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10/10/2023

Odontologia Absenteísmo
do
Trabalho
Prof.ª Larissa M C Fernandes de Queiroz
larissaccfernandes@gmail.com
“Ausência dos trabalhadores ao trabalho, naquelas
Perita Odontolegista – ITEP/RN
Doutora em Biologia Buco-Dental/Anatomia – FOP/UNICAMP
ocasiões em que seria de esperar a sua presença, por
Mestre em Perícias Forenses – FOP/UPE razões de ordem médica ou quaisquer outras”.
Especialista em Odontologia Legal – NEAO
(Associação Internacional de M edicina do Trabalho)
Graduada em Odontologia – UFPB
Professora do Curso de Especialização em Odontologia Legal - COESP
Professora do Curso de Graduação em Odontologia - UNIESP FERNANDES, L. C. C.

Absenteísmo: Tipos NRs: a busca pela saúde do trabalhador


PORTARIA N° 3.214, 08 DE JUNHO DE 1978:
Aprova as Normas Regulamentadoras da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

Tipo I → Físico (pela falta ao trabalho)


Visando a preservação da saúde do
• Leva à perda de produção das horas não trabalhadas. trabalhador no ambiente laboral, foram
• Mais fácil de ser mensurado e de ter o seu custo calculado.
criadas políticas de Segurança e Saúde do
Trabalhador por meio das Normas
Regulamentadoras (NRs) expedidas pelo
Tipo II → De corpo presente (“presenteísmo”) Ministério do Trabalho e Emprego,
estabelecendo ações por equipe
• Trabalhador está com problema de saúde e não falta ao
multiprofissional.
trabalho, mas tem redução em sua produtividade.

FERNANDES, L. C. C. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Norma Regulamentadora nº 4 – NR-4 Portaria nº 1.339/99


Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT Portaria publicada em 18/11/1999 – Ministério da Saúde
Aprovado por portaria do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho

As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e Lista de doenças relacionadas ao trabalho
indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente,  Erosão dentária
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do  Alteração de cor dos dentes
trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSM T n.º 33, de 27 de outubro de 1983)
 Gengivite
Equipe formada por:
 Estomatite
 Médico do Trabalho Principal fator de risco: exposição prolongada a
 Enfermeiro do Trabalho névoas ácidas ou
 Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho
agentes químicos no Ex.: Trabalhadores que lidam com galvanoplastia –
 Engenheiro de Segurança do Trabalho processo para recobrimento metálico de objetos.
 Técnico de Segurança do Trabalho ambiente ocupacional.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C.

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Exposição às Névoas Ácidas Névoas Ácidas


Essas substancias, no decorrer do tempo, depositam-se nos dentes e levam a
problemas como erosão, câncer bucal, comprometimento da saúde gengival
(chegando, até mesmo, ao desenvolvimento de endocardite bacteriana).
Orientação do trabalhador
quanto à importância do uso
de EPIs para preservação da
própria saúde.

Trabalhadores vestindo chinelos e


bermudas sujeitos ao pó e à fumaça
resultantes da queima do carvão.
https://reporterbrasil.org.br/2014/07/tio-de-ruralista-entra-na-lista-suja-do-trabalho-escravo/

FERNANDES, L. C. C.

Manifestações bucais de doenças ocupacionais Manifestações bucais de doenças ocupacionais


AGENTES MANIFESTAÇÕES BUCAIS OCUPAÇÕES AGENTES MANIFESTAÇÕES BUCAIS OCUPAÇÕES
Costureiras, Manejo de ácidos em cartuchos,
Abrasão localizada Abrasão localizada, alteração da Carpinteiros,Tarrafeiros, Ácidos (H2SO4 , HNO3, Descalcificação do esmalte, osteomielite, hemorragia refinadores de petróleo,
Apreensão de objetos musculatura buco-facial, pneumatocele e lábio Tipógrafos, etc.Músicos HCl, HF, etc.) gengival, estomatite, ulceração. trabalhadores com explosivos e
inferior congesto e edemaciado. (instrumentos de sopro) e algodão.
sopradores de vidro. Calor Dores nos maxilares Foguistas, ferreiros, bombeiros
Inorgânico Manchas verdes nos dentes, pigmentações na Bronzeadores, Trabalhadores com Afecções dos dentes, articulações e ossos maxilares, Indústria com câmara frigorífica
(cobre, ferro, níquel) gengiva, gengivoestomatite. cimento, Gravadores e Mineiros Frio
afrouxamento dos dentes, queda de restaurações. (enlatados, matadouros, sorvete)
Hemorragias, edemas, gengivoestomatite,
Monóxido de Mineiros, fundidores,
pigmentação da mucosa bucal e gengival (linha de Manipuladores de bismuto, Cárie, inflamação gengival, queda precoce dos
Bismuto carbono, dióxido de trabalhadores com motor à
bismuto), coloração negroazulado (papila e geng. Fabricantes de pós dentes, debilidade da musculatura da língua e rosto.
carbono gasolina.
marginal), sensação de ardor, gosto metálico.
Técnicos, pintores de mostradores
Refinadores, padeiros e Candidíase, gengivite, periodontopatias, xerostomia
Açúcar Cárie e periodontite Rádio, Raios X de relógio, pesquisadores,
confeiteiros (cárie de irradiação), osteorradionecrose, etc.
DENTISTAS.
Osteoclerose, perda de tranparência do esmalte,
Flúor Trabalhadores com criolita Variação de pressão Sangramento gengival, odontalgias Mergulhadores, aviadores
sialorréia.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: SCHOUR; SARNAT, 1942. FERNANDES, L. C. C. Fonte: SCHOUR; SARNAT, 1942.

Manifestações bucais de doenças ocupacionais 100 (ENADE – 2007) As condições de trabalho são de importância significativa para as estruturas bucais, sendo possível
ocorrer patologias decorrentes de exposições de natureza ocupacional. É de especial interesse para a Odontologia o estudo
sobre a exposição a névoas ácidas, não só pela gravidade e diversidade dos efeitos potenciais, mas também pela sua
AGENTES MANIFESTAÇÕES BUCAIS OCUPAÇÕES presença freqüente em inúmeros processos industriais, incluindo a extração, fabricação e acabamento de metais, a
produção de fertilizantes e de detergentes, a manufatura de baterias, bem como em vários segmentos das indústrias
Gravadores, Fabricantes de química e petroquímica. Observe os resultados de estudos sobre os efeitos bucais em conseqüência de exposições Em
Linha de Burton (acinzentada), hálito fétido, gosto
inseticidas, Acumuladores relação aos dados apresentados acima, e considerando a etiologia das doenças bucais, analise as afirmativas a seguir.
Chumbo metálico, gengivoestomatite, sialorréia, aumento de
elétricos, Refinadores de chumbo,
volume das glândulas salivares, parotidite.
Impressores.
Bronzeadores (cano de arma),
Sialorréia, gengivoestomatite, osteomielite, dentes
Fabricantes de tintas e baterias,
Mercúrio enegrecidos, parotidite, afrouxamento dental, gosto
DENTISTAS, detonadores,
metálico, orla azul escura (colo dos dentes).
Trabalhadores com explosivos.
Gengivoestomatite, halitose, descalcificação, cárie e Fundidores de latão, Trabalhadores
perda gradual dos dentes, ulceração dos tecidos em fábrica de fósforo, em bronze
Fósforo
bucais, osteomielites (supuração alvéolo-dentário fosforoso, Fabr. de fertilizante e
com exsudato purulenta fosforecente). fogos de artifício.
Gengivite, halitose, sialorréia, gengiva com orla
Prata Indústria química
empardecida, pigmentação da pele e mucosa.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: SCHOUR; SARNAT, 1942.

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I – A erosão dentária (perda mineral de origem não bacteriana) não está associada à exposição a névoas ácidas. Mercúrio
II – Exposição a ácidos se associa positivamente com alterações da mucosa bucal, em consequência da sua ação
irritante sobre os tecidos.
III – Existe associação positiva entre a exposição a névoas ácidas e os sintomas ardor e gosto metálico. Tipo de trabalho:
IV – Alguns problemas de saúde bucal podem ser causados por fatores ocupacionais.

Estão corretas as afirmativas: • Amálgama odontológico

(A) I e IV, apenas.


(B) I , II e III, apenas.
(C) I, II e IV, apenas.
(D) II, III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

Na Odontologia, usa-se o mercúrio elementar/líquido no


preparo do amálgama.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Mercúrio Mercúrio

O mercúrio na forma líquida/metálico é


muito pouco absorvido pelo trato gastrintestinal,
Por ser solúvel em lipídeos, o mercúrio
portanto não é nocivo quando ingerido.
consegue atravessar a barreira
hematoencefálica e alojar-se no
Por outro lado, seus vapores, quando inalados,
SNC. Além disso, também é capaz de
podem facilmente atravessar a membrana alveolar
cruzar a barreira placentária,
e atingir a circulação sanguínea.
atingindo o embrião/feto.

* O mercúrio tem importância ocupacional quando


na forma de vapor ou líquido. Quanto ao vapor
de mercúrio, o mesmo não pode ser visto sob
* O mercúrio também é transportado pelo leite materno.
luz fraca, é inodoro e tóxico.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Mercúrio Mercúrio
Cirurgiões-dentistas e demais profissionais ligados à Odontologia podem se contaminar quando o
amálgama de mercúrio é preparado sem proteção adequada ou em equipamentos malconservados. Além Um perigo silencioso . . .
disso, o contágio pode dar-se a partir das restaurações de seus próprios dentes.
A absorção do mercúrio inalado ocorre
lentamente e de forma acumulativa no
organismo do cirurgião-dentista,
ficando alojado nos sistemas nervoso
central (SNC) e urinário e podendo
causar patologia irreparáveis: doença de
Exposição contínua ao Parkinson e deficiência renal aguda.
mercúrio presente no
amálgama.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

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Mercúrio Mercúrio

Manifestação Clínica Manifestação Clínica

Cavidade bucal: • Alergias: pessoas hipersensíveis


• Sialorreia podem apresentar sensibilidade
• Gosto metálico alérgica, com dermatites, vesículas
• Inflamação e necrose gengival na língua, nos lábios e na face.
• Afrouxamento e perda dentária
• Dor queimante na mucosa
• Estomatite ulcerativa
• Osteomielite
• Dentes enegrecidos
• Parotidite

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Mercúrio Mercúrio
Como saber se o ambiente de trabalho está Fatores que determinam a contaminação do meio:
infectado por vapor de mercúrio? • Descuido.
• Perda acidental (derramamento).
• Utilização de carpetes permeáveis e existência de fendas e
orifícios no piso.
A • Hábito de espremer o excesso de mercúrio sobre carpetes
Secar material em ambiente
isento de mercúrio
ou assoalho.
umedecer • Uso, sem devidos cuidados, de amalgamadores mecânicos.
B • Emprego de fonte de calor próxima ao mercúrio (volátil).
• Resíduos de amálgama removidos, ou de seu excesso,
Papel filtro com cloreto de paládio deixado nas cuspideiras, lixeiras, etc.
não revelado (A) e revelado (B)
Solução de cloreto de paládio a 1% Papel-filtro pelo valor de mercúrio.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Mercúrio Mercúrio
Medidas para diminuir os riscos de intoxicação Medidas para diminuir os riscos de intoxicação

• Ambiente ventilado e, caso tenha ar


• Mercúrio e resto de amálgama devem ser
condicionado, o filtro do mesmo deve ser
guardados em frascos plásticos/de vidro e bem
trocado periodicamente.
vedados. O pote deve ser guardado em local
• Piso de material impermeável e não contendo
fresco e nunca próximo a fontes de calor. Uma
brechas.
camada de água ou fixador sobre o mercúrio
• Durante amalgamação, usar capsulas bem
pode reduzir a volatilização.
vedadas e, se necessário, vedá-las com fita
adesiva.
• Havendo derramamento, a limpeza deve ser
imediata e com luvas.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

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Mercúrio Mercúrio
Medidas para diminuir os riscos de intoxicação Medidas para diminuir os riscos de intoxicação

• Vestimentas devem ser lavadas separadamente.


• As gotas de mercúrio que tiverem em local de difícil
acesso devem ser succionadas com trompa a vácuo
adaptada com tubo fino na extremidade (nunca usar
aspirador de pó).
• Colocar amálgama recém triturado onde houve
derramamento para que o mercúrio derramado se ligue Não remover muitas restaurações em amálgama de uma só vez, diminuindo,
ao amálgama e possa se removido com mais facilidade. assim, os riscos para paciente e dentista. Além disso, a remoção do
amálgama deve ser feita com um sugador potente e usando EPI.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Prontuário e Odontologia do Trabalho Exame pré-admissional


Exames:
1) Pré-admissional Possibilita diagnosticar
enfermidades orais antes da
2) Periódico
integração do trabalhador à força
3) De mudança de função de trabalho, sendo indispensável a
4) De retorno realização do tratamento indicado,
que é fator de controle a acidentes
5) Demissional de trabalho e ao absenteísmo.
* Não existe um prontuário oficial e específico para OT.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Exame pré-admissional Exame periódico


Objetivos: Permite a vigilância da saúde oral dos funcionários da empresa.

1
Observar as condições de saúde oral do trabalhador e se a Observar se há ou não a incidência de
1 mesma está de acordo com a função que ele assumirá. danos ocupacionais sobre o trabalhador.

2 Proteger os atuais trabalhadores da empresa de doenças


2
contagiosas. Exame realizado em intervalos de 6 ou
12 meses.
3 Diagnosticar patologias bucais.
Saber se os procedimentos sugeridos

4
Detectar morbidades que não qualifiquem o candidato,
temporária ou permanentemente, à função pleiteada.
3 na admissão foram executados e se
estão dentro das normas científicas.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

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Exame de mudança de função Exame de retorno


Apreciação obrigatória que antecede a
alteração da atividade, cargo ou setor Feito no 1º dia de retorno ao trabalho,
desempenhado(s) pelo trabalhador. quando o trabalhador esteve
ausente por 30 dias ou mais,
Quando o funcionário é removido de uma
atividade, implica exposição do mesmo a
em razão de acidente, doença (de
riscos diferentes daqueles a que estava natureza ocupacional ou não) ou do parto.
exposto anteriormente.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014. FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.

Exame demissional O que é mapa de risco ?


Auxilia o exame médico demissional e deve ser realizado,
obrigatoriamente, até a data de homologação da rescisão
Uma representação
do contrato de trabalho.
gráfica com legenda
indicativa da existência
de riscos no ambiente de
trabalho, indicando
local, tipo e intensidade.

FERNANDES, L. C. C. Fonte: M ELLO, 2014.


Larissa Fernandes

Elaboração obrigatória Funcionários: treinamento

Todos os funcionários devem


A responsabilidade por sua receber um treinamento para
confecção cabe à Comissão Interna conhecer o mapa de risco do
de Prevenção de Acidentes (Cipa) local onde trabalham. Para isso,
ou ao encarregado pelas funções o mapa deve ser
afixado em área visível
relativas à prevenção de acidentes.
para rápida visualização de seu
conteúdo.
Obs.: Serve para alertar trabalhadores e visitantes sobre os
riscos de acidentes em cada ponto marcado com os círculos.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

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Objetivo do mapa

Conscientizar sobre os
riscos e contribuir para
eliminá-los, reduzi-los ou
controlá-los.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

5 grupos de risco Exemplo:


Cor de
Grupo Riscos Descrição
Identificação
Ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não
1 Físicos Verde
ionizantes, vibrações.
2 Químicos Vermelho Poeira, fumos, gases, vapores, névoas, neblinas, produtos químicos.
3 Biológicos Marrom Fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários, insetos.
Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso,
monotonia, repetitividade, responsabilidade, ritmo excessivo,
4 Ergonômicos Amarelo
posturas inadequadas de trabalho, trabalhos em turnos, controle
rígido de produtividade, jornada de trabalho prolongada.
Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, incêndios e
5 Acidentais Azul explosão, eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção,
quedas e animais peçonhentos.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

Exemplo: O mapa de risco é dinâmico


Como o objetivo do mapa é conscientizar sobre os riscos e contribuir para
eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los, o mesmo é dinâmico e deve ser
revisado periodicamente para a constatação ou não de
mudanças importantes que alterem as representações gráficas (círculos).

Os círculos mudam de
tamanho, desaparecem
ou surgem.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

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Hepatite B Hepatite B
A hepatite é uma inflamação do fígado. Os vírus das hepatites B e C representam maior importância para o dentista e a
equipe de saúde bucal. Estes vírus podem ser transmitidos através do contato
A hepatite A é de transmissão oral-fecal.
com sangue infectado ou fluidos corporais.
As hepatites B e C são uma questão de saúde pública no Brasil.
Para o controle de infecções são necessárias diretrizes rígidas:
Causada por agentes químicos (hepatite medicamentosa), físicos ou biológicos  Esterilizar instrumentos e equipamentos odontológicos (utilizar autoclave);
(hepatites virais A, B, C, D e E).
 Limpeza e desinfecção regular e eficiente de superfícies e equipamentos;
 Utilizar EPIs;
Muitas vezes assintomática e, por esse motivo, muitas pessoas não sabem que
estão infectadas.  Manuseio, descarte e armazenamento adequados e seguros de objetos
perfurocortantes (agulhas, seringas, etc.);
Sintomas: febre, mal-estar, enjoo, tontura, vômitos, cansaço, dor abdominal,
urina escura, fezes claras e olhos, pele amarelados (icterícia).  Higiene das mãos (lavagem com água e sabão/desinfetantes à base de álcool).
Larissa Fernandes Larissa Fernandes

101 (ENADE – 2010) A hepatite é uma inflamação do fígado causada por agentes químicos, físicos ou
biológicos. Os vírus estão entre os diversos agentes biológicos envolvidos na etiologia da hepatite. Os
HIV / AIDS cirurgiões-dentistas estão, pela natureza de seu trabalho, constantemente expondo esses agentes virais e
sendo exposto a eles, incluindo o da hepatite B.

Capacitação educativa quanto às condutas clínicas com pacientes soropositivos. Como a prevenção contra a hepatite B pode ser otimizada entre os profissionais da Odontologia?

(A) Pela vacinação dos cirurgiões-dentista para a hepatite B e pelo uso dos equipamentos de proteção
individuais (EPIs).
Trabalhar como se todo paciente fosse soropositivo: usar EPI e cuidado com o (B) Pela triagem sorológica prévia para hepatite dos pacientes que serão submetidos ao tratamento
descarte do lixo. odontológico.
(C) Pela vacinação em massa da população contra a hepatite B, como forma de erradicação da doença.
(D) Pela administração preventiva de antibióticos a pacientes com comportamento de risco, uma semana
antes do tratamento odontológico.
O CD soropositivo não é obrigado a revelar sua condição clínica ao paciente. (E) Pelo incentivo ao uso de máscaras de proteção durante os procedimentos odontológicos, minimizando
o risco de contaminação por inalação.

Larissa Fernandes

Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)
São 5 grupos de RSS:
RSS são aqueles resultantes de atividades exercidas em
estabelecimentos que prestam serviços de saúde e que, por suas ◦ Grupo A: resíduos biológicos;
características, geram resíduos que necessitam de processos ◦ Grupo B: resíduos químicos;
específicos de gerenciamento, que podem, ou não, exigir tratamento
◦ Grupo C: rejeitos radioativos;
prévio à sua disposição final.
◦ Grupo D: resíduos comuns;
◦ Grupo E: resíduos perfurocortantes

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

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Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)
Grupo A: resíduos biológicos Grupo B: resíduos químicos

Resíduos de manipulação de
Medicamentos, cosméticos, reagentes de
microorganismos, peças anatômicas, laboratório, produtos saneantes sanitários,
produtos de fecundação sem sinais produtos usados em revelação de exames.
vitais, fezes, urina e secreções,
órgãos, tecidos, fluidos, bolsas de Medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para
sangue. laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)
Grupo C: resíduos radioativos Grupo D: resíduos comuns

Exames de medicina nuclear. Gesso, luvas, gazes,


materiais passíveis de
reciclagem e papéis.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) Gerenciamento dos RSS


Grupo E: resíduos perfurocortantes

Agulhas, escalpes, bisturis, lâminas, ampolas de


vidro e outros, devem ser acondicionados no O gerenciamento dos RSS pode ser considerado um desafio para
local de sua geração em embalagens profissionais da saúde, o que remete à necessidade da
estanques, resistentes a punctura, ruptura, implementação de capacitação periódica sobre o manejo desses
vazamento e devidamente identificado através resíduos.
do símbolo de risco correspondente. Nunca
devem ser colocados diretamente em sacos
plásticos juntamente com outros resíduos
infectantes, pois pode provocar acidentes.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

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Gerenciamento dos RSS Gerenciamento dos RSS


Geração: produção dos resíduos.

Compete ao gerador de RSS elaborar seu Plano de Gerenciamento Segregação: separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas,
químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que consiste em um
Acondicionamento: embalar os resíduos segregados em sacos/recipientes.
documento que descreve as ações relativas ao manejo dos RSS,
Identificação: reconhecimento dos resíduos.
devendo contemplar as etapas referentes à geração, segregação,
acondicionamento, identificação, coleta interna, armazenamento, Coleta interna: translado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou
armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
tratamento, coleta e transporte externos, disposição final e ações de Armazenamento temporário/externo: guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados,
proteção ao ambiente em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta.

Tratamento: descontaminação dos resíduos no local de geração.


Coleta e transporte externos: remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de
tratamento ou disposição final.

Disposição final: disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los.

Larissa Fernandes Larissa Fernandes

99 (ENADE – 2007) De acordo com a Resolução RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução 102 (ENADE – 2010) O gerenciamento dos resíduos produzidos como resultado do atendimento
CONAMA no 358/05, os Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) são classificados em 5 grupos: A, odontológico tem sido muito discutido, face às exigências mercadológicas e legais atuais que impõem o
B, C, D e E. O grupo B engloba as substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde exercício profissional sustentável. A forma de lidar com os resíduos depende do seu grau de
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, periculosidade e, nesse aspecto, a percepção do cirurgião-dentista definirá o correto manejo dos mesmos
corrosividade, reatividade e toxicidade. Esses resíduos merecem atenção especial em todas as (reciclagem, descarte ou tratamento). Uma pesquisa sobre a geração de resíduos odontológicos no
suas fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, município de Caxias do Sul (RS), no ano de 2000, apresentou a tabela abaixo em seus resultados:
tratamento e disposição final). Fazem parte do grupo B:

I – resíduos de alginato;
II – resíduos de agentes cimentantes;
III – resíduos de amálgama;
IV – revelador e fixador radiográficos.

São corretos, apenas, os itens


(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.

Os dados da pesquisa apontaram que 18,6% dos resíduos considerados pelos cirurgiões-dentistas como
infectantes eram, na realidade, comuns e sujeitos a reciclagem. E, ainda, que 6,2% dos resíduos
considerados infectantes eram, entretanto, de alta periculosidade e considerados especiais. Diante desse
quadro, que medidas a prefeitura desse município poderia propor para minimizar os custos e riscos no 103 (ENADE – 2013) Grande quantidade de lixo está acumulada nos fundos de um hospital. Sacos
gerenciamento dos resíduos odontológicos no município? plásticos de cor branca leitosa, padronizados, com o símbolo de risco biológico foram fotografados.
Procurado pela reportagem, o gestor de resíduos de saúde da instituição confirmou que o lixo estava
(A) Reduzir o número de procedimentos invasivos para diminuir a geração de resíduos infectantes dos acumulado na parte dos fundos do hospital, mas disse que não era material contaminado, porque o
atuais 91,948 kg/dia. descarte seguia normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Há alguns
dias, parte do material coletado pela empresa voltou do aterro sanitário por ordem da Superintendência
(B) Capacitar os cirurgiões-dentistas para a correta segregação e gerenciamento dos resíduos, Municipal de Limpeza Urbana, que entendeu que havia a mistura de lixo comum com o hospitalar”,
minimizando custos e riscos da coleta e tratamento inadequados. informou o responsável.

(C) Impor a lei aos cirurgiões-dentistas, responsabilizando-se pela classificação e coleta inadequada dos A situação descrita na reportagem demonstra irregularidades no manejo dos resíduos gerados no serviço
resíduos gerados em seus consultórios. de saúde (RSS). Por tratar-se de resíduos com potencial de causar danos à saúde e ao meio ambiente, qual
é a recomendação básica, regulamentada pelos órgãos competentes, para o manejo desses resíduos?
(D) Racionalizar a cota de atendimento por cirurgião-dentista, para reduzir a geração dos resíduos
odontológicos per capita semanal dos atuais 1,206 kg.

(E) Realizar maiores investimentos na coleta e destinação dos resíduos odontológicos, frente à
necessidade de coletar 612,648 kg de resíduos por semana.

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(A) As autoridades municipais são legalmente responsáveis pelo gerenciamento dos RSS, desde que estes
estejam devidamente acondicionados.

(B) Os resíduos biológicos devem ser acondicionados em recipiente metálico, com tampa vedável,
rotulados com o símbolo de risco biológico, para que a saúde pública e o meio ambiente sejam
preservados.

(C) Os RSS são descartados nos aterros sanitários juntamente com o lixo comum, porém devidamente
acondicionados e rotulados, para que a saúde pública e o meio ambiente sejam preservados.

(D) O gerador dos resíduos é responsável pela segregação e acondicionamento dos RSS gerados por ele,
até à destinação final.

(E) A Anvisa é o órgão responsável pela elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde (PGRSS) dos serviços geradores de RSS.

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