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22 de setembro de 2021
Nas últimas semanas tem havido expressiva volatilidade nos mercados financeiros, a partir
do agravamento da crise institucional. O quadro denota a combinação de fatores
econômicos, políticos, institucionais e sociais preocupantes. À pressão inflacionária se
soma o baixo nível de atividade, mercado de trabalho deteriorado, elevação dos níveis de
pobreza e de insegurança alimentar, assim como os efeitos potenciais da crise hídrica e
energética.
Foi diante desse cenário que se realizou, entre 8 e 10 de setembro, o XIV Congresso
Brasileiro de Economia (CBE), sob o título Perspectivas para a Economia Brasileira Pós-
pandemia. Organizado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon) e pelo Conselho
Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP). No CBE cerca de 110 palestrantes
nacionais e internacionais debateram temas de grande relevância para mais de 1.500
congressistas. O mosaico de visões e abordagens de economistas das mais variadas
correntes teóricas denota que há alternativas ao modelo em voga no Brasil, que pode ser
acompanhado no link: www.cofecon.org.br
Para além das questões conjunturais gravíssimas prevalecem, não sem correlação,
aspectos estruturais determinantes. Os investimentos, fundamentais para garantir um
crescimento robusto e sustentável no longo prazo, permanecem em nível aquém do
necessário. A Formação Bruta de Capital Fixo, total das inversões em infraestrutura,
construção civil e aquisição de máquinas e equipamentos, representa apenas 18% do PIB,
um nível muito abaixo da média mundial, de 26,7%, e ainda mais distante da média dos
países emergentes, de 33,2%.
Desse total, no Brasil, o investimento público, importante fator contracíclico nas crises,
representa apenas 2,4% do PIB, pouco mais da metade da média do período 2012-2014,
antes da crise. Tais investimentos são relevantes pelo seu impacto multiplicador na
economia, mas também pelo “efeito demonstração” para as inversões privadas.
https://www.cofecon.org.br/2021/09/22/artigo-todas-as-politicas-economicas-devem-ser-
explicitas-para-analise-de-custos-e-beneficios/