônica.
⋆ Os termos:
• F é o termo independente;
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a) Circunferência: C : x2 + y 2 = 1
C : 1x2 + 0xy + 1y 2 + 0x + 0y − 1 = 0
1 0 x x
C: x y ·
· + 0 0 · − 1=0
0 1 y y
b) Elipse:
x2 y 2 2 2
E: + = 1 ⇐⇒ 2x + 3y = 6
3 2
E : 2x2 + 0xy + 3y 2 + 0x + 0y − 6 = 0
2 0 x x
E: x y ·
· + 0 0 · − 6=0
0 3 y y
8 74
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c) Hipérbole:
x2 y 2 2 2
H: − = 1 ⇐⇒ 2x − 3y = 6
3 2
H : 2x2 + 0xy − 3y 2 + 0x + 0y − 6 = 0
2 0 x x
H: x y ·
· + 0 0 · − 6=0
0 −3 y y
d) Parábola:
P : x2 − y = 0
P : 1x2 + 0xy + 0y 2 + 0x − 1y + 0 = 0
1 0 x x
P: x y ·
· + 0 −1 · + 0=0
0 0 y y
9 74
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Ep : x 2 + y 2 = 0
Ep : 1x2 + 0xy + 1y 2 + 0x + 0y + 0 = 0
1 0 x x
Ep : x y ·
· + 0 0 · + 0=0
0 1 y y
Ev : x2 + y 2 = −1
Ev : 1x2 + 0xy + 1y 2 + 0x + 0y + 1 = 0
1 0 x x
Ev : x y ·
· + 0 0 · + 1=0
0 1 y y
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2 2
Pr : (x + y)2 = 0 ⇐⇒ x + 2xy + y = 0
Pr : 1x2 + 2xy + 1y 2 + 0x + 0y + 0 = 0
1 1 x x
Pr : x y ·
· + 0 0 · + 0=0
1 1 y y
Prr : (x + y)(x + y + 1) = 0
⇐⇒ x2 + 2xy + y 2 + x + y = 0
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Hrr : (x + y)(x − y) = 0 ⇐⇒ x2 − y 2 = 0
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6.2.1 Circunferência
Definição 6.2 (Circunferência C)
Na geometria euclidiana, uma circunferência C é o
lugar geométrico dos pontos P de um plano que equi-
distam de um ponto fixo (Figura 6.1). O ponto fixo C é
denominado de centro e a equidistância r é denomi-
nada de raio da circunferência.
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⋆ Equação vetorial:
# »
C : CP = r
C : (x − Cx )2 + (y − Cy )2 = r2
⋆ Considerando v = Cx 2 + Cy 2 − r2 , a equação na
forma geral:
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b) Gráfico da circunferência C1 :
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p(x) = a(x − τ )2 + κ
b
e b2
τ =− κ=c−
2a 4a
ou seja:
2 !
b2
b
ax2 + bx + c = a x + + c−
2a 4a
19 74
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C2 : x2 + y 2 − 2x − 4y + 1 = 0
Teremos que:
a) Para determinar a equação na forma reduzida:
⋆ Agruparemos as variáveis x e y, da forma:
h i h i
C2 : x2 − 2x + y 2 − 4y + 1 = 0 (6.2)
C2 : (x − 1)2 + (y − 2)2 = 4
c) Gráfico da circunferência C2 :
N = (1, 4) S = (1, 0)
L = (3, 2) O = (−1, 2)
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C2 : 1x2 + 0xy + 1y 2 − 2x − 4y + 1 = 0
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(a)
Ca : (x − 2)2 + (y − 1)2 = 9, Ca : 1x2 + 0xy + 1y 2 − 4x − 2y − 4 = 0,
N = (2, 4), S = (2, −2), L = (5, 1) e O = (−1, 1).
(b) √
r = 5, Cb : (x−3)2 +(y−2)2 = 5, Cb : 1x2 +0xy+1y 2 −6x−4y+8 =
√ √ √ √
0, N = (3, 5+2), S = (3, 2− 5), L = ( 5+3, 2) e O = (3− 5, 2).
(c)
C = (−1, 4), r = 5, Cc : (x + 1)2 + (y − 4)2 = 25, Cc : x2 + 0xy +
1y 2 + 2x − 8y − 8 = 0, N = (−1, 9), S = (−1, −1), L = (4, 4) e
O = (−6, 4).
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6.2.2 Elipse
Definição 6.3 (Elipse E)
Na geometria euclidiana, uma elipse E é o lugar ge-
ométrico dos pontos P de um plano cuja a soma das
distâncias deste ponto a outros dois pontos fixos F1 e F2
do plano (Figura 6.2), denominados de focos da elipse,
é um valor constante.
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a2 = b2 + c2
c
⋆ A razão = ε denominada excentricidade
a
(0 ≤ ε < 1).
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⋆ Equação vetorial:
# » # »
E : F1 P + F2 P = 2a
(x − Cx )2 (y − Cy )2
Ex : + =1
a2 b2
Com eixo focal paralelo ao eixo y temos:
(x − Cx )2 (y − Cy )2
Ey : + =1
b2 a2
⋆ Considerando v = Cx 2 b2 + Cy 2 a2 − a2 b2 , a equa-
ção na forma geral:
b2
0 x 2 x
Ex : x 2
y· · + −2Cx b −2Cy a · +v = 0
0 a2 y y
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Teremos que:
a) Para determinar a equação na forma reduzida:
⋆ Agruparemos as variáveis x e y, da forma:
h i h i
E2 : 25x2 +100x + 9y 2 −36y −89 = 0 (6.5)
(x + 2)2 (y − 2)2
E2 : + =1
9 25
e) Gráfico da elipse E2 :
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6.2.3 Hipérbole
Definição 6.4 (Hipérbole)
Na geometria euclidiana, uma hipérbole é o lugar
geométrico dos pontos P de um plano cuja a diferença
das distâncias deste ponto a outros dois pontos fixos F1
e F2 do plano (Figura 6.3), denominados de focos da
hipérbole, é um valor constante.
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c2 = a2 + b2
b
r1 : (y − Cy ) = (x − Cx )
a
b
r2 : (y − Cy ) = − (x − Cx )
a
c
⋆ A razão = ε denominada excentricidade
a
(ε > 1).
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⋆ Equação vetorial:
# » # »
H: P F1 − P F2 = 2a
(x − Cx )2 (y − Cy )2
Hx : − =1
a2 b2
Com eixo focal paralelo ao eixo y temos:
(y − Cy )2 (x − Cx )2
Hy : − =1
a2 b2
b2 0 x
2 x
Hx : x y · 2
· + −2Cx b −2Cy a · +v = 0
0 −a2 y y
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(x − 0)2 (y − 0)2
H1 : − =1
32 42
x2 y2
H1 : − =1
9 16
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f) Gráfico da hipérbole H1 :
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Teremos que:
a) Para determinar a equação na forma reduzida:
⋆ Agruparemos as variáveis x e y, da forma:
h i h i
H2: −9x2 +18x + 16y 2 −32y −137 = 0 (6.8)
(y − 1)2 (x − 1)2
H2 : − =1
9 16
e) Gráfico da hipérbole H2 :
(c)
Na equação reduzida de uma hipérbole o valor a2 é sempre o
numerador da parte “parte positiva” da equação.
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(−1, 1), F1 = (−1, 6), F2 = (−1, −4), A1 = (−1, 5), A2 = (−1, −3),
r : (y − 1) = ± 34 (x + 1).
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6.2.4 Parábola
Definição 6.5 (Parábola)
Na geometria euclidiana, uma parábola é o lugar geo-
métrico dos pontos P de um plano que são equidistantes
de uma reta fixa d, denominada de reta diretriz, e de
um ponto fixo F denominado de foco da parábola.
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⋆ O valor c = V F = d (V , r) denominado de
parâmetro da parábola P.
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⋆ Equação vetorial:
# »
P : P F = d (P , r)
Px+ : (x − Vx )2 = 4c(y − Vy )
Px− : (x − Vx )2 = −4c(y − Vy )
Py+ : (y − Vy )2 = 4c(x − Vx )
Py− : (y − Vy )2 = −4c(x − Vx )
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a) O parâmetro da parábola c = V F = 4.
d) Gráfico da hipérbole P1 :
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P2 : y 2 − 4x − 2y + 1 = 0
Teremos que:
a) Para determinar a equação na forma reduzida:
⋆ Agruparemos a variável y, da forma:
h i
P2: y 2 −2y −4x + 1 = 0 (6.11)
P2 : (y − 1)2 − 4x = 0
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P2 : (y − 1)2 = 4(x − 0)
d) O parâmetro da parábola c = 1.
f) Gráfico da parábola P2 :
d : x = −1 s:y=1
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(a)
V = (0, 0), F = (0, 1/4), c = 1/4, eixo de simetria paralelo ao eixo y,
Pa : 1x2 + 0xy + 0y 2 + 0x − 1y + 0 = 0, d : y = −1/4, s : x = 0.
(b)
V = (−2, 0), c = 2, eixo de simetria paralelo ao eixo y, Pb : (x + 2)2 =
−8(y − 0), Pb : 1x2 + 0xy + 0y + 4x + 8y + 4 = 0, d : y = 2, s : x = −2.
(c)
V = (0, 1), F = (−2, 1), c = 2, eixo de simetria paralelo ao eixo x, Pc : (y −
1)2 = −8(x − 0), Pc : 0x2 + 0xy + 1y 2 + 8x − 2y + 1 = 0.
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6.3 Classificação
Para a classificação das cônicas nos casos na qual a
equação geral da cônica não conste do termo quadrá-
tico misto, ou seja, o coeficiente B = 0, tal classifi-
cação dar-se-á através de operações como completa-
mento de quadrados e operações algébricas básicas
obtendo as equações na forma reduzida.
Caso a equação geral da cônica contenha o termo
misto (B ̸= 0), utilizaremos ferramentas algébricas
dos autovalores e autovetores para determinar os
novos eixos das cônicas, em relação aos eixos coor-
denados, a partir da equação geral, eliminando desta
forma o termo quadrático misto. O detalhamento e
o uso mais intensivo desta teoria será tema da disci-
plina Introdução à Álgebra Linear.
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ou seja,
p(λ) = 0
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A·X = λ·X
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com y ̸= 0.
Logo, um autovetor unitário será dado por:
#» 2 1
v λ1 = √ ,√
5 5
1
considerando y = √ .
5
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( (
5x − 2y = 9x 4x − 2y = 0
=⇒
−2x + 8y = 9y −2x − y = 0
=⇒ y = −2x
com x ̸= 0.
Logo, um autovetor unitário será dado por
#» −1 2
v λ2 = √ ,√
5 5
1
considerando x = − √ .
5
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C : Ax2 + Bxy + Cy 2 + Dx + Ey + F = 0
na forma matricial:
A B/2 x x
C: x y·
· + D E· +F = 0
B/2 C y y
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C : Ax2 + Bxy + Cy 2 + Dx + Ey + F = 0
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C1 : 5x2 − 4xy + 8y 2 − 36 = 0
C1 : 5x2 − 4xy + 8y 2 + 0x + 0y − 36 = 0
p(λ) = λ2 − 13λ + 36
C1 : 4X 2 + 9Y 2 − 36 = 0
X2 Y 2
C1 : + =1
9 4
⋆ Gráfico da elipse C1 :
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C2 : 4X 2 + 9Y 2 − 8X − 36Y + 4 = 0
(X − 1)2 (Y − 2)2
C2 : + =1
9 4
que é uma elipse com eixo focal paralelo ao eixo X
e com centro é C XY = (1, 2) no sistema de eixos X
eY.
⋆ Gráfico da elipse C2 :
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