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Design Tipográfico

Material Teórico
Composição de Textos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Elisa Jorge Quartim Barbosa

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Brites
Composição de Textos

• Composição de Famílias Tipográficas;


• Legibilidade.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer as características dos caracteres, sua anatomia e suas funções.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Composição de Textos

Composição de Famílias Tipográficas


O designer deve levar em consideração vários detalhes na preparação da com-
posição tipográfica antes da produção impressa. Para que a comunicação traduza
bem a mensagem e seja a mais eficiente possível, deve ser criativo, legível e chamar
a atenção – independente da sua forma, seja um folheto, cartaz ou embalagem.

Legibilidade
Legibilidade e facilidade de leitura
Legibilidade significa capacidade de ler. Os manuscritos compostos tipografi-
camente que são legíveis exibem características visuais que facilitam a sua leitura
pela maioria das pessoas.

O uso consciente das faces de tipos na composição tipográfica aumenta a pro-


babilidade de aqueles que leem as palavras serem capazes de decifrar com clareza
as formas da letras, agrupando-as em palavras, palavras em sentenças, sentenças
em parágrafo, e assim por diante.

A legibilidade do texto é afetada por fatores tais como o tamanho do texto, o


contraste entre letras similares, a qualidade da impressão, o espacejamento entre
linhas e o espacejamento entre palavras, bem como a forma e o estilo das letras
individualmente.

A facilidade de leitura de um texto está relacionada com sua legibilidade, porém,


depende ainda de fatores que não se relacionam diretamente com a composição
tipográfica, incluindo o vocabulário e o estilo de redação. Essa parte do processo é
de responsabilidade do autor ou do redator.

Provavelmente, deixamos de ler muitos livros por não serem legíveis, e não por
não serem fáceis de ler, perdendo uma oportunidade de aprendizado de um novo
conhecimento.

A experiência do leitor influencia a sua compreensão do assunto tratado assim


como do conteúdo. Os tipos de letras com os quais o leitor já é familiarizado são
mais confortáveis para ele devido à sua experiência de aprendizado, e por isso as
preferências pelos tipos de letras variam conforme a moda e a época.

Ao preparar a mensagem em um novo trabalho, o designer precisa perguntar


sempre: “O quê?”; “Por quê?”; “Para quem?”; “Quando?”; e “Onde?”.

Respondendo a essas perguntas, a etapa seguinte é traduzir visualmente essas


reflexões em uma estética que aumente a chance de uma resposta positiva ao
material de leitura.

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O design das fontes com o objetivo de serem legíveis aperfeiçoa as características
das letras para obter melhor legibilidade e estética. As formas das letras devem ser
claras, mantendo suas configurações características e facilmente reconhecidas para
o texto ser lido prontamente e bem compreendido.

Características de uma face de tipos legível:


A variação no alinhamento é tão pequena que a medida de dois milésimos de
Alinhamento do tipo polegadas é perceptível.
A correção ótica compensa a falha do olho em diferenciar a realidade da ilusão. Exemplo:
Tipo oticamente corrigido a altura das letras redondas é ligeiramente maior do que a das letras quadradas.
Proporções uniformes nas Envolve a espessura do traço, tamanho da serifa e a uniformidade da cor quando
letras de uma fonte observada em uma massa de texto.
Contraste dentro de uma fonte Tipos itálicos e bold contrastam com o peso regular das letras romanas.
Identificação clara Todos os símbolos devem ser distinguidos claramente. Exemplo: o algarismo 1
dos símbolos não pode ser confundido com o algarismo 7 ou a capital I.
Adequação Deve haver uma boa ligação de uma letra com a outra quando são compostas juntas.
A altura-de-x deve ser tão grande quanto possível sem sacrificar indevidamente o
Grande altura-de-x tamanho das ascendentes e descendentes.
Exemplo: certifique-se de que os miolos das caixas baixas (b, d, o, p, q, a, e, g) não
Possibilidade de impressão fiquem entupidos com tinta.
A face do tipo não deve ter maneirismos estranhos, não deve oferecer distrações e deve
Familiaridade da forma parecer fácil e agradável para o leitor.

Proporções das formas das letras


As diferenças minuciosas na forma da letra de uma fonte comparada com a
mesma letra de outra fonte afetam a legibilidade, assim como também a estética.

As fontes são desenhadas normalmente já pensando como será a sua aplicação


(texto, título, legenda etc.), relacionando altura, largura e peso do traço de forma
equilibrada. Por exemplo: fontes desenhadas para uso em texto de jornais podem
não funcionar também como um título de uma propaganda; as fontes tipo display
criadas para títulos podem ficar ilegíveis em textos mais longos.

Proporções condensadas e expandidas das letras


Em uma face de tipo que é desenhada como uma fonte condensada, o peso do
traço da haste muda em proporção com os traços em fio de cabelo, resultando em
uma solução equilibrada e harmoniosa. Pode ser necessário abrir os miolos das
letras ligeiramente para assegurar a facilidade de leitura.

A versão expandida de uma fonte é mais larga do que a face regular. As pro-
porções de cada letra são redesenhadas com pequenas diferenças para acomodar
a nova forma. Quando as fontes são mudadas manualmente no computador, essas
proporções do design podem ficar deformadas, criando áreas espessas demais e
outras finas demais, afetando como um todo a estética e a legibilidade da compo-
sição. Dê preferência para as fontes com proporções pensadas por um designer
de tipos.

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UNIDADE Composição de Textos

Figura 1

Espaços Horizontais
O espaço da letra permite ao designer espacejar oticamente as letras em uma
palavra ou frase de forma a mudar a textura visual e resultar em um diferente
espacejamento entre linhas.

Espaço demais para a letra torna ilegível a palavra ou frase. O espaço de letra ne-
gativo pode ser usado para comunicar a mensagem com maior efetividade, porém,
mais uma vez, se for demasiado, faz com que a palavra ou frase não possa ser lida.

Há certas combinações de letras que sempre têm que ser providas de kerning.
Como regra geral, o kerning mais apertado facilita ao cérebro reconhecer os grupos
de letras como palavras, o que resulta em uma leitura mais rápida e fácil.

O refinamento do espacejamento de letras dentro de palavras afeta a intensidade


do tipo na página. O designer ou tipógrafo empenha-se em criar uma tonalidade
cinza uniforme; se uma área se torna significativamente mais escura ou mais clara,
então os blocos de texto estão compostos apertados demais ou soltos demais.
A regra geral para espacejamento é o enfoque “apertar-sem-tocar”.

A mesma combinação de caracteres que requer kerning na versão de caixa


alta de uma fonte pode não ser a mesma da combinação em caixa baixa, uma
vez que as formas não são similares. Os designers de tipos sabem que algumas
combinações de caracteres requerem automaticamente o kerning – por exemplo:
qualquer letra composta junto a uma caixa alta F, W, T, V ou Y.

Dominar as técnicas corretas de espacejamento entre letras e de kerning faz


com que as soluções tipográficas sejam mais legíveis e atraentes.

Formas de letras com serifas e sem serifas


Fala-se que letras sem serifas são menos legíveis que as com serifa. Isso se deve
ao fato de que caracteres das fontes sem serifa são mais similares entre si; e, nas
fontes com serifa, apresenta-se mais detalhes que as diferenciam. No entanto,

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isso pode acontecer se não levarmos em conta a experiência do leitor, uma vez
que, provavelmente, uma pessoa que aprendeu a ler com caracteres sem serifas
quando era criança tem menor dificuldade em decifrar as letras e os significados
das palavras.

Em blocos de textos mais longos, as serifas muitas vezes facilitam a leitura por
criarem uma linha de base, orientando o sentido da leitura.

Caixa alta versus combinação de caixa alta e baixa


Combinações de letras em caixa alta e caixa baixa normalmente são mais legíveis
ou mais confortáveis para a leitura do que a mesma palavra ou sentença composta
somente em letras maiúsculas – principalmente em textos mais longos.

Isso se deve ao fato de que as letras em caixa alta têm altura e largura similares.
As letras em caixa baixa, com suas ascendentes e descendentes, variam em forma,
delimitando visualmente onde começa uma frase; essa diferença de altura oferece
pausas visuais, tornando a leitura mais confortável.

Nas composições tipográficas somente em caixa alta, o leitor é forçado a identi-


ficar as formas das letras individualmente antes de montá-las em palavras, enquanto
a combinação de letras em caixa alta e caixa baixa permite ao cérebro reconhecer
palavras inteiras de uma só vez.

Nas redes sociais da internet, muitas vezes, o texto todo em caixa alta é usado
para expressar uma raiva, ou um sentimento de descontentamento, pois dá a im-
pressão de que a pessoa está gritando.
O texto em caixa alta e baixa (à esquerda) proporciona mais legibilidade do que o texto todo em caixa alta (à direita).

“OH, POR FAVOR, PRESTE ATENÇÃO NO


“Oh, por favor, preste atenção no que está fazendo!”,
gritou Alice, saltando de um lado para o outro numa QUE ESTÁ FAZENDO!”, GRITOU ALICE,
agonia de terror. SALTANDO DE UM LADO PARA O OUTRO
NUMA AGONIA DE TERROR.

Legibilidade nos títulos


O texto do titulo é muitas vezes o elemento tipográfico mais importante na
composição, uma vez que atrai rapidamente a atenção do leitor. Se o leitor não se
interessa pelo título, há grande chance de que o resto do texto não seja lido.

Devido ao tamanho maior dos tipos em títulos, deve-se considerar especialmente


o espacejamento de letras, espaço entre as palavras, entrelinhas e espacejamento
de linhas, bem como a expressão da linguagem.

Geralmente, os títulos são submetidos ao kerning e ao espacejamento entre


letras muito mais do que os blocos de texto. Isso força as letras se agruparem
oticamente em manifestações visuais mais fortes, fazendo com que sejam lidas com
maior facilidade.

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UNIDADE Composição de Textos

O espacejamento entre palavras é também mais apertado nos títulos para obter
vmaior legibilidade e impacto visual, assim o espacejamento, tanto dentro como
entre as palavras, precisa se complementar.

O espacejamento entre palavras é afetado pela primeira e pela última letra de


palavras adjacentes. Devido ao fato de que cada caractere tem formas e proporções
ligeiramente diferentes, é necessário usar o julgamento estético quando o espaço
entre palavras é alterado em um título.

O espaço entre linhas para os títulos varia daquele usado para entrelinhar e para
o corpo de texto. Lembre-se de que abrir ou aumentar o entrelinhamento entre as
linhas no corpo de texto às vezes torna o texto mais legível, uma vez que o olho do
observador pode discernir mais facilmente as linhas separadas.

Figura 2 – Títulos em caixa alta demandam um maior espaço entre as linhas

Figura 3 – Em títulos com caixa alta e baixa, a entrelinha pode ser menor do que o padrão do software

Ao compor um título em tipo com o mesmo tamanho em pontos que o entreli-


nhamento, muitas vezes, as palavras parecem muito distantes e não são agrupadas
confortavelmente para uma leitura fácil e compreensiva; as palavras parecem flutu-
ar separadamente e o leitor tem que organizá-las em sua mente, isso acontece de-
vido ao espaço vertical automaticamente dado para as ascendentes e descendentes.

O entrelinhamento negativo é a prática de compor o tipo em um espaço


vertical menor. Como exemplo, um tipo de 48 pontos com 6 pontos adicionais
de entrelinhamento seria indicado como 48/54; esse tipo composto no mesmo
número de pontos para o entrelinhamento seria 48/48; o mesmo tipo composto
com entrelinhamento de 12 pontos (negativo) seria 48/36.

O entrelinhamento negativo significa que o espaço das descendentes compartilha


o espaço das ascendentes na linha de baixo, assim as palavras precisam ser
integradas com cuidado para evitar as superposições.

O alinhamento ótico dos caracteres nos títulos


As letras capitais A, C, G, J, O, S, T, V, W, X e Y representam desafios especiais
de alinhamento devido às suas formas arredondadas ou angulosas inerentes. Se
esses caracteres são compostos alinhados à esquerda, confiando-se nos ajustes

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mecânicos do software de aplicação, quase sempre vão parecer desalinhados.
Geralmente esses caracteres precisam ser ajustados para a esquerda no alinhamento
com as outras linhas de cima e de baixo para que pareçam estar na posição correta.

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Diferentes softwares de aplicação têm diferentes modos de permitir o alinha-


mento ótico. Um método é usar um leve retorno (Shift + Enter) no final de cada
linha de tipo; acrescente um espaço no início de cada linha, então selecione o es-
paço e mude o ajuste do espaço entre letras (tracking) conforme necessário para
alinhar oticamente os caracteres. Um número negativo puxa a linha de tipos para
a esquerda, e um número positivo empurra a linha de tipos para a direita.

Valor de fundo, cor e contraste.


No final dos anos 1870, sugeriam que papéis tonalizados de amarelo deixavam
o texto mais legível com textos impressos em tinta preta – no Brasil, esse papel é
conhecido como papel pólen.

Nos anos de 1900, houve um grande aumento de impressos em papel revestido


e extremamente brancos, isso fez com que alguns designers voltassem a questionar
qual seria a tonalidade de papel mais legível, pois o branco tipo couché brilhante
acabava deixando a leitura mais cansativa – hoje caindo em desuso. Há atualmente
uma grande variedade de papéis que podem ser mudados conforme o seu uso.

O contraste refere-se à diferença entre forças opostas ou oposições na composi-


ção. O contraste em valor ou tom, portanto, refere-se à diferença entre o valor do
tipo impresso e seu fundo.

Figura 5 – Exemplos de textos ilegíveis: em cores completares ao do fundo


(à esquerda) e impresso em tons com pouco contraste com o fundo (à direita).

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UNIDADE Composição de Textos

Pior para a legibilidade do que imprimir grandes extensões de texto branco sobre
um fundo preto é imprimir o texto em um esquema de cores complementares, tal
como verde sobre fundo vermelho, o que pode tornar o texto ilegível para pessoas
daltônicas.

Enquanto a cor é um instrumento efetivo para provocar destaque, ela tem enorme
influência para a legibilidade de uma mensagem composta tipograficamente.

Quando o suporte do texto é o papel, o fundo


branco dá mais legibilidade.

Porém, em suportes digitais, como a tela de um


computador ou celular, o fundo preto dá menos
brilho e cansa menos a vista.

Figura 6 – Exemplos visuais: como texto preto


em fundo preto e texto branco em fundo branco.

Arranjo de tipo nos textos


Espacejamento de letras, de palavras e de linhas.
É quase impossível discutir as variáveis da composição tipográfica de forma
independente, uma vez que umas afetam as outras. Tipos menores requerem uma
largura de linha menor, enquanto linhas mais largas requerem maior entrelinhamento
para facilitar a leitura.

A composição tipográfica correta resulta de uma textura visual uniforme (referida


como cor, mesmo que isso não signifique qualquer mudança na tonalidade). É bom
evitar variações muito amplas na cor do texto e empenhar-se por uma qualidade
uniforme e consistente, evitando a aparência desleixada que é associada à falta de
experiência e de prática na composição tipográfica.

A legibilidade depende de o leitor ser capaz de olhar rapidamente os traços que


constituem letras individuais e diferenciar a relação das letras umas com as outras. Se
existir espaço demais ou de menos entre as formas, as posições e formas dos traços
tornam-se confusas umas com as outras e fica difícil identificar a letra com rapidez.

É possível processar entre 50 e 80 caracteres (incluindo espaços) antes de


um retorno, com uma média de 5 a 10 palavras por linha. Letras empacotadas
de forma apertada misturam-se em combinações visuais que não são facilmente
reconhecidas, tornando impossível diferenciar as palavras.

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Espaço entre palavras
Regra geral para o espaço entre palavras é visualizar a largura do i em caixa-
baixa no espaço entre cada palavra. Isso significa que o espaço entre palavras
muda quando se usam tamanhos de fontes diferentes.

O espacejamento correto dos tipos para otimizar a legibilidade é uma das tarefas
mais importantes. O tipo que é mal espacejado torna ilegível mesmo o melhor
design, anulando a intenção da comunicação.

Espacejamento vertical – leading ou entrelinhamento


O leading ou entrelinhamento refere-se ao espaço vertical entre as linhas de
tipo compostas de forma empilhada. O termo leading foi originado com os tipos
de chumbo compostos manualmente quando o tipógrafo inseria barras finas de
chumbo que não eram impressas, para abrir espaços entre as linhas.

Esse espaço adicional torna mais fácil para os leitores manterem o movimento
horizontal e a fluência dos olhos à medida que leem ao longo de uma página de
tipos e passam sem esforço para a linha seguinte.

Figura 6 – Demonstração de entrelinha negativa, normal e um pouco espaçada

Figura 7 – Demonstração de entrelinhas muito espaçadas

Parágrafos com entrelinha apertada demais dificulta a leitura, o instantâneo


abrange não só a linha inteira da coluna, mas também porções da linha de baixo.

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Alinhamento Tipográfico do parágrafo


Alinhado à esquerda
Refere-se ao alinhamento dos tipos ao longo de uma linha vertical invisível, ou
margem no lado esquerdo, de uma composição. O termo implica que o tipo vai
ficar desalinhado, irregular ou serrilhado no lado direito da composição.

A maior vantagem para a composição não justificada é a capacidade de controle


do espaço entre as palavras.

A desvantagem da composição não justificada é que ela pode dificultar a


tipografia de melhor qualidade. Linhas muito longas seguidas por outras muito
curtas podem causar formas desagradáveis, que não são convidativas para o olho.

De forma ideal, a composição não justificada deveria parecer oticamente justificada.

Alinhado à direita
Alinha o tipo no lado direito da composição ou da largura de coluna. Assim
como no texto alinhado à esquerda, o designer pode controlar o espaço entre as
palavras para melhorar a legibilidade.

A dificuldade está em ler grandes blocos de texto composto irregularmente à


esquerda. Causa uma interrupção na fluidez mental do leitor e na compreensão da
informação, diluindo a rapidez de absorção da mensagem.

O tipo alinhado à direita/irregular e à esquerda deve ser usado somente em


pequenas áreas de tipo para destacar uma composição – talvez como nas poucas
linhas de um endereço e número de telefone.

O lado direito desigual da coluna indica ao leitor que está na hora de pular para
a linha inferior seguinte, enquanto a margem direita uniforme no texto justificado
não fornece um aviso equivalente.

Figura 8

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Centralizado
O tipo centralizado é alinhado ao longo de um eixo central na composição.
Assim como no alinhamento à esquerda e no alinhamento à direita do texto, o
designer pode controlar o espaço entre palavras para obter maior legibilidade.

No entanto, assim como nos parágrafos alinhados à direita, é difícil para o leitor
achar o início da linha seguinte do texto e continuar a leitura. O alinhamento cen-
tralizado é usado mais efetivamente em parágrafos curtos, como em um convite
formal ou em grandes títulos ou cabeçalhos, como em cartazes, folhetos, revistas
e newsletters.

O tipo centralizado tem melhor legibilidade quando o entrelinhamento (leading)


é maior.

Justificado
O tipo justificado é alinhado em ambos os lados, esquerdo e direito, da coluna.

O problema maior em compor textos justificados é o risco de criar um espaço


excessivo entre palavras dentro da coluna.

Uma olhada pelas colunas dos jornais vai lhe mostrar muito espaço excessivo
entre palavras e “rios” de espaço branco que correm texto abaixo. Quanto mais
comprida for a largura da linha, com menos frequência ocorrerá esse problema.

Figura 9

Hifenização e justificação
A hifenização e a justificação na composição tipográfica referem-se a decisões
que são tomadas pelo computador em como finalizar uma linha tipográfica quando
a largura da linha ou da coluna é preenchida pelos caracteres. Essa decisão é muitas
vezes controlada pelos defaults padrões do programa, portanto, designers menos
experientes muitas vezes ignoram as possibilidades de alterar essas determinações.

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UNIDADE Composição de Textos

Quando os ajustes de alinhamento são especificados como texto alinhado à


esquerda/direita irregular, as opções de hifenização são simples. Quando, no
final da linha, uma palavra é comprida demais para ser encaixada, o computador
determina onde a palavra vai ser partida. Se o comando de hifenização estiver
desligado, a palavra move-se em sua forma completa para a linha seguinte, o que,
às vezes, deixa um espaço branco grande demais.

Nos tipos compostos com margens justificadas, as opções são um pouco mais
complicadas e, sem a alteração dos ajustes padrão feita pelo designer, podem
ocorrer muitas hifenizações em linhas consecutivas.

Algumas considerações de texto composto tipograficamente:


• Nunca faça a hifenização da última palavra de uma sentença;
• Nunca permita a hifenização de uma palavra no final de uma coluna que se
desdobra para o começo da coluna seguinte de texto;
• Nunca faça hifenização dupla em uma palavra (isto é, não faça a hifenização
de uma palavra composta que já está hifenizada).

Viúvas e órfãs
A última linha de um parágrafo que fica particularmente curta, comparada com
os outros comprimentos de linhas de um parágrafo composto tipograficamente, é
chamada de linha viúva. Isso deixa um enorme espaço em branco que parece uma
linha vazia entre os parágrafos, chamando uma atenção indesejada e desnecessária
em um parágrafo isolado de um artigo.

O termo órfã refere-se a segmentos curtos de um parágrafo (geralmente de uma


a três linhas) que são separados pela continuação na coluna seguinte.

Tanto as órfãs quanto as viúvas podem ser minimizadas de forma mais efetiva
pelo ajuste da hifenização ou por mudanças editoriais no texto.

Figura 10

O Tipo encerrado em caixas (box)


Com maior frequência, o tipo deve ficar centralizado vertical e horizontal-
mente dentro do espaço definido, a forma da composição do texto deve imitar o
contorno da forma que o cerca, e qualquer texto deve ser composto equidistante

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de todos os lados. Mantendo-se o equilíbrio das margens que encerram o texto,
bem como o equilíbrio entre o tamanho e a proporção da caixa e da fonte se-
lecionada, podem ser evitadas formas negativas ou formas de fundo estranhas.
Se as margens internas e externas não estiverem equilibradas, isso vai chamar a
atenção do leitor pela interação dos elementos composicionais, distraindo-o de
se concentrar na mensagem.

Figura 10 – Texto dentro de uma forma (box)

Listas
Uma lista é um grupo de termos relacionados ou de informação. Pode ser
organizada em ordem hierárquica ou com bullets (uma forma geométrica pequena,
normalmente um círculo) para indicar cada item individual da lista. A colocação de
um bullet (bola ou marcador) no início de cada item de uma lista chama a atenção
para cada um desses itens individualmente.

O tamanho do bullet ou outro marcador deve ser relativamente menor do


que o tamanho do tipo no texto composto para destacar o início de um novo
pensamento, porém, não tão grande que possa distrair o leitor da comunicação da
mensagem. É muito comum que um bullet com o mesmo tamanho do texto pareça
grande demais, é bom reduzi-lo em um ou dois pontos e ajustá-lo ligeiramente para
cima em sua posição vertical usando o comando de mudança da linha de base no
software de aplicação.

Os bullets devem ser compostos com marcação de indentação saliente. Isso


quer dizer que deve ser marcado para fora da margem esquerda da coluna de texto
sem causar indentação na primeira linha.

O sucesso da comunicação visual pode ser medido pela quantidade de leitores


que responderam ao desejo da mensagem ou verificando a facilidade de lembrança
do leitor dessa mensagem e também a atenção dada à informação.

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UNIDADE Composição de Textos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
tipografos.net
http://tipografos.net
Art of the Title
http://www.artofthetitle.com/

 Vídeos
Processo de criação da capa da revista ÉPOCA edição 570
https://youtu.be/lpFEAukwuCo
https://youtu.be/IOwUoncMKHM
A Brief History of Title Design
https://vimeo.com/20759580

 Livros
Elementos do Estilo Tipográfico: Versão 3.0
BRINGHURST, R. Elementos do Estilo Tipográfico: Versão 3.0. 2. ed. São Paulo:
Cosac Naify, 2011.

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Referências
CLAIR, Kate; BUSIC-SNYDEr, Cynthia. Manual de tipografia: a história, a
técnica e a arte. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. Disponível em: <https://
integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577804559>.

ESTEVES, Ricardo. O design brasileiro de tipos digitais: a configuração de um


campo profissional. São Paulo: Blucher, 2010.

FARIAS, Priscila. Tipografia digital: o impacto das novas tecnologias. Rio de


Janeiro: 2AB, 1998

FONSECA, Joaquim da. Tipografia & design gráfico: design e produção gráfica
de impressos e livros. Porto Alegre: Bookman, 2008. Disponível em: <https://
integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577804177>.

LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e
estudantes. São Paulo: Gustavo Gili, 2018.

LUPTON, Ellen. Tipos na tela. São Paulo: Gustavo Gilli, 2015

PERUYERA, Matias. Diagramação e layout. Curitiba: Editora Intersaberes,


2018. Disponível em: <http://cruzeirodosul.bv3.digitalpages.com.br/users/
publications/9788559726657/>.

TIMOTHY, S. Guia de Tipografia. v. 1. Porto Alegre: Bookman, 2011.

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