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Química Orgânica II 2014

CICLO ALCANOS

Sumário: Introdução. Fontes e aplicações dos ciclo alcanos. Estabilidade de


Nomenclatura de cicloalcanos. Cicloalcanos substituídos. Isomeria cis-trans.
Propriedades físicas. Propriedades químicas.

Introdução

Os cicloalcanos ou cicloparafinas, denominados algumas vezes compostos


alicíclicos, são hidrocarbonetos alifácticos saturados cujas estruturas
moleculares contêm um ou mais anéis. Os ciclo-alcanos monocíclicos
respondem a fórmulas geral CnH2n, ou seja, são isómeros de alcenos simples.
Consistem em anéis em cujos vértices há grupos -CH2-

Fontes e aplicações dos ciclo alcanos

A principal fonte de cicloalcanos C5 e C6 e de seus homólogos alquisubstituídos 1


é o petróleo. Na indústria petrolífera estes compostos são chamados naftenos,
e se podem isolar a partir de “fracções de nafta” obtida ao destilar o petróleo.
Os naftenos crude, são bons combustíveis com índices de octano elevados.

No reino vegetal há diversos derivados de cicloalcanos com anéis de distintos


tamanhos e muitos deles formam parte de produtos naturais como os
terpenos. Os alquilciclohexanos obtidos do petróleo, e sobretudo o
metilciclohexano, são uma importante fonte de compostos aromáticos. A sua
conversão é conseguida mediante o processo de hidroformação, que implica
a eliminação catalítica do hidrogénio do alquilciclohexano.

O Ciclopropano usa-se em medicina como anestésico geral de inalação. É um


dos anestésicos mais potentes, e em concentrações baixas pode produzir
insensibilidade a dor e perda de consciência.

Nomenclatura de cicloalcanos

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Os ciclos de um só anel nomeiam-se antepondo o prefixo ciclo ao nome do


alcano que possui a mesma quantidade de átomos.

Cicloalcanos substituídos

Quando os cicloalcanos são substituídos, devemos contar o número de


carbonos no anel e no substituinte. Se o número de átomos de carbono no anel
for igual ou maior que no substituinte, o composto nomeia-se como um
cicloalcano aquil substituído:

Caso o número de átomos de carbono do substituinte for maior que o número


de átomos no anel, o composto nomeia-se com um alcano cicloalquil
substituído. 2

Para cicloalcanos alquil ou halo substituídos, escolhe-se o ponto de


acoplamento como o carbono 1. Caso exista apenas um substituinte, não é
necessário assinalar a posição.

Quando estiverem presentes dois substituintes no composto (cicloalcano),


numeramos o anel começando com o substituinte que primeiro aparece em
ordem alfabética e depois segue-se a direcção que dê o número mais baixo ao
próximo substituinte.

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Outros exemplos

Presença de dois grupos alquilo. Ambos podem potencialmente receber a


mesma numeração. Nesse caso, segue-se a ordem alfabética

Presença de grupos halogénios. Se tratam como grupos alquilo

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Isomeria cis-trans de Ciclocalcanos

Tal como os alcanos normais, os cicloalcanos são compostos inertes e não


polares. Não obstante isso, são menos flexíveis que os alcanos de cadeia
aberta. Nos cicloalcanos não há giro livre entre carbonos ligados por simples
ligação. Por exemplo o cicloalcano, é uma molécula rígida, planar porque três
pontos (átomos de carbono) definem o plano da molécula. Portanto não há
rotação no eixo da ligação carbono-carbono sem quebra da mesma e a
consequente abertura do anel 4

Por causa da sua estrutura cíclica, os cicloalcanos podem apresentar duas


faces, e isto torna possível a existência de isomeria em cicloalcanos
substituídos. Há duas estruturas diferentes para o 1,2 dimetiletilciclopropano,
uma com os dois grupos metil na mesma face do anel e outra com os grupos
em faces opostas. Ambas estruturas são estáveis e podem ser convertidas
uma na outra sem quebra ou reforma dos enlaces químicos.

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Síntese de cicloalcanos

Os cicloalcanos ou seus derivados podem sintetizar-se seguindo duas vias:

 Mediante preparação do composto desejado a partir de outro que já


contenha um anel de idêntico tamanho
 Mediante síntese do anel desejado por reacções de ciclação (fecho de
anel) nas quais intervêm uma ou mais moléculas de compostos de
cadeia aberta.
a) Hidrogenação de compostos aromáticos: pode-se hidrogenar
catalíticamente o benzeno a pressão e temperatura elevadas para dar
ciclohexano.

Outro exemplo de interesse é a hidrogenação do fenol a ciclohexanol, álcool


ciclo, importante na obtenção de outros derivados.

b) Reacções de fecho de anel: considere-se a reacção genérica


R-Y + Y-R → R-R + Y2; onde Y representa um grupo funcional que pode
eliminar-se ao acoplarem-se entre si os dois grupos alquilo. Se esta reacção de
acoplamento se aplica a uma substância que tenha dois grupos funcionais Y, na
mesma molécula, pode ocorrer intramolecularmente, formando-se o novo
enlace carbono-carbono entre a “cabeça” e a “causa” da molécula disfuncional
primitiva; noutras palavras, ocorre a ciclação.

c) Reacções de cicloadição: neste tipo de reacção interagem duas


substâncias. O processo de cicloadição mais importante, é a reacção de
Diels-Alder, que é provavelmente o método mais geral de preparação de
derivados de ciclohexano

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C iclobuta no
dica rboxila to de e tilo
C H2 C OOC 2 H 5
C H2 Br
H C OOC 2 H 5 Na OCH3 C H2 C
C H2 C2H5OH
+ C C OOC 2 H 5
2 HBr C H2
H
C H2 Br 1 hidrólis e
Ma lona to de e tilo
2 C O2
C H2

C H 2 C HC OOH

C H2
á cidociclobuta no ca rboxílico

Exemplos de reacções de cicloadição

C C

C C Y C C C H3
+
C C Y' C C C H3
Filodie no
C C
P roducto de Die ls Alde r
Die no
6
Y, Y’ – grupos activantes: -CN, -COR, -COOR, -CO-O-CO-,etc. Normalmente o
filodieno só precisa um de tais grupos. A sóntese diénica de Diels-Alder
consiste muitas vezes na adição 1-4 do duplo enlace activiado de um derivado
vinílico apropriado chamado filodieno aos dois extremos de um sistema dienico
conjugado.

Cis dicloro e tile no


H H

Cl Cl
H H

1,3 -b uta d ie no Cl Cl
C is -1,2 -diclorociclohe xe n o-4

Tra ns dicloroe tile no


Cl H

Cl
Cl H

H 1,3-buta die no
H Cl
Tra ns -1,2-diclorociclohe xe no-4

Preparação de derivados de ciclohexano complexos

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C H2 O
O
H
HC C
HC C
+ O O
HC
HC C
C
C H2 H
O
O
Anidrido ma le ico Anidrido cis  tetrahidrofltálico

O O
9
10
8 1 2
+
7 4 3
5
6
O O
Be n z o q u in o n a 5,8,9,10 te tra hidro-1,4-te tra hidrona ftoquinona

Reacções de cicloalcanos

Com algumas excepções, as reacções dos cicloalcanos são paralelas às dos


alcanos de cadeia aberta.Por exemplo, experimentam reacção de halogenação
fotoquímica.

lu z
C l + HCl 7
+ C l2

lu z Br + HBr
+ Br2

Reacções de abertura de anel em ciclos pequenos

O ciclopropano e o ciclobutano por causa da sua baixa estabilidade, devida a


tensão de anel, reagem frequentemente com abertura do anel, e assim aliviam
a tensão do anel. A hidrogenação catalítica, abre os ciclos destes compostos e
daí resultam alcanos saturados de cadeia recta.

Ni
+ H2 CH3 CH 2 CH3
80ºC

Ni
+ H2 CH3 CH 2 CH 2 CH 3
180ºC

O ciclopentano é estável, não tem tensão de anel

Isomerização

Os cicloalcanos inferiores podem isomerizar-se a alcenos, térmica ou


cataliticamente. O ciclopropano se pode bromar com a abertura do anel em
contraste com a substituição que se observa no ciclopentano

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Ca lor CH3 CH=CH2

CH3 CH2 CH=CHCH3


+
H3 C CH3 CH=CHCH3
Al2 O3
CH3
4 0 0 ºC
+
CH3 CH2 C=CH2
CH3

+ Br2 BrC H 2 C H 2 C H 2 Br

C H3 + H Br C H 3 C H C H 2 C H 3 e nã o C H 3 C H 2 C H 2 C H 2 Br
Br

Expansões e contracções de anel

Em muitas reacções de cicloalcanos podem produzir-se transposições


moleculares. Estas são do tipo Wagner-Meerwein e nelas intervêm iões
carbónio como intermédios, que podem provocar a expansão ou contracções
de anel. A desidratação do álcool cíclico secundário 2,2-dimetilciclohexanol 8
com ácidos conduz a uma mistura de 1,2-dimetilciclohexeno e
isopropilciclopentano

CH 3 CH 3 CH 3
H3 C H3 C CH 3 CH3
+ CH 3
OH +
~CH 3
H+

Inte rmé dios 1,2 -Dim e tilciclohe xe no

~a ne l

H3 C CH 3 CH 3 CH 3
H3 C
+ CH
~H + -H + CH 3

1-is opropilciclope nte no

Ambos produtos de desidratação têm esqueleto carbonado transposto e que


que, força os deslocamentos 1,2 tanto do grupo metilo como do enlace do anel.
É a tendência do ião carbónio secundário transpôr-se a carbónio terciário.

Os alquilciclohexanos isomerizam-se a misturas de produtos em equilíbrio sob


influência de catalisadores de Lewis como AlCl3 em presença de traços de
álcoois ou alcenos

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C H3 C H3
C H2C H3 C H3
AlC l3 AlC l3 AlC l3
C H3
C H3

Efeitos transanulares em anéis de C8 a C11

Os cicloalcanos com estas quantidades de átomos de carbono apresentam


anomalias em suas propriedades físicas e químicas. Isso chama-se efeitos
transanulares e são devidos a interações de grupos (dois) situados em
posições opostas do anel.

Na redução catalítica da ciclodecanodienona-1,6, produz-se não só


ciclodecanodiol-1,6 mas também a 9,10-dihidroxidecalina, aparecendo esta
última estrutura como produto do fecho do anel anular

O OH OH
7 5
H 2 , Ni 8 6 4
1 +
9 3
10 2
O OH OH

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COMPOSTOS AROMÁTICOS

1.Introdução

Os hidrocarbonetos aromáticos têm no benzeno o elemento mais simples desta


série de compostos orgânicos ou seja, a molécula que os dá origem. A origem
do termo “aromático” provinha do facto de que os membros desta classe de
compostos possuíam odores intensos e quase sempre agradáveis. A série
aromática constrói-se sobre a estrutura do benzeno seguindo duas vias:

 Mediante simples substituição dos átomos de hidrogénio do núcleo


benzénico por outros substituintes (Benzenos substituídos);
 Por união de um ou mais anéis adicionais (derivados aromáticos
polinucleares)

10

O estudo sobre esta classe de elementos químicos, começou em 1825 com a


descoberta por Michael Faraday, do “bicarbonato de hidrogénio”, actualmente
chamado benzeno. Faraday isolou o benzeno comprimindo gás iluminante
obtido por pirólise de whale oil. Em 1834 o químico alemão Eilhardt
Mitscherlich, sintetizou o benzeno, aquecendo o ácido benzóico com óxido de
cálcio. Usando medidas de densidade de vapor Mitscherlich encontrou a
formula C6H6 para o benzeno.

Tal como se depreende da sua estrutura, o benzeno é altamente insaturado,


apresenta um índice de deficiência de hidrogénio igual a 4. É classificado como
aromático porque tem baixo rácio de hidrogénio para átomos de carbono.

2. Estrutura de compostos aromáticos

Para se explicar a estrutura de compostos aromáticos, toma-se como referente


para tal a molécula de benzeno. Um composto aromático tem uma estrutura

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molecular que contem aglomerados cíclicos de electrões π deslocalizados


acima e abaixo do plano da molécula.

Os aglomerados π electrónicos contêm no total (4n+2) π electrões onde n é um


número inteiro. Este algoritimo é conhecido como a regra de Hückel. Por
exemplo, o benzeno é um composto aromático. Se n=1, teremos 4×1+2=6, o
que significa que todo o composto contendo seis π electrões considera-se
aromático. Na estrutura do benzeno há três duplas ligações e seis π.

Regra de Hückel

Em 1931 o físico alemão Erich Hückel desenvolveu uma série de cálculos


matemáticos em as teorias sobre a estrutura de compostos aromáticos. A regra
de Hückel, é relativa a compostos que contêm um anel plano em que cada
átomo tem um orbital p como no benzeno. Seus cálculos mostraram que anéis
mociclos planares contendo 4n+2 p electrões, onde n=1,2,3 e outros (por
exemplo anéis contendo, 2,6,10,14, etc electrões p electrões) têm shells de
electrões deslocalizados como no benzeno e podem ter energia substancial
energia de ressonância. De acordo com esta teoria, anéis monociclos planares
com 2, 6, 10,14,…electrões deslocalizados podem ser aromáticos.
11

De acordo com Kekulé, o benzeno pode representar-se como um híbrido de


ressonância e as duas estruturas propostas por este cientista consideram-se
em equilíbrio e são equivalentes

Os ângulos de ligação dos átomos de carbono na estrutura do benzeno são


todos de 120º e todos eles apresentam hibridação sp 2. Cada átomo de carbono
tem possui um orbital p não hibridizado perpendicular ao plano do anel. Os
orbitais sp2 hibridizados de cada átomo de carbono, sobrepõem-se para formar
o anel da molécula de benzeno. Visto que a distância entre átomos de
carbonos ligados é de 1,39Å, os orbitais p são suficientemente fechados para
sobrepor-se eficientemente e igualmente a volta do anel (deslocalização de
carga).

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Os seis orbitais p sobrepostos sobrepõem-se para formar um conjunto de seis


orbitais p moleculares. Os seis electrões π estão completamente
deslocalizados a volta do anel benzénico e forma duas nuvens redondas de
electrões π, uma por cima e outra por baixo do plano da molécula. Os seis
orbitais p atómicos, um de cada átomo de carbono do benzeno, se combinam
para formar seis orbitais moleculares p. Três dos orbitais moleculares têm
baixo conteúdo energético que o orbital p atómico e são conhecidos como
orbitais moleculares ligantes; três outros orbitais p têm alto conteúdo
energético que os orbitais p atómicos, são chamados orbitais moleculares anti-
ligantes. Dois orbitais, têm o mesmo conteúdo energético e são chamados
degenerados.

2.1. Resumo da estrutura

 Todos os seis átomos de carbon estão localizados no anel benzénico


12
 Todos os átomos de carbon estão ligados entre si, alternando simples e
duplas ligações

 A cada átomo de carbono está ligado um átomo de hidrogénio

 Todos os átomos de hidrogénio são equivalentes

3. Propriedades gerais de compostos aromáticos

 Possuem alto grau de insaturação

 Geralmente favorecem reacções de substituição electrofílica

 São compostos inusualmente estáveis

 Apresentam baixos calor de hidrogenação e de combustão

 São compostos cíclicos

 São compostos raos e planares

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4. Classificação de compostos aromáticos

Os compostos aromáticos se podem classificar da seguinte forma:

a) Benzeno e derivados monocíclicos: apresentam apenas um ciclo e


podem conter substituintes

b) Benzenoides policíclicos: possuem dois ou mais núcleos de benzeno


acoplados (ligados)

c) Não benzenoides: estão constituídos por dois ou mais anéis ligados


mas, nenhum dos anéis é a estrutura do benzeno. Cumprem com a
regra de Huckel e têm (4×2+2) π electrões pelo que são compostos 13
aromáticos.

A estrutura do azuleno, apresenta 5 enlaces duplos conjugados e 10


electrões π (4×2+2)=10.

d) Macrociclos: são estruturas benzénicas monocíclicas, e o tamanho do


anel é grande. Tem um número adequado de duplos enlaces e π
electrões

e) Heterociclos: são compostos que possuem pelo um hetero átomo na sua


estrutura (O, N, e S). Cumprem com a regra de huckel.

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4. Fontes de hidrocarbonetos aromáticos

A principal fonte de derivados aromáticos, é o alcatrão obtido na destilação


destrutiva do alcatrão (carbonização, coquização) da hulha. Ao aquecer a hulha
em ausência de ar, ocorre a decomposição das mesmas em três produtos
principais: O Gás de coque, o alcatrão de hulha e o coque (quase carbono
puro).

O alcatrão de hulha se submete a destilação fraccionada e a separações


químicas para recuperar constituintes aromáticos e heterocíclicos. Neste
processo obtêm-se também o fenol, o 1,4-dihidroxibenzeno (p-cresol) e α-naftol
e compostos heterocíclicos como piridina, quinoleína e acridina)

5. Nomenclatura de derivados do benzeno

Há duas formas para realizar a nomenclatura destes compostos:

a) Em muitos compostos simples, o termo benzeno é o nome principal e o 14


substituinte indicado simplesmente com um prefixo.

Noutros compostos simples, o benzeno e o substituinte tomam o mesmo


nome. O metilbenzeno é chamado tolueno, o hidroxi benzeno de fenol e
o amino benzeno de aniline.

b) Quando dois substituintes estão presentes, suas posições relativas são


indicadas pelos prefixos orto, meta e para (abreviadamente o-, m-, e p-)

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Dimetilbenzenos são chamados comummente xilenos

c) Caso existam no anel benzénico mais que dois substituintes, deve-se


indicar a posição dos mesmos usando números.

A numeração do anel benzénico faz-se de forma a atribuir a mais baixa


numeração possível aos substituintes. Quando os substituintes são
diferentes, estes são nomeados por ordem alfabética. 15

d) Quando um substituinte é um dos que está juntamente com o anel


benzénico, dá um novo de base, visto que assume-se que o substituinte
está na posição 1 e portanto o novo padrão é usado

e) Quando o grupo C6H5- é nomeado com um substituinte, é chamado


grupo fenil. O grupo fenil abreviadamente se escreve como C 6H5-, Ph-
ou Ø

O termo benzyl é uma alternativo para o grupo fenilmetil

6. Propriedades químicas do benzeno e compostos aromáticos

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6.1. Reacções do benzeno

O benzeno é um composto altamente insaturado daí, esperar-se que reaja de


acordo com essa característica. Era esperado que decolorasse o bromo em
tetracloreto de carbono depois da adição. Deveria igualmente mudar a cor do
permanganato de potássio em meio aquoso sendo oxidado, o que adicionaria
hidrogénio rapidamente na presença de catalisador metálico, o que adicionaria
água em presença de ácidos fortes. Quando o benzeno é tratado com bromo
na escuridão ou com solução aquosa de KMnO4 ou ácidos diluídos, as
reacções esperadas não ocorrem. O hidrogénio adiciona hidrogénio em
presença de níquel finamente dividido mas, somente a altas temperaturas e
pressões.

O benzeno reage com o bromo em presença de ácidos de Lewis como 16


catalisadores (ex. Brometo de ferro (III): FeBr3)

6.2. Reacções de compostos aromáticos

O benzeno e muitos outros compostos aromáticos sofrem ataques electrofílica


e experimentam reacções de substituição electrofílica aromática ao invés de
reacções de adição.

Nas reacções de substituição aromática, grupos de substituintes são inseridos


directamente no anel de benzeno. Um eletrófilo (E +) reage com o benzeno e
substitui um ou os seis átomos de hidrogénio do anel benzénico. Existirá uma
nuvem de electrões π acima e abaixo do plano da molécula. Esta nuvem π
estará disponível para os eletrófilos.

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No quadro que abaixo se dá estão reacções de substituição electrofílica


aromática que podem experimentar o benzeno e seus derivados.

6.2. Mecanismo geral da substituição electrofílica aromática (SEA)

No caso do benzeno, evidencias experimentais indicam que os electrofílicos


atacam o sistema π do benzeno para formar o carbocatião ciclohexadienil,
conhecido como ião aronium (aronio). A seguir, explicam-se as etapas desta
reacção por este mecanismo. 17

1ª Etapa: nesta etapa o eletrófilo toma dois electrões dos seis electrões do
sistema p π ara formar enlaces σ para um átomo de carbono do anel de
benzeno.

A formação destes enlaces interrompe o sistema cíclico de electrões π porque


na formação do ião arónio do carbono que forma a ligação para o electrofilo
torna-se sp3, hibridizado. Com isso, apenas 5 átomos de carbono apresentarão
hibridação sp2 e ainda terão orbitais π. Os 4 electrões π do ião arónio serão
deslocalizados.

2ª Etapa: um protão é removido do átomo de carbono do ião aronium que


suporta o electrofilo, restaurando a aromaticidade do anel.

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Halogenação do benzeno

O benzeno reage com o bromo e cloro em presença de ácidos de Lewis e da


reacção resultam derivados halogenados substituídos com bom rendimento.

18
Mecanismo da reacção de bromação electrofílica aromática

1ªEtapa: o bromo combina-se com o (FeBr3: um ácido de Lewis) para formar


um complexo. Um par electrónico do anel benzénico ataque o bromo
polarizado positivamente formando um novo enlace C-Br e deixa a estrutura do
anel como carbocatião intermédio.

2ª Etapa: o anel benzénico doa um par de electrões ao bromo terminal,


formando-se o ião aronium (aronio) e neutraliza a carga positiva formal do outro
átomo de bromo. A base remove iões H+ do carbocatião intermediário, e o
produto de substituição neutral forma com dois electrões da ligação C-H para
reformar o anel aromático.

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O mecanismo da cloração é semilar ao da bromação. O iodo por outro lado, é


tão pouco reactivo pelo que se necessita para o efeito a iodação directa em
presença de um agente oxidante como o ácido nítrico.

Nitração do benzeno

O benzeno pode nitrar-se sob acção de uma mistura de ácido nítrico e sulfúrico
concentrados

19

O ácido sulfúrico concentrado incrementa o ratio da reacção por aumentar a


concentração do electrófilo, o ião nitrónio (NO2+)

Mecanismo de reacção de nitração electrofílica aromática

1ª Etapa: nesta etapa o ácido nítrico aceita um protão do ácido forte, o ácido
sulfúrico.

2ª Etapa: Protonado, o ácido nítrico dissocia-se para formar o ião nitrónio

3ª Etapa: O ião nitrónio é o electrofilo da reacção de nitracção; reage com o


benzeno para formar o ião aronium estabilizado por ressonância

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4ª Etapa: o ião aronio perde o protão para a base de Lewis e converte-se em


nitrobenzeno

Reacção de sulfonação do benzeno

O benzeno reage com o ácido sulfuric fumante a temperature ambiente para


produzir ácido benzensulfónico. O ácido fumante deve conter trioxide de
enxofre adicionado (SO3). A reacção ocorre também com o ácido concentrado
mas, sera mais lenta. Undreither condição, o electrofilo parece ser o trioxide de
enxofre (SO3)

20

Mecanismo da reacção de sulfonação

1ªEtapa: O equilibrio no ácido concentrado produz SO3

2ªEtapa: O SO3 é o electrófílo que reage com o benzeno para formar o ião
aronio

3ªEtapa: ocorre a remoção de um protão do ião aronio para formar o ião


benzene sulfonato.

4ªEtapa: O ião benzenosulfonato um protão aceita um protão para converter-se


em ácido benzensulfonico

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Reacção de alquilação de Friedel-crafts

Foi um novo método para a preparação de alquilbenzenos (ArR) e


acilbenzenos (ArCOR) que em conjunto encontraram o químico Frances
Chales Friedel e o seu colaborador americano, James M.Crafts.

A reacção geral da alquilação é a seguinte:

Mecanismo da reacção de alquilação de Friedel-Crafts

Esta reacção se leva a cabo tratando o composto aromático com um alquil


cloreto, RCl em presença de AlCl3 para gerar um carbocatião electrofílico, R1.
O cloreto de alumínio cataliza a reacção ajudando o haleto de alquilo (RCl) a
dissociar-se. Da mesma forma o FeBr 3 catalisa a bromação aromática
polarizando o Br2, perde-se hidrogénio e completa-se a reacção.
21

 Inicia-se com a formação de um carbocatião, resultado da interacção


entre o anel benzénico e o alquilderivado.

 O carbocatião actua como um electrófilo e depois ataca o anel


benzenico para formar um ião arenium (arenio)

 Perda de um protão pelo ião arenio

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 Um Quando R-X é um haleto primário, o carbocatião simples talvez não


se forme, instead, o cloreto de alumínio forma um complexo com o
haleto de alquilo, e este complexo actua como um electrófilo.

Entretanto, este complexo não é um simples carbocatião, actuam como


se fosse e por isso transfere um grupo alquil para o anel aromático.
Estes complexos são muito reactivos tal como carbocatiões e
experimentam reacções típicas de rearranjamento de carbocatiões.

Acilação de Friedel-Crafts
22
O grupo acetil (CH3CO-) e as reacções em que um grupo acetil é introduzido
são chamadas reacções de acilação. Dois grupos acilo comuns são, o grupo
acetilo e o grupo benzoilo.

A reacção de Friedel-Crafts geralmente se leva a cabo tratando o composto


aromático com um haleto de acilo (geralmente cloreto de acilo). Unless, o
composto aromático é um dos compostos altamente reactivos, a reacção
requerirá a adição at least de um equivalente de um ácido de Lewis (tal como
AlCl3) as well. O produto da reacção é uma cetona aromática.

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Os acil cloretos são também chamados cloretos de ácido, são facilmente


preparados por tratar o ácido carboxílico com o cloreto de tionilo (SOCl 2) ou
com pentacloreto de fosforo (PCl5)

As acilações de Friedel-Crafts também podem ser levadas à cabo por anidridos


de ácidos.

23

Mecanismo da acilação de Friedel-Crafts

Em muitas reacções de acilação de Friedel-Crafts, o electrofilo parece ser um


ião acilio formado a partir de um haleto de acilo da seguinte forma:

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Efeito do substituinte em anéis benzénicos substituídos

Um grupo substituinte já presente num anel benzénico pode afectar a


reactividade do anel toward substituição electrofílica e a orientação de grupos
entrantes para o anel de benzeno.

Um substituinte pode tornar o anel mais reactivo que o benzeno ou seja, pode
fazer com que o composto reaja mais rapidamente que o benzeno. Estes
grupos são chamados grupos activantes.

O susbstituinte que faz com que o anel reaja mais lentamente que o benzeno
ou seja, faz com que o composto reaja mais lentamente que o benzeno,
chama-se grupo desactivante.

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Dr.Pedro Guilherme Faculdade de Engenharia-UAN

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