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 Conclusão
Sem dúvida o desenvolvimento e uso dos agrotóxicos na produção de alimentos em grande escala
contribuíram tanto positivamente quanto negativamente para a sobrevivência da espécie humana. Não só
isso, mas também influenciou o meio ambiente como um todo. Cabe ao governo, juntamente com a
sociedade definir os critérios para uso e controle, bem como analisar até que ponto os benefícios do uso
dos agrotóxicos sobrepujam seus perigos.

2. CLASSES TOXICOLÓGICAS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Os produtos fitossanitários são de grande importância para manter a demanda do cultivo no Brasil,
no entanto, estes possuem ação sobre o organismo humano e dos animais, caso utilizado de maneira
incorreta,promovendo a ação sobre os mecanismos fisiológicos do organismos dos seres vivos, além de
deixar resíduos no meio ambiente. Dessa forma, pode-se afirmar que o uso equilibrado dos produtos
fitossanitários promoverá melhor e maior efeito sobre o funcionamento do nosso habitat. Assim, pode-se
dizer que produtos fitossanitários são produtos com a capacidade de produzir efeitos prejudiciais aos
organismos vivos, isto é, possuem toxicidade. Estes, por sua vez, devem ser introduzidos no meio ambiente
obedecendo a determinados critérios que estão respaldados na nossa legislação, a qual determinará qual a
Dose Letal (DL50), ou seja a dose máxima que causará o efeito letal sobre o homem.

 Dose Letal (DL50)


DL50 é a dose que previsivelmente causará uma resposta de 50% em uma população na qual se
procurará determinar o efeito letal. Essa Dose letal pode causar toxicidade por algumas vias de absorção
no corpo humando, sendo classificadas como:
 Toxicidade Aguda Oral;
 Toxicidade Aguda Dérmica;
 Toxicidade Inalatória.
A toxicidade aguda oral é a mais comum e é classificada conforme a tabela abaixo:

Tabela 1: Toxicidade de substâncias químicas baseada nos valores de DL50 aguda oral
CLASSIFICAÇÃO DL50 (mg.kg-1)

Extremamente Tóxica Até 5

Altamente tóxica 5-50

Moderadamente tóxica 50-500

Levemente toxica 500-5.000

Relativamente não tóxica Maior que 5.000

É importante salientar que os inseticidas são mais tóxicos do que os herbicidas e fungicidas, uma
vez que os inseticidas possuem a DL50 de até 500 mg/kg e os herbicidas e fungicidas possuem a Dl50 acima
de 5.000 mg/Kg, classificando estes como relativamente não tóxicos. A justificatia para que os inseticidas
sejam mais tóxicos baseia-se no seu modo e local de ação, pois estes agem tanto nos insetos como no ser
humano no sistema nervoso causando sérios danos à saúde.

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VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGROTÓXICOS

As vias de absorção dos agrotóxicos são estas:


 Dérmica: absorvida por pele e mucosa (saliva olhos). É de ampla absorção no organismo humano. Tanto
nesse sintoma como a de absorção respiratória causa diversos sintomas, dentre eles: fadiga, sonolência,
tremores, dores abdominais, vômitos, diarréia, icterícia, hipotensão arterial, arritmia cardíaca, dispnéia,
convulsões, edema pulmonar (por vezes de ocorrência tardia), estado de choque.
 Respiratória: Em casos de inalação ou absorção respiratória, podem ocorrer sintomas específicos, como
tosse, rouquidão, edema pulmonar, irritação laringotraqueal, rinorréia, broncopneumonia (complicação
freqüente), bradipnéia, hipertensão. Logo após a ingestão, náuseas a vômitos são sintomas proeminentes,
podendo ocorrer também diarréia a cólicas.
 Digestiva: baseia-se na contaminação por ingestão de alimentos com resíduos de agrotóxicos. De forma
geral oferecem menor risco ao homem, quando comparado às outras formas de absorção dos defensivos.

A contaminação por alimentos pode ser por Via Direta que consiste na absorção do alimento com
altos teores de agrotóxicos ou por Via Indireta (Acidente ou Erro).
Nesse caso e importante distinguir dois termos que podem ser utilizados para falar sobre absorção
de agrotóxicos, que são: resíduo e depósito.
 Depósito: é a camada do produto fracamente ligada, que recobre folhas, frutos, etc, logo
após aplicação na parte aérea.
 Resíduo: é o produto encontrado sobre ou no interior de um substrato, depois de
envelhecimento pelo tempo decorrido do tratamento e de alterações sofridas.

RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS
São amplamente encontrados nos alimentos, principalmente olerículas (legumes e verduras) e em
frutas com maior índice de cultivo no Brasil. Pode- se dizer que os resíduos de agrotóxicos são substâncias
ou misturas de substâncias remanescente ou existente em alimentos ou no meio ambiente, decorrente do
uso ou da presença de agrotóxicos e afins, inclusive quaisquer derivados específicos, tais como produtos de
conversão e de degradação, metabólitos, produtos de reação e impurezas, consideradas tóxicas e
ambientalmente importantes.
Os maiores índices de resíduos de agrotóxicos são encontrados, segundo a ANVISA, no pimentão
seguido do morango e pepino (Figura 1), no entanto, essa ordem sempre tem oscilado e alternado com
outros alimentos que são amplamente comercializados no país.

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É possível encontrar resquícios de agrotóxicos nos alimentos, pois o cultivo em larga escala requer
o uso de produtos fitossanitários para que as pragas e doenças sejam mantidas sob controle numa
determinada cultura. Para isso, uma quantidade tolerante de resíduos é permitido pela lei que regulariza o
uso de agrotóxicos no país. Esta tolerância pode ser averiguada por meio do:

• Limite máximo de resíduo (tolerância): quantidade máxima de resíduo de agrotóxico legalmente aceita
no alimento, em decorrência da aplicação adequada numa fase específica, desde a sua produção até o
consumo, expressa em partes (em peso) do agrotóxico ou seus derivados por um milhão de partes de
alimento (em peso) (ppm ou mg/kg). Ainda e necessário que ao se fazer o uso desses produtos haja o
intervalo de segurança ou período de carência entre o uso do defensivo agrícola no alimento até o período
de colheita ou comercialização. Este período de carência estende-se a duas áreas e são essas:
 Tratamento de pós – colheita: o intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização.
 Pastagens: o intervalo de tempo entre a última aplicação e a reentrada dos animais no pasto.

EFEITOS TÓXICOS DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

A exposição ao INSETICIDA pode ser maior ou menor de acordo com os seguintes fatores:
 O tipo de formulação do produto;
 A concentração da mistura;
 O método de aplicação utilizado;
 As condições dos equipamentos de aplicação;
 A direção do vento no momento da aplicação,
 As condições de temperatura e umidade relativa do ar;
 Observação das recomendações de higiene;
 O uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI.

CLASSES TOXICOLÓGICAS
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Os defensivos agrícolas são classificados de acordo com a sua classe, grau de toxicidade e dor da
faixa para melhor identificação e manuseio do produto no momento do seu uso e para que se evite
intoxicações com a uso inadequado do mesmo. Dessa forma, os órgãos responsáveis para que essa
classificação seja feita e que os produtos sejam corretamente classificados no mercado são o MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o MS (Ministério da Saúde) e o IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Esses produtos passam por uma bateria
de testes até que chegue as prateleiras e as mãos dos produtores.

INTOXICAÇÃO HUMANA POR AGROTÓXICO

 Intoxicação Aguda: Os sintomas iniciam-se poucos minutos após o uso do produto até 24 horas. Pode ser
de três tipos:
 Intoxicação aguda leve: apresenta sintomas como cefaleia, irritação cutâneo - mucosa, náusea e discreta
tontura;
 Intoxicação aguda moderada: cefaleia intensa, náusea, vômitos, cólicas abdominais, tontura mais
intensa, fraqueza generalizada, parestesia, dispneia, salivação e sudorese aumentadas;
 Intoxicação aguda grave: miose (contração da pupila), hipotensão, arritmias cardíacas, insuficiência
respiratória, problemas pulmonares, convulsões, alterações da consciência, coma e óbito.
 Intoxicação Crônica: ocorre quando há exposições a baixas concentrações e longo tempo do mesmo ou
de vários produtos químicos no qual se faz o manuseio de forma inadequada. Manifesta-se através de
inúmeras doenças, que atingem vários órgãos, com destaque para os problemas imunológicos,
hematológicos, hepáticos, neurológicos, malformações congênitas e tumores.

3. PRECAUÇÃO NO MANUSEIO DE AGROTÓXICOS


A forma adequada de se evitar a intoxicação pelo uso de produtos químicos baseia-se na
prevenção, na forma correta de manusear os produtos, no uso de equipamentos de proteção individual
(EPI’s), no armazenamento adequado desses produtos e no descarte correto das embalagens.

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