Você está na página 1de 3

Instituto Federal do Paraná

Campus: Palmas
Disciplina: Direito Empresarial
Professora: Rafaela Machado
Acadêmico: Elder Luiz Pinto

RELATÓRIO SOBRE AS PALESTRAS DO DIA 05/10/2023

PALMAS – PR
2023
Palestra 1 – “Direito e Justiça em Karl Marx: elementos históricos filosóficos
para pensar a realidade em que vivemos” – Palestrante: Gerson Lucas Padilha de
Lima.

O palestrante abordou de modo organizado e rico em informações o tema de seu


objeto de estudo, sendo o Direito e Justiça em Karl Marx, explanando seus elementos
históricos e filosóficos. Nesta ocasião, o evento celebrou os 80 anos da Consolidação das
Leis Trabalhistas, então o autor do trabalho relacionou o tema com o contexto das relações
de trabalho. Foram explicados conceitos de mercado, riqueza, trabalho e alienação dentro
da obra de Marx, ao mesmo tempo em que o palestrante indicou ligações diretas e
indiretas com a realidade que temos nos dias de hoje.
Inicialmente, de maneira introdutória ao assunto da apresentação oral do Palestrante
Gerson Lucas Padilha de Lima, devemos abordar resumidamente a obra e o autor que
inspirou o palestrante a escrever seu trabalho. Karl Marx, um dos pensadores mais
influentes do século XIX, desenvolveu uma teoria econômica e social que revolucionou
a forma como vemos o capitalismo. Marx define a mercadoria como a unidade elementar
do sistema capitalista. Uma mercadoria é um objeto produzido para ser trocado no
mercado, e Marx argumenta que é a célula fundamental de todo o sistema econômico.
Cada mercadoria tem um valor de troca, que é determinado pela quantidade de trabalho
socialmente necessário para produzi-la.
Para a compreensão do conceito que Marx chama de riqueza e sua produção, deve-
se observar através do filtro da mercadoria. A mercadoria acaba interferindo de forma
qualitativa nas relações de trabalho, seja em atos como a uma aplicação de veneno em
alguns produtos agrícolas, trabalho análogo a escravidão, relação de exploração de
assalariamento. Denota-se a partir das situações exemplificadas que a priorização da
mercadoria acaba por precarizar locais de trabalho, bem como os produtos a serem
comercializados. A mercadoria também acaba por se transformar em dinheiro, que é o
Deus singular capitalista.
A chave para a compreensão da relação entre a mercadoria e o trabalho em Marx
reside no conceito de valor. Marx argumenta que o valor de uma mercadoria é derivado
do trabalho humano que foi incorporado a ela durante o processo de produção. Além de
sua análise do valor da mercadoria, Marx também argumentou que o sistema capitalista
inerentemente explora os trabalhadores.

Palestra 2 – “Mudanças na Legsialação Trabalhista e os reflexos nas relações de


Trabalho” Palestrante: Beatriz Cardoso Montanhana
A palestrante tratou da problemática das relações advinda de mudanças na
legislação, abordando seus efeitos em grupos econômicos. Neste sentido, grupos
econômicos são várias empresas, que acabam por formar um único empregador único. É
uma realidade não presente nos conceitos tradicionais de contrato trabalho e que ocorre
entre empregador e trabalhador subordinado.
A CLT anteriormente havia uma previsão de grupos econômicos sendo que
poderia ser uma ou mais empresas que exploravam mão de obra em conjunto, sendo que
as mesmas empresas compartilhavam características peculiares entre si como identidade
de sócios e a mesma atividade econômica. Após a reforma trabalhista houveram algumas
reformas. Agora, identidade de sócios não forma grupo econômico, de modo que a
configuração de um grupo econômico carece de atuação conjunta, interesse integrado e
uma comunhão de interesses.
A palestrante então abordou grupos econômicos de terceirização. Torna-se uma
questão de urgente necessidade, segundo Beatriz Cardoso Montanhana, saber se tratamos
de empresa, de um empreendedor, autônomo no momento em que se dão as relações de
trabalho. Neste sentido considerando um indivíduo que exerce trabalhos de servente de
pedreiro e opera como MEI, devemos indagar se o mesmo tem condições de tomar conta
da estrutura, coordenando seu trabalho da maneira que ele deseja, como presume uma
autonomia. Ainda, é preciso questionar se o mesmo indivíduo pode assumir os riscos de
igual modo que uma empresa empregadora do ramo poderia.
Neste raciocínio, chegamos a seguinte questão: Existe uma exploração simultânea
da mão de obra? A partir do conceito de terceirização de mão de obra e grupos
econômicos, nos dias atuais podemos observar a movimentação de empresas (CNPJ’S)
dentro de um complexo, onde o trabalhador é deslocado de uma para a outra, momento
no qual pode ser explorada a mão de obra do trabalhador. A exploração vem a ocorrer
quando estas empresas maximizam seus lucros às custas dos direitos e condições de
trabalho de seus funcionários. Por fim, denota-se uma responsabilidade solidaria das
empresas que compartilham solidariamente da mão de obra do trabalhador.

Você também pode gostar