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A L A N B A R B I E R I

FUNDAMENTAÇÃO E
MONTAGEM DE UMA
TRONQUEIRA

E B O O K

Luã Ferreira - luogum@gmail.com - IP: 179.34.58.202


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Como tudo na vida possui seu equivalente
no lado oposto, seria imprudente ignorar
a disparidade também encontrada no
meio ritualístico.

A troqueira se opõe diretamente ao altar


uma vez que enquanto a primeira
encontra em seu papel a absorção e
esgotamento, o segundo assume
completamente a incumbência
irradiadora e sustentadora. Esse conjunto
funciona como uma pilha que precisa dos
dois pólos para funcionar
adequadamente.

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A TRONQUEIRA

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É importante saber que uma Tronqueira está diretamente
relacionada com o altar, sendo o altar o irradiador e sustentador,
e a tronqueira vem cumprir um papel esgotador, absorvedor e
descarregador de nossas casas, como tudo na vida possui o seu
oposto complementar.

Esta estrutura recebe muitos nomes: casa de exu, tronqueira,


casa de cumpadre, gaiola, casa da rua, entre outros. O que
precisamos ter em mente em relação à uma tronqueira de terreiro
é que ela vai servir como o receptáculo do assentamento de
esquerda.

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SIGNIFICADO
A PALAVRA “TRONQUEIRA” SURGE A PARTIR DA PALAVRA “TRONCO”
QUE, POR SUA VEZ, POSSUI ALGUMAS RAMIFICAÇÕES
CONCEITUAIS INTERESSANTES:

1 Tronco familiar;

2 Tronco de árvore;

3 Tronco como membro superior;

4 Tronco como mastro do navio;

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Todos esses nomes citados remetem à solidez e estabilidade,
indicando que seria necessário muito mais do que esforços
comuns para derruba-los.

Essa simbologia estende-se à tronqueira, mas o ápice teórico que


a envolve diz respeito ao portal de polaridade negativa com
funções anuladoras, esgotadoras e absorvedoras que carrega em
si.

Para que ela seja firmada é essencial que o local adequado seja
escolhido – sem jamais desrespeitar as regras da tradição seguida
pela casa que solicitou que fosse feito o assentamento.

Ainda que uma ou outra questão pareça volúvel à primeira vista,


há razões que levam o dirigente da casa a determinar que a
colocação de Exu será externa ou interna e elas devem ser
levadas em conta.

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LOCALIZAÇÃO

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Pode-se instalar uma tronqueira internamente, externamente, em
passagens ou lugares reservados.
A única métrica que ditará a melhor alternativa é a quantidade de
espaço útil disponível para a montagem.

Muitas delas exigiram um belo malabarismo por parte de seus


donos para que fossem encaixadas ao resto de forma
minimamente confortável – até paredes falsas atrás do altar já
foram instaladas para esse propósito.

A localização do portal não altera a natureza do trabalho


caritativo feito na casa ou desperta qualquer reação negativa das
energias.

Exu é essencialmente justo, benevolente, adaptável, o verdadeiro


e único senhor das estratégias, logo deve ser tratado como tal
mesmo quando representado por apenas um ponto.

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MONTAGEM

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Após efetuar a seleção do lugar, deve-se lavar o chão com pinga,
forra-se o chão com sal, firmar 4 velas (de sete dias) pretas nos
cantos e uma vela (de sete dias) branca no ponto central para que
haja o esgotando e neutralização daquele espaço que se tornará
um ponto de força.

Nada impede que seja feita uma forragem com folhas de aroeira,
eucalipto, mamona, comigo-ninguém-pode, folha do fogo e bagaço
de cana.

Após 7 dias, um padê de Exu, um padê de Pombagira e um padê


de Exu Mirim devem ser arriados e o Exu, Pombagira e Mirim do
Sacerdote deve se manifestar para firmar a tronqueira.

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FIRMEZAS

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Antes da inclusão do assentamento e depois da oferenda ter sido
feita, é sugerido que algumas firmezas para Exu, Pombagira e Exu
Mirim sejam realizadas.

Para deixar claro a diferença entre um assentamento e uma


firmeza, basta comparar a necessidade de um leitor com um livro
nas mãos: ele pode acender um abajur e fazer sua leitura de
forma individual, com uma luz diminuta focalizada em seu
propósito ou pode acender as luzes da casa inteira,
proporcionando aos outros condições para que leiam também. A
firmeza é individual como o abajur e o assentamento abraça o
indivíduo e o coletivo como todas as luzes da casa acesas.

Então, se por essa tronqueira estar localizada em um terreiro, a


sua função será coletiva. Sendo assim, é necessário que o Exu e a
Pombagira (Mirim é opcional) instruam como será a
fundamentação desse assentamento.

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É fundamental que a cada sete dias a Tronqueira seja firmada com velas, charutos,
bebidas para que ocorra a manutenção energética e a própria se mantenha agindo
positivamente e de forma ordenada de acordo com os propósitos do Terreiro.

Evite deixa-la suja, empoeirada, abandonada. O aspecto visual da tronqueira


retrata também o padrão energético da mesma, atraindo vibrações e forças
condizentes com as condições físicas e estruturais.

Mantenha ela sempre fechada, acessível apenas para quem você acredita que não
tem intenção de te prejudicar ou queira apenas por curiosidade vasculhar o que
tem lá dentro.
Entenda ela como a casa dos seus Guardiões, que deve ser cuidada, preservada e
restrita.

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FUNÇÃO DOS
ELEMENTOS

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Cada elemento utilizado no ritual de Umbanda tem a sua finalidade e fundamento.
Em toda firmeza e ritual, buscamos reunir elementos que na sua essência
carregam e irradiam uma vibração (minerais, vegetais, animais) e objetos que são
apenas simbólicos mas que produzem uma energia no ambiente ou nos conectam
mais diretamente a força.

Exemplo de um elemento natural:


A pedra produz uma energia mineral natural, irradiando estabilidade, força,
intensidade. Ela por si só fornece esses aspectos por trazer na sua essência esse
poder.

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Exemplo de um elemento simbólico:
A imagem do Exu é um deles. Ela não irradia nenhuma força espontaneamente por
não ser um elemento natural que agrega uma energia própria, porém ela pela sua
simbologia de representar o Guardião que te acompanha, será capaz de criar
naquele ambiente uma maior conexão com a Entidade, tornando ela mais presente
e "viva" naquele local; transformando o invisível em acessível e palpável.
É como quando o consulente leva a foto de alguém para o guia benzer, cuidar. É
uma forma simbologia de a pessoa estar ali. Isso a torna presente naquele local,
ainda que fisicamente não esteja.

A seguir você verá o significado simbólico e energético de alguns elementos que


você poderá utilizar na sua tronqueira.

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TRIDENTE
Exu possui três polos: Positivo, negativo e neutro. O
primeiro irradia energia, o segundo absorve e o último
representa a necessidade de ativação que essa entidade
possui. O tridente, assim como Exu, é tripolar e sua
presença no ritual desperta a força desse guardião.

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FARINHA DE
MANDIOCA
A mandioca é um tubérculo que esconde-se na terra e
absorve os nutrientes da superfície para si durante todo
o tempo. Exu esconde seu mistério, atraindo
propositalmente para si a energia que precisa ser
absorvida do lado externo.

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FARINHA
DE MILHO
Ainda que seja vista com recorrência em padês para
Pombagira, a farinha de milho também pode ser
empregada para Exu quando o intuito do trabalho
envolver a expansão de energia positiva e a prosperidade
em seu aspecto mais puro.

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BÚZIOS
Ligado pela natureza ao mar, os búzios possuem o
magnetismo gerador e renovador das águas de Mãe
Iemanjá. Além disso, por terem sido por muito tempo
moeda de troca em algumas regiões da áfrica, esse
elemento simbolicamente tem associação ao dinheiro e a
prosperidade. Usamos nos rituais e fundamentos de Exu
para várias finalidades.

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DENDÊ
Ao dendê dedica-se toda a urgência e rapidez desejada
para uma finalidade. Além do tradicionalismo que ronda
sua presença, esse azeite entrega ao guardião mais
movimentação e uma ação mais precisa e rápida.

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CORRENTE
A simbologia desse objeto reina diante da liturgia
umbandista uma vez que é a responsável, junto ao
cadeado, pela proteção do local onde é envolvida. Sela os
segredos de um assentamento e combate na linha de
frente demandas mais elaboradas.

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CADEADO
Enquanto a corrente envolve aquilo que é secreto, o
cadeado fechado impede que ninguém além do dono
tenha acesso a ele. Se colocado aberto, pode representar
abertura de caminhos e possibilidades.

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MEL
Seu potencial de união de elementos para harmonização
justifica a aplicação em padês e rituais, especialmente
quando se necessidade atrair algo para si ou apaziguar
uma situação.

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PIMENTA
Agente corrosivo de altíssima potência, a pimenta quebra
de forma agressiva trabalhos de magia negra e é a
preferida entre os umbandistas que desejam eliminar
rapidamente miasmas, larvas ou estruturas energéticas
negativas com maior nível de complexidade.

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GENGIBRE
Uma raiz igualmente possuidora do mistério
desagregador. É vista sendo mastigada por Exus ou
mergulhada em suas bebidas durante as giras.

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LIMÃO
Fruta ácida, o limão é um potente e conhecido
componente das oferendas de Exu por carregar em sua
função o princípio do descarrego energético. É um dos
“coringas” para qualquer simpatizante ou praticante
da religião.

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MOEDA
Popularmente dita como “paga de Exu”, a moeda expressa
o desapego material daquele que a oferece e aviva o
magnetismo movimentador que engloba a passagem
constante do níquel de “mão em mão”.

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OLHO DE CABRA
Sua toxicidade revela o caráter protetivo que repele com
sucesso, a nível simbólico, energias de baixa vibração.

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CHIFRE
O recolhimento de chifres ou de seu pó para uso
ritualístico implica principalmente na contextualização do
emprego. É útil, de fato, para aqueles que buscam a
dualidade: proteção e ataque.

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DENTES DE
ANIMAIS
Segue o mesmo princípio do chifre e é encontrado em
guias, pulseiras, firmezas, oferendas com as mais
diversas finalidades.

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FAVA DE EXU
Um ativador da força de Exu. Dentre os objetos com tal
função, a fava é aquela que eleva ao máximo o vigor
dessa entidade.

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GARRA DE EXU
Substancialmente protetora e descarregadora, a garra
arranca de imediato o ectoplasma negativo presente.

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CHARUTO
O fumo, na qualidade de erva usada no Xamanismo, traz a
praticidade de uma defumação direcionada
desagregadora junto a efeitos terapêuticos e espirituais
notáveis naquele que recebe o toque da fumaça. Fora
isso, essa erva é um potencializador de todo magnetismo
positivo presente no local.

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PIPOCA
Pertencente a Omolu, a pipoca limpa o campo energético
e transmuta toda negatividade.

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ENXOFRE
Tóxico e vencedor de todo o quebranto, o enxofre batalha
de modo desafiador; vai até a origem de cada aspecto
ectoplasmático que impede o indivíduo de progredir
materialmente. A busca minuciosa feita por esse item
sempre traz resultados, contudo somente é indicado para
casos graves, pois desgasta de modo considerável o
campo energético daquele que recebe a aplicação.

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PEDRAS
A estabilidade das pedras, paradas e concretas sempre no
mesmo espaço, aponta que a natureza de Exu, mesmo
dotada de tanto imediatismo, é sólida e invariável. São
chamadas de “otá” quando assumem a função de
elemento central de todo assentamento.

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FERRADURA
Elemento de movimentação energética. Na sua
composição encontra-se o ferro, produto de Ogum que
emana força, ordem e proteção.

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ARMA BRANCA
Punhal, faca, machado, tesoura, navalha. Sua serventia
ultrapassa o ataque visto que pode ser igualmente
considerada uma arma de guerra capaz de defender o
homem ou mulher que a empunha. Ela oferece proteção,
investidas e cortes ríspidos de magnetismos inferiores.

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CHAVE
Junto ao cadeado e à corrente, cria um ritual perfeito
para abertura de caminhos. Ela é aquela que literalmente
abre, desvencilha e desacorrenta tanto a parte boa
quanto a parte ruim que estava presa ou ocultada até
então.

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FERRO
Pertencente a Ogum, orixá sustentador de Exu, o ferro é
um elemento conhecido por suas propriedades
magísticas. Sólido e gélido, ele representa a proteção
estável ofertada por ambas as forças.

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COBRE
Expansor e potencializador energético, o cobre deve ser
usado sempre que acreditar ser necessário aumentar a
carga ectoplasmática presente no ritual.

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OURO
Ligado à mãe Oxum, dona de toda prosperidade, o ouro
tende a aparecer com maior frequência em firmezas e
oferendas que tem como objetivo agarrar as riquezas
materiais e imateriais da vida.

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PRATA
Exímia combatente. Age em defesa daquele que a coloca
em uso sem, no entanto, esgotar seu campo energético.

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PALHA DA COSTA
Item tradicional capaz de ocultar e preservar o sagrado
secreto e toda energia ao seu redor.

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IMÃ
O simbolismo do imã dita seu encargo: Atrair energias
específicas para si.

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ALAN BARBIERI

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www.alanbarbieri.com.br

TEMPLO
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