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A classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2009) considera três
fatores: A dose letal média (DL50) do agrotóxico; a forma de contato do agrotóxico
(oral, dérmica); e o tipo de formulação (sólida, líquida).
No Brasil, a classificação toxicológica está a cargo do Ministério da Saúde, sendo que,
por determinação legal, todos os produtos devem apresentar nos rótulos uma faixa
colorida indicativa de sua classe toxicológica
Pesticidas no ambiente
Processos que podem ocorrer com os pesticidas ao entrar em contato com o solo :
- retenção;
- - transformação e
- transporte.
escoamento
• estruturas cíclicas
Volatilidade limitada
propriedades físico-químicas semelhantes
estimulantes do sistema nervoso central.
• década de 1970
– uso proibido ou severamente restrito em muitos países por apresentarem
bioacumulação, biomagnificação e persistência por várias décadas, e
consequentes danos aos seres vivos e ao ambiente em geral.
ORNANOCLORADOS
- Em 1948, Paul Hermann Müller, químico suíço ganha o Prêmio Nobel pelas
pesquisas com DDT no combate de insetos
década de 1970
– uso proibido ou severamente restrito em muitos países por apresentarem
persistência por várias décadas, e consequentes danos aos seres vivos e ao meio
ambiente em geral.
ORGANOCLORADOS
- principais organoclorados:
1. Diclorodifeniltricloroetano
(DDT) e análogos;
2. Hexaclocicloexano (lindano);
3. Ciclodienos (aldrin, dieldrin,
endrin, endossulfan, clordano,
heptacloro e mirex);
4. Toxafeno e compostos
relacionados.
Bioacumulação e
biomagnificação
ORGANOCLORADOS
Toxicocinética
• absorção: dérmica, oral e respiratória.
- pode ser modificada por:
• veículo (solventes)
• presença de gorduras
• estado físico do praguicida
- DDT é pobremente absorvido pela pele
- a volatilidade destes compostos é limitada, mas partículas suspensas no ar podem ser
inaladas e/ou ingeridas e absorvidas.
ORGANOCLORADOS
• distribuição: são altamente lipossolúveis, sendo distribuídos e depositados no
tecido adiposo.
• DDT, na sua forma inalterada ou na forma de DDE e ppDDE, deposita-se em
todos os tecidos, como: medula óssea, fígado, rins, coração, sistema nervoso
central e, em maiores proporções, no tecido adiposo.
• alguns podem permanecer acumulados no organismo indefinidamente.
• atravessam a barreira hematoencefálica e placentária.
• Concentram-se no leite materno e no tecido fetal.
ORGANOCLORADOS
• biotransformação:
- indutores das enzimas do sistema microssomal hepático.
- reações de decloração, oxidação e conjugação.
• eliminação:
- quase todos os metabólitos dos organoclorados são eliminados na urina e também
pelo leite materno.
- as substâncias não-biotransformadas são reabsorvidas no intestino (circulação
enterohepática), retardando a excreção pelas fezes.
ORGANOCLORADOS
Toxicodinâmica
• mecanismo de ação:
- alteram as propriedades eletrofisiológicas da membrana dos neurônios e das enzimas
relacionadas como a Na+-ATPase e K+-ATPase, modificando a cinética do fluxo dos íons Na+
e K+.
- promovem distúrbios no transporte do Ca ou na atividade da Ca++, Mg++-ATPase.
- o DDT atua particularmente na membrana axonal, prolongando a abertura dos canais de
sódio, impedindo a saída de K, provocando a redução do limiar da membrana e estímulo do
SNC.
- os ciclodienos, o mirex e o lindano atuam nos terminais pré-sinápticos. O lindano, o
toxafeno e os ciclodienos promovem inibição do fluxo nos canais de cloro regulados pelo
ácido g-aminobutírico (GABA), presente no sistema nervoso central.
Em casos crônicos podem ocorrer lesões no miocárdio, degenerações hepáticas e renais.
ORGANOCLORADOS
• Quadro clínico:
- induzem a um estado de hiperexcitalidade do sistema nervoso central (SNC).
- intensidade do quadro clínico: depende da natureza da substância, da via e do
grau da exposição e do tipo de diluente utilizado na formulação.
• Intoxicação Aguda:
- após exposição oral, os sintomas surgem num período de 30 minutos a várias
horas.
- exposição dérmica: baixa toxidez
ORGANOCLORADOS: Intoxicação Aguda
- Sintomas iniciais: náuseas, vômitos, diarréia, mal estar, tosse e dermatites.
SNC: tremores, cefaléia, tontura, vertigens, irritabilidade, desorientação, agitação
psicomotora, distúrbios de memória, parestesias (especialmente face, lábios, língua
e extremidades), espasmos e algumas vezes convulsões tônico-clônicas Pode
ocorrer arritmia pela sensibilização miocárdica.
A morte é frequentemente decorrente de depressão respiratória.
- Convulsão: pode ocorrer em menos de 20 min após a ingestão, pode ser a
primeira manifestação para lindano, aldrin, dieldrin e toxafeno.
As convulsões causadas pelos ciclodienos podem se repetir durante dias.
ORGANOCLORADOS
são rapidamente hidrolisados, tanto no meio ambiente, como nos meios biológicos
➢do ácido tiofosfórico (diazinon, fenitrotion, fention, paration, pirimifós, profenofós, vamidotion)
➢do ácido ditiofosfórico (dimetoato, dissulfoton, etion, etoprofós, fentoato, forato, fosmet, malation,
metidation)
“Gases de nervos”
2017
Paration
bromofós
CARBAMATOS
• formado por derivados do ácido N-metilcarbâmico e dos ácidos tiocarbamatos
e ditiocarbamatos.
obs.: estes últimos não são inibidores das colinesterases, portanto, têm usos e
toxicidade diferentes.
Estrutura geral
A presença de grânulos escuros de Temik
(Aldicarb), vulgarmente conhecido como
"chumbinho", na lavagem gástrica, pode certificar
o diagnóstico.
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
Toxicocinética
• absorção: pele, trato respiratório e gastrintestinal.
- absorção favorecida pelos solventes presentes na formulação.
- absorção cutânea é maior em temperaturas elevadas ou quando existem lesões na pele.
• distribuição:
- rapidamente distribuídos por todos os tecidos atingindo concentrações maiores no
fígado e rins, mas não se acumulam por tempo prolongado.
- organofosforados, diferentemente dos carbamatos, atravessam com facilidade a barreira
hematoencefálica, produzindo quadros neurológicos.
- Não existem evidências de bioacumulação.
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
• biotransformação: - Ocorre principalmente no fígado
- Após absorvidos, os organofosforados e carbamatos e seus produtos de
biotransformação são rapidamente distribuídos por todos os tecidos.
- desalquilação
- hidrólise
- oxidação
• nos organofosforados a oxidação de P=S (formas tions) para P=O (forma oxons),
resulta em metabólitos mais tóxicos.
• excreção: - urina e fezes
- via urinária: a maioria das substâncias (80 a 90%) são excretadas nas primeiras 48h.
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
Toxicodinâmica
- os organofosforados e os carbamatos são inibidores da acetilcolinesterase:
levam ao acúmulo de acetilcolina nas terminações nervosas.
Esta enzima hidrólisa acetilcolina produzindo a colina e o ácido acético.
• acetilcolina:
- mediador químico necessário para a transmissão do impulso nervoso em todas
as fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo, em todas as fibras
parassimpáticas pósganglionares e em algumas fibras simpáticas pós-
ganglionares.
- transmissor neuro-humoral do nervo motor do músculo estriado (placa
mioneural) e de algumas sinapses interneuronais no sistema nervoso central.
• Acetilcolinesterase: colinesterase verdadeira, colinesterase específica ou eritrocitária
- encontrada no tecido nervoso, na junção neuromuscular e nos eritrócitos.
- sintetizada durante a eritropoiese
- renovada de 60 a 90 dias
- afinidade específica para a acetilcolina.
A inibição da acetilcolinesterase é
irreversível; desta forma, a acetilcolina
é impedida de reagir com o sítio
esterásico, ocorrendo um acúmulo da
mesma onde é normalmente liberada.
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
•Quadro clínico
- efeitos muscarínicos, nicotínicos e do sistema nervoso central (resultado do acúmulo de
acetilcolina nas terminações nervosas)
- podem aparecer em poucos minutos ou até 12 horas depois da exposição aguda.
- A manifestação mais grave e usual causa de óbito é a falência respiratória do centro
respiratório, agravado por excessiva secreção traqueobrônquica e broncoespasmo
- Alguns pacientes intoxicados com certos orfanofosforados podem apresentar hálito de
alho.
INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE
•Quadro clínico
A intensidade dos sintomas depende:
concentração da taxa de absorção,
taxa de biotransformação
exposições prévias a inibidores da colinesterase,
a gravidade e o tempo de início dos sintomas dependem da composição química do
inseticida, do tempoe da via de exposição .
Sintomatologia
Síndrome Neurológico
Ansiedade, ataxia, depressão centros cardiorrespiratórios
• uma determinação da colinesterase isolada pode não confirmar, nem excluir uma
exposição: existem altas variações intra e inter-individuais nos níveis de colinesterase
eritrocitária e plasmática.
Procedimentos gerais:
- Descontaminação obrigatória
- Lavagem gástrica (nos casos de ingestão em até 24 horas) Não provocar emese
Pode ser repetida a cada 15-30 min até que o paciente apresente sinais de atropinização:
secura das secreções pulmonares e de mucosas e o aumento da frequência cardíaca;
Alcançados esses sinais de atropinização, ajustar a dose. A retirada da atropina deve ser
gradual e restituída se surgirem manifestações colinérgicas;
Pralidoxima (Contrathion®):
- Agem em nível dos receptores dos canais de sódio das membranas das células
nervosas, resultando em despolarização da membrana, consequentemente na
hiperexcitabilidade nervosa.
PIRETROIDES
Quadro clínico
- Início dos sintomas depende da via e da dose.
- Manifestações mais comuns na exposição dérmica são: eritema, vesículas,
parestesias e sensação de queimação, prurido nas áreas atingidas,
principalmente a pele do rosto, do pescoço, do antebraço e das mãos.
- Após a inalação, os achados clínicos mais comuns são sintomas de irritação da
via respiratória superior. reações de hipersensibilidade podem afetar toda a via
respiratória.
- A intensidade geralmente é de leve a moderada, porém, podem existir quadros
graves.
MUITO
OBRIGADA!