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COLÉGIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL HÉLIO AUGUSTO DE SOUZA

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA, TURMA T-34

ANNA LUIZA PINTO VIEIRA E GABRIELI PEREIRA DE SOUZA SILVA

PROFESSOR: EDGARD

RELATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA

Preparo de Soluções: Concentração Normal e Concentração Molar

São José dos Campos-SP

2023
1.1 OBJETIVO:

O objetivo deste experimento é investigar a relação entre molaridade e normalidade, por


meio de titulações, envolvendo diferentes substâncias com concentrações variadas. Neste
procedimento, soluções de ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido fosfórico (H3PO4) serão
respectivamente tituladas, utilizando-se uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) como
titulante. A fenolftaleína será empregada como indicador, tendo como finalidade monitorar o
ponto de equivalência nas titulações.

1.2 INTRODUÇÃO TEÓRICA (MOLARIDADE E NORMALIDADE):

A molaridade e a normalidade são conceitos fundamentais na química que descrevem a


concentração de uma solução. Ambos são parâmetros importantes para entender a quantidade
de soluto presente em uma determinada quantidade de solvente ou solução.

Molaridade:

A molaridade, também conhecida como concentração molar ou concentração em mol/L,


é uma medida da quantidade de um soluto em uma solução, expressa na relação entre a
quantidade de matéria do soluto (n1) e o volume da solução em litros (𝑉). Em outras palavras,
a molaridade indica quantas unidades de soluto estão presentes em um litro de uma determinada
solução. A fórmula para calcular a molaridade (𝑀) é:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜


𝑀 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠

Normalidade:

A normalidade é uma medida da concentração de íons ativos em uma solução. É


𝑒𝑞
expressa em equivalentes de soluto por litro de solução ( ). A normalidade é frequentemente
𝐿

usada em reações ácido-base e em processos que envolvem transferência de elétrons, como em


reações de oxirredução. A fórmula para calcular a normalidade (𝑁) depende do tipo de reação
que está ocorrendo. Para uma reação ácido-base, a normalidade é calculada da seguinte forma:

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠−𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜


𝑁= 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠

A molaridade e a normalidade são formas de expressar a concentração de uma solução,


porém cada uma representa uma relação diferente.
Molaridade é a razão entre a quantidade de substância no soluto (𝑚𝑜𝑙) e o volume da
solução em litros expressa em unidade molar. Enquanto a normalidade é uma forma de
expressar a concentração de uma solução.

1.3 PROCEDIMENTO:
I. Preparo da solução de H2SO4 0,1 mol/L:
1. No preparo da solução 0,1 M, foram pipetados cerca de 0,5 mL de H2SO4 com uma
pipeta graduada de 2 mL;
2. Em um balão volumétrico de 100 mL, foram adicionados cerca de 50 mL de água
destilada utilizando um béquer;
3. A alíquota de 0,5 mL de H2SO4 pipetada anteriormente, foi transferida para o balão e
avolumada.
II. Preparo da solução de H3PO4 0,1 N:
1. Para o preparo da segunda solução 0,1 N, foram pipetados cerca de 0,2 mL de H3PO4
com uma pipeta graduada de 2 mL;
2. Em outro balão volumétrico de 100 mL, foram adicionados cerca de 50 mL de água
destilada utilizando um béquer;
3. A alíquota de 0,2 mL de H3PO4 foi transferida para o balão e o volume foi completado
com água destilada.
III. Titulação do H2SO4:
1. Uma bureta de 50 mL foi preenchida com uma solução de NaOH;
2. Foram pipetados 20 mL da solução de H2SO4 e transferidos para um Erlenmeyer;
3. Foram adicionadas três gotas de fenolftaleína;
4. A solução de NaOH foi adicionada gota a gota até que ocorresse uma mudança de cor
(de incolor para rosa claro).
IV. Titulação do H3PO4:
1. Uma bureta de 50 mL foi preenchida novamente com a solução de NaOH;
2. Foram pipetados 20 mL da solução de H3PO4 e transferidos para um frasco Erlenmeyer;
3. Foram adicionadas três gotas de fenolftaleína;
4. A solução de NaOH foi adicionada gota a gota até que ocorresse uma mudança de cor
(de incolor para rosa claro).
1.4 MATERIAIS E REAGENTES UTILIZADOS:
• 2 béqueres;
• Pipeta graduada de 2 mL;
• Pipeta volumétrica de 20 mL
• Balão volumétrico de 100 mL;
• Dois frascos Erlenmeyer de 125 mL;
• Bureta de 50 mL;
• Suporte universal;
• Suporte para bureta;
• Solução de hidróxido de sódio (NaOH);
• Ácido sulfúrico (H2SO4);
• Ácido fosfórico (H3PO4);
• Água destilada;
• Fenolftaleína.

1.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES:


Cálculos:
Preparação de 100 mL de H2SO4 0,1 mol/L:
Dados:
𝒅: 1,82 g/mL
𝑻: 98%
𝑑 × 𝑇 (%)× 10
Fórmula: 𝑀 = 𝑀𝑀
Onde:
𝑴: 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝒅: 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑻(%): 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜
𝑴𝑴: 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟

1,82 × 98 × 10 1783,6
𝑀= = = 18,2 𝑚𝑜𝑙/𝐿
98 98
18,2 𝑚𝑜𝑙/𝐿 1000 𝑚𝐿
=
0,01 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑉 (𝑚𝐿)
18,2 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑉(𝑚𝐿) = 0,01𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 1000 𝑚𝐿
18,2 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑉(𝑚𝐿) = 10 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑚𝐿
10 𝑚𝑜𝑙/𝐿. 𝑚𝐿
𝑉(𝑚𝐿) = = 0,54 𝑚𝐿 ≅ 0,50 𝑚𝐿
18,2 𝑚𝑜𝑙/𝐿
Determinação da concentração em mol/L de H2SO4:
1H2SO4+ 2NaOH→ 1Na2SO4+ 2H2O
2 × [H2SO4] × 𝑉(𝑚𝐿) = 1 ×[NaOH]× 𝑉(𝑚𝐿)
2 × [H2SO4] × 20 𝑚𝐿 = 1 × 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 47,2 𝑚𝐿
40 × 𝑚𝐿 × [H2SO4] = 4,72 × 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑚𝐿
4,72 𝑚𝑜𝑙/𝐿 × 𝑚𝐿
[H2SO4] =
40 𝑚𝐿
[H2SO4] = 0,118 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Preparação de 100 mL de H3PO4 0,1 N:


Dados:
𝒅: 1,685 g/mL
𝑻: 85%
𝑑 × 𝑇 (%)× 10
Fórmula 1: 𝑀 = 𝑀𝑀
Onde:
𝑴: 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝒅: 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑻 (%): 𝑡í𝑡𝑢𝑙𝑜
𝑴𝑴: 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟

1,685 × 85 × 10 1432,25
𝑀= = = 14,61 𝑚𝑜𝑙/𝐿
98 98
Fórmula 2:
𝑁 = 𝑘. 𝑀

Onde:
𝑵: 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝒌: 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑴: 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
H31+PO4 3+
𝑁 = 3 𝑘. 14,61 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑁 = 43,83

43,83 𝑁 1000 𝑚𝐿
=
0,01 𝑁 𝑉 (𝑚𝐿)

43,83 𝑁 × 𝑉(𝑚𝐿) = 0,01 𝑁 × 1000 𝑚𝐿


43,83 𝑁 × 𝑉(𝑚𝐿) = 10 𝑁 × 𝑚𝐿
10 𝑁 × 𝑚𝐿
𝑉(𝑚𝐿) = = 0,22 𝑚𝐿 ≅ 0,20 𝑚𝐿
43,83 𝑁
Determinação da concentração em 𝑵 de H3PO4:
𝑁H3PO4 × 𝑉(𝑚𝐿)H3PO4 = 𝑁NaOH × 𝑉(𝑚𝐿)NaOH
𝑁H3PO4 × 20 𝑚𝐿 = 0,1 𝑁 × 15,8 𝑚𝐿
𝑁H3PO4 × 20 𝑚𝐿 = 1,58 𝑁 × 𝑚𝐿
1,58 𝑁 × 𝑚𝐿
𝑁H3PO4 =
20 𝑚𝐿
𝑁H3PO4 = 0,079 𝑁

Tabela 1 - Dados experimentais obtidos nas titulações com ácido sulfúrico e ácido fosfórico respectivamente:

Solução utilizada Volume transferido Volume de NaOH Concentração


para o Erlenmeyer (mL) mediante os
(mL) cálculos
H2SO4 0,1 mol/L 20 mL 47,2 mL 0,118 mol/L

H3PO4 0,1 𝑁 20 mL 15,8 mL 0,079 𝑁

Com base nos resultados do experimento de titulação utilizando NaOH como titulante
Fenolftaleína como indicador, foi determinado que ao comparar duas substâncias tituladas: o
H2SO4 0,1 mol/L e H3PO4 0,1 𝑁. O ponto de viragem da titulação com H2SO4 ocorreu em 47,2
mL de NaOH, enquanto com o H3PO4 foi atingido em 15,8 mL de NaOH.
Os resultados obtidos podem ser atribuídos a diferentes fatores. No caso do H₂SO₄, a
concentração calculada é superior à nominal. Isso pode ser explicado por uma contaminação da
solução ou uma possível diluição incorreta durante o preparo. Por outro lado, para o H₃PO₄, a
concentração calculada é inferior à nominal. Este desvio pode indicar a presença de impurezas
na solução ou mesmo uma possível reação incompleta durante a titulação.
A diferença nos volumes de NaOH gastos para atingir o ponto de viragem pode ser
explicado pelas características de molaridade e normalidade. A divergência na titulação entre
as soluções está relacionada à natureza poliprótica do H3PO4. O ácido fosfórico apresenta três
grupos ácidos dissociáveis, o que significa que pode liberar três equivalentes-grama de prótons
por molécula. Portanto, para neutralizar completamente o ácido fosfórico, é preciso uma menor
quantidade de moles de NaOH em comparação com o ácido sulfúrico. Enquanto o H2SO4
consome mais NaOH na titulação devido à quantidade de hidrogênios ionizáveis.
Ao discutirmos as aplicações práticas, a escolha entre molaridade e normalidade
depende do tipo de experimento e da natureza da reação. A molaridade é frequentemente
preferida em reações que envolvem uma relação estequiométrica simples, enquanto a
normalidade é crucial em reações ácido-base polipróticas ou que envolvem transferência de
múltiplos elétrons.
Os benefícios do uso da molaridade incluem cálculos mais simples e diretos, adequados
para reações simples. Por outro lado, a normalidade é vital em reações complexas, permitindo
uma compreensão mais precisa da quantidade de equivalentes-grama envolvidos.

1.6 CONCLUSÃO:
Em conclusão, a investigação experimental e a análise teórica demonstram a
complexidade inerente às titulações e a importância de uma abordagem crítica. A busca por
resultados mais precisos requer não apenas uma compreensão profunda dos princípios
químicos, mas também a aplicação cuidadosa de técnicas laboratoriais. A escolha de utilizar a
concentração molar em cálculos estequiométricos emerge como uma estratégia eficaz, alinhada
à simplificação das relações e à aplicação direta em contextos práticos, contribuindo para a
uniformidade e consistência nas análises químicas
1.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “Concentração em mol/L ou molaridade”; Brasil
Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/concentracao-mol-l-ou-
molaridade.htm. Acesso em 2 de outubro de 2023.

• “Normalidade Soluções”; Só Química. Disponível em:


http://www.soquimica.com.br/conteudos/em/solucoes/p7.php. Acesso em: 7 de outubro
de 2023.

• MAGALHÃES, Lana. “Concentração de soluções”. Toda Matéria. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/concentracao-de-solucoes/. Acesso em: 19 de
dezembro de 2023.

• VALIM, Paulo. CONCENTRAÇÃO das SOLUÇÕES. YouTube: "Química com Prof.


Paulo Valim”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yliBypW94j8.
Acesso em: 21 nov. 2023.

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