Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Instituto Biomédico
Curso de Graduação em Biomedicina
Habilitação em Análises clínicas
Niterói
2018
PALOMA COSTA SILVA
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à
Universidade Federal
Fluminense como requisito
parcial para obtenção do grau
de bacharel em Biomedicina.
Habilitação: Análises Clínicas
Niterói
2018
i
ii
Ficha catalográfica automática –
CDD -
iii
PALOMA COSTA SILVA
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à
Universidade Federal
Fluminense como requisito
parcial para obtenção do grau
de bacharel em Biomedicina.
Habilitação: Análises Clínicas
Aprovado em de de 2018
BANCA EXAMINADORA
A minha mãe, Maria Furtado, pelo amor, pela confiança, por acreditar na minha capacidade
de concluir meus objetivos e por colocar os meus estudos e minha felicidade em primeiro
lugar sempre.
Ao meu pai, Adalberto Alves, pelo amor, pela força e motivação de não medir esforços para
que eu pudesse estudar em uma ótima faculdade e por ter-me dado suporte todos esses anos.
A minha irmã, Pamela Costa, pelo incentivo, pelo carinho e por me acompanhar nessa
trajetória, sempre ao meu lado.
Aos meus amigos, por todo o apoio que me ajudou a seguir esses anos com mais
tranquilidade. A companhia e amizade de vocês foram essenciais para que o caminho fosse
mais agradável. Agradeço imensamente o carinho e principalmente por não desistirem de mim
nos meus piores momentos. Certamente sem vocês teria sido mais desafiador.
A minha co-orientadora, Luciana Domênico, por ter-me acompanhado e compartilhado seu
conhecimento com muita paciência. Por ter acreditado em mim, mesmo quando eu duvidava
da minha capacidade. Agradeço pela amizade e por ter estado presente durante todas as
adversidades. Você foi essencial em todo esse processo.
A minha orientadora, Luciene Weide, pelo suporte, incentivo e pela dedicação durante esses
períodos de orientação. Pelos conhecimentos compartilhados e por acreditar no meu potencial.
A Deus, ao Universo e a todas as forças maiores que me permitiram estar aqui nesse
momento. Por me ajudar a encontrar minha força interior e a construir minha auto confiança.
Por terem colocado pessoas maravilhosas na minha vida para que eu pudesse seguir o meu
caminho sem me sentir sozinha. Gratidão.
v
RESUMO
O Bisfenol (BPA) é utilizado em larga escala em todo mundo e é usado para fabricar
plásticos de policarbonato e resinas de epoxi que revestem a maioria das latas e embalagens
plásticas. O BPA é um interferente endócrino, pois se liga aos receptores de estrogênio, tendo
ação estrogênica (xenoestógeno), além de atuar como antagonista do receptor de androgênio e
do receptor do hormônio tireoidiano. Diante disso, a exposição do BPA tem efeitos diversos
no sistema reprodutor feminino, masculino e na tireoide. O objetivo do estudo foi realizar o
levantamento bibliográfico de artigos que relataram a interferência do BFA nos exames
laboratoriais relacionados à função reprodutiva e tireóidea. Para isso, foi realizado o
levantamento bibliográfico através de artigos científicos, dissertações e teses no período de
2000 a 2018, por meio de sites de busca: PubMed, Scielo e Medline; utilizando as seguintes
palavra-chaves: Bisfenol A, xenoestrógeno, hormônios sexuais masculinos e femininos,
ovário policístico e sêmen. Foram excluídos os artigos que abordavam a dosagem do BPA na
água e no solo. Foram selecionados 10 artigos relacionados à função reprodutora feminina e
14 relacionados ao sistema reprodutor masculino. Foram selecionados 9 artigos, relatando os
efeitos do BPA na tireóide. Em relação ao sistema reprodutor feminino, foi visto que
mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP) apresentam correlação positiva com a
exposição ao BPA. Foi observado nos estudos, aumento da relação LH:FSH e dos níveis de
andrógenos, prolactina e progesterona. Encontramos discordância em relação aos níveis de
estrogênio e LH. Em relação às alterações na função reprodutiva masculina, têm sido
apontadas alterações na qualidade do sêmen (diminuição na concentração, motilidade,
morfologia e volume de espermatozoides) e nos hormônios reprodutivos. Os estudos que
examinaram a correlação entre a exposição do BPA e os hormônios tireoidianos relataram
correlação inversa entre níveis de exposição do BPA e TSH. A correlação entre concentrações
de BPA e T3 e T4 ainda é controversa. Concluindo, a exposição ao BPA altera os níveis
hormonais relacionados à função reprodutiva e à tireoide, com alguns achados inconclusivos.
ABSTRACT
vi
Bisphenol (BPA) is widely used worldwide to manufacture polycarbonate plastics and
epoxy resins which coat the majority of cans and plastic packaging. BPA is an endocrine
disruptors because it binds to estrogen receptors, having estrogenic action (xenoestrogen), and
acts as an antagonist of the androgen receptor and thyroid hormone receptor. Therefore, BPA
exposure has different effects on male and female reproductive systems and also on thyroid
function. The aim of the study was to carry out a bibliographical survey of the main articles
that reported BFA interference in laboratory tests related to reproductive and thyroid function.
For that, a bibliographical research was done through scientific articles, dissertations and
theses from 2000 to 2018, through search sites: PubMed, Scielo and Medline; using the key
words: Bisphenol A, xenoestrogen, male and female sex hormones, polycystic ovary and
semen. Articles that addressed BPA dosage in water and soil were excluded. We selected 10
articles related to the female reproductive function and 14 related to the male reproductive
system. We selected 9 articles, reporting the effects of BPA on the thyroid. Regarding the
female reproductive system, it was observed that women with Polycystic Ovarian Syndrome
(PCOS) presented a positive correlation with BPA exposure. Increased LH: FSH, androgen,
prolactin and progesterone levels were observed in the studies. We found disagreement in the
studies that had evaluated estrogen and LH levels. In relation to the alterations in the male
reproductive function, changes in semen quality (decrease in concentration, mobility,
morphology and volume of spermatozoa) and reproductive hormones have been reported.
Studies examining the correlation between BPA exposure and thyroid hormones reported an
inverse correlation between BPA and TSH exposure levels. The correlation between
concentrations of BPA, T3 and T4 is still controversial. In conclusion, exposure to BPA
changes hormone levels related to reproductive and thyroid function, with some inconclusive
findings.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
vii
Figura 1 – Fórmula estrutural do bisfenol A. Apresenta dois anéis aromáticos com radicais
hidroxilas ligados na extremidade e dois grupos de metil.Fórmula molecular:
C15H16O2…………………………………………………………………………………....12
Figura 2 – Níveis hormonais nas fases dos ciclos menstruais. A Fase Folicular aumenta a
produção do hormônio folículo-estimulante (FSH). Na Fase Ovulatória níveis de estrogênio
continuam aumentando e o corpo começa a produzir o hormônio luteinizante (LH). Produção
de progesterona na Fase Lútea e queda do estrogênio………………………………………..17
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 3 – Tabela 2 Resultados dos artigos referentes ao Efeito do Bisfenol A nos Hormônios
Tireoidianos…………………………………………………………………………………..30
LISTA DE ABREVIATURAS
17OHP – 17hidroxiprogesterona
ix
AD – Androstenediona
AR – Receptor de Andrógenos
BPA – Bisfenol A
DHEA – Desidroepiandrostenediona
E2 – 17β-estradiol
ER – Receptor de Estrogênio
INB – Inibina B
LH – Hormônio Luteinizante
PRL – Prolactina
T3 – Triiodotironina
T4 – Tiroxina
T – Testosterona
TL – Testosterona Livre
TT – Testosterona Total
SUMÁRIO
x
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….11
1.5 Tireoide……………………………………………………………………………..20
2 OBJETIVOS ………………………………………………………………………….22
3 METODOLOGIA ……………………………………………………………………23
4 RESULTADOS ………………………………………………………………………24
5 DISCUSSÃO …………………………………………………………………………32
6 CONCLUSÃO ……………………………………………………………………….43
xi
1 INTRODUÇÃO
12
(ANKLEY et al., 1998; BAIRD, 2002; BIRKETT;LESTER, 2003; LINTELMANN et al.,
2003).
1.2 Bisfenol A
Figura 1 Fórmula estrutural do bisfenol A. Apresenta dois anéis aromáticos com radicais hidroxilas
ligados na extremidade e dois grupos de metil. Apresenta fórmula molecular: C15H16O2.
Fonte: profpc.com.br.
Cerca de 70% da produção de BPA (3,4 milhões de toneladas por ano) é usada para
produzir plásticos de policarbonato usados em uma variedade de produtos comuns (mídia,
automotiva, elétrica e eletrônica, produtos médicos, embalagens entre outros). Em torno de
20% do BPA é usado como componente essencial das resinas epoxi que são usadas
principalmente para revestir a superfície interna das latas metálicas de alimentos e bebidas.
Finalmente, o BPA é usado como antioxidante ou inibidor da polimerização.
13
exposição humana, principalmente de alimentos e água (KUBWABO et al., 2009). O uso
generalizado de BPA em produtos de consumo convencionais desencadeou uma discussão
científica sobre a atividade biológica dessa substância química. Devido à exposição humana
generalizada e constante, BPA pode ser encontrado em diversos fluidos biológicos como no
soro (KANDARAKI et al., 2011), urina (CALAFAT et al., 2008), saliva (JOSKOW et al.,
2006) e líquido amniótico (IKEZUKI et al., 2002).
Por via cutânea, nasal ou oral, os interferentes endócrinos são absorvidos e passam a
interferir no equilíbrio do sistema endócrino, rompendo a sequência natural dos mecanismos
de autorregulação. Tendo como exemplo o xenoestrógeno, sua ação estrogênica ou
antiestrogênica dependerá da concentração do ligante natural e do órgão-alvo específico, pois
a distribuição dos diferentes tipos de receptores de estrogênio (ER) ER -α e/ou ER-β, varia
conforme o tecido.
14
Verificou-se a atividade estrogênica do BPA via ER clássico (ER-α e ER-β) com
afinidade aproximadamente 10 vezes maior do ER-α em relação ao ER-β. No entanto, a
atividade do BPA é de 1000 a 10.000 vezes menor que a do 17β-estradiol (E2) demonstrando
propriedades fracamente estrogênicas (GOULD, LEONARD, MANESS, 1998; KUIPER,
LEMMEN, CARLSSON et al., 1998).
Além dos efeitos estrogênicos, tem sido relatada a atuação do BPA como um
antagonista do receptor de androgênio (AR) o qual interrompe a atividade normal de ligação e
interação entre o AR e os andrógenos, impedindo a regulação da transcrição dependente de
andrógeno (WETHERILL et al.,2007; NAKAMURA et al., 2010). Pode-se relacionar relatos
sobre a função reprodutiva e alterações funcionais endócrinas a partir do antagonismo do AR
e potenciais efeitos antiandrogênicos no sistema reprodutor masculino (BONEFELD-
JORGENSEN et al.,2007; VOM SALL e HUGHES, 2005). Também há evidências de estudos
indicando que o BPA atua como ligante fraco do receptor do hormônio tireoidiano (TR)
agindo como antagonista, bloqueia a secreção de TSH no nível hipofisário e suprime a
liberação de TSH (MORYAMA et al., 2002; ZOELLER et al., 2005; KANEKO et al., 2008).
15
1.2.2 Efeitos do Bisfenol A
1.2.3 Dose-resposta
16
1.3 Sistema Reprodutor Feminino
17
Figura 2 Níveis hormonais nas fases dos ciclos menstruais. A Fase Folicular aumenta a produção do
hormônio folículo-estimulante (FSH). Na Fase Ovulatória níveis de estrogênio continuam aumentando
e o corpo começa a produzir o hormônio luteinizante (LH). Produção de progesterona na Fase Lútea e
queda do estrogênio. Fonte: tuasaude.com/ciclo-menstrual/
18
1.3.2 Síndrome do Ovário Policístico e Bisfenol A
Dessa forma, a secreção de testosterona é regulada pelo LH que atua nas células de
Leydig. Por outro lado, a testosterona inibe a secreção de GnRH pelo hipotálamo e atua
diretamente nas gonadotrofinas, inibindo a secreção de LH. Porém, efeito inibitório a partir da
secreção de FSH apenas ocorre em altas concentrações. A glicoproteína, inibina B, é
produzida pelas células de Sertoli, e atua na retroalimentação negativa da secreção hipofisária
de FSH. Para perfeita atuação da inibina B é necessário as células de Sertoli suficientes,
estímulo do FSH e espermatogênese (AIRES, 2012b)
1.5 Tireoide
21
A tireoide sintetiza os hormônios tireoidianos (HTs): T4 e 3,5,3' -L-tri-iodotironina
(T3), que é hormônio biologicamente ativo. O T3 e o T4 possuem molécula de iodo na sua
estrutura que é essencial para a composição dos HTs. O iodo também influencia em aspectos
da função e crescimento da tireoide por um mecanismo autorregulatório. A tireóide é
controlada conforme a disponibilidade de iodo nas células, de maneira independente do
hormônio estimulador da tireoide (TSH). O TSH estimula as etapas da biossíntese dos HTs,
hiperplasia e hipertrofia das células foliculares (AIRES, 2012c).
Apenas uma parte dos HTs encontram-se livres no plasma, pois eles têm grande
afinidade, de forma reversível, a várias proteínas transportadoras como por exemplo a
proteína ligadora de tiroxina (TBG), albumina e lipoproteínas. Apenas o hormônio livre tem
ação fisiológica, e os HTs ligados à proteínas transportadoras servem de reservatório, apenas
liberando uma pequena fração de T4 e T3 na forma livre (0,04% e 0,4%, respectivamente) para
as células (AIRES, 2012c).
O papel dos HTs na função celular é de suma importância uma vez que os receptores
dos HTs estão em todos os tecidos do organismo. Além de atuar na regulação do metabolismo
celular, exerce efeitos em órgãos específicos no desenvolvimento gestacional e após o
nascimento. A grande variabilidade na expressão e regulação dos receptores da tireoide e dos
genes responsivos nos diferentes tecidos é responsável pelo amplo espectro de ação, agindo
com diversos efeitos, entre eles: na termogênese, no crescimento normal e na maturação
óssea, no crescimento, no desenvolvimento do sistema nervoso central e no metabolismo
(AIRES, 2012c).
22
2 OBJETIVOS
23
3 METODOLOGIA
24
4 RESULTADO
Nos 10 artigos selecionados sobre o sistema reprodutor feminino foi observado maior
concentração do BPA em mulheres com SOP em comparação à mulheres saudáveis
(TAKEUCHI, TSUTSUMI et al., 2002; TAKEUCHI et al., 2004; KANDARAKI et al., 2010;
TARANTINO et al., 2013; AKIN et al.,2015; MIAO et al., 2015; VAHEDI et al., 2016; HU
et al., 2017; RASHIDI et al., 2017; KONIECZNA et al., 2018). Foi encontrado maior
concentração sérica de LH, testosterona total e livre, androstenediona, DHEAS, prolactina,
17OH progesterona, progesterona e relação LH/FSH em mulheres com SOP, comparadas às
mulheres saudáveis (TAKEUCHI, TSUTSUMI et al., 2002; TAKEUCHI et al., 2004;
KANDARAKI et al., 2010; TARANTINO et al., 2013; AKIN et al.,2015; MIAO et al., 2015;
HU et al., 2017; KONIECZNA et al., 2018). Dois artigos, relataram achados opostos em
relação aos níveis de SHBG: menor concentração (KANDARAKI et al., 2011) e maior
concentração de SHBG (AKIN et al., 2015) em mulheres com SOP, comparadas a mulheres
saudáveis. Miao et al., 2015 observaram correlação positiva entre BPA e níveis séricos de E2
e menores níveis de LH em mulheres com maior exposição ao BPA (MIAO et al., 2015).
Konieczna et al., 2018 encontraram concentrações séricas menores de E2 em mulheres com
SOP quando comparado à mulheres saudáveis, além de observarem que mulheres com SOP
obtiveram níveis séricos significativamente maiores de LH em relação ao grupo de mulheres
saudáveis (KONIECZA et al., 2018) (Tabela 1).
26
observaram correlação entre BPA e níveis séricos de T3 e T4 livre e total em neonatos (Tabela
3).
Tabela 1 Resultados dos artigos referentes ao Efeito do Bisfenol A no Sistema Reprodutor Feminino.
Takeuchi, Soro TT, TL, E2, AD, LH, FSH, Correlações positivas entre as
Tsutsumi, DHEAS PRL concentrações séricas de BPA e
2002 testosterona total e livre em todas as
mulheres do estudo
Takeuchi et Soro TT, TL, E2, AD, LH, FSH, Concentrações séricas de BPA foram
al., 2004ª DHEAS PRL significativamente correlacionadas com
concentrações séricas de andrógenos em
ambos grupos
Kandaraki et Soro TT, AD, E2 , LH, FSH Níveis séricos de testosterona, DHEAS,
al., 2010 DHEAS, SHBG 17-OHP, LH/FSH e FAI foram
significativamente maiores em todo grupo
SOP
Kandaraki et Soro TT, AD, E2 , LH, FSH Níveis séricos de testosterona, DHEAS,
al., 2010 DHEAS, SHBG 17-OHP, LH/FSH e FAI foram
significativamente maiores em todo grupo
SOP
Miao et al., Soro, urina E2, PGR LH, FSH, Mulheres com maior exposição ao BPA
2015 PRL apresentaram menores níveis de LH e
maiores de E2
27
Associação positiva entre o BPA urinário
e o E2 no grupo exposto
Akin et al., Soro TT, TL, AD, E2, LH, FSH Níveis de BPA foram positivamente
2015 17OHP, correlacionados com testosterona total e
DHEAS, SHGB livre e DHEA em todas as mulheres.
Hu et al., Soro, TT, TL, AD, E2, LH, PRL, Concentrações maiores de testosterona
2017 fluido DHEAS relação livre e total e androstenediona em
folicular LH:FSH pacientes com SOP
Konieczna et Soro TT, E2, PRL, LH, FSH, Níveis maiores de testosterona total,
al., 2018 17OHP, DHEA PRL androstenediona, DHEAS e FAI em
mulheres com SOP
Tabela 2 Resultados dos artigos referentes ao Efeito do Bisfenol A no Sistema Reprodutor Masculino.
Galloway et Urina 24h TT, TL, TB, ________ Maior excreção diária de BPA
al., 2010 E2, SHBG associada com maior concentração
de testosterona total.
Não foi encontrado associações com
outras medidas hormonais.
28
(homens da população)
Zhou et al., Soro TT, TL, AD, ________ Associação inversa entre a
2013 E2, INB, concentração sérica de BPA e níveis
SHBG de TL, AD e FAI, e aumento dos
FSH, PRL níveis de SHBG
FAI (homens com e sem exposição
ocupacional)
29
Knoz et al., Urina ________ Concentração e Associação inversa entre
2014 Semen contagem total concentração urinária de BPA e
espermática, vitalidade, concentração e contagem
motilidade, total espermática
vitalidade, volume, (homens submetidos à fertilização in
morfologia vitro)
Zhvang et al., Soro TT, AD, ________ Aumento dos níveis sérico de BPA
2014 INB, SHBG associado ao aumento do SHBG e
diminuição de AD para homens
expostos acima de 5 anos de
ocupação.
Não houve associação para níveis de
TT e INB
(homens com e sem exposição
ocupacional)
Liu et al. Urina T, TL, AD, ________ Aumento do nível urinário de BPA
2015 Soro E2, INB, associado ao aumento dos níveis de
SHBG PRL, E2 e SHBG, e diminuição de
FSH, PRL AD e FAI.
Não houve associação para T, TL e
INB
(homens com e sem exposição
ocupacional)
30
Adoamnei et Urina T, E2, INB Concentração e Associação positiva entre
al., 2018 Soro LH, FSH contagem total concentração urinária de BPA e
Semen espermática, níveis séricos de LH
motilidade, Concentração urinária de BPA
morfologia, volume inversamente associada à
concentração espermatica
Não encontrada nenhuma associação
com outros parâmetros seminais e
hormonais.
(homens jovens universitários)
Tabela 3 Resultados dos artigos referentes ao Efeito do Bisfenol A nos hormônios tireoidianos
Wang et al., 2012 Urina, soro TSH. T3 livre e total, Correlação positiva entre os níveris
T4 livre e total urinários de BPA e níveis séricos de
T3 livre.
Níveis séricos de TSH diminuiram
31
com o aumento dos níveis urinários
de BPA, embora não significativos.
Wang et al., 2013 Urina, soro TSH, T3 livre, BPA diretamente correlacionado à
T4 livre T3 livre e inverversamente ao TSH
em homens e mulheres.
Não foi encontrado correlação com
T4 livre
Romano et al., 2015 Urina, soro TSH,T3 livre e total, Correlação inversa entre exposição
materno e cordão T4 livre e total pré natal ao BPA e o TSH em
umbilical recém-nascidos do sexo feminino
(mas não do sexo masculino).
Não observou relação entre medidas
pré natais de BPA e as
concentrações séricas maternas dos
HTs ou com as concentrações
séricas de T4 ou T3 do cordão
umbilical.
Aung et al., 2017 Urina e plasma TSH, T3 total, BPA urinário foi inversamente
materno T4 livre e total correlacionado TSH (de maneira
consistente durante a gravidez) e
positivamente com o T4 livre.
Minatoya et al. 2017 Soro do cordão TSH, T4 livre Nenhuma correlação foi encontrada
umbilical entre níveis de BPA e hormônios
tireoidianos.
(neonatos)
Sanlidag et al., 2018 Soro do cordão TSH, T4 livre Não foi encontrado nenhum efeito
umbilical significativo nos hormônios
tireoidianos.
(recém nascidos)
32
5 DISCUSSÃO
Os efeitos adversos do BPA sobre o sistema reprodutor vêm sendo considerado com
grande relevância, porém ainda com dados inconsistentes, seja em roedores como também em
humanos. Os estudos relatando mudanças na função reprodutiva masculina têm sido
disseminado e apontado como importante para a saúde pública. Estudos mostram alterações
significativas na qualidade do sêmen e dos hormônios reprodutivos, ainda com certas
discordâncias e inconclusivos.
Meeker et al., 2010 relataram correlação positiva dos níveis de BPA urinário com um
aumento no dano do DNA do espermatozóide medido como a porcentagem de DNA
fragmento na cauda do cometa analisado por Ensaio Cometa (MEEKER et al., 2010). Outro
estudo relata a diminuição na fragmentação do DNA quando correlacionada ao aumento da
concentração urinária de BPA (GOLDSTONE et al.2015), sugerindo menos dano no DNA
espermático. Foi observado aumento da dissomia total do cromossomo dos espermatozóides
em maiores níveis urinários de BPA (RODWAN et al., 2018).
33
Estudos em animais também relatam efeitos prejudiciais da exposição ao BPA em
relação a qualidade do sêmen, podendo afetar órgãos do sistema reprodutor masculino,
incluindo os testículos, espermatozóides, vesículas seminais e a produção dos
espermatozoides (RICHTER et al, 2007) com impacto adverso direto na espermatogênese
(TOYAMA et al., 2004). A exposição ao BPA em roedores ocasionou efeitos adversos na
motilidade espermática (DOBRZYNSKA e RADZIKOWSKA, 2013; QUIGNOT et al., 2012)
e em outros parâmetros espermáticos como contagem de espermatozóides do epidídimo (AL-
HIYASAT et al., 2002 DOBRZYNSKA e RADZIKOWSKA, 2013; QIU et al., 2013;
QUIGNOT et al., 2012). Foi relatado também interferências na função das células de Leydig,
com efeito na redução da biossíntese de testosterona e das células de Sertoli, com
comprometimento da espermatogênese em ratos e em células de ratos (AKINGBEMI et al.,
2004; LI et al., 2009; SALIAN et al., 2009). Além disso, o BPA afeta diversos tecidos e
estruturas celulares dos órgãos sexuais masculinos através de mecanismos que incluem
possíveis efeitos epigenéticos (WETHERILL et al., 2007) e seu efeito estrogênico pode
interferir no equilíbrio hormonal, impactando a espermatogênese.
A SHBG é uma glicoproteína que se liga aos hormônios sexuais a fim de transportar,
especificamente, a testosterona e ao estradiol. Foi descoberto que tanto o E2 como seus
metabólitos poderiam induzir e aumentar a expressão da SHBG (GREGORASZCZUK et al.,
2011). O BPA, com sua atividade estrogênica, pode combinar-se competitivamente com os
ER para aumentar a concentração de E2 no soro, e desse modo, E2 e seus metabólitos podem
induzir a expressão protéica da SHBG, aumentando sua concentração sérica (ZHVANG et al.
2014). E esses dados colaboram com os achados de maior níveis de SHBG e E2 em maiores
concentrações de BPA Substâncias mimetizadoras de E2, geralmente ligantes fracos de
SHBG, serão mais acessíveis à captação celular e à ativação de ER do que os ligantes de
SHBG potentes, como E2 e testosterona (CRAIN et al., 1998). Estudos realizados com
trabalhadores expostos e não expostos ao BPA observaram correlação negativa entre os níveis
de BPA e níveis séricos de androstenediona, assim como foi observada correlação positiva
entre os níveis de BPA e níveis séricos de SHBG (ZHOU et al., 2013; ZHVANG et al., 2014;
LIU et al., 2015). Colaborando com esses achados, Mendiola et al., 2010 também observaram
correlação positiva entre os níveis urinários de BPA e séricos SHBG. Porém, em contradição
aos estudos acima, Galloway et al., 2010 não observaram correlação entre concentração
urinária de BPA e SHBG em homens da população geral (GALLOWAY et al., 2010). Liu et
al., 2015 propôs que como o SHBG diminui com alto nível de andrógenos e aumenta com o
35
estrogênio, o BPA pode exercer seus efeitos sobre SHBG, aumentando a ação estrogênica ou
diminuindo a ação androgênica (LIU et al. 2015).
Reforçando os achados de Liu et al., 2015, foi visto em filhotes de ratos Fisher 344
neonatos expostos ao BPA um aumento no nível sérico de prolactina (KHURANA et al.,
2000; LIU et al., 2015), e ainda, outros estudos também observaram uma associação positiva
entre a exposição ao BPA e o nível de prolactina (STOKER et al., 1999; TOHEI et al., 2001;
YOUN et al., 2002). Como explicação, foi proposto que, como o estrogênio pode estimular a
36
prolactina atuando na hipófise, é provável que o aumento da concentração de BPA (após
exposição de BPA) contribua para o aumento no nível de prolactina, uma vez que o BPA é
xenoestrógeno (LIU et al., 2015). A hiperprolactinemia em ratos, mesmo quando leve a
moderada, afeta a qualidade dos espermatozoides maduros e seu potencial de fertilização
(ALEEM et al., 2005).
37
da aromatase pelo BPA, outra explicação alternativa sugerida no estudo foi que uma
diminuição da relação E2:T pode envolver efeitos diferenciais da exposição ao BPA no
metabolismo da testosterona e do estradiol (MEEKER et al., 2010a).
Estudos in vitro e in vivo também apresentam desconformidades entre si. Em 2017 foi
demonstrado que o BPA reduz a produção de testosterona em explantes de testículos humanos
(DESDOITS-LETHIMONIER et al., 2017). Ainda, diversos estudos demonstram que
roedores expostos ao BPA durante o período peripuberal exibem um menor nível de
testosterona (AKINGBEMI et al., 2004; HERATH et al., 2004; RICHTER et al., 2007) e
contagem de espermatozoides do epidídimo (HERATH et al., 2004). No entanto, em outros
estudos, não foi observado nenhum efeito do BPA sobre os parâmetros reprodutivos em
roedores adultos machos (EMA et al., 2001; TYL et al., 2002).
Em relação aos efeitos do BPA sobre o aparelho reprodutor feminino, é sabido que a
SOP é uma desordem de ordem multifatorial, ainda com etiologia desconhecida, que pode
surgir a através da combinação de fatores genéticos e predisposição ambiental. A SOP pode
levar à resistência à insulina e hiperandrogenismo, que em grande parte caracteriza essa
doença. Mulheres com SOP apresentam aumento da secreção do GnRH, LH e diminuição dos
níveis de FSH (BURT SOLORZANO et al., 2012). Isso ocorre devido a supressão do padrão
fisiológico de liberação do GnRH. A diminuição da secreção pulsátil do GnRH, da
progesterona e o aumento dos andrógenos, favorecem a secreção de LH sobre o FSH e
38
prejudica o desenvolvimento folicular (PASTOR et al., 1998). O aumento da frequência da
pulsação do LH desencadeia o aumento da produção de andrógenos pelas células da teca,
enquanto a ação compensatória enzimática da aromatase aos estrogênios é prejudicada,
devidos aos níveis menores de FSH, os quais fisiologicamente deveriam estar aumentados.
Como consequência, um ambiente hiperandrogênicas e anovulatório é desenvolvido nesses
casos (SOLORZANO et al. 2012).
Em discordância, Miao et al., 2015 observaram correlação positiva entre BPA urinário
e o E2 em grupo exposto ao BPA ocupacionalmente; enquanto Konieczna et al., 2018
observaram concentrações séricas menores de E2 em mulheres com SOP comparadas a
mulheres saudáveis (MIAO et al., 2015; KONIECZA et al., 2018). Outra divergência ocorreu
em relação aos níveis de LH. Miao et al., 2015 observaram que mulheres com maior
exposição ao BPA apresentavam menores níveis de LH (MIAO et al., 2015). Kinieczna et al.,
2018 observaram níveis menores de E2 em mulheres com SOP, enquanto Miao et al., 2015
relataram correlação positiva entre o BPA urinário e o E2 no grupo de mulheres expostas ao
BPA (não houve correlação significativa com o grupo não exposto). Tarantino et al., 2013
relataram que níveis mais altos de BPA nas mulheres com SOP estavam associados com FAI,
e Konieczna et al. 2018 relataram que o FAI estava maior em mulheres com SOP
(TARANTINO et al., 2013; KONIECZNA et al., 2018).
39
biossíntese de esteróides gonadais (ZHOU, LIU e LIAO, 2008). Estudos apontam que a
desregulação desta enzima tem como resultado o aumento da produção de andrógenos pelos
ovários (ROSENFIELD, BARNES e CARA, 1990) através de uma via pela qual o BPA pode
contribuir para a etiologia da SOP (DIAMANTI-KANDARAKIS, CHRISTAKOU e
MARINAKIS, 2012).
É possível que ao se ligar à SHBG, o BPA desloca uma quantidade dos andrógenos
ligados, levando a níveis mais altos de andrógenos livres (DECHAUD et al., 1999). Outra
40
possibilidade é a interferência do BPA no catabolismo androgênico, pois se a depuração de
andrógenos for prejudicada pela exposição ao BPA, isto poderia ser uma causa de excesso de
andrógenos na SOP. Em fígado de ratos, a administração de BPA reduziu os níveis de
enzimas necessárias para a hidroxilação da testosterona (HANIOKA et al., 1998), porém essa
hipótese ainda não foi validada nos seres humanos.
41
(SRIPHRAPRADANG et al., 2013) e em trabalhadores expostos ao BPA (WANG et al.
2012).
A correlação entre a concentração de BPA e os HTs foi mais forte quando medido nas
gestantes com 26° semanas (CHEVRIER et al. 2013) e 16° semanas (ROMANO et al., 2015),
sugerindo que a exposição ao BPA no final da gestação tenha maior influência nos níveis de
TSH dos recém-nascidos e das gestantes. Em contraste com ambos estudos, Aung et al., 2017
observou correlações entre BPA e os HTs em diferentes períodos da gestação, suportando a
hipótese de que não há janelas de vulnerabilidade (AUNG et al., 2017).
Assim como nos estudos em humanos, estudos em animais também não são
consistentes sobre a correlação do BPA e dos hormônios tireoidianos. O BPA foi associado ao
aumento dos níveis dos Hts em ratas prenhas quando administradas com o BPA, sendo
compatível com a síndrome de resistência aos Hts (ZOELLER, BANSAL e PARRIS, 2005;
SUN et al., 2009). Foi observada que a exposição ao BPA em ratas durante a gravidez e
lactação, aumentou os níveis séricos de T4 total nos filhotes machos e fêmeas, enquanto o
TSH sérico não foi alterado (ZOELLER, BANSAL e PARRIS, 2005). XU et al., 2015
sugeriram que a exposição ao BPA durante a gravidez estava relacionada a alterações no T4
livre apenas em filhotes machos (XU et al., 2007). Enquanto outro estudo não observou efeito
do BPA na função da tireoide para filhotes machos e fêmeas (KOBAYASHI et al., 2005).
42
Algumas explicações para os achados dos HTs são sugeridas. Um estudo em anfíbios
relatou que o BPA suprime a liberação de TSH na hipófise de maneira independente tanto por
mecanismo de feedback, quanto pela atividade estrogênica do BPA (KANEKO et al., 2008).
Outra explicação para a relação inversa entre o BPA e o TSH pode ser pelo fato de os
hormônios circulantes T3 e T4 também inibirem a síntese de TSH via ligação ao receptor na
hipófise (AHMED et al., 2008). Aung et al., 2017 sugeriram que a falta de associações
consistentes, ocorra porque o TSH é um biomarcador mais sensível em comparação aos HTs
(AUNG et al., 2017).
A inconsistência dos dados pode ser devida a diversos fatores como diferentes
métodos de dosagens do BPA, diferentes fluidos biológicos, tamanho da amostra, diferença
da população do estudo e quantidade de amostras analisadas. Além disso, é discutido que
medições únicas de urina local estimam exposição recente e não tem capacidade de
caracterizar exposição à longo prazo (BARR et al., 2015). Da mesma forma, é difícil imitar
em modelos animais a exposição fisiológica do BPA em seres humanos uma vez que a via do
metabolismo do BPA é diferente em ambos. Em humanos, o BPA absorvido por via oral é
metabolizado no fígado e adentra a circulação sanguínea, enquanto doses orais de BPA em
roedores são excretadas pela bile com reabsorção através do intestino – o que não ocorre em
humanos (WANG et al., 2013). Além disso, ambientalmente o ser humano está exposto
cronicamente e em baixo nível ao BPA, enquanto experimentos em animais normalmente
ocorre com exposições agudas a doses relativamente altas quando comparada aos humanos, o
que dificulta a comparação dos experimentos em humanos e em animais.
43
6 CONCLUSÃO
O BPA é uma das substâncias químicas mais abundantes produzidas no mundo, sendo
utilizado na fabricação de plásticos de policarbonato e resinas de epoxi que revestem a
maioria das latas e embalagens plásticas, tendo como os alimentos o meio de maior exposição
ao composto. Atua como interferente endócrino, como um agonista do receptor de E2,
(xenoestrógeno) e como antagonista do receptor de andrógenos e dos HTs. Dessa forma, são
detectadas prováveis alterações hormonais nos exames laboratoriais relacionados à função
reprodutiva e da tireóide. A literatura vem mostrando a importância de realizar mais estudos
clínicos a fim de se entender, a longo prazo, os potenciais efeitos do BPA na fisiopatologia do
sistema reprodutor e na tireoide. O presente estudo relatou os efeitos do BPA na patogênese
da SOP, na perda da qualidade do sêmen, na síntese e secreção dos hormônios reprodutivos e
tireoidianos, porém ainda de maneira inconclusiva. Visto isso, é necessário mais evidências
para confirmar o potencial efeito do BPA na fisiopatologia humana.
44
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIRES, M.M. Fisiologia. Ed. Guanabara Koogan. 4ª Edição, Rio de Janeiro, 2012a. 1120 p
AIRES, M.M. Fisiologia. Ed. Guanabara Koogan. 4ª Edição, Rio de Janeiro, 2012b. 1116 p
AIRES, M.M. Fisiologia. Ed. Guanabara Koogan. 4ª Edição, Rio de Janeiro, 2012c. 1055 p
AKIN, L. et al. The endocrine disruptor bisphenol A may play a role in the aetiopathogenesis
of polycystic ovary syndrome in adolescent girls. Acta Paediatrica, [s.l.], v. 104, n. 4, p.171-
177, 3 fev. 2015
45
AKINGBEMI, B. T. et al. Inhibition of Testicular Steroidogenesis by the Xenoestrogen
Bisphenol A Is Associated with Reduced Pituitary Luteinizing Hormone Secretion and
Decreased Steroidogenic Enzyme Gene Expression in Rat Leydig Cells. Endocrinology,
[s.l.], v. 145, n. 2, p.592-603, fev. 2004.
ANAWALT, B. D. et al. Serum inhibin B levels reflect Sertoli cell function in normal men
and men with testicular dysfunction. The Journal Of Clinical Endocrinology &
Metabolism, [s.l.], v. 81, n. 9, p.3341-3345, set. 1996.
46
BOAS, M.; FELDT-RASMUSSEN, U.; MAIN, K. M.. Thyroid effects of endocrine
disrupting chemicals. Molecular And Cellular Endocrinology, [s.l.], v. 355, n. 2, p.240-248,
maio 2012
CAO, L. Y. et al. Bisphenol AF and Bisphenol B Exert Higher Estrogenic Effects than
Bisphenol A via G Protein-Coupled Estrogen Receptor Pathway. Environmental Science &
Technology, [s.l.], v. 51, n. 19, p.11423-11430, 14 set. 2017.
47
CESAR, Paulo. Canadá proíbe o uso de policarbonato na confecção de
mamadeiras. Disponível em: <profpc.com.br>. Acesso em: 17 jan. 2011
CHEN, D. et al. Bisphenol Analogues Other Than BPA: Environmental Occurrence, Human
Exposure, and Toxicity—A Review. Environmental Science & Technology, [s.l.], v. 50, n.
11, p.5438-5453, 17 maio 2016.
CHEVRIER, J. et al. Maternal Urinary Bisphenol A during Pregnancy and Maternal and
Neonatal Thyroid Function in the CHAMACOS Study. Environmental Health Perspectives,
[s.l.], v. 121, n. 1, p.138-144, jan. 2013.
DUNAIF, A. Insulin Resistance and the Polycystic Ovary Syndrome: Mechanism and
Implications for Pathogenesis1. Endocrine Reviews, [s.l.], v. 18, n. 6, p.774-800, dez. 1997.
EHRMANN, D. A.. Polycystic Ovary Syndrome. New England Journal Of Medicine, [s.l.],
v. 352, n. 12, p.1223-1236, 24 mar. 2005.
ELADAK, S. et al. A new chapter in the bisphenol A story: bisphenol S and bisphenol F are
not safe alternatives to this compound. Fertility And Sterility, [s.l.], v. 103, n. 1, p.11-21,
jan. 2015.
49
FERNÁNDEZ, M. et al. Neonatal Exposure to Bisphenol A and Reproductive and Endocrine
Alterations Resembling the Polycystic Ovarian Syndrome in Adult Rats. Environmental
Health Perspectives, [s.l.], v. 118, n. 9, p.1217-1222, set. 2010.
GALLOWAY, T. et al. Daily Bisphenol A Excretion and Associations with Sex Hormone
Concentrations: Results from the InCHIANTI Adult Population Study. Environmental
Health Perspectives, [s.l.], v. 118, n. 11, p.1603-1608, 25 ago. 2010.
GOULD, J. C. et al. Bisphenol A interacts with the estrogen receptor α in a distinct manner
from estradiol. Molecular And Cellular Endocrinology, [s.l.], v. 142, n. 1-2, p.203-214, jul.
1998.
GREGORASZCZUK, E.; PTAK, A.; WROBEL, A.. The ability of hydroxylated estrogens
(2-OH-E2 and 4-OH-E2) to increase of SHBG gene, protein expression and intracellular
levels in MCF-7 cells line. Endocrine Regulations, [s.l.], v. 45, n. 3, p.125-130, 2011.
50
GRÜN, F., BLUMBERG, B. Perturbed nuclear receptor signaling by environmental
obesogens as emerging factors in the obesity crisis. Reviews In Endocrine And Metabolic
Disorders, [s.l.], v. 8, n. 2, p.161-171, 27 jul. 2007.
HU, Y. et al. The association between the environmental endocrine disruptor bisphenol A and
polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta-analysis. Gynecological
Endocrinology, [s.l.], v. 34, n. 5, p.370-377, 30 nov. 2017.
51
IKEZUKI, Y. et al. Determination of bisphenol A concentrations in human biological fluids
reveals significant early prenatal exposure. Human Reproduction, [s.l.], v. 17, n. 11, p.2839-
2841, 1 nov. 2002.
KANEKO, M. et al. Bisphenol A acts differently from and independently of thyroid hormone
in suppressing thyrotropin release from the bullfrog pituitary. General And Comparative
Endocrinology, [s.l.], v. 155, n. 3, p.574-580, fev. 2008.
KATO, H. Changes in reproductive organs of female rats treated with bisphenol A during the
neonatal period. Reproductive Toxicology, [s.l.], v. 17, n. 3, p.283-288, jun. 2003.
52
KILFOY, B. A. et al. Gender is an Age-Specific Effect Modifier for Papillary Cancers of the
Thyroid Gland. Cancer Epidemiology Biomarkers & Prevention, [s.l.], v. 18, n. 4, p.1092-
1100, 31 mar. 2009.
KORTENKAMP, A. Low dose mixture effects of endocrine disrupters: implications for risk
assessment and epidemiology. International Journal Of Andrology, [s.l.], v. 31, n. 2, p.233-
240, abr. 2008.
KNEZ, J. et al. Are urinary bisphenol A levels in men related to semen quality and embryo
development after medically assisted reproduction? Fertility And Sterility, [s.l.], v. 101, n. 1,
p.215-221.e5, jan. 2014.
53
KUBWABO, C. et al. Migration of bisphenol A from plastic baby bottles, baby bottle liners
and reusable polycarbonate drinking bottles. Food Additives & Contaminants: Part A, [s.l.],
v. 26, n. 6, p.928-937, jun. 2009.
LI, Yuan-jie et al. Bisphenol A Exposure Induces Apoptosis and Upregulation of Fas/FasL
and Caspase-3 Expression in the Testes of Mice. Toxicological Sciences, [s.l.], v. 108, n. 2,
p.427-436, 4 fev. 2009.
54
LI, D. et al. Urine bisphenol-A (BPA) level in relation to semen quality. Fertility And
Sterility, [s.l.], v. 95, n. 2, p.625-630.e4, fev. 2011.
MEEKER, J. D. et al. Semen quality and sperm DNA damage in relation to urinary bisphenol
A among men from an infertility clinic☆☆☆. Reproductive Toxicology, [s.l.], v. 30, n. 4,
p.532-539, dez. 2010b.
55
MIAO, M. et al. Associations between Bisphenol A Exposure and Reproductive Hormones
among Female Workers. International Journal Of Environmental Research And Public
Health, [s.l.], v. 12, n. 10, p.13240-13250, 22 out. 2015.
MINATOYA, M. et al. Cord Blood Bisphenol A Levels and Reproductive and Thyroid
Hormone Levels of Neonates. Epidemiology, [s.l.], v. 28, p.S3-S9, out. 2017.
56
NEWBOLD, R. R.; JEFFERSON, W. N.; PADILLA-BANKS, E. Prenatal Exposure to
Bisphenol A at Environmentally Relevant Doses Adversely Affects the Murine Female
Reproductive Tract Later in Life. Environmental Health Perspectives, [s.l.], v. 117, n. 6,
p.879-885, jun. 2009
RADWAN, M. et al. Urinary Bisphenol A Levels and Male Fertility. American Journal Of
Men's Health, [s.l.], v. 12, n. 6, p.2144-2151, 27 set. 2018.
57
RICHTER, C. A. et al. In vivo effects of bisphenol A in laboratory rodent
studies. Reproductive Toxicology, [s.l.], v. 24, n. 2, p.199-224, ago. 2007.
ROCHESTER, J. R.; BOLDEN, Ashley L.. Bisphenol S and F: A Systematic Review and
Comparison of the Hormonal Activity of Bisphenol A Substitutes. Environmental Health
Perspectives, [s.l.], v. 123, n. 7, p.643-650, jul. 2015.
ROMANO, M. E. et al. Gestational urinary bisphenol A and maternal and newborn thyroid
hormone concentrations: The HOME Study. Environmental Research, [s.l.], v. 138, p.453-
460, abr. 2015.
RUBIN, B. S.. Bisphenol A: An endocrine disruptor with widespread exposure and multiple
effects. The Journal Of Steroid Biochemistry And Molecular Biology, [s.l.], v. 127, n. 1-2,
p.27-34, out. 2011.
SALIAN, S.; DOSHI, T.; VANAGE, G.. Neonatal exposure of male rats to Bisphenol A
impairs fertility and expression of sertoli cell junctional proteins in the testis. Toxicology,
[s.l.], v. 265, n. 1-2, p.56-67, nov. 2009.
58
SEDICIAS, Sheila. Entenda tudo sobre o Ciclo Menstrual. Disponível em:
<tuasaude.com/ciclo-menstrual>. Acesso em: 10 out. 2018.
SELTENRICH, N. New Link in the Food Chain? Marine Plastic Pollution and Seafood
Safety. Environmental Health Perspectives, [s.l.], v. 123, n. 2, p. A34-A41, fev. 2015
SILVER, M. K. et al. Urinary Bisphenol A and Type-2 Diabetes in U.S. Adults: Data from
NHANES 2003-2008. Plos One, [s.l.], v. 6, n. 10, p.e26868, 26 out. 2011.
59
SUN, H. et al. Anti-thyroid hormone activity of bisphenol A, tetrabromobisphenol A and
tetrachlorobisphenol A in an improved reporter gene assay. Toxicology In Vitro, [s.l.], v. 23,
n. 5, p.950-954, ago. 2009.
TAKEUCHI, T. et al. Positive Relationship between Androgen and the Endocrine Disruptor,
Bisphenol A, in Normal Women and Women with Ovarian Dysfunction. Endocrine Journal,
[s.l.], v. 51, n. 2, p.165-169, 2004.
TAKEUCHI, Toru et al. Gender difference in serum bisphenol A levels may be caused by
liver UDP-glucuronosyltransferase activity in rats. Biochemical And Biophysical Research
Communications, [s.l.], v. 325, n. 2, p.549-554, dez. 2004b.
TARANTINO, G. et al. Bisphenol A in polycystic ovary syndrome and its association with
liver-spleen axis. Clinical Endocrinology, [s.l.], v. 78, n. 3, p.447-453, 25 jan. 2013.
60
TOYAMA, Y. et al. Adverse effects of bisphenol A to spermiogenesis in mice and
rats. Archives Of Histology And Cytology, [s.l.], v. 67, n. 4, p.373-381, 2004.
WANG, T. et al. Urinary Bisphenol A (BPA) Concentration Associates with Obesity and
Insulin Resistance. The Journal Of Clinical Endocrinology & Metabolism, [s.l.], v. 97, n.
2, p.E223-E227, fev. 2012.
WISNIEWSKI, P. et al. Adult exposure to bisphenol A (BPA) in Wistar rats reduces sperm
quality with disruption of the hypothalamic–pituitary–testicular axis. Toxicology, [s.l.], v.
329, p.1-9, mar. 2015.
VAHEDI, M. et al. Metabolic and endocrine effects of bisphenol A exposure in market seller
women with polycystic ovary syndrome. Environmental Science And Pollution Research,
[s.l.], v. 23, n. 23, p.23546-23550, 10 set. 2016.
VOM SAAL, F. S. V.; HUGHES, Claude. An Extensive New Literature Concerning Low-
Dose Effects of Bisphenol A Shows the Need for a New Risk Assessment. Environmental
Health Perspectives, [s.l.], v. 113, n. 8, p.926-933, ago. 2005.
XU, X. et al. Perinatal bisphenol A affects the behavior and SRC-1 expression of male pups
but does not influence on the thyroid hormone receptors and its responsive
gene. Neuroscience Research, [s.l.], v. 58, n. 2, p.149-155, jun. 2007.
62
YOUN, J. Y. et al. Evaluation of the immune response following exposure of mice to
bisphenol A: Induction of th1 cytokine and prolactin by BPA exposure in the mouse spleen
cells. Archives Of Pharmacal Research, [s.l.], v. 25, n. 6, p.946-953, dez. 2002.
WANG, F. et al. High urinary bisphenol A concentrations in workers and possible laboratory
abnormalities. Occupational And Environmental Medicine, [s.l.], v. 69, n. 9, p.679-684, 5
maio 2012.
ZHANG, Y. et al. Bisphenol A and estrogen induce proliferation of human thyroid tumor
cells via an estrogen-receptor-dependent pathway. Archives Of Biochemistry And
Biophysics, [s.l.], v. 633, p.29-39, nov. 2017.
ZHOU, Q. et al. Serum bisphenol-A concentration and sex hormone levels in men. Fertility
And Sterility, [s.l.], v. 100, n. 2, p.478-482, ago. 2013.
ZIV-GAL, A., FLAWS, J. A. Evidence for bisphenol A-induced female infertility: a review
(2007–2016). Fertility And Sterility, [s.l.], v. 106, n. 4, p.827-856, set. 2016
63
ZOELLER, R. T.; BANSAL, R.; PARRIS, C.. Bisphenol-A, an Environmental Contaminant
that Acts as a Thyroid Hormone Receptor Antagonistin Vitro, Increases Serum Thyroxine,
and Alters RC3/Neurogranin Expression in the Developing Rat Brain. Endocrinology, [s.l.],
v. 146, n. 2, p.607-612, fev. 2005.
64