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AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
A tipografia é uma área cheia de detalhes que muitas vezes são sutis para
os olhos não treinados. No entanto, à medida que vamos nos familiarizando,
percebemos que são bem ricos em detalhes. Perceber esses detalhes é um
aprendizado que ajuda na formação do design. Nesta aula, vamos nos
aprofundar nesses detalhes que servirão para outras áreas do design como um
todo.
Por trás de uma fonte existe a pessoa que desenhou e se dedicou para
torná-la realidade. Matthew Carter é um desses indivíduos que dedicou a sua
vida à tipografia. Ele desenhou muitas das fontes com as quais o designer se
depara no dia a dia, como a Verdana, a Georgia e Bell Centennial, entre outras.
Saiba mais
Em 2014, Matthew Carter participou da conferência TED (Technology;
Entertainment; Design) que está disponível em:
<youtube.com/watch?v=xjxyEwjG2Es>. Vale a pena conferir!
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longe, não parecessem tortas. Tal recurso também foi usado na escultura Davi,
de Michelangelo, que foi projetado com a parte superior ligeiramente maior, para
que, quando visto de baixo, não passasse a sensação de uma escultura
desproporcional. Na realidade, o escultor distorceu a figura para que o
espectador tivesse uma sensação mais harmoniosa.
Crédito: Konoplytska/Shutterstuck.
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A seguir, vamos conferir algumas dessas compensações visuais comuns
na tipografia.
1. Assimetrias verticais;
2. As caixas altas devem ser mais escuras que as caixas baixas;
3. Desencontros das diagonais;
4. A abertura de ‘v’ é mais larga que a do ‘w’;
5. Espessuras que variam mesmo em fontes bem geométricas;
6. As alturas das barras do “B”, “R” e “P” são diferentes;
7. Serifas têm tamanhos diferentes e assimétricas;
8. Funilamento nas junções;
9. Elementos retangulares e redondos têm medidas distintas.
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Figura 4 – Texto no centro geométrico e centro óptico
A lista serve como uma base para iniciar o aprendizado a fim de apreciar
uma fonte, principalmente para reconhecer as características que a torna única
e, com isso, auxiliar na escolha de uma fonte adequada para cada trabalho.
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Figura 7 – Na figura, as letras dos títulos são as Display type e os textos foram
compostos em Body Type
Crédito: Zdanil/Shutterstock.
Figura 8 – Exemplo de uso da contra forma para criar uma peculiaridade em uma
palavra. Nesse caso, pode ajudar na ênfase
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Figura 9 – Os tipos móveis acomodados em caixas
Crédito: Iiipheygeniy/Shutterstock.
Figura 10 – Exemplo de uma capitular com o S maior. Já vimos este recurso (de
uma maneira muito mais decorativa) na Bíblia de Gutemberg
Crédito: Gnizay/Shutterstock.
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Figura 11 – Uma letra desenhada com caneta chata. Muitas fontes trazem os
traços resultantes do uso dessas canetas como base
Figura 12 – Exemplo de fonte que serve para título por chamar a atenção, mas
que para leitura de um texto mais longo não é adequada
Crédito: Munerf.std/Shutterstock.
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TEMA 3 – TERMINOLOGIA DE E–H
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Figura 13 – Conjunto de fontes minimamente necessárias para compor um livro.
No exemplo abaixo, a superfamília gratuita do Google “Noto” em versão sans
(sem serifa) e Serif
• Hastes, fustes ou troncos: são os elementos verticais das letras que são
os traços;
• Hifenização: é a separação das palavras que ficam no final de uma linha
de texto utilizando os hífens (-) para continuar a palavra na linha seguinte.
Servem para que não fiquem espaços brancos entre as palavras;
• Hitting: é o processo de pós-produção da criação de uma fonte, no qual
se ajusta a aparência das letras para corpos pequenos. Este é um serviço
realizado por empresas especializadas, que aprimoram o desempenho de
uma fonte na tela do computador e celular.
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TEMA 4 – TERMINOLOGIA DE K–Z
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Figura 16 – Variação da letra “e comercial”. Em algumas fica muito evidente a
sua origem
Crédito: Artoptimum/Shutterstock.
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• Pernas: representam os traços (elementos) inclinados que ficam na parte
inferior de uma letra, como nos casos das letras “k” e da letra “x”;
• Rabos: representam as terminações de letras, como na letra “Q”;
• Serifas: são os terminais de uma letra e podem ser chamados também
de remates ou filetes. As letras sem serifas são chamadas de Sans Serif
ou Grotescas;
• Stress ou ênfase: considera a inclinação nos eixos verticais da letra e é
uma das formas de caracterizar uma letra.
Figura 18 – Tipo
• Tipo (type): vem da palavra grega typos e significa cunho, molde, modelo.
Em um processo de impressão tipográfico, o tipo é uma peça de metal ou
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de madeira em relevo. São as letras do alfabeto para escrita ou podem
ser chamadas de caracteres;
• Tipo (typeface): é também utilizado para se referir ao design da letra. A
sutileza muitas vezes está nos detalhes;
• Typedesign e/ou Typedesigner: é a área específica da tipografia e do
profissional que desenha tipos;
• Tracking: é o nome do parâmetro de ajuste de espaço entre todas as
letras de uma palavra ou de um texto como um todo;
• Versaletes (small caps): são as letras maiúsculas, mas na altura das
letras minúsculas (ver figura 13).
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5.2 Etapa 2 – Encontrar as compensações
1) Coloque na linha base a fonte escolhida com corpo 150 e coloque o nome
da fonte em cima das letras;
2) Trace uma linha de referência nas extremidades e uma no meio da barra
horizontal;
3) Meça as distâncias entre as linhas;
4) Nesse caso, identificamos o segmento superior de X e inferior de Y para
anotar X< Y.
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No caso do S:
1. Duplique a letra;
2. Pinte de uma cor diferente;
3. Rotacione 180º (Nesse caso, fica evidente que a letra não é simétrica
verticalmente);
4. Para evidenciar, traçamos uma linha para dar ênfase onde o meio do
traço passa.
Saiba mais
A área do conhecimento que estuda essas compensações é conhecida
como Percepção visual ou Gestalt. O conhecimento ligado à composição é um
estudo que ajuda a entender e aprofundar ainda mais. Busque livros dessa área,
como o Sintaxe da Linguagem Visual (Dondis, 1997) ou o Novos Fundamentos
do Design (Lupton; Philips, 2014), já utilizados na disciplina de composição, e
identifique as intersecções dos ensinamentos contidos naquela disciplina com a
tipografia.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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qual é melhor para ler, qual confere maior casualidade ou seriedade etc. Este
conhecimento é muito útil na hora de diagramar um livro e direcionar um projeto
gráfico. Pode-se alcançar um projeto mais delicado ou mais robusto em termos
de sensação visual utilizando-se do mesmo tamanho de letra.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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