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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM SERVIÇO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO: AMPLIANDO A PESQUISA, FORTALECENDO A PRÁTICA

JANAÍNA GOMES BALBINO


PEDRINA DOS SANTOS SILVA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSO


MULTIFUNCIONAL SOB UMA PERSPECTIVA DE INCLUSÃO NO SERTÃO
PARAIBANO

JOÃO PESSOA - PB
2023
JANAÍNA GOMES BALBINO
PEDRINA DOS SANTOS SILVA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSO


MULTIFUNCIONAL SOB UMA PERSPECTIVA DE INCLUSÃO NO SERTÃO
PARAIBANO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal da
Paraíba, como parte das exigências para
a obtenção do título de Pós-graduação
em Serviço de Atendimento Educacional
Especializado: ampliando a pesquisa,
fortalecendo a prática.

Orientação: Profa. MS. Joani De Melo


Muniz

JOÃO PESSOA - PB
2023
JANAÍNA GOMES BALBINO
PEDRINA DOS SANTOS SILVA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSO


MULTIFUNCIONAL SOB UMA PERSPECTIVA DE INCLUSÃO NO SERTÃO
PARAIBANO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal da
Paraíba, como parte das exigências para
a obtenção do título de Pós-graduação
em Serviço de Atendimento Educacional
Especializado: ampliando a pesquisa,
fortalecendo a prática.

Resultado: _____________________
João Pessoa, _____ de _______ de
______.

BANCA EXAMINADORA:

Joani de Mélo Muniz


Universidade Federal da Paraíba
Orientador/a

Nome do/a Avaliador/a


Instituição de Ensino
Avaliador/a

Nome do/a Avaliador/a


Instituição de Ensino
Avaliador/a

JOÃO PESSOA - PB
2023
AGRADECIMENTOS

À Deus, que nos permitiu realizar mais um sonho. Por cada rosa onde sinto
tua presença. Por cada momento vivido, onde sinto a tua força. Por cada passo
futuro em que terei a tua direção. Rendo o meu louvor e minha gratidão.
À nossa família, pelo apoio e dedicação ao longo de nossa caminhada.
À professora Joani de Melo Muniz, nossa orientadora, que com muita
paciência nos transmitiu confiança e a certeza de que seriamos capazes de concluir
essa missão.
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - INEP
Gráfico 02 - Participantes
Gráfico 03 - Faixa etária
Gráfico 04 - Escolaridade
Gráfico 05 - Atuação na educação
Gráfico 06 - Participação de implementação
Gráfico 07 - Números de salas
Gráfico 08 - Atendimento
Gráfico 09 - Equipe pedagógica
Gráfico 10 - Familiar
Gráfico 11 - Reivindicação de familiares
Gráfico 12 - Eficácia da SRM
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................9
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 12
2.1 A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão - Breve Histórico do
Cenário Brasileiro...................................................................................................12
2.2 Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais e o Atendimento
Educacional Especializado no Brasil......................................................................14
2.3 Tipos de SALAS DE Recursos Multifuncional..............................................17
2.4 A importância do AEE nos pequenos municípios.........................................19
3 METODOLOGIA.................................................................................................21
3.1 Compreendendo a Pesquisa........................................................................22
3.2 Sobre o campo da pesquisa.........................................................................22
3.3 Instrumento de coleta de dados....................................................................23
3.3 Sujeitos da pesquisa.....................................................................................24
3.4 Interpretação dos Dados da Pesquisa..........................................................24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................31
4.1 Como foi o processo de implantação da Sala de Recursos Multifuncional
(SRM) neste pequeno município do sertão paraibano? e quais documentos
nortearam esse processo?.....................................................................................32
4.2 Para você qual a importância da Sala de Recursos Multifuncional (SRM) na
comunidade local deste município?........................................................................33
4.3 Destaques dos resultados e discussão........................................................34
5 CONCLUSÃO.....................................................................................................35
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 36
A IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSO
MULTIFUNCIONAL SOB UMA PERSPECTIVA DE INCLUSÃO NO SERTÃO
PARAIBANO

JANAÍNA GOMES BALBINO1


PEDRINA DOS SANTOS SILVA OLIVEIRA2

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo evidenciar a importância da


implantação da Sala de Recursos Multifuncionais em um pequeno município do
sertão paraibano. Para a realização deste estudo nos pautamos metodologicamente
na pesquisa qualitativa exploratória, caracterizando-se também como estudo de
caso. Para coleta de dados, foi aplicado um questionário através do Google
Formulário, contendo 14 perguntas, objetivas e subjetivas. O universo das perguntas
centrava-se na busca de informações sobre o processo de implantação da Sala de
Recursos Multifuncional. Diante das narrativas, observa-se que este processo foi
norteado pela Portaria Ministerial n° 13/2007 e Orientações para Implantação da
Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva-MEC 2015.
Resolução do CNE/ CEB n° 04/2009 e LDB. Além do documento Orientador -
Programa de Implantação de Recursos Multifuncionais. Documentos também
mencionados no referencial teórico deste trabalho. De acordo com as informações e
análises das respostas, compreende-se que as pessoas envolvidas tiveram grande
relevância para esta pesquisa, pois estão ligadas à educação do município onde o
trabalho foi realizado. Verificou-se portanto que, a educação inclusiva através das
Salas de Recursos Multifuncional tem fundamental importância para os pequenos
municípios, más sabe-se que a maioria destes municípios não oferecem condições
como estrutura adequada além de qualificar os profissionais que trabalham direta ou
indiretamente com estes alunos, com isso, percebe-se que deve existir uma
persistência por toda comunidade, a fim de fazer valer os direitos de acesso a
educação das pessoas com deficiência, fazendo valer a aplicação de recursos,
através de políticas-públicas de inclusão.

Palavras-chave: Processo de Implantação. Educação Inclusão. SRM.


Aprendizagem.

THE IMPORTANCE OF IMPLEMENTING THE MULTIFUNCTIONAL RESOURCE


ROOM FROM AN INCLUSION PERSPECTIVE IN THE HISTORY OF PARAIBA

1
pedrinaoliveira7622@gmail.com.Licenciada em Letras e Pedagogia pela Universidade Estadual do
Vale do Acarau-CE (UVA). Pós-Graduada em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas de Patos
(FIP). Mestranda em Ciências da Educação pela FICS. Professora de Ensino Fundamental na Escola
Municipal Abdias José da Costa. Areia de Baraúnas-PB
2
janaínabalbino128@gmail.com.Licenciada em Pedagogia. Pela Faculdade Latino-Americana de
Educação-FLATED. Professora da Educação Infantil, creche Tereza Maria de Jesus. Salgadinho-PB.
8

Abstract: The aim of this paper is to highlight the importance of setting up a


Multifunctional Resource Room in a small municipality in the hinterland of the state of
Paraíba. In order to carry out this study, we used a qualitative exploratory approach,
which is also characterised as a case study. To collect the data, a questionnaire was
applied using Google Forms, containing 14 objective and subjective questions. The
universe of questions centred on the search for information about the process of
setting up the Multifunctional Resource Room. The narratives show that this process
was guided by Ministerial Ordinance 13/2007 and Guidelines for Implementing
Special Education Policy from the Perspective of Inclusive Education-MEC 2015.
CNE/ CEB Resolution 04/2009 and the LDB. In addition to the Guiding Document -
Programme for the Implementation of Multifunctional Resources. Documents also
mentioned in the theoretical framework of this work. According to the information and
analyses of the responses, it can be understood that the people involved had great
relevance for this research, as they are linked to education in the municipality where
the work was carried out. It was therefore found that inclusive education through
Multifunctional Resource Rooms is of fundamental importance for small
municipalities, but it is known that most of these municipalities do not offer conditions
such as adequate structure, in addition to qualifying the professionals who work
directly or indirectly with these students, with this, it is realised that there must be
persistence by the entire community, in order to enforce the rights of access to
education for people with disabilities, enforcing the application of resources, through
public policies of inclusion.

Keywords: Implementation process. Inclusion Education. SRM. Learning.

1 INTRODUÇÃO

Pensar a Educação Especial na perspectiva da inclusão requer observar


também como se dá a materialização das práticas de inclusão nos contextos
escolares. Neste sentido, o Atendimento Educacional Especializado - AEE surge no
contexto da educação brasileira como um caminho para essa materialização,
portanto, as Salas de Recursos Multifuncionais ganham local de destaque nesse
entendimento, justo as mesmas serem o espaço no qual o AEE se estrutura à
primeira vista, conforme nos indica a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão (Mec, 2008).
Nesse contexto, podemos destacar como os documentos mais recentes, a
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Mec,
2008) orienta para que o atendimento educacional especializado, ao longo de todo o
9

processo de escolarização, esteja articulado à proposta pedagógica do ensino


comum, definindo que:

[…] o atendimento educacional especializado tem como função


identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos considerando suas necessidades específicas (Dou, 2008,
p. 26).

Atendendo a tais pressupostos, o Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de


2011, corrobora as orientações para a construção de sistemas educacionais
inclusivos, que garantem às pessoas com deficiência o acesso ao sistema regular de
ensino. “Para a efetivação do direito inalienável à educação”, este Decreto, em seu
art. 1°, incisos I e III, dispõe:

I - Garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis,


sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades:
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de
deficiência. (Brasil, 2011)

Desta forma, o objetivo desses documentos é fortalecer e assegurar os


direitos dessas pessoas com deficiência a buscar melhorias para seu convívio na
vida escolar e em sua vida social.
Frente aos processos de transformações que culminaram no que entendemos
atualmente por Educação Especial Inclusiva, alcançamos a elucidação de que a
escola regular deve ser vista como ambiente inclusivo para pessoas com deficiência,
todavia, percebe-se uma falta de apoio especializado para o atendimento desse
público. Portanto, o presente estudo justifica-se quando observamos a necessidade
de uma melhor assistência com estrutura e professores especializados, além de
apoio pedagógico já que o objetivo do espaço escolar é favorecer a inclusão de
alunos com deficiência contribuindo com seu desenvolvimento global, ao mesmo
tempo em que respeita a diversidade de saberes e formas de apreender.
Assim sendo, o interesse por esta pesquisa se deu na medida em que
compreendemos que, os espaços das Salas de Recursos Multifuncionais fomentam
uma espécie de consolidação ou validação das práticas de inclusão voltada para os
estudantes com deficiência, na educação. De maneira que, aqui damos destaque ao
processo de implantação de uma Sala de Recursos Multifuncionais, situada em um
10

pequeno município no interior do Sertão Paraibano, evidenciando os principais


personagens dessa narrativa e a importância deste ato para a comunidade escolar
local.
Indicamos como problema a ser respondido o seguinte questionamento: Qual
a importância da implantação da sala de recursos multifuncionais para a
comunidade escolar em um pequeno município no Sertão Paraibano?
Desta forma, evidenciamos o processo de implantação da sala de recursos
em questão. Para tal, tomamos como base as informações coletadas através de
questionário aplicado aos sujeitos que vivenciaram o processo de implantação da
SRM e visitas à escola onde funciona a Sala de Recurso Multifuncional.
A partir das compreensões acima, apresentamos como objetivo principal:
Evidenciar a importância da implantação da Sala de Recursos Multifuncionais em
um pequeno município do sertão paraibano a partir das narrativas dos sujeitos que
estabelecem relação direta com este serviço educacional. Temos como objetivos
secundários: Elencar as etapas que culminaram na implantação da SRM, a partir
das narrativas dos sujeitos entrevistados; identificar os possíveis benefícios e
entraves vivenciados no processo educacional a partir da implantação da SRM.
Esta pesquisa foi realizada em um pequeno município do Sertão Paraibano,
onde foi aplicado um questionário através do Google Formulário. O mesmo continha
14 (quatorze) perguntas que abordavam desde algumas informações dos
participantes, bem como perguntas direcionadas ao processo de implantação da
Sala de Recursos Multifuncional. 9 (nove) pessoas participaram desta pesquisa,
dessas a maioria atua na educação, o que demonstra conhecimento acerca do tema
em estudo, contribuindo assim com informações importantes para a realização deste
trabalho.
Para alcançarmos os objetivos propostos neste trabalho buscamos
referências nos estudos já consolidados. Com relação à Educação Inclusiva e Salas
de Atendimentos Especializados, vários teóricos contribuíram com este trabalho, a
exemplo de Sassaki (2012), Denise Alves (2006), Rosalba Garcia (2008), Enicéia
Mendes (2020), Maria Teresa Eglér Mantoan (2015), além dos autores
metodológicos como: Ana Paula Sahagoff (2015), Antônio Carlos Gil (2002), Leila
Arnal (2007), Além de Gabrielle Mader (1997).
O presente trabalho se estrutura em cinco seções que estão organizadas da
seguinte maneira: A primeira seção que é a Introdução, contextualizamos o leitor
11

acerca do tema abordado também destacamos o que nos motivou na escolha do


tema, além da problemática do objetivo da pesquisa. Na segunda Seção tratará
sobre os embasamentos legais no âmbito nacional que versam a respeito da
Educação Especial Inclusiva, em seguida discutimos sobre as normativas que
direcionam as implantações das Salas de Recursos Multifuncionais e o Atendimento
Educacional Especializado no cenário brasileiro. A terceira seção está direcionada
ao trajeto metodológico implementado na construção do estudo, sendo está uma
pesquisa de caráter qualitativa exploratória, além de se caracterizar como um estudo
de caso. Na quarta seção, serão apresentados os resultados e discussão, onde
situa-se às narrativas dos participantes, que embasam a discussão e os resultados.
Por fim destacamos as considerações finais, pontuando os aspectos relevantes do
estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção está subdividida em quatro partes, a partir delas o leitor(a) irá
compreender sobre a Educação Especial na Perspectiva da Inclusão no cenário
brasileiro, bem como a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais e o
Atendimento Educacional Especializado no Brasil, além de ser informado a respeito
dos tipos de Salas de Atendimento Especializado e como as mesmas funcionam.
Por fim evidencia-se a importância do AEE nos pequenos municípios.

2.1 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO - BREVE


HISTÓRICO DO CENÁRIO BRASILEIRO

Entender os caminhos percorridos para o alcance do que hoje


compreendemos por Educação Especial na Perspectiva da Inclusão se faz
necessário para que nos situemos quanto a necessidade de estruturação de
políticas públicas de inclusão para as pessoas com deficiência. Esse percurso
histórico e social evidencia a permanência de características no modo de pensar
social, que delineiam comportamentos e práticas no contexto da Educação Especial.
Revendo o percurso histórico da Educação Especial, percebe-se que este é
marcado por etapas e períodos em sua evolução. Como forma de organizar os
processos os quais a Educação Especial sofreu ao longo do tempo, Sassaki (2012)
12

evidencia quatro paradigmas, sendo estes: exclusão, segregação, integração e por


fim inclusão.
Sucintamente e, ainda com base nos preceitos de Sassaki (2012), podemos
definir os quatro paradigmas da Educação Especial pela seguinte lógica: Exclusão -
os alunos com necessidades especiais são totalmente excluídos do sistema
educacional tradicional, não há adaptações ou suporte, nem tão pouco, há
preocupação em organizar um ambiente escolar para as pessoas com deficiência.
Esses alunos no ambiente escolar comum; Segregação - os alunos são
colocados em ambientes educacionais separados, específicos para necessidades
especiais e, embora tenham acesso à educação, há uma clara separação entre
alunos com necessidades especiais e os demais; Integração - busca trazer alunos
com necessidades especiais ao sistema educacional regular, com suporte adicional,
neste sentido a adaptação pode envolver a presença de profissionais de apoio, salas
de aula especiais ou modificações no currículo; Inclusão - preconiza a participação
plena dos alunos com necessidades especiais em salas de aula regulares,
promovendo uma abordagem mais holística e aceitação, desta forma, requer
adaptações significativas, como suporte individualizado, treinamento para
educadores e modificações curriculares para garantir que todos os alunos possam
participar ativamente.
Desta forma e, em concordância com (Silva, 2009), a história da educação
especial, antes das implantações das leis, das (SRM), as pessoas com deficiências
eram segregadas e excluídas da sociedade de forma a gerar preconceito a ponto de,
a depender da cultura, algumas famílias esconderem os filhos com deficiência, para
que eles não tivessem nenhum contato com a sociedade.
Desta forma, não havia a preocupação de fomentar políticas públicas de
inclusão e o cenário educacional pensado para as pessoas com deficiência inicia-se
de maneira precarizada e ainda em vertentes da lógica de correção da pessoa com
deficiência. Neste percurso, com a integração dos estudantes com deficiência na
escola, não houve preparação dos professores para atender a tal demanda, gerando
a necessidade da elaboração de um novo paradigma.
Assim, compreendemos que o paradigma da inclusão surge com a finalidade
de superar antigas concepções, caminha para o contexto das escolas inclusivas,
uma escola única, capaz de atender toda adversidade, haja vista os mitos,
13

preconceitos, conceitos e estereótipos que a sociedade tem em relação à deficiência


vêm desde da antiguidade.
Quanto a isto, Mader (1997, p. 47) diz que "Um novo paradigma está
nascendo, um paradigma que considera a diferença como algo inerente na relação
entre os seres humanos. Cada vez mais a diversidade está sendo vista como algo
natural". Assim, o estar junto no cotidiano vai ensinar a todos o respeito às
diferenças, a partir da ótica da diversidade.
O convívio entre as pessoas consideradas diferentes tem melhorado
continuamente, pois atualmente as leis favorecem e asseguram direitos a essas
pessoas, permitindo-lhes acesso aos mais diversos espaços, inclusive escolas. Além
de garantir sua busca quanto à inclusão junto à sociedade.

2.2 IMPLANTAÇÃO DAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS E O


ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO BRASIL

A Constituição Federal (1988) assegura o direito à Educação Inclusiva para


todos os estudantes, de forma a apontar que as redes de ensino devem organizar-se
para que tais direitos sejam cumpridos
Uma forma de garantir que os estudantes com deficiência fossem incluídos
nas redes de ensino se deu por meio da criação das Salas de Recursos
Multifuncionais, as quais seu processo de implantação está estruturado por meio
Manual de Orientação: Programa de Implantação de Sala de Recursos
Multifuncionais (Brasil, 2010). A partir deste documento, combinado com a própria
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Inclusão (Brasil, 2008),
percebe-se a urgência na criação de programas para dos professores do AEE,
implementação de assessorias psicopedagógicas, os encaminhamentos aos
profissionais multidisciplinares, parcerias com a área de saúde, entre outras,
constituindo estes, medidas que compõe o sistema de educação
inclusiva favorecendo a garantia de uma educação de qualidade.
O processo de implantação das Salas de Recursos Multifuncionais no Brasil
envolveu uma série de etapas e políticas ao longo dos anos. Essas salas foram
criadas para atender a alunos com deficiência e necessidades especiais,
proporcionando recursos e suporte pedagógico adequados, tais como:
14

1. Políticas de Inclusão: A implementação das Salas de Recursos


Multifuncionais está relacionada às políticas de inclusão educacional adotadas no
Brasil. A Constituição Brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) de 1996 estabeleceram a base legal para a inclusão de alunos com
deficiência no sistema educacional regular;
2. Diretrizes do Ministério da Educação (MEC): O MEC, por meio da
Secretaria de Educação Especial (SEESP), emitiu diretrizes e normativas para
orientar a implementação das Salas de Recursos Multifuncionais em escolas de
ensino regular, a exemplo do Decreto n° 6.094/ 2007 Portaria 13/2007. Essas
diretrizes forneceram orientações sobre a estrutura, os recursos e a formação de
professores;
3. Formação de Professores: Um dos aspectos críticos foi a formação de
professores para atender às necessidades dos alunos com deficiência nas Salas de
Recursos Multifuncionais. Foram realizados programas de capacitação para
educadores;
4. Recursos e Estrutura: As escolas foram orientadas a criar estruturas
adequadas, equipadas com materiais e tecnologia assistiva para atender às
necessidades específicas dos alunos com deficiência;
5. Articulação com a Comunidade: Envolver a comunidade escolar e as
famílias dos alunos com deficiência foi uma parte fundamental do processo de
implantação;
6. Monitoramento e Avaliação: Foi estabelecido um sistema de monitoramento
e avaliação para garantir a eficácia das Salas de Recursos Multifuncionais.
Desta forma, entendemos que a implantação das Salas de Recursos
Multifuncionais no Brasil é um processo que reflete o compromisso do país com a
inclusão de alunos com deficiência no sistema educacional regular. Esse processo é
sustentado por uma série de autores e legislação que estabelecem as bases
teóricas e legais para essa importante iniciativa.
A Constituição Brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), de 1996, são pilares legais essenciais que reforçam o direito à
educação inclusiva. A Constituição estabelece a igualdade de direitos para todos os
cidadãos, independentemente de suas diferenças, enquanto a LDB direciona o
sistema educacional a promover a inclusão de alunos com deficiência.
15

A teoria de inclusão na educação é respaldada por diversos autores, incluindo


Mantoan (2015), que é referência no campo da Educação Inclusiva no Brasil. Seus
estudos enfatizam a importância de adaptar o sistema educacional às necessidades
dos alunos com deficiência e promover práticas pedagógicas inclusivas. Neste
sentido a autora destaca que “a distinção entre integração e inclusão é um bom
começo para esclarecermos o processo de transformação das escolas” (Mantoan,
2015, p. 29).
A compreensão de Mantoan (2015) acerca da necessidade e distinção sobre
o que vem a ser integração e inclusão perpassa pelo fato de que, por volta do século
xx, em todo o mundo iniciaram-se movimentos de integração social voltado para as
pessoas com deficiências, cujo objetivo era que elas tivessem um acesso à vida
social e em ambientes escolares, o mais próximo possível das pessoas
consideradas normais (Gomes, 2011).
Trazemos como ilustração o exemplo da Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais -APAE-RIO, no Brasil, sendo está a primeira iniciativa de congregar
pais de pessoas com Necessidades Especiais e outras pessoas interessadas em
apoiá-las ocorreu, a abertura da primeira APAE aconteceu no Estado do Rio de
Janeiro, sendo a data de sua fundação 11 de dezembro de 1954, por iniciativa de
Beatrice Bemis da mãe de uma criança com Síndrome de Down, membro do corpo
diplomático norte-americano, com o objetivo de socialização dessas crianças.
Observamos que, ainda no século xx, na década de 90, teve origem os
movimentos inclusivos, e acordos internacionais com a Declaração de Salamanca
promovida pela Unesco e pela Espanha em 1994. No Brasil ganhou-se força pela
implantação da LDBEN- Lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei
n/9394/96), que revoga a inclusão e atendimento educacional à pessoa com
deficiências.
Neste cerne, a implementação das Salas de Recursos Multifuncionais é uma
resposta direta a essas bases legais e teóricas, oriundos da manifestação popular
que lutava/luta em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Portanto, as SRM
são espaços adaptados nas escolas regulares, equipados com recursos e tecnologia
assistiva para atender às necessidades individuais dos alunos com deficiência. Além
disso, as salas proporcionam suporte pedagógico especializado e a formação de
professores é essencial nesse processo.
16

Sendo assim, afirmamos que as Salas de Recursos Multifuncionais são um


componente importante da Educação Especial no Brasil. Seu principal objetivo é
oferecer suporte especializado para esses estudantes, visando promover a inclusão
educacional e o desenvolvimento de suas habilidades.
Como vimos, as referências para a legislação brasileira relacionada à
Educação Especial incluem a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), e o Decreto nº 7.611/2011,
que regulamenta o Atendimento Educacional Especializado.
Assim, a compreensão sobre o Atendimento Educacional Especializado
considera este como uma modalidade de serviço oferecido no contexto da Educação
Especial, regulamentado pela Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, instituída em 2008, e pelo Decreto nº
7.611/2011.
O AEE destina-se a alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados em escolas
regulares, sendo estes estudantes compreendidos como público-alvo da Educação
Especial. O serviço de AEE proporciona suporte pedagógico especializado,
complementar ao ensino comum, de forma a promover a inclusão desses alunos e
garantir a igualdade de oportunidades no processo educacional. Portanto, se trata
de um atendimento personalizado, que contempla as necessidades específicas de
cada estudante, podendo abranger diversas áreas, como apoio nas atividades de
vida diária, orientação e mobilidade, comunicação alternativa, adaptação de
materiais didáticos, entre outros recursos pedagógicos.

(...) os atendimentos especializados expressam uma concepção de


inclusão escolar que considera a necessidade de identificar barreiras
que impedem o acesso de alunos considerados diferentes. “Com o
respeito à diversidade, o objetivo do trabalho educacional deve ser o
de permitir acesso à educação a todas as crianças, jovens ou
adultos. (Garcia, 2008, p. 18).

Observando a trajetória de luta e consolidação do que vem a ser a Educação


Especial, materializada por meio do AEE, que expressa-se em forma mais evidente
no trabalho realizado pelos professores que atuam nas Salas de Recursos
Multifuncionais, temos por certeza que, este é um serviço de fundamental
17

importância para assegurar que alunos com necessidades educacionais especiais


possam participar ativamente da vida escolar, desenvolvendo suas potencialidades
e superando barreiras que possam existir. A legislação brasileira reforça a
importância da inclusão e do AEE como instrumentos para promover uma educação
de qualidade e equitativa para todos.

2.3 TIPOS DE SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL

A Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço organizado com materiais


didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o
atendimento às necessidades educacionais especiais (Alves, 2006).
De acordo com a portaria normativa nº 13/2007, publicada no Diário Oficial da
União, que dispõe sobre a criação do “Programa de Implantação de Salas de
Recursos Multifuncionais”, considerando o que faculta a Constituição Federal/88, a
LDB Nº 9394/96 e a Resolução CNE/CEB Nº 2/2001, o atendimento educacional
especializado constituiu-se em estratégia pedagógica da escola para oferecer
respostas às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo o seu
acesso ao currículo.
A Lei de Diretrizes e Bases Educação 9394/96 Art. 1°, afirma que:

Art. 1º Criar o Programa de Implantação de Salas de Recursos


Multifuncionais com o objetivo de apoiar os sistemas públicos
de ensino na organização e oferta do atendimento educacional
especializado e contribuir para o fortalecimento do processo de
inclusão educacional nas classes comuns de ensino (Dou,
2007).

Ainda ressalta que:

Parágrafo único: A sala de recursos de que trata o caput do artigo 1º,


é um espaço organizado com equipamentos de informática, ajudas
técnicas, materiais pedagógicos e mobiliários adaptados, para
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos.

O programa de implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, instituído


pelo o MEC/SEESP por meio da portaria Ministerial nº13/2007, integra o plano de
Desenvolvimento da Educação – PDE, destinando apoio financeiro aos sistemas de
18

ensino para garantir o acesso ao ensino regular e a oferta do AEE aos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas
habilidades/superdotação.
Podemos ressaltar ainda que de acordo com o programa de implantação de
Salas de Recursos Multifuncionais, apresenta os seguintes objetivos: Apoiar a
organização da educação especial na perspectiva da educação inclusiva; Assegurar
o pleno acesso dos alunos público alvo da educação especial no ensino regular em
igualdade de condições com os demais alunos; Disponibilizar recursos pedagógicos
e de acessibilidade às escolas regulares da rede pública de ensino; Promover o
desenvolvimento profissional e a participação da comunidade escolar.
Conforme o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008:

Art. 1º: A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas


públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do
atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular (Brasil,
2008).

As salas do AEE devem oferecer todas as condições no processo de inclusão


dos alunos com deficiência, além de uma estrutura adequada com todos os
equipamentos e materiais necessários, os professores devem ser especializados. É
importante que os mesmos estejam sempre se aperfeiçoando já que são vários os
tipos de deficiência que os alunos podem apresentar.

2.4 A IMPORTÂNCIA DO AEE NOS PEQUENOS MUNICÍPIOS

Para melhor compreendermos a relevância da implantação das salas de


recursos multifuncionais em pequenos municípios paraibanos, a exemplo do que
evidenciamos neste trabalho, trazemos como dado inicial o que nos informa o INEP
(2021, p. 35), ao destacar que na Paraíba:

O número de matrículas da educação especial chegou a 25.140 em


2020, um aumento de 44,7% em relação a 2016. O maior número de
matrículas está nos anos iniciais do ensino fundamental, que
concentra 42,8% das matrículas da educação especial. Quando
avaliada a diferença no número de matrículas entre 2016 e 2020 por
19

etapa de ensino, percebe‐se que as matrículas de ensino médio


cresceram 242,5%.

Constata-se assim que, entre os anos 2016 a 2020, em território paraibano o


crescimento de matrículas na Educação Especial ocorreu em todas as etapas de
ensino, portanto:

Destaca‐se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja a Meta 4


se refere à educação especial inclusiva para a população de 4 a 17
anos com deficiência, transtornos do espectro autista e altas
habilidades ou superdotação [...] o percentual de alunos de 4 a 17
anos incluídos em classe comum (com e sem AEE) ao longo dos
anos. Considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica‐se
que o percentual de alunos incluídos em classes comuns e que têm
acesso às turmas de atendimento educacional especializado (AEE)
também cresceu no período, passando de 45,9%, em 2016, para
46,8%, em 2020 (INEP, 2021, p. 37).

Os dados acima têm sua evidência através do gráfico:

Gráfico 01: INEP

Fonte: INEP 2021

A partir das informações fornecidas através do INEP (2021), observamos que


houve considerável declínio quanto às matrículas de alunos com deficiência em
salas especiais, as quais congregam o modelo da integração escolar nos preceitos
20

da Educação Especial. Em contrapartida, destaca-se o aumento e, ao mesmo


tempo, a oscilação dessas matrículas nas classes comuns com e sem o acesso ao
AEE, quando considerado os anos 2016 a 2020.
Tal crescente nos alerta para a importância da clareza quanto às
modificações nos cenários de inclusão escolar dos municípios, e em especial, nos
municípios de menores portes econômicos e populacionais.
No centro dessa discussão, trazemos as considerações do Plano Nacional de
Educação (2011-2020), ao anunciar a meta:

"Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento


escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede
regular de ensino" implementar a seguinte estratégia "Implantar
salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação
continuada de professores para o atendimento educacional
especializado complementar, nas escolas urbanas e rurais".
(Brasil, 2011).

Neste sentido, compreendemos que, nos pequenos municípios, a educação


inclusiva ainda passa por processos de adaptação, nem sempre as determinações
do Ministério da Educação e do Plano Nacional de Educação são cumpridas.
Conforme estudos os professores de sala regular que também são responsáveis
pelo processo de inclusão dos alunos com deficiência, na maioria das vezes se
sentem incapazes e responsabilizam o professor da sala do AEE pelo desempenho
e aprendizagem dos referidos alunos.
Por outro lado, os estudos de Almeida e Sampaio (2007) apontam que, os
familiares de crianças com deficiência, por não terem direcionamentos de
assistência
eficientes, precarizando assim a compreensão quanto aos direitos legais, nem
sempre encontram formas de lutar pelo acesso dos familiares com deficiência aos
serviços de acompanhamento, tornando assim esses ineficientes ou inexistentes.
Quando se trata do acesso à educação, sabe-se também que nem sempre os
profissionais da escola são qualificados quanto ao alcance de práticas pedagógicas
inclusivas na Educação Especial e ainda encontramos escolas com infraestrutura
inadequada, de forma que esta realidade é ainda mais latente nos pequenos
municípios
21

Silva (2009) nos reafirma quando escutamos relato de famílias sobre essas
pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer e frequentar uma sala de
recurso multifuncional e nem mesmo o direito a estudar porque para eles as pessoas
com deficiência iria sofrer descriminação, então seria mais viável segregá-los, essas
lutas por direitos já faz algum tempo mas devido à demora por falta dessas sala
hoje pode se ver o prejuízo e o quanto as pessoas com deficiência tiveram prejuízos
durante o processo de aprendizagem, por ter demorado muito a chegar às escolas
principalmente de cidades pequenas do Sertão Paraibano, por isso a importância e a
valorização dessas salas nas escolas das pequenas cidades.

3 METODOLOGIA

3.1 COMPREENDENDO A PESQUISA

A pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da


realidade, sendo o instrumento que incentiva o ensino e atua frente à realidade do
mundo, adotando um questionamento, uma problemática, na busca de sua resposta,
vinculando pensamento e ação. Dessa forma, a pesquisa se relaciona de maneira
intrínseca com os interesses sociais, buscando na vida real problemáticas para
serem questionadas e respondidas (Minayo, 2013).
Para a realização do estudo foi utilizada a pesquisa qualitativa exploratória, a
qual é a etapa em que o pesquisador delimita seu objeto de estudo. Em geral, a
pesquisa exploratória é o tipo de pesquisa realizada quando o tema escolhido é
pouco explorado, sendo difícil a formulação e operacionalização de hipóteses.
A pesquisa exploratória segundo Cervo, Bervian e da Silva (2007, p.61):

Realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações


existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de
pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a
consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de
uma situação. recomenda-se a pesquisa exploratória quando a
pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.

Na investigação qualitativa, “o objetivo principal do investigador é o de


construir conhecimentos e não dar opinião sobre determinado contexto”, conforme
aclara Bogdan e Biklen (1997, p. 67).
22

Além de ter sido utilizado a pesquisa qualitativa exploratória, este se


caracteriza também como estudo de caso que, conforme Gil (2002, p. 54) “consiste
no estudo profundo e exaustivo de um ou pouco objetos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento”.
Assim, tratando de uma pesquisa que busca resgatar os aspectos peculiares
de uma situação específica, sendo está a compreensão sobre a importância da
implantação de uma Sala de Recursos em um pequeno município, as afirmações de
Gil (2002, pgs. 139-140) evidencia o caráter elucidado, na medida em que afirma
que o estudo de caso trata “único ou extremo”.

3.2 SOBRE O CAMPO DA PESQUISA

O presente estudo foi realizado em um pequeno município que está localizado


no sertão paraibano, com cerca de aproximadamente 3.355 habitantes, de acordo
com último censo de 2022, o qual só dispõe de uma Sala de Recursos
Multifuncionais. A população local sobrevive da agropecuária, agricultura, comércio
e serviço público.
De acordo com as informações obtidas em conversas com a equipe da
secretaria de educação, o município atende na rede municipal de ensino 19 alunos
diagnosticados como público-alvo da Educação Especial, estes estão matriculados
na educação infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, o tempo de atendimento é
de 50 minutos, isso acontece duas vezes por semana sendo , na terça-feira e
quarta-feira e ficando um dia para planejamento, e para que esse trabalho continue
é necessário que o professor do AEE monte estratégias com o professor da sala
regular.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Como forma de acessar os sujeitos da pesquisa, inicialmente entramos em


contato com a coordenação a fim de apresentar a pesquisa e buscar informações
sobre os possíveis sujeitos que participaram ativamente do processo de implantação
da SRM. Na ocasião nos foi informado que teríamos todo acesso às informações
necessárias, logo em seguida fomos recebidas pela equipe da secretaria de
23

educação, representada pela Secretária de Educação, e a coordenadora da sala do


AEE.
As quais se mostraram dispostas a contribuir com a pesquisa. Através da
secretária fomos informadas quais profissionais seriam importantes para participar
da nossa pesquisa, nos sendo indicados os seguintes sujeitos: A professora Logo
procuramos estes profissionais e explicamos o objetivo da pesquisa, todos se
disponibilizaram a responder o questionário, explicamos também como seriam os
procedimentos e orientamos sobre a importância da leitura e concordância do TCLE.
Sendo assim, para coleta de dados, foi aplicado um questionário através do
Google Formulário. O mesmo continha 14 perguntas, sendo elas objetivas e
subjetivas. Perguntas que abordavam desde algumas informações dos participantes,
bem como direcionadas ao processo de implantação da Sala de Recursos
Multifuncional.

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA

Se configuram como sujeitos da pesquisa 9 pessoas, sendo elas: A secretária


de educação do município, a diretora e a coordenadora pedagógica, a primeira
professora da sala do AEE. Além dela, participaram outros 4 professores, 1 é a atual
professora que está atuando nessa sala, participou também 1 professora que é mãe
de um aluno matriculado na sala do AEE, e outros 2 professores do município. Além
da assistente social que faz parte da equipe multidisciplinar. Diante do exposto,
percebe-se que os participantes de certa forma têm conhecimento sobre o processo
de implantação dessa sala no município, já que participaram diretamente do
processo de implantação da SRM, e que suas informações têm relevância para esse
estudo.
Como forma de preservar a identidade dos Sujeitos, optamos por identificá-
los da seguinte maneira: Sujeito 1, Sujeito 2, Sujeito 3, Sujeito 4, Sujeito 5, Sujeito 6,
Sujeito 7, Sujeito 8 e Sujeito 9. Assim, serão essas representações que seguirão na
seção dos resultados e discussão, para indicar a qual sujeito se refere cada fala.

3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA


24

A pesquisa se deu através do Google Formulário, foi aplicado um questionário


contendo 14 perguntas, sendo elas objetivas e subjetivas. Participaram da pesquisa
9 pessoas, todos os participantes atuam na educação, com isso suas respostas
contribuíram de forma significativa para esse trabalho.
Dito isto, optamos por tratar os dados elencando inicialmente as informações
mais de cunho quantitativo, sendo este feito nesta mesma seção, conforme segue
abaixo e, posteriormente, na seção de resultados e discussão tratamos sobre os
aspectos qualitativos, referentes às perguntas de caráter subjetivo.
Assim, aqui evidencia-se:

Gráfico 02: Participantes

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

As 9 pessoas que participaram da pesquisa e responderam ao questionário,


todas foram do sexo feminino o que representa 100%, com isso, vemos que no
município onde foi aplicado o questionário, há uma certa dominância pelo sexo
feminino na área da educação.

Gráfico 03: Faixa etária


25

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Com relação à faixa etária de idade, perguntou-se se tinham até 20 anos de


idade, nenhum apresentou-se com essa idade. Já 22,2% responderam que têm
entre 21 e 30 anos de idade, 3 pessoas responderam que têm idade entre 31 e 40
anos, o que representa 33,3%. A maioria dos que responderam têm idade acima de
40 anos, ou seja, 4 pessoas, representando 44,4% dos entrevistados, com isso
percebe-se que os mesmos apresentam experiência com relação ao tema em
estudo.

Gráfico 04: Escolaridade

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário


26

Perguntou-se também sobre o nível de escolaridade dos participantes e de


acordo com as respostas, nenhum deles possui mestrado ou doutorado. Já ensino
superior completo apenas 2 participantes possuem o que representa 22,2%. Logo 7
pessoas possuem Pós-Graduação, o que representa 77,8%. Portanto, percebe-se
um bom nível de conhecimento relacionado às informações adquiridas.

Gráfico 05: Atuação na educação

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Das 9 pessoas que responderam ao questionário, apenas 1 respondeu que


não atua na educação, ou seja, 11,1%. Já 8 dos participantes, o que representa
88,9% atua na educação, isso demonstra que a maioria dos participantes conhecem
a realidade da educação local.

Gráfico 06: Participação de implementação


27

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Quando perguntou se participou direta ou indiretamente do processo de


implantação da SRM, Das 9 pessoas que participaram, 8 delas responderam que
sim, representando 88,9%. Apenas 1 respondeu que não participou ou seja 11,1%,
logo percebe-se que a maioria dos participantes de algum modo, colaborou com o
processo de implantação.

Gráfico 07: Números de salas

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Diante das respostas com relação à quantidade de salas, 8 pessoas, ou seja,


88,8% responderam que no município existe apenas uma Sala de Recurso
28

Multifuncional para atender as crianças com deficiência. 1 (uma) pessoa


representando 11,1%, respondeu que existe 2 salas em funcionamento sendo uma
na zona urbana e outra na zona rural.

Gráfico 08: Atendimento

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Com relação ao atendimento, 5 pessoas, o que representa 55,5%, afirmaram


que ocorre de forma individual e coletiva com duração de 50 minutos. Já 4 dos
participantes, ou seja, 44,4% afirmaram que se dar de forma individual.

Gráfico 09: Equipe pedagógica


29

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

De acordo com os participantes, a equipe pedagógica trabalha em conjunto


com o professor da Sala de Recurso Multifuncional, oferecendo sugestões de
atividades. Pois das 9 pessoas que responderam ao questionário, ou seja 100%
afirmaram que sim.

Gráfico 10: Familiar

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Das pessoas que responderam às perguntas, 7 delas representando 77,8%


afirmam não ser familiar de pessoa com deficiência, apenas 2 o que representa
22,2%, afirmam ser familiar de pessoa que tem deficiência.
30

Gráfico 11: Reivindicação de familiares

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário

Quando perguntou se existia alguma reivindicação de familiares de pessoa


com deficiência para a Implantação da Sala de Recurso Multifuncional no município,
4 pessoas afirmam que sim, ou seja, 44,4%, e 4 afirmam que não, também 44,4%
delas, 1 pessoa respondeu que desconhece o fato. Com isso percebe-se que de
certa forma, houve interesse de algum familiar de pessoa com deficiência pela
implantação dessa sala.

Gráfico 12: Eficácia da SRM

Fonte: Arquivo das autoras - Google Formulário


31

Sobre a eficácia da Sala de Recurso Multifuncional, todos responderam, ou


seja, 100% afirmam que sim, a sala tem sido eficaz criando estratégias significativas
de aprendizagem. Diante dessa resposta, percebe-se a importância dessa sala para
o atendimento educacional para pessoas com deficiência.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta seção trata sobre os resultados alcançados ao longo desta pesquisa, de


maneira que aqui evidenciamos as falas dos sujeitos participantes, a fim de destacar
suas percepções sobre o processo de implantação da SRM em questão, buscando
responder o objetivo principal do estudo, sendo este, evidenciar a importância da
implantação da Sala de Recursos Multifuncionais em um pequeno município do
sertão paraibano a partir das narrativas dos sujeitos que estabelecem relação direta
com este serviço educacional.
Para tanto, a estrutura textual está organizada por subseções que
contemplam aspectos explorados em cada campo do questionário, sendo assim, os
subtópicos se configuram na transcrição das perguntas e, consequentemente, na
análise baseada nas respostas dadas pelos sujeitos participantes.

4.1 COMO FOI O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA SALA DE RECURSOS


MULTIFUNCIONAL (SRM) NESTE PEQUENO MUNICÍPIO DO SERTÃO
PARAIBANO? E QUAIS DOCUMENTOS NORTEARAM ESSE PROCESSO?

Sujeito 1: O processo aconteceu com estudo de demandas e


levantamentos estatístico através de planilhas pedagógicas de dados
por escola para Atendimentos de Alunos da Rede Municipal de
Ensino na Sala de Recursos Multifuncionais, o processo de
implantação foi norteado pela portaria Ministerial n° 13/2007 e
Orientações Para Implantação da Política de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva- MEC 2015.
Sujeito 4: O processo aconteceu com estudo de demandas e
levantamentos estatísticos através de planilhas pedagógicas de
dados por escola para Atendimentos de Alunos da Rede Municipal
de Ensino na Sala de Recursos Multifuncionais. O processo de
implantação foi norteado pela portaria Ministerial n° 13/2007 e
Orientações Para Implantação da Política de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva- MEC 2015, Resolução do CNE/
CEB n° 04/2009 e LDB.
Sujeito 5: Era um sonho a implementação da Sala de Recursos
Multifuncional (SRM), devido a demanda de alunos já existentes no
32

município. Teve como base o Documento Orientador – Programa


Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (Presidência da
República Ministério da Educação/MEC Secretaria Executiva/SE
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão/SECADI Diretoria de Políticas de Educação Especial/DPEE
Coordenação Geral de Políticas de Acessibilidade na
Escola/CGPAE).

Frente às falas dos Sujeitos 1, 4 e 5, percebe-se que o Processo de


Implantação da Sala de Recursos Multifuncionais se deu baseada a partir de um
estudo inicial, no sentido de compreender estatisticamente qual era o quadro real de
necessidade quanto ao AEE, frente ao quantitativo de alunos com deficiência
matriculados na rede municipal de ensino.
Outro ponto em destaque na fala dos Sujeitos 1, 4 e 5 trata sobre os aspectos
legais que nortearam o processo de implantação da SRM. Diante das narrativas,
observa-se que este processo de Implantação foi norteado pela Portaria Ministerial
n° 13/2007 e Orientações para Implantação da Política de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva-MEC 2015. Resolução do CNE/ CEB n° 04/2009
e LDB. Além do documento Orientador - Programa de Implantação de Recursos
Multifuncionais. Como destacamos nas discussões teóricas deste estudo, tais
referências legais são substanciais na formalização das implantações das SRM, haja
vista o seu status de direcionamento quanto às etapas que devem ser cumpridas até
a finalização da ação.
Cabe destaque também o fato de que para o Sujeito 5 a implantação da Sala
de Recursos era um sonho, tendo em vista a demanda de alunos já existentes no
município, revelando assim uma carência quanto a um acompanhamento
pedagógico mais eficiente junto a esses alunos. O Sujeito 6 afirma que a oferta do
Atendimento Educacional Especializado AEE deve constar no Projeto Pedagógico
da escola de ensino regular, prevendo na sua organização: Além da Sala de
Recursos Multifuncional, toda estrutura como mobiliários, materiais didáticos,
recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos, o que demonstra
compreensão quanto da utilização de materiais e recursos pedagógicos adequados
para promover acessibilidade aos estudantes nos atendimentos e
consequentemente em todas as ações da vida escolar desses alunos.
33

4.2 PARA VOCÊ QUAL A IMPORTÂNCIA DA SALA DE RECURSOS


MULTIFUNCIONAL (SRM) NA COMUNIDADE LOCAL DESTE MUNICÍPIO?

Com relação a importância da Sala de Recursos Multifuncional na


comunidade local, percebe-se com as narrativas, que a mesma é de fundamental
importância, conforme evidencia-se nas falas abaixo:

Sujeito 1: A Sala de Recursos Multifuncional (SRM) desempenha um


papel crucial na comunidade local deste município, proporcionando
inclusão e suporte educacional a alunos com necessidades
especiais. Ela promove a igualdade de oportunidades e a integração
desses alunos na sociedade, contribuindo para uma comunidade
mais inclusiva e consciente das necessidades de todos os seus
membros.

Outro participante confirma importância da Sala de AEE em seu município,


quando afirma em sua narrativa:

Sujeito 3: Para mim que sou mãe atípica é de extrema importância e


necessidade pois antes eu saía da minha cidade à procura de
atendimento em outras localidades como a cidade de Patos e
Campina. A sala de recursos é um complemento da sala de aula
regular e meu filho gosta demais.

Neste sentido, o Sujeito 5 pontua a fala no tempo presente, aclarando a


importância da SRM no contexto atual, o que fortalece a ideia da necessidade local
quanto a existência deste serviço educacional. Vejamos:

Sujeito 5: A Sala de Recursos Multifuncional desempenha um papel


crucial na promoção da inclusão educacional, permitindo que todos
os alunos tenham igualdade de oportunidades de aprendizagem. Ela
ajuda a garantir que estudantes com necessidades especiais sejam
atendidos no ambiente escolar regular, em vez de serem
segregados.

Em concordância com as narrativas anteriores, o Sujeito 8 reafirma a


relevância da Sala de AEE no município, para ele:

Sujeito 8: Vem para auxiliar o trabalho do professor de sala de aula


e para ajudar a criança com deficiência a chegar em uma
aprendizagem significativa de acordo com cada deficiência.
34

No centro das afirmativas trazidas pelos sujeitos, consideramos importante


compreender a eficácia desta sala de AEE em seus diversos sentidos, ganhando
destaque aqui no que se refere a ser mais um suporte para elaboração de recursos
pedagógicos e de acessibilidade que possa eliminar as barreiras no ensino,
promovendo a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. Também ganha sentido a ideia do fortalecimento das práticas
pedagógicas de colaboração, através da articulação entre o trabalho do professor do
AEE e da sala de aula comum.

4.3 DESTAQUES DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Portanto, entendemos que para os sujeitos entrevistados, mediante as falas


destacadas aqui, a importância da implantação de uma sala de recursos
multifuncional (SRM) em um pequeno município se dá para proporcionar inclusão
por meio de estratégias acessíveis para os alunos público-alvo da Educação
Especial não só na sala de aula regular, mas de forma ampla as vivências do
universo escolar, tendo como suporte o estabelecimento de objetivos traçado nos
atendimentos.
Também observamos que, iniciativas como essas, além de cumprir o que
está preconizado legalmente por meio dos diversos documentos que discorrem
acerca da modalidade de ensino Educação Especial e consequentemente do
Serviço de Atendimento Educacional Especializado, delineado sobretudo nas
práticas pedagógicas dos professores especializados que atuam na Sala de
Recursos Multifuncional, também servem de exemplo para realidades semelhantes,
na medida em que percebe-se os avanços alcançados através de ações
planejadas e alinhadas às necessidades específicas dos estudantes que contribuem
diretamente no desenvolvimento educacional de cada um.
Os sujeitos envolvidos na pesquisa sem dúvidas são muito importantes, na
medida em que trazem as informações debatidas neste estudo. A narrativa
apresentada por cada um discorre sobre aspectos específicos ligados à realidade
local, ao mesmo tempo em que aproxima-se de tantas outras realidades
experienciadas nos mais diversos municípios, principalmente os de pequeno porte
populacional e econômico, nos quais os serviços de educação, saúde e assistência
social são precários, o que fortalece ainda mais o significado que o serviço de AEE
35

representa para a comunidade e principalmente para os estudantes com deficiência


e seu familiares.

5 CONCLUSÃO

Como vimos, a educação inclusiva é um direito assegurado pela constituição


federal para todos os alunos e fazer com que esse direito seja cumprido é função
das redes de ensino. Neste sentido, a implantação das salas de recursos
multifuncionais (SRM) fomenta um caminho importante para a promoção da garantia
de uma educação de qualidade para os estudantes público-alvo da Educação
Especial. Sabemos que a exclusão é um fenômeno social e o processo de
urbanização leva às desigualdades de serviço, de forma que os direitos adquiridos,
nem sempre são efetivados na prática, sendo está uma realidade não diferente no
cenário da educação, o que por geralmente é ainda mais latente quando se refere às
minorias sociais, aqui ganhando destaque os estudantes com deficiência.
Frente às afirmações e, delimitando como objetivo principal do estudo
evidenciar a importância da implantação da Sala de Recursos Multifuncionais em um
pequeno município do sertão paraibano a partir das narrativas dos sujeitos que
estabelecem relação direta com este serviço educacional, concluímos que os
sujeitos participantes do estudo apresentaram informações importantes para
compreendermos o universo da problemática, não só por de alguma forma se
relacionarem com o processo de implantação da SRM, mas também por estarem
ligados de alguma forma a área de educação.
Todavia, apontamos como ponto chave que, analisar as narrativas dos
sujeitos evidenciou o sentimento do quão importante foi e é a implantação da SRM
no município, principalmente devido a carência de serviços que desse suporte aos
estudantes com deficiência.
Finalizamos compreendendo que, somente a implantação da SRM não é
garantia para que a inclusão educacional aconteça, entretanto, em realidades como
a estudada referencia-se como um marco histórico importante para a vida local,
dando visibilidade às pessoas com deficiência e, sobretudo abrindo precedentes
para novas lutas coletivas e discussões e, assim efetivação de práticas mais
consistentes que visem o alcance dos meios de promoção de acessibilidade e
inclusão, não só na vida escolar, mas também em amplitude social.
36

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Decreto n° 6.51, de 1 de março de 2008. Dispõe sobre o atendimento


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