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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Órgão Especial

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2281706-55.2021.8.26.0000 e código 191A09C5.
Registro: 2022.0000194811

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICARDO CINTRA TORRES DE CARVALHO, liberado nos autos em 21/03/2022 às 12:26 .
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Mandado de Segurança


Cível nº 2281706-55.2021.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que são
impetrantes MARCOS DA SILVA, MINERVINO FERREIRA DA SILVA,
MARLUCE FLORENTINO COSTA, MARINETE VENTURA, MARIA LINDALVA
SANTOS AFONSO, MARIA HELENA SILVA DOS OUROS, MARIA GEANE DE
ALMEIDA SILVA, MARCIA IZUMI WATANABE, MARCIO JOSE DE OLIVEIRA
ALVES, MARCIO ZANZARINI DIO GIMENEZ, MARIA ANTONIA DE MIRANDA
AZEVEDO, MARIA ALINE LIRA, MARIA ANGELA DOS ANJOS BOUÇAS,
MARIA DA CONCEICAO ALMEICA DOS SANTOS, MARIA EMILENE DA
CUNHA SANTOS, MARIA GORETE TEIXEIRA DE SOUZA SILVA, MARIA
MARGARIDA FRANÇA DE SOUZA, MARILI NUNES DA SILVA RUY, MARIA
EDUARDA MOREIRA, MARLI SANTOS GASPARINI, MARLI APARECIDA
MAGRIL, MAYANE DE MELO VALADARES QUEIROZ, LEONARDO LUCINDO
DE OLIVEIRA, JOSE ROQUE DE FREITAS, JOSEFA DE SOUZA, JOSIANE
ALVES MACHADO BATISTA, JOSUE DINIZ BARBOSA, KATIA CRISTINA
ALVES PAES, LUCIANA APARECIDA FALCONI QUEIROZ, LUCIANA OLIVEIRA
DA COSTA, LEANDRO COELHO DOS SANTOS, LEA LOLOBRIGIDA
CARVALHO DE ALMEIDA, MARCIA DOS SANTOS DINIZ LIMA, LIDIA
PAULINO DA SILVA, LILIAM CATARINA MARCIANO, LINDSY FERRAZ ASBEL
PIRES, LUCIENE SANTOS TORRES, LUCIMARA DOS SANTOS SANTANA,
LUZIA DE LIMA SOUSA CARVALHO, LUIZ FERNANDO MAGALHAES,
MADELEIDE FELIX DA SILVA, MARCELO BATISTA DE PADUA, JOSE
ROBERTO FERREIRA DOS SANTOS, VANDERLEI NOEMEG, SELMA CARLOS
SANTOS, SIDNEIA CAVALCANTI ALVES DA SILVA, SIDNEY FORTE, SILVIO
LUIZ SPINA, SIMONE MOURATO LACERDA OLIVEIRA, TANIA CARINA
RIBEIRO MARTINS REIS, TARSILA DO NASCIMENTO SANTOS, TEREZINHA
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DA SILVA RIBEIRO, VALDECI CONCEIÇÃO OLIVEIRA SANTOS, RUBENS
PACHECO DO NASCIMENTO, VANDA PEREIRA DE MELHO, VALDINEY
NOEMEG, VANDERLEI ALVES DOS SANTOS, VALDECI FERNANDES

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICARDO CINTRA TORRES DE CARVALHO, liberado nos autos em 21/03/2022 às 12:26 .
FERREIRA, VALDIRENE NARDOTTO TUPINAMBA, VILSANIA SOARES
PETEAN, VITAR TERESA DE OLIVEIRA, VIVIANE NASCIMENTO DOS
SANTOS, WILLIAM DE ASSUNÇÃO RAFAEL, WLADIMIR PEREIRA FIEDLER,
MICHELE LIMA DA SILVA, REGINALDO DE ALMEIDA, NATALINO DONIZETE
BARBOSA, NEUSA LUIZ MOREIRA, ODAIR RAMOS, OSWALDO GOMES DE
PAIVA JUNIOR, PATRICIA DOS SANTOS ALVES, PAULO HENRIQUE SILVA
ALVES, PAULO RIBEIRO DE AGUIAR, PAULO ROGERIO MOSCA DINIZ,
PRISCILA JULIANA DA LUZ, ROSEMARY MARIANO DE CAMARGO, REGIS
GONCALVES BARBOSA, RITA DE CASSIA REIS, RAQUEL SOUZA PINTO
FERREIRA, ROGERIO OLIVEIRA DE MATOS, ROSANA SANTOS DE SOUZA,
ROSANE BATISTA BISPO, ROSANGELA DE SOUSA FERREIRA, ROSANGELA
MARIA PEREIRA, ROSEANE SILVA DO CARMO, ADILSON GUI APARECIDO
DE SOUZA, CLAUDIA DOS SANTOS SILVA, ALEXANDRE SCHULTZ RAMOS,
ALEXSANDRA DE OLIVEIRA SOUZA, CARLOS ROBERTO COSTA VIEIRA,
CLAUDIA DE SOUSA SANTOS, CARLOS DONIZETI ZEFERINO DA SILVA,
CAROLINE DA SILVA ARAUJO, CELIA DA SILVA, CESAR CANDIDO
MARTINS, CLAUDIA CRISTINA RICO, ADRIANA APARECIDA FELIX, CLAUDIA
FERNANDA NUNES DA SILVA PINTO, CLAUDIO FRANCISCO DOS SANTOS,
CLEONILDES MIGUEL SOUSA DE ALELO, CLEUSA DE QUEIROZ
GONÇALVES, DALNEI KOBASHIGAWA, DANIELLE LUISA DA SILVA, DAVID
GONÇALVES DE SOUZA, DELIANE PATRICIA DA SILVA COUTO, DONIZETE
MOREIRA DA SILVA, EDNA ALVES FEITOSA, EVA SUELI DE FATIMA
CAMPOS, ANDERSON GONÇALVES VENCESLAU, ADRIANA LUCIA SODRE,
ALESSANDRA ELIZABETE AMANCIO BONFIM, ALESSANDRA LESSA PINTO,
ALEXANDRE DA ROCHA SILVA, ALINE DE OLIVEIRA BARROS, AMELIA
PAULA ALVES, AMILTON LEAL DE CARVALO, ANA LUCIA MACHADO
CHEREZ, ANA MARIA MORALE, AUGUSTO CESAR HELENO DE OLIVEIRA,

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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ANDRE DO CARMO FERNANDES, ANDREA PACHECO BOCUDO RAMOS,
ANDREIA MARIA DA SILVA RIBEIRO, ANDRESA DE PAULA LEOPOLDINO DA
SILVA, ANGELA DIAS LOPES, ANTONIO SERGIO ZEFERINO, APARECIDA

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GISELE DOS SANTOA, APARECIDO ROBESVAL CRISTOVAM DA COSTA,
ARNALDO BRAGA, JOSE MILTON FERREIRA LEITE, IVETE APARECIDA
FERREIRA DOS SANTOS, GILBERTO SOARES, GILMAR GENESIS DE
SOUZA, GILMARA MENESES BITENCOURT ELEUTERIO, GIOVANNI
FRANCISCO DA LAPA, GISELE SOUZA DA SILVA, HUMBERTO BOCUDO
NETO, INDAIA BARRETO CAVALCANTE CARDOSO, IRACI EVA DA COSTA
COELHO, IVANIA MARTINS DE ARAUJO, GUILHERME LUIZ NOGUEIRA DE
LIMA, JANAINA GOMES DE MACEDO, JULIO CESAR FERNANDES DE
MORAES, JAMES DE LIMA SIQUEIRA, JAMILE COELHO MENDES, JANDIR
JORGE DE SOUTO, JANETE CAROLINO OLIVEIRA, JOAO APARECIDO
GODOY DI IORIO, JOICE PIMENTEL DA SILVA, JOSE DO CARMO
SANTIAGO, EDIVALDO DE SOUZA SANTOS, FABIANA DOS SANTOS,
EDMILSON DE CARVALHO, EDNEI RAMOS DO NASCIMENTO, EDSON
NUNES SEBASTIAO, ELAINE APARECIDA LOPES NATAL, ELIANE ANETTE
ALMEIDA ARAUJO, ELIANE MELO RIBEIRO NUNES, ELIENE DA SILVA
BORGES LOPES, ELISANGELA DOS SANTOS PEREIRA MIRANDA, ERISTON
DOS SANTOS OLIVEIRA, FLAVIO BATISTA DE SOUZA JUNIOR, FABIO
ANTONIO DE SOUZA, FABIO DOS SANTOS GARCIA, FABIO PIRES DE
OLIVEIRA, FAGNER SOUZA CARVALHO, FERNANDA LOPES MARTINS
DANTAS, FERNANDA PAULA DA CONCEIÇÃO SILVA, FERNANDO DE
OLIVEIRA SANTOS, FERNANDO VIEIRA DE OLIVEIRA e FLAVIA RODRIGUES
ALVES DO AMARAL, é impetrado ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo,


proferir a seguinte decisão: "INDEFERIRAM A INICIAL E DENEGARAM A
SEGURANÇA. V.U. SUSTENTOU ORALMENTE O ADV. DR. DARIO

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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REISINGER FERREIRA.", de conformidade com o voto do Relator, que integra
este acórdão.

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O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores
RICARDO ANAFE (Presidente sem voto), LUCIANA BRESCIANI, ELCIO
TRUJILLO, LUIS FERNANDO NISHI, DÉCIO NOTARANGELI, JARBAS GOMES,
AROLDO VIOTTI, GUILHERME G. STRENGER, FERNANDO TORRES GARCIA,
XAVIER DE AQUINO, DAMIÃO COGAN, MOACIR PERES, FERREIRA
RODRIGUES, EVARISTO DOS SANTOS, FRANCISCO CASCONI, ADEMIR
BENEDITO, CAMPOS MELLO, VIANNA COTRIM, FÁBIO GOUVÊA, MATHEUS
FONTES, CRISTINA ZUCCHI, JACOB VALENTE, JAMES SIANO E COSTABILE
E SOLIMENE.

São Paulo, 16 de março de 2022.

TORRES DE CARVALHO
RELATOR
Assinatura Eletrônica

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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Voto nº MS-0082/22
Mandado de Segurança nº 2281706-55.2021 Órgão Especial
Imptes: Marcos da Silva e outros

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Impdo: Órgão Especial

MANDADO DE SEGURANÇA. Itaquaquecetuba. Servidores


públicos municipais. LCM nº 316/20 de 2-12-2020 declarada
inconstitucional. Suspensão do pagamento do adicional de
'nível universitário'. Impetração contra acórdão proferido pelo
Órgão Especial. Decisão judicial. Via eleita. Cabimento. O
'mandamus' tem por objeto o acórdão proferido na ADI nº
2085079-78.2021.8.26.0000, Órgão Especial, 22-9-2021, Rel.
Ferreira Rodrigues que, por unanimidade, declarou a
inconstitucionalidade da LM nº 316/20 de 2-12-2020 de
Itaquaquecetuba, ressalvada a irrepetibilidade dos valores
recebidos de boa-fé pelos servidores até a data da concessão da
liminar. Decisões judiciais são atacadas mediante os
instrumentos processuais previstos em lei; e o uso do remédio
constitucional como sucedâneo recursal ou com finalidade
rescisória é descabido. A admissão excepcional do 'mandamus'
contra ato judicial apenas se justifica em casos de manifesta
ilegalidade, abuso ou teratologia, inexistentes no caso dos
autos. No mais, ainda que os servidores sejam terceiros
atingidos pela decisão, não podem ser considerados 'terceiro
prejudicado', uma vez que a ação direta de
inconstitucionalidade, que não soluciona litígio, apenas se
pronuncia sobre a constitucionalidade de ato normativo.
Precedentes. Petição inicial indeferida. Segurança denegada.

1. Trata-se de mandado de segurança, com pedido


liminar, impetrado por servidores públicos do Município de Itaquaquecetuba,
contra o acórdão proferido na ADI nº 2085079-78.2021.8.26.0000, Órgão
Especial, 22-9-2021, Rel. Ferreira Rodrigues (fls. 2.752/2.761, aqui fls.
2.797/2.806), que julgou procedente a ação para declarar a
inconstitucionalidade da LCM nº 316/20 de 2-12-2020 do Município de

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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Itaquaquecetuba, que concedia o adicional de nível universitário aos
servidores que comprovassem graduação de nível superior, ressalvada a
irrepetibilidade dos valores recebidos de boa-fé pelos servidores até a

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concessão da liminar. Os impetrantes sustentam que desde 31-8-1992
possuem direito ao adicional de 50%, caso comprovado o nível universitário; a
longínqua previsão motiva há anos a graduação em nível superior; o adicional
foi devidamente instituído por lei, fato não questionado na Ação Direta de
Inconstitucionalidade; o princípio da eficiência e da moralidade estão
relacionados ao pagamento da verba, visto tratar-se de incentivo ao
funcionalismo público com prestígio da meritocracia; é adicional com origem
histórica que trata de forma igual a todos os servidores públicos, com
incentivo à busca de aprimoramento técnico e intelectual; a graduação
universitária está relacionada com a melhora na prestação do serviço público;
não foi enfrentado o caso concreto de cada servidor. Citam exemplos entre os
próprios impetrantes para provar que a Administração Pública torna-se mais
eficiente, com profissionais melhores qualificados. Sustentam que a ausência
do adicional de nível universitário começa a causar o efeito contrário, pois, em
razão do salário defasado, diversos servidores públicos começam a pedir
exoneração; inexiste relação pessoal com o pagamento do benefício; a
jurisprudência dos Tribunais Superiores reconhece cabível o adicional ou
gratificação por nível superior, desde que o titular possua o respectivo
diploma, como se vê do REsp nº 1.121.569-RN; a suspensão do pagamento
fere o princípio da dignidade da pessoa humana; especificamente, a
impetrante Amelia Paula Alves, a partir da suspensão do pagamento, começou
a receber vencimentos líquidos de R$-471,00, sendo provedora de família
composta por 5 pessoas. Alegam que é possível haver uma interpretação
conforme a Constituição, no caso, avaliando-se por meio de processo
administrativo se o curso superior concluído possui relação com a função
exercida pelo servidor. Pedem a concessão da liminar para que seja
restabelecido o pagamento e a concessão da segurança.

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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Após determinação, as custas e despesas de
ingresso foram recolhidas (fls. 4.830, 4.833/4.837).

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É o relatório.

2. Mandado de segurança. Cabimento. O 'mandamus'


tem por objeto o acórdão proferido na ADI nº 2085079-78.2021.8.26.0000,
Órgão Especial, 22-9-2021, Rel. Ferreira Rodrigues (fls. 2.752/2.761, aqui fls.
2.797/2.806) que, por unanimidade, declarou a inconstitucionalidade da LM
nº 316/20 de 2-12-2020 de Itaquaquecetuba, ressalvada a irrepetibilidade dos
valores recebidos de boa-fé pelos servidores até a data da concessão da
liminar em 20-4-2021 (fls. 228, aqui fls. 273); os impetrante pretendem, em
última análise, desconstituir o acórdão para que, uma vez cassado, voltem a
receber o adicional de nível universitário.

Decisões judiciais são atacadas mediante


instrumentos previstos em lei; e o uso do remédio constitucional como
sucedâneo recursal é descabido, como prevê expressamente a Súmula STF nº
267 de que "não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de
recurso ou correição". Excepcionalmente, a jurisprudência tem admitido o uso
do 'writ' contra atos judiciais, mas somente nos casos de manifesta
ilegalidade, abusividade ou teratologia, além do ato judicial atacado não ser
passível de recurso próprio, nos termos da súmula supra. Nesse sentido:

Agravo regimental em mandado de segurança. Mandado de segurança


impetrado contra ato jurisdicional. Agravo regimental não provido. 1. A
jurisprudência da Suprema Corte é firme no sentido de ser inadmissível a
impetração de mandado de segurança contra ato revestido de conteúdo

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jurisdicional. Incide, na espécie, a Súmula STF 267. 2. O mandado de
segurança somente se revelaria cabível se no ato judicial houvesse teratologia,
ilegalidade ou abuso flagrante, o que não se verifica na espécie. (MS 31.831

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AgR, Pleno, 17-10-2013, Rel. Min. Dias Toffoli).

PROCESSUAL CIVIL. Agravo interno em mandado de segurança. Writ


impetrado em face de decisão da Vice-Presidência do STJ. Petição protocolada
após o trânsito em julgado. Arquivamento imediato. Inexistência de teratologia
ou flagrante ilegalidade. Indeferimento liminar do mandamus. Possibilidade.
Precedentes desta Corte Superior. Agravo interno a que se nega provimento.
Aplicação da multa do art. 1.021, § 4º do cpc/2015. 1. "A orientação desta
Corte é pacífica sobre o descabimento de Mandado de Segurança contra ato
jurisdicional dos órgãos fracionários ou de Relator desta Corte Superior, a
menos que neles se possa divisar flagrante e evidente teratologia [...]". (AgRg no
MS 21.096/DF, Corte Especial, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado
em 05/04/2017, DJe 19/04/2017). 2. A utilização do mandado de
segurança para impugnar decisão judicial só tem pertinência em caráter
excepcionalíssimo, quando se tratar de ato manifestamente ilegal ou
teratológico, devendo a parte demonstrar, ainda, a presença dos requisitos
genéricos do fumus boni iuris e do periculum in mora. 3. Na hipótese, não
se verifica a ocorrência de decisão judicial teratológica, tampouco a existência
de direito líquido e certo amparável pelo mandado de segurança, na medida em
que foi impetrado contra decisão fundamentada, com motivação clara e
consistente, embora em dissonância com a pretensão da ora impetrante. 4. A
decisão impetrada, oriunda da Vice-Presidência do STJ, determinou a
certificação do trânsito em julgado do feito, diante do fato de a parte ora
impetrante não ter oposto o único recurso cabível contra o acórdão, que seria o
de embargos de declaração, no prazo de 5 dias úteis, consoante prevê o art.
219 c/c art. 1.023 do CPC, e ter se limitado a protocolar petição após o
trânsito em julgado. O processo de onde se originou a decisão atacada (AREsp
nº 1.502.873/SP) é uma ação de improbidade administrativa ajuizada pelo
MPSP contra o impetrante e outros no polo passivo, pugnando pela
configuração de atos ímprobos previstos nos art. 9º, 10 e 11 da Lei n.º

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8.429/92. 5. Demais disso, a via mandamental não é adequada para
veicular típica pretensão recursal, no sentido de que a parte recorrente
postula a correção de um suposto erro de julgamento, o qual, segundo

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alega, teria ocorrido no julgamento da Vice-Presidência do STJ. 6. Com
efeito, somente em um sistema recursal como o brasileiro, em que a sucessão
indefinida de recursos e ações incidentais é a regra, é que se admite esse tipo
de reiteração de conduta, porque, em verdade, inexiste qualquer
sancionamento legal efetivo para esse comportamento processual, salvo
eventuais condenações por recurso protelatório ou litigância de má-fé, as quais
são, no mais das vezes, da mais clara ineficiência prática, diante de valores
irrisórios atribuídos à causa. No presente caso, aliás, a parte impetrante sequer
indicou o valor da causa, o qual, com base nos valores da condenação que se
quer reformar, fixo em R$ 55.488,00 (cinquenta e cinco mil, quatrocentos e
oitenta e oito reais). 7. Agravo interno a que se nega provimento, em virtude da
sua manifesta improcedência, condenando-se a agravante a pagar à agravada
multa fixada em cinco por cento do valor atualizado da causa, com espeque no
art. 1.021, § 4º do CPC/2015 (AgInt no MS nº 27.637-DF, Corte Especial, 1º-
9-2021, Rel. Og Fernandes) (Destaques nossos).

A inadequação da via eleita é evidente, uma vez que


não se pode emprestar ao 'writ' feições que não lhe são próprias ou inerentes à
sua natureza, não se entrevendo qualquer abuso ou ilegalidade [sequer
citados no feito] no acórdão objeto do 'mandamus', devidamente
fundamentado. A constatação de que já interposto recurso extraordinário pela
Mesa Diretora da Câmara Municipal de Itaquaquecetuba, no qual indeferido o
pedido de efeito suspensivo, e já inadmitido pelo Presidente do Tribunal de
Justiça, Des. Geraldo Francisco Pinheiro Franco (fls. 2.768/2.826,
2.833/2.834, 2.861/2.863, aqui fls. 2.813/2.826, 2.878/2.879), reforça o
entendimento exposto quanto à existência de recurso próprio para fins de
revisão.

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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3. Além da inadequação da via eleita, outra razão
impede que se prossiga na análise do 'mandamus'. Os impetrantes são
servidores públicos do município de Itaquaquecetuba, inadmitidos como

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'amicus curiae' na ação direta de inconstitucionalidade (fls. 312/350 e
2.749/2.750, aqui fls. 357/395, 2.794/2.795), mas terceiros atingidos pelas
consequências decorrentes da declaração (suspensão de pagamento de
adicional). Todavia, não obstante a Súmula STJ nº 202 disponha que "a
impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona à
interposição de recurso", tal enunciado aqui não se aplica.

Os impetrantes não figuram como terceiros


prejudicados, pois, além de inadmissível a intervenção de terceiros na ação
direta de inconstitucionalidade (art. 7º, 'caput' da LF nº 9.868/1999, aplicável
por força do art. 229 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça), inexiste
propriamente relação jurídica a ser apreciada que atinja direito sobre o qual
os servidores sejam titulares (art. 966, parágrafo único, CPC). Não há no
controle de constitucionalidade um litígio a ser solucionado, mas tão somente
um pronunciamento a respeito da constitucionalidade de ato normativo, sem
a tutela de situações individuais, inexistindo, em termos processuais, partes
ou terceiros prejudicados, conforme observado pelo Min. Roberto Barroso em
Cristiane Rodrigues vs. Presidente do Supremo Tribunal Federal, MS nº 35502-
DF, STF, 1º-2-2018:

Ementa: Direito Constitucional. Mandado de segurança. Impugnação de


liminar proferida na ADI 5.874. Descabimento. 1. Mandado de
Segurança impetrado por preso, contra decisão cautelar proferida na ADI
5.874, que suspendeu parcialmente os efeitos do Decreto nº 9.246/2017, sobre
indulto e comutação de pena. 2. De acordo com a jurisprudência da Corte, não
cabe mandado de segurança contra ato jurisdicional passível de recurso ou
ação rescisória (Súmula 267/STF). 3. Além disso, a impetrante não possui
legitimidade ativa para a impugnação de decisão proferida em ação de controle

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


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abstrato de constitucionalidade. A admissão de impugnação, via mandado de
segurança, por quem se diz afetado por decisão proferida em ação direita de
inconstitucionalidade violaria o rol taxativo de legitimados previsto no art. 103

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da Constituição Federal. 4. Em realidade, a impetração se volta contra suposta
omissão na apreciação de pedido formulado nos autos de execução provisória
da pena (Processo nº 5003988-48.2017.4.04.7000), em trâmite na 12ª Vara
Federal de Curitiba. Nos termos do enunciado de Súmula 624/STF, o Supremo
Tribunal Federal não tem competência para julgar mandados de
segurança impetrados contra atos de outros tribunais. 5. Mandado de
segurança a que se nega seguimento.

(...).

13. Além disso, a impetrante não possui legitimidade ativa


para a impetração. O controle de constitucionalidade por ação direta ou por via
principal, conquanto também seja jurisdicional, é um exercício atípico de
jurisdição, porque nele não há um litígio ou situação concreta a ser
solucionada mediante a aplicação da lei pelo órgão julgador. Seu objeto é um
pronunciamento acerca da própria lei. Trata-se de um processo objetivo, sem
partes e que não se presta a tutela de situações jurídicas individuais. Assim
sendo, não há que se falar em partes propriamente ditas e, consequentemente,
em terceiros prejudicados.

14. E mais. É preciso ter em conta que o art. 103 da


Constituição, estabelece um rol taxativo de legitimados para o ajuizamento de
ação direta de inconstitucionalidade. Dessa forma, a admissão de impugnação,
via mandado de segurança, de uma decisão cautelar proferida em ação direta
representaria indevida ampliação do elenco de legitimados para instauração do
controle abstrato de constitucionalidade.

De igual modo, já se manifestou este Órgão


Especial:

MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO POR TERCEIROS PREJUDICADOS

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12


fls. 4853

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Órgão Especial

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2281706-55.2021.8.26.0000 e código 191A09C5.
PELOS EFEITOS DE LIMINAR PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. DESCABIMENTO. Impossibilidade de manejo do
writ como sucedâneo recursal de Ações Diretas de Inconstitucionalidade, que

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RICARDO CINTRA TORRES DE CARVALHO, liberado nos autos em 21/03/2022 às 12:26 .
possuem sistemática recursal específica. Ilegitimidade passiva, ademais, dos
impetrantes, terceiros atingidos pela decisão atacada. Ação que possui objeto
específico, qual seja, o pronunciamento acerca da própria lei, de maneira que
não há partes propriamente ditas nem terceiros prejudicados, havendo,
contudo, o mister de se respeitar o rol taxativo de legitimados para a ação,
previsto no artigo 103 da Carta Magna e, no âmbito estadual, no artigo 90 da
Constituição Paulista. Precedente do Supremo Tribunal Federal. Segurança
denegada. (MS nº 2001870-85.2019.8.26.0000; Órgão Especial, 28-3-2019,
Relator: Xavier de Aquino; v.u.).

Tudo considerado, o mandado de segurança é


mesmo incabível na espécie, e não comporta conhecimento (art. 10 da LF nº
12.016/09).

O voto é pelo indeferimento da inicial e


denegação da segurança nos termos do art. 10 c. c. art. 6º, § 5º da LF nº
12.016/09 c. c. art. 485, I do CPC.

TORRES DE CARVALHO
Relator

Mandado de Segurança Cível nª 2281706-55.2021.8.26.0000 12

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