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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
14ª CÂMARA DA SEÇÃO CRIMINAL

Registro: 2013.0000621061

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
0001447-34.2006.8.26.0480, da Comarca de Presidente Bernardes, em que são apelantes
ODAIR JOSE DOS SANTOS, DOUGLAS JOSE TEIXEIRA, JOSE MARIA NOGUEIRA
DE SA, MARIO CÉSAR DOS SANTOS SILVA, ANDERSON RICARDO DO
NASCIMENTO, ED CARLOS DA SILVA ALVES e ALEX SOUZA LIMA, é apelado
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao apelo de ALEX
DE OLIVEIRA BRITO e deram parcial provimento ao recurso de THIAGO FAGUNDES,
a fim de reduzir a sua pena para 05 (cinco) anos e 10 (dez) meses de reclusão e pagamento
de 583 (quinhentos e oitenta e três) dias-multa, no valor unitário mínimo legal, mantendo-
se, no mais, a respeitável sentença de primeiro grau, por seus próprios e jurídicos
fundamentos. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


MIGUEL MARQUES E SILVA (Presidente sem voto), HERMANN HERSCHANDER E
WALTER DA SILVA.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
São Paulo, 10 de outubro de 2013.

Fernando Torres Garcia


RELATOR
Assinatura Eletrônica
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14ª CÂMARA DA SEÇÃO CRIMINAL

APELAÇÃO CRIMINAL Nº 0001447-34.2006.8.26.0480


APELANTES: ODAIR JOSÉ DOS SANTOS,
DOUGLAS JOSÉ TEIXEIRA,
JOSÉ MARIA NOGUEIRA,

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
MAURO CESAR DOS SANTOS,
ANDERSON RICARDO DO NASCIMENTO,
ED CARLOS DA SILVA ALVES e
ALEX DE SOUZA LIMA
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
COMARCA DE PRESIDENTE BERNARDES VARA ÚNICA
(PROC Nº 478/2006)

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
VOTO Nº 11.810

A r. sentença de fls. 1905/1922vº, cujo

Apelação nº 0001447-34.2006.8.26.0480 - Presidente Bernardes - Voto nº 11.810 2


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relatório se adota, condenou ODAIR JOSÉ DOS SANTOS ao cumprimento

da pena de 10 (dez) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime inicial

fechado, como incurso no artigo 148, do Código Penal, e 03 (três) anos e

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08 (oito) meses de detenção, em regime semiaberto, como incurso nos

artigos 354 e 129, ambos do Código Penal; DOUGLAS JOSÉ TEIXEIRA ao

cumprimento da pena de 07 (sete) anos de reclusão, em regime inicial

fechado, como incurso no artigo 148, do Código Penal, e 04 (quatro) anos

de detenção, em regime semiaberto, como incurso nos artigos 354 e 129,

ambos do Código Penal; JOSÉ MARIA NOGUEIRA DE SÁ ao

cumprimento da pena de 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de

detenção, em regime semiaberto, como incurso no artigo 354, do Código

Penal; MAURO CESAR DOS SANTOS ao cumprimento da pena de 07

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
(sete) anos de reclusão, em regime inicial fechado, como incurso no artigo

148, do Código Penal, e 01 (um) ano, 11 (onze) meses e 10 (dez) dias de

detenção, em regime semiaberto, como incurso nos artigos 354 e 129,

ambos do Código Penal; ANDERSON RICARDO DO NASCIMENTO ao

cumprimento da pena de 07 (sete) meses de detenção, em regime

semiaberto, como incurso no artigo 129, do Código Penal; ED CARLOS DA

SILVA ALVES ao cumprimento da pena de 07 (sete) meses de detenção,

em regime semiaberto, como incurso no artigo 129, do Código Penal, e

ALEX DE SOUZA LIMA ao cumprimento da pena de 01 (um) ano de

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detenção, em regime semiaberto, como incurso no artigo 354, do Código

Penal.

A mesma r. sentença absolveu Renato

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Dario Pereira, Adriano Dias Lummertz, Valter Ferreira, Marco Antonio da

Silva, Anderson Aparecido de Oliveira, Edson Alves de Araújo, Ricardo de

Moura Marcelino, Julio de Souza, Claudio Alessandro de Oliveira,

Anderson Willian dos Santos Rodrigues, Gilberto Filiagi, José Eustáquio

Lírio, Israel Francisco da Silva, Kleber Godoi de Melo, Rosálio do

Nascimento e Márcio José do Nascimento das acusações constantes da

denúncia, com fulcro no artigo 386, VII, do Código de Processo Penal.

Inconformados, apelam os acusados.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Alex e Anderson pugnam por suas

absolvições, ao argumento, em resumo, de não haver prova da existência

do fato, com aplicação do princípio in dubio pro reo.

Alternativamente, pedem a redução da

reprimenda, com o reconhecimento da atenuante prevista no artigo 65, III,

“e”, do Código Penal (fls. 1978/1984 e 2000/2007).

Douglas e Odair clamam por suas

absolvições, porquanto comprovado que não concorreram para a infração

penal (fls. 1973/1976 e 2026/2031).

Ed Carlos almeja a absolvição, lastreado

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na insuficiência probatória.

Alternativamente, pede a redução da

reprimenda, com o reconhecimento da atenuante prevista no artigo 65, III,

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alínea “e”, do Código Penal, além da modificação do regime prisional (fls.

2090/2096).

Mauro Cesar solicita o reconhecimento

da participação de menor importância e a redução da reprimenda ao

mínimo legal, com o reconhecimento da atenuante da confissão e da

elencada no artigo 65, III, alínea “e”, do Código Penal (fls. 1988/1993).

José Maria, por fim, argui,

preliminarmente, a ocorrência da prescrição em relação ao crime previsto

no artigo 354, do Código Penal. No mérito, requer também a absolvição,

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
sustentando o princípio in dubio pro reo (fls. 2169/2173).

Recursos bem processados e com

resposta (fls. 2235/2252), subiram os autos.

A douta Procuradoria de Justiça, com o

parecer de fls. 2270/2281, opinou pela rejeição da preliminar suscitada

pelo corréu José Maria Nogueira de Sá; pelo parcial provimento do recurso

defensivo de Mauro Cesar dos Santos, no tocante ao reconhecimento da

atenuante da confissão; e pelo não provimento dos demais apelos.

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É o relatório.

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Ressalto, de proêmio, que a questão

prejudicial suscitada pela combativa defesa do acusado José Maria,

concernente à prescrição da pretensão punitiva, será apreciada

oportunamente, por ocasião da dosimetria da pena.

Passo, então, à análise do mérito.

Ao que consta da denúncia, no dia 20 de

abril de 2006, a partir das 07 horas, no interior do 3º Raio Habitacional da

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Penitenciária de Presidente Bernardes, os acusados José Maria Nogueira

de Sá, Renato Dário Pereira, Douglas José Teixeira, Anderson Ricardo

do Nascimento, Odair José dos Santos, Márcio José do Nascimento

Adriano Dias Lummertz, Valter Ferreira, Marco Antonio da Silva,

Anderson Aparecido de Oliveira, Edson Alves de Araújo, Ricardo de

Moura Marcelino, Júlio de Souza, Cláudio Alessandro de Oliveira,

Anderson Willian Santos Rodrigues, Gilberto Filiagi, José Eustáquio

Lírio, Alex Souza Lima, Israel Francisco da Silva, Mauro César dos

Santos Silva, Kleber Godoi de Melo e Rosário do Nascimento, todos em

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conluio e previamente ajustados, amotinaram-se, perturbando a ordem e

a disciplina do estabelecimento prisional.

Consta, ainda, que no dia 20 de abril de

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2006, provavelmente a partir das 07h10min, por cerca de uma hora, no

interior do 3º Raio Habitacional da Penitenciária de Presidente Bernardes,

os acusados José Maria Nogueira de Sá, Renato Dário Pereira, Douglas

José Teixeira, Anderson Ricardo do Nascimento, Odair José dos

Santos, Márcio José do Nascimento Adriano Dias Lummertz, Valter

Ferreira, Marco Antonio da Silva, Anderson Aparecido de Oliveira,

Edson Alves de Araújo, Ricardo de Moura Marcelino, Júlio de Souza,

Cláudio Alessandro de Oliveira, Anderson Willian Santos Rodrigues,

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Gilberto Filiagi, José Eustáquio Lírio, Alex Souza Lima, Israel

Francisco da Silva, Mauro César dos Santos Silva, Kleber Godoi de

Melo e Rosário do Nascimento, todos em conluio e previamente

ajustados, em continuidade delitiva, privaram os agentes penitenciários

Osmar de Lima, Osvaldo Alves do Nascimento, Sérgio Aparecido da Silva e

Laércio Emídio, de suas liberdades, mediante sequestro e cárcere privado,

resultando aos mesmos, em razão dos maus tratos e da natureza da

detenção, grave sofrimento físico e moral.

Consta, mais, que no dia 20 de abril de

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2006, por volta das 07h15min, no interior do 3º Raio Habitacional da

Penitenciária de Presidente Bernardes, o acusado Odair José dos Santos

ofendeu a integridade corporal dos agentes Sérgio Aparecido da Silva,

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Marcos Antonio Mendes, Osmar de Lima, Maxwel Saes de Lima e Osvaldo

Alves do Nascimento; o acusado Alex Souza Lima ofendeu a integridade

corporal dos agentes Rener Agamenon Pereira Fuzeto e Maxwel Saes de

Lima; o acusado Douglas José Teixeira ofendeu a integridade corporal

dos agentes Wander José Lopes, Osmar de Lima e Maxwel Saes de Lima; o

acusado Anderson Ricardo do Nascimento ofendeu a integridade

corporal do agente Carlos D'Alberto Távore, e o acusado Ed Carlos da

Silva Alves ofendeu a integridade corporal do agente Osvaldo Alves do

Nascimento, causando-lhes lesões corporais de natureza leve.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Consta, finalmente, que no dia 20 de

abril de 2006, por volta das 07h15min, no interior do 3º Raio Habitacional

da Penitenciária de Presidente Bernardes, o acusado Odair José dos

Santos tentou ofender a integridade corporal do agente Rener Agamenon

Pereira Fuzeto, somente não consumando o delito por circunstâncias

alheias a sua vontade.

Apurou-se que, no dia dos fatos, os

agentes de segurança penitenciária, no intuito de verificarem a existência

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de um túnel para fuga no interior da cela nº 144, do 3º Raio Habitacional

da Penitenciária de Presidente Bernardes, dirigiram-se até a referida cela

para realizarem revista de “bate chão”.

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Nesse momento, os habitantes da

aludida cela iniciaram o motim, pois gritavam e diziam que os agentes

penitenciários não poderiam adentrar no recinto e que só o fariam se

fossem transferidos, que na linguagem carcerária consiste em “bonde”.

Assim, como os habitantes da cela 144,

que já estavam em conluio e previamente ajustados com os habitantes das

celas 145 e 146, pois as celas já estavam interligadas mediante destruição

das paredes, com a intenção de privar o direito de ir e vir dos agentes

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penitenciários, mediante sequestro e cárcere privado, autorizaram que os

agentes adentrassem na cela 144, ocasião em que foram surpreendidos

com o ingresso dos habitantes das celas 145 e 146, que passaram a

agredir os agentes penitenciários, o que culminou com a restrição da

liberdade dos agentes Osvaldo Alves do Nascimento, Sérgio Aparecido da

Silva, Osmar de Lima e Laércio Emídio, os quais ficaram privados de sua

liberdade por cerca de uma hora, sofrendo maus tratos durante a

detenção, uma vez que foram agredidos e tiveram sofrimento físico e

moral, devido às agressões e ameaças de morte, até que a direção do

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presídio concordasse com a transferência dos habitantes das celas 144,

145 e 146 para outros presídios.

Ocorre que os integrantes das referidas

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celas, prosseguindo o motim, ainda se apoderaram das chaves das demais

celas do 3º Raio Habitacional e liberaram os outros reeducandos, os quais

aderiram ao motim, mas não foram identificados.

Inconteste que a materialidade dos

ilícitos penais restou comprovada, tendo em vista o boletim de ocorrência

(fls. 03/05), os laudos de exame de corpo de delito (fls. 126, 127, 128,

129, 130, 131, 132, 133, 134 e 135), o laudo de exame do local (fls.

152/164) e, sobretudo, os depoimentos colhidos nos autos.

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De igual modo, emergiu incontroversa a

autoria.

Interrogados em Juízo, apresentaram os

apelantes as suas respectivas versões para os fatos.

Anderson Ricardo do Nascimento e

Douglas José Teixeira alegaram que participaram da escavação do túnel,

negando, porém, que tivessem agredido os agentes penitenciários,

salientando que, ao contrário, dois deles foram os responsáveis por

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agressões contra outros detentos.

Destacou Anderson que saiu da cela e

permaneceu no pátio durante o motim, enquanto que Douglas confirmou

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que manteve conversas com o Diretor do presídio para que os funcionários

fizessem a revista na cela, mas negou que tivesse permanecido no local

onde os agentes eram mantidos reféns (fls. 1285/1286vº e 1289/1291).

O acusado José Maria Nogueira de Sá

admitiu que tinha a intenção de fugir do presídio e que também estava

entre os detentos que não queriam a entrada dos funcionários na cela.

Afirmou, porém, que os agentes lá ingressaram e agrediram um preso, o

que provocou o tumulto, mas descartou que tivesse participado da

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negociação com o Diretor ou da mantença dos funcionários no cárcere (fls.

1294/1296).

Mauro César dos Santos Silva

confessou ter participado do motim, explicando que as celas estavam

interligadas por um túnel. Também deixou claro que entrou na cela onde

os funcionários foram feitos reféns e chegou a agredir um deles, pois

também foi agredido (fls. 1305/1307).

O acusado Odair José dos Santos disse

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que durante o tumulto foi agredido logo que os agentes penitenciários

ingressaram na cela para vistoria e acabou desmaiando. Tinha

conhecimento do túnel, mas não ajudou os outros detentos na escavação

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(fls. 1308/1309).

Ed Carlos da Silva Alves aludiu que, à

época dos fatos, estava habitando uma cela do andar superior e participou

do tumulto, mas negou que tivesse agredido qualquer funcionário.

Mencionou que o agente Osvaldo já tinha sido processado por sua família,

em razão de agressões que dele sofreu (fls. 1389/1390 mídia digital).

O acusado Alex Souza Lima, quando

interrogado na fase inquisitorial (fls. 494), disse que permaneceu no

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interior do pavilhão durante todo o motim, mas nada soube esclarecer

sobre as agressões sofridas pelos agentes penitenciários.

Em Juízo, apesar de regularmente

citado, não foi localizado pelo Oficial de Justiça no endereço por ele

indicado, razão pela qual foi declarado revel (fls. 1341/1341vº).

E a prova coligida, como se verá, firmou-

se em desfavor dos apelantes.

Com efeito.

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O agente penitenciário Carlos Alberto

Dalmazo aduziu que, à época dos fatos, já desconfiava da escavação de

um túnel na cela 144. Por essa razão, resolveu vistoriar aquela cela,

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acompanhado de outros funcionários, quando então, no momento da

verificação, um dos presos disse que realmente havia um túnel.

Ao ingressarem no local, os detentos,

munidos com barras de ferro, investiram contra os funcionários, ocasião

em que conseguiu deixar a cela, enquanto que outros quatro funcionários

lá permaneceram e acabaram rendidos pelos presos, o que provocou a

negociação por algumas horas (fls. 1222).

Os agentes de segurança José

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Alexandre Marques, Ademir Mioto e João Paulo Garcia informaram

que, no dia dos fatos, foi iniciada uma revista “bate chão” na cela 144,

oportunidade em que cerca de nove detentos não permitiram que os

funcionários entrassem, o que somente ocorreu após longa negociação.

Narraram que no instante em que os

agentes ingressaram na cela, os presos partiram para cima de alguns

deles, pegaram a chave que estava em poder do funcionário Laércio

Emídio e abriram as outras celas.

Frisou o agente José Alexandre que

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Laércio foi apenas o primeiro funcionário a ser agredido pelos detentos,

uma vez que os funcionários Osmar de Lima, Osvaldo Alves e Sérgio

Aparecido sofreram cerceamento da liberdade na cela 144 e também foram

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agredidos.

Além disso, procedeu ao reconhecimento

dos acusados Douglas, Odair, Gilberto e Júlio como sendo os

sentenciados que estavam no interior da cela naquele momento, munidos

de pedaços de ferro, madeira e lança.

O agente João Paulo, por seu turno,

esclareceu que o detento Douglas era incumbido da negociação com os

funcionários para a entrada na cela 144, enquanto que o acusado Odair

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permanecia com uma cantoneira nas mãos, de ponta afiada, utilizando-a

como lança.

Ressaltou que o agente Osvaldo foi

agredido pelo acusado Ed Carlos, o qual contava com a ajuda dos corréus

Anderson e Alex.

Por derradeiro, mencionou que os

agentes permaneceram reféns por cerca de duas horas (fls. 1235/1239,

1240/1243 e 1244/1248).

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O agente de segurança Osmar de Lima

relatou que os acusados Douglas e Odair não permitiram que os

funcionários entrassem na cela, razão pela qual o diretor Dalmazo foi

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conversar com os detentos. Somente após a promessa de que seriam

transferidos para outras unidades, acabaram consentindo que os agentes

ingressassem no recinto.

Elucidou que, após a entrada, todos os

funcionários foram agredidos com socos e chutes, e que teve a sua

liberdade cerceada, juntamente com os agentes Sérgio, Emídio e Osvaldo,

mas não logrou identificar os agressores (fls. 1249/1252).

O agente de segurança Osvaldo Alves

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
do Nascimento disse ter sido agredido pelos acusados Ed Carlos e Odair,

bem como presenciou o funcionário Marcos sendo agredido pelo Odair.

Afirmou que as agressões pararam somente com a chegada um detento,

que não conseguiu identificar (fls. 1253/1256).

Sérgio Aparecido da Silva, agente de

segurança, disse que momentos antes da rendição dos funcionários, o

acusado Odair arremessou uma lança na sua direção, que atingiu o seu

braço. Também presenciou as agressões praticadas contra os agentes

Osmar e Osvaldo, perpetradas pelos acusados Ed Carlos e Odair.

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Mencionou, ainda, que o acusado Alex Souza permaneceu o tempo todo

com uma cantoneira e fazia menção de agressão (fls. 1257/1259vº).

Os agentes de segurança Laércio

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Emídio, Rener Agamenon Pereira Fuzeto, Marcos Antonio Mendes e

Wander José Lopes apresentaram relatos semelhantes e incriminaram os

acusados Douglas, Odair e Ed Carlos, ressaltando que os dois primeiros

eram os mais exaltados.

Wander esclareceu que o acusado

Douglas o agrediu com chutes e pontapés, causando-lhe lesões corporais

de natureza leve.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Marcos, por sua vez, confirmou que o

apelante Odair o agrediu com uma ponta de ferro, causando-lhe lesões

corporais de natureza leve, fato ratificado pelo agente Osvaldo (fls.

1260/1263, 1264/1267, 1268/1270 e 1271/1273).

O agente de segurança Maxwell Saes de

Lima corroborou os relatos fornecidos pelos seus colegas, acrescendo ter

presenciado as agressões praticadas pelos acusados Odair, Douglas e Alex

Souza contra os funcionários do presídio (fls. 1274/1276vº).

Os agentes de segurança Carlos Alberto

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Távore e Matheus Moya Gallego confirmaram a ação praticada pelos

presos, mas não reconheceram os responsáveis pela rebelião e pelas

agressões praticadas contra os funcionários.

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
Carlos Alberto, entretanto, reconheceu o

acusado Anderson como sendo o seu agressor (fls. 1277/1279vº e

1280/1281).

Diante desses fatos e ao contrário do

que sustentado pelas aguerridas defesas, não há que se falar em

absolvição, uma vez que plenamente demonstradas a materialidade e a

autoria, principalmente se considerados as seguras declarações prestadas

pelos funcionários do estabelecimento prisional, elementos probatórios

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
estes que constituem, de maneira indubitável, fortes fatores de formação

de convicção.

Cumpre frisar, por necessário, que a

prova calcada em depoimentos dos agentes penitenciários, de

inquestionável validade, é bastante à condenação, mesmo porque, no caso

dos autos, não há sequer indícios de que tivessem eles interesse em

acusar gratuitamente e de maneira falsa os ora apelantes.

De mais a mais, tendo ocorrido os fatos

Apelação nº 0001447-34.2006.8.26.0480 - Presidente Bernardes - Voto nº 11.810 17


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no interior de uma penitenciária, não se poderia sequer cogitar em

testemunhas de quaisquer pessoas estranhas aos quadros da

Administração Penitenciária.

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
Destarte, não se pode negar valia aos

depoimentos dados pelos agentes nestes autos, pois, repita-se, produzidos

de forma segura e extreme de dúvidas.

Aliás, não há sequer sugestão, repita-se,

de que tivessem a mínima pretensão de incriminar os apelantes

injustamente, mormente diante do notório risco de eventual

responsabilidade pelo crime de abuso de autoridade ou de denunciação

caluniosa.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Compreende-se das provas amealhadas

que os apelantes e outros detentos, em razão de uma vistoria iminente a

ser realizada na cela nº 144, mercê da suspeita da escavação de um túnel

para fuga, resolveram se amotinar e não permitiram a entrada dos agentes

no interior da cela.

Ato contínuo e depois de demorada

negociação, permitiram que os agentes ingressassem, mas, no mesmo ato,

partiram para cima deles, agredindo-os e tomando as chaves para soltura

Apelação nº 0001447-34.2006.8.26.0480 - Presidente Bernardes - Voto nº 11.810 18


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de todos os presos que estavam naquele “raio”, os quais ficaram liberados

no pátio.

Nesse exato momento, os acusados

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Odair, Douglas e Ed Carlos, conforme relatos dos agentes de segurança,

cercearam a liberdade dos funcionários Osmar, Osvaldo Alves, Sérgio e

Laércio, mantendo-os em cárcere privado na cela nº 144, onde também

foram agredidos, gerando-lhes, em consequência, grave sofrimento físico e

moral.

A alegação de que os apelantes teriam

somente agido em represália às agressões praticadas inicialmente pelos

agentes não prospera, pois o próprio acusado Renato Dário Pereira deixou

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
claro que não houve agressões a presos, pois foram estes que partiram

para cima dos agentes (fls. 1310/1311).

Convém anotar que ficou devidamente

comprovada a participação de cada um dos apelantes.

Assim que o apelante Douglas participou

ativamente do motim e da privação da liberdade dos agentes

penitenciários, agredindo, ainda, o funcionário Wander com chutes e

pontapés, causando-lhe lesões corporais de natureza leve (fls. 128), e o

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agente Marcos Antonio Mendes com socos, causando-lhe as lesões

corporais de natureza leve (fls. 127), conduta esta presenciada pelo agente

Maxwell Saes de Lima,.

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O apelante Odair José também

participou ativamente do motim e do cárcere dos agentes penitenciários,

além de ter agredido o funcionário Marcos Antonio Mendes com uma

ponta de ferro, ter tentado agredir Rener Agamenon com uma cantoneira

e, antes da rendição, ter arremessado uma lança que portava contra o

agente Sérgio Aparecido, que o feriu no seu braço.

A participação do acusado Mauro César,

do mesmo modo, emergiu inconteste em relação aos três crimes, pois

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
confessou ter participado do motim e admitiu que as celas estavam

interligadas por um túnel. Confirmou, ainda, que entrou na cela onde os

funcionários foram mantidos reféns e chegou a agredir um deles.

O acusado José Maria não escondeu que

tinha a intenção de fugir do presídio, tanto que estava entre os detentos

que não queriam a entrada dos funcionários na cela.

O corréu Alex Souza Lima também

admitiu sua participação no motim, pois permaneceu todo o tempo no

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pavilhão, quando agrediu o funcionário Osmar de Lima, dando-lhe uma

gravata e desferindo-lhe alguns tapas, além de, munido de uma

cantoneira, fazer menção de agressão no interior da cela.

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Anderson Ricardo agrediu o funcionário

Carlos Alberto Távore com um chute no peito, causando-lhe as lesões

corporais de natureza leve (fls. 133).

Alex de Souza também participou do

motim, pois, segundo relato do agente Sérgio Aparecido, permaneceu a

todo instante fazendo menção de agressão, aterrorizando os funcionários.

Restou inconteste, ainda, a autoria

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
delitiva pelo acusado Ed Carlos, em relação ao delito de lesão corporal

cometido contra o agente Osvaldo Alves do Nascimento, haja vista que, em

conluio com o corréu Odair, desferiu chutes e socos contra o citado

funcionário, causando-lhe lesões corporais de natureza leve (fls. 126).

Inviável, outrossim, falar-se em

participação de menor importância, como pretendido pela defesa do

acusado Mauro César, pois ele próprio revelou sua participação no motim

e confessou, além do mais, ter entrado na cela em que os funcionários

eram conservados como e agredido um deles.

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Como se vê, o conjunto probatório

coligido, sob o crivo do contraditório, foi mais do que suficiente para

incriminar os apelantes, mormente porque robustecido por informes do

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inquérito policial, constituindo, pois, firmes elementos para

convencimento do Juízo.

Portanto, a condenação de todos era

mesmo medida imperativa e inafastável.

Passo, então, à dosimetria das penas.

I ODAIR JOSÉ DOS SANTOS

Observo que registra antecedentes

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
criminais documentalmente comprovados nos autos (certidões de fls.

1639, 1642, 1696, 1697, 1726, 1756, 1757, 1764, 1855, 1856 e 1857).

Por essa razão, deve ter as penas de

partida, de cada um dos crimes, fixadas acima do mínimo legal, ou seja,

em (dois) anos de reclusão (cárcere privado), 06 (seis) meses de detenção

(lesão corporal), e 01 (um) ano de detenção (motim de presos).

Ao depois, na segunda fase, inexistiram

circunstâncias atenuantes que devessem ser consideradas.

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Mas, presente a circunstância agravante

da reincidência (certidão de fls. 1765), conservo a elevação da pena em

1/6 (um sexto).

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
Na terceira e última fase da dosimetria,

devidamente reconhecido na r. sentença o concurso formal entre os 04

(quatro) crimes de cárcere privado, elevo a pena em 1/4 (um quarto),

totalizando 02 (dois) anos e 11 (onze) meses de reclusão.

Por outro lado, é forçoso reconhecer a

continuidade delitiva entre os quatro crimes de lesão corporal (vítimas:

Marcos Antonio, Osvaldo Alves, Sérgio Aparecido e Rener Agamenon), já

que praticados mediante mais de uma ação, respeitadas as condições de

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
tempo, lugar e maneira de execução, devendo ser elevada a pena em 1/4

(um quarto), totalizando 08 (oito) meses e 22 (vinte e dois) dias de

detenção.

No que se refere ao delito de motim de

presos, ausentes outras causas modificadoras aplicáveis, fixo-a,

definitivamente, em 01 (um) ano e 02 (dois) meses de detenção.

II DOUGLAS JOSÉ TEIXEIRA

Observo que o acusado registra apenas

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um antecedente criminal documentalmente comprovado (certidão de fls.

1804vº), pois as demais certidões mencionadas pelo MM. Juiz a quo dizem

respeito a processos que não podem ser considerados para essa

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
finalidade.

Por essa razão, deve ter as penas de

partida, de cada um dos crimes, fixadas em 1/6 (um sexto) acima do

mínimo legal, ou seja, 01 (um) ano e 02 (dois) meses de reclusão (cárcere

privado), 03 (três) meses e 15 (quinze) dias de detenção (lesão corporal), e

07 (sete) meses de detenção (motim de presos).

Ao depois, na segunda fase, inexistiram

circunstâncias atenuantes que devessem ser consideradas.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Mas, presente a agravante da

reincidência (certidão de fls. 1835), conservo a elevação da pena em 1/6

(um sexto).

Na terceira e última fase da dosimetria,

devidamente reconhecido na r. sentença o concurso formal entre os 04

(quatro) crimes de cárcere privado, elevo a pena em 1/4 (um quarto),

totalizando 01 (um) ano, 08 (oito) meses e 12 (doze) dias de reclusão.

Por outro lado, é forçoso reconhecer a

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continuidade delitiva entre os dois crimes de lesão corporal (vítimas:

Marcos Antonio e Osvaldo Alves), já que praticados mediante mais de uma

ação, respeitadas as condições de tempo, lugar e maneira de execução,

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
devendo ser elevada a pena em 1/6 (um sexto), totalizando 04 (quatro)

meses e 22 (vinte e dois) dias de detenção.

No que se refere ao delito de motim de

presos, ausentes outras causas modificadoras aplicáveis, fixo-a,

definitivamente, em 08 (oito) meses e 05 (cinco) dias de detenção.

III MAURO CESAR DOS SANTOS

SILVA

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Registra o apelante antecedentes

criminais documentalmente comprovados (certidões de fls. 1627, 1628,

1657, 1704, 1843/1844). As demais certidões mencionadas pelo MM. Juiz

a quo se referem a processos que não podem ser considerados para essa

finalidade.

Em razão disso, deve ter as penas de

partida, de cada um dos crimes, fixadas em 1/2 (metade) acima do

mínimo legal, ou seja, 01 (um) ano e 06 (seis) meses de reclusão (cárcere

privado), 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de detenção (lesão corporal),

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e 09 (nove) meses de detenção (motim de presos).

Ao depois, na segunda fase, deve ser

compensada a circunstância agravante da reincidência (certidão de fls.

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
1706) com a circunstância atenuante da confissão, nos termos do artigo

67, do Código Penal.

Ora, existentes duas circunstâncias

agravante e atenuante a serem consideradas na dosagem da pena, uma

deve compensar a outra.

Nesse sentido, confira-se:

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
“Atenuante da confissão espontânea.
Confesso o réu, ao ser judicialmente interrogado, incide a
atenuante da confissão espontânea, que, por ser igualmente
preponderante, é de ser compensada diante da agravante da
reincidência. Apelo parcialmente provido, para reduzir-se o
apenamento” (RJTJERGS 205/176).

De outra parte, não há que se falar no

reconhecimento da circunstância atenuante prevista no artigo 65, III,

alínea “e”, do Código Penal, uma vez que o apelante e os outros detentos

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provocaram o tumulto e agrediram os funcionários.

Na terceira e última fase da dosimetria,

devidamente reconhecido na r. sentença o concurso formal entre os 04

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
(quatro) crimes de cárcere privado, elevo a pena em 1/4 (um quarto),

totalizando 01 (um) ano, 10 (dez) meses e 15 (quinze) dias de reclusão.

No que se refere aos delitos de motim de

presos e lesão corporal, ausentes outras causas modificadoras aplicáveis,

fixo-a, definitivamente, em 09 meses de detenção (motim) e 04 (quatro)

meses e 15 (quinze) dias de detenção (lesão corporal).

IV JOSÉ MARIA NOGUEIRA DE SÁ

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Anoto que o acusado ostenta

antecedentes criminais documentalmente comprovados nos autos

(certidões de fls. 1633, 1817, 1820, 1823, 1824, 1826, 1827, 1881, 1882 e

1899).

Por essa razão, deve ter a pena de

partida, do crime de motim, fixada acima do mínimo legal, ou seja, em 01

(um) ano de detenção.

Ao depois, na segunda fase, deve ser

compensada, como anteriormente explicitado, a circunstância agravante

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da reincidência (certidão de fls. 1706) com a circunstância atenuante da

confissão, nos termos do artigo 67, do Código Penal.

Na terceira e última fase da dosimetria,

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ausentes outras causas modificadoras aplicáveis, fixo-a, definitivamente,

em 01 (um) ano de detenção.

V ALEX DE SOUZA LIMA

Não agiu com o costumeiro acerto o MM.

Juiz a quo ao fixar a pena de partida, referente ao crime de motim de

presos, em patamar acima do mínimo legal, sob o fundamento de que o

crime foi praticado no interior de estabelecimento prisional de segurança

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
máxima, porquanto inerente ao próprio tipo penal.

Assim, reduzo a pena-base ao mínimo

legal.

Em seguida, na segunda fase,

inexistiram circunstâncias agravantes que devessem ser consideradas.

Pelas razões já declinadas, impossível o

reconhecimento da circunstância atenuante prevista no artigo 65, III,

alínea “e”, do Código Penal.

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Na terceira e última fase da dosimetria,

ausentes outras causas modificadoras aplicáveis, fixo-a, definitivamente,

em 06 (seis) meses de detenção.

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VI e VII ANDERSON RICARDO DO

NASCIMENTO e ED CARLOS DA SILVA ALVES.

Observo que as penas de partida foram

acertadamente estabelecidas no mínimo legal.

Ao depois, na segunda fase, inexistiram

circunstâncias atenuantes que devessem ser consideradas.

Igualmente inviável o reconhecimento da

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
circunstância atenuante prevista no artigo 65, III, alínea “e”, do Código

Penal.

Presente, porém, a agravante da

reincidência (fls. 1891 Anderson e fls. 1650 Ed Carlos), mantenho a

elevação das penas em 1/6 (um sexto).

Na terceira e última fase da dosimetria,

ausentes outras causas modificadoras aplicáveis, conservo a pena dos

apelantes na forma como impostas na r. sentença, ou seja, em 07 (sete)

meses de detenção.

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O regime prisional imposto para o

cumprimento da pena reclusiva não comporta modificação, porquanto

estipulado nos termos do artigo 33, § 2°, do Código Penal, principalmente

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em razão da comprovada reincidência dos apelantes, o que desaconselha a

adoção de regime mais brando, mesmo porque insuficiente para a

prevenção e reprovação do delito.

Nessa conformidade, a jurisprudência do

Superior Tribunal de Justiça:

“Se o condenado, mesmo com pena


inferior a 4 anos de reclusão, é reincidente, como reconhecido

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
pela sentença de 1º grau, não jaz jus ao regime semi-aberto
para início da execução da pena” (RT 725/533).

No mesmo diapasão: RSTJ 26/340 e

89/385.

O regime fixado para o resgate das

reprimendas detentivas, pelos mesmo motivo acima mencionado, também

não comporta alteração.

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Também em razão da recidiva, não que

se falar em substituição da pena corporal por restritivas de direitos.

Entrementes, como se verá, inarredável

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o reconhecimento, de ofício, da prescrição da pretensão punitiva estatal,

em sua modalidade retroativa, em face do que expressamente determina o

artigo 61, do Código de Processo Penal.

Com efeito.

Os acusados Odair (lesão corporal),

Douglas (lesão corporal e motim de presos), Mauro César (lesão corporal e

motim de presos), Alex de Souza Lima (motim de presos), Anderson e Ed

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
Carlos (lesão corporal) foram condenados, em relação a esses crimes, a

penas inferiores a 01 (um) ano, cujo lapso prescricional se verifica em 02

(dois) anos, a teor do que dispõe o artigo 109, VI, do Código Penal.

Diante disso, referido lapso temporal

transcorreu entre a data dos fatos (20.04.2006 fls. 01) e o recebimento

da denúncia (06.04.2009 fls. 539/541), bem como entre esta última

data e a publicação da r. sentença (18.06.2012 fls. 1923).

Faço consignar, por oportuno, que as

alterações introduzidas pela Lei nº 12.234, de 05 de maio de 2010, não

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têm aplicação no presente feito, porquanto cometidos os crimes antes da

sua edição.

Por outro lado, mesmo diante da nova

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pena aplicada (01 ano de detenção), não há como se reconhecer a

prescrição em relação ao corréu José Maria, já que o lapso prescricional

se verifica em 04 (quatro) anos, a teor do que preceitua o artigo 109, V, do

Código Penal.

Ante o exposto, pelo meu voto, nego

provimento aos apelos interpostos por ANDERSON RICARDO DO

NASCIMENTO e ED CARLOS DA SILVA ALVES, rejeito a preliminar e

dou parcial provimento aos apelos dos demais acusados, a fim de

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.
reduzir as reprimendas de ODAIR JOSÉ DOS SANTOS para 02 (dois)

anos e 11 (onze) meses de reclusão (cárcere privado), 08 (oito) meses e

22 (vinte e dois) dias de detenção (lesão corporal) e 01 (um) ano e 02

(dois) meses de detenção (motim de presos); DOUGLAS JOSÉ TEIXEIRA

para 01 (um) ano, 08 (oito) meses e 12 (doze) dias de reclusão (cárcere

privado), 04 (quatro) meses e 22 (vinte e dois) dias de detenção (lesão

corporal) e 08 (oito) meses e 05 (cinco) dias de detenção (motim de

presos); MAURO CÉSAR DOS SANTOS SILVA para 01 (um) ano, 10 (dez)

meses e 15 (dias) de reclusão (cárcere privado), 09 (nove) meses de

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detenção (motim de presos) e 04 (quatro) meses e 15 (quinze) dias de

detenção (lesão corporal); JOSÉ MARIA NOGUEIRA DE SÁ para 01 (um)

ano de detenção (motim de presos) e ALEX DE SOUZA LIMA para 06

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0001447-34.2006.8.26.0480 e o código RI000000HZFTW.
(seis) meses de detenção (motim de presos) e, em seguida, julgar extinta

a punibilidade de ODAIR JOSÉ DOS SANTOS (lesão corporal), DOUGLAS

JOSÉ TEIXEIRA (lesão corporal e motim de presos), MAURO CÉSAR DOS

SANTOS SILVA (lesão corporal e motim de presos), ALEX DE SOUZA

LIMA (motim de presos), ANDERSON RICARDO DO NASCIMENTO e ED

CARLOS DA SILVA ALVES (lesão coporal), pela ocorrência da prescrição

da pretensão punitiva estatal, com fulcro nos artigos 107, IV (1ª figura),

109, VI, e 110, caput, todos do Código Penal, mantida, no mais, a r.

sentença apelada, por seus próprios e jurídicos fundamentos.

Este documento foi assinado digitalmente por FERNANDO ANTONIO TORRES GARCIA.

FERNANDO TORRES GARCIA


Relator

Apelação nº 0001447-34.2006.8.26.0480 - Presidente Bernardes - Voto nº 11.810 33

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