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REDAÇÃO DISCURSIVA

COMO ESCREVER BEM!


COMO DESENVOLVER A HABILIDADE DE ESCREVER?
A criação de um bom texto requer, sobretudo, harmonia em sua estrutura, pois quando suas partes
constitutivas se correlacionam ordenadamente proporcionam uma leitura agradável e uma adequada
assimilação das ideias. E, para isso, o autor precisa deixar afluir, em seu texto, qualidades tais como a
criatividade na exposição das informações, uma escrita leve que manifeste claramente o pensamento,
um cuidado com a correção gramatical (com a unidade temática da composição) e com o emprego de
palavras e expressões adequadas à modalidade de texto desenvolvida.
Quanto à objetividade numa redação para concurso, esta pode ser entendida como a procura pelo
argumento adequado e relevante, ou seja, tudo que ali se escreve deve estar alinhado às convenções
próprias de um texto, que são: a legibilidade e a correção em construções equilibradas.
Assim, a questão crucial para que você aprenda, de uma vez, a produzir um bom texto é praticar
muito! Comece pela pesquisa e organização dos dados (etapa da preparação para o tema), escreva,
leia, reescreva e releia. Se possível, peça a alguém para ler o seu texto e fazer observações sobre ele.
Em síntese, se você até hoje não conseguiu escrever tão bem quanto necessita ou deseja, é porque
não exerceu o ato de escrever textos com a mesma frequência com que pratica a fala (ou a própria
leitura). Redigir é uma habilidade e habilidades são adquiridas com a prática constante.
COMO “PRODUZIR” IDEIAS PARA COLOCAR NA REDAÇÃO?
De início, há que se reconhecer que ideias não surgem do nada: elas são fruto da convivência
com o outro, da experiência e do senso de observação acerca das coisas mais elementares do
cotidiano. O melhor meio de se “criar” ideias é pelo hábito da leitura: ao ler livros, revistas e jornais,
faça-o da maneira mais aprofundada possível, procurando depreender as dimensões semânticas das
expressões, as conotações dadas às palavras, as construções gramaticais, enfim, procure decodificar
o texto. Só assim você conseguirá assimilar as informações que ele apresenta e, consequentemente,
também aprenderá a organizar as suas próprias ideias.
Ao ler revistas, dê atenção aos artigos, entrevistas e ensaios, que são mais bem estruturados do
que nos jornais. No decorrer da leitura, preste atenção não só às ideias expressas, mas também à
maneira como elas são exteriorizadas, pois isso te ajudará na assimilação de construções gramaticais
mais elaboradas e de formas mais adequadas de ordenar ideias em um texto.
Na leitura de jornais, dê preferência aos editoriais, artigos e ensaios, pois estes ativam o
raciocínio e são úteis, também, na assimilação e produção de novos conteúdos. O importante é
estimular a sua capacidade de reflexão bem como ampliar o seu nível de informação e de
conscientização sobre o que acontece ao seu redor.
A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS NO TEXTO
Tudo o que gera desorganização no texto prejudica a coerência da informação e
essa desorganização pode originar-se da construção de períodos com componentes na
ordem invertida (complemento, sujeito e verbo, por exemplo); do uso exagerado de frases
curtas (picadas) ou de períodos muito longos e cheios de digressões; e, ainda, da
colocação insuficiente ou inadequada dos elementos conectores para fazer a transposição
de uma ideia para outra.
Uma dissertação bem redigida apresenta, necessariamente, uma perfeita
articulação das ideias. E para obtê-la, é necessário promover o encadeamento semântico
(do significado e das ideias) – o cuidado na escolha e organização dos vocábulos e da
terminologia técnica adequados deixa o texto mais conciso e fácil de entender; e o
encadeamento sintático (dos mecanismos de ligação entre as estruturas gramaticais) – a
coesão é obtida, sobretudo, pelo uso dos elementos de ligação que proporcionam uma
integração harmoniosa de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo
temático).
OBSERVE, ENTÃO, OS CUIDADOS QUE VOCÊ DEVE TOMAR AO
ESCREVER SEU TEXTO:
✓ Construção gramatical na ordem direta: evite orações interpoladas, já que elas
podem confundir o leitor, dificultando, assim, a compreensão do todo.
✓ Adequação vocabular: evite o uso de palavras de sentido genérico: o corretor precisa
compreender com exatidão o sentido do texto. Também não crie palavras: se não tiver certeza de
sua existência ou sentido correto, não use!
✓ Formalidade: não escreva como se estivesse “conversando” com o corretor: evite o uso de
palavras ou expressões muito informais.
✓ Pontuação: preste muita atenção aos sinais de pontuação e seja parcimonioso(a) em seu
emprego. O uso excessivo de sinais de pontuação pode imprimir um tom muito emotivo ao texto.
✓ Objetividade: por seu caráter universal, o uso da 3ª pessoa do discurso é o mais aconselhável,
porque põe em relevo o assunto e não o autor do texto: e é exatamente isso e isso que aporta mais
credibilidade às informações fornecidas.
FAÇA UMA INTERPRETAÇÃO CUIDADOSA DOS COMANDOS:
1. Destaque o tipo de texto exigido pela banca e mantenha-se fiel a ele; sublinhe algumas palavras e
expressões-chave que irão determinar o seu agir no texto;
2. Defina que linha de raciocínio deve ser adotada e quais informações são mais relevantes para ganhar a
adesão do leitor o ponto de vista que você vai defender;
3. Se o comando apresentar um único tema, amplo, procure delimitá-lo para não haver fuga; se o comando
determinar um tema acompanhado de tópicos do assunto para você esclarecer, verifique se existe estreita
relação de sentido entre eles: caso não exista, não há por que usar conectores gramaticais entre os
parágrafos;
4. Jamais copie ou parafraseie o tema ou tópicos pontuados! O objeto de avaliação é o seu domínio sobre
o assunto e não a sua capacidade de copiar ou parafrasear ideias alheias;
5. Construa o seu texto, sem se desviar da norma culta, considerando, sobretudo, a coesão interna das
estruturas – a qual, consequentemente, aportará fluidez e coerência ao texto.

Muito cuidado!
Todas essas decisões sobre a elaboração da redação têm de ser tomadas de maneira muito rápida, porém
precisa! Então, leia com muita atenção os enunciados, para garantir o perfeito alinhamento do que você vai
escrever às exigências do corretor.
REVISE O TEXTO ANTES DA REDAÇÃO FINAL
A despeito da urgência do tempo, é imprescindível fazer a revisão do texto antes de transcrevê-lo no
formulário definitivo. Revisar nem sempre significa cortar informações ou esticá-las; é apenas certificar-se de
que está escrito no papel aquilo que se queria efetivamente transmitir ao leitor. O trabalho de revisão consiste
em garantir que o texto, em sua redação final, tenha as seguintes qualidades:
✓ CORREÇÃO – que implica a obediência às prescrições gramaticais, sem muito rebuscamento;
✓ COESÃO – que tenha todos os seus vínculos lógicos estabelecidos por meio de elementos gramaticais
adequados para garantir a clareza e fluidez das ideias;
✓ COERÊNCIA – que resulta da capacidade de organizar as ideias de modo a conferir unidade ao texto. A
sequência lógica entre as orações e os parágrafos, a escolha do vocabulário adequado, o correto uso dos
elementos de ligação e a aplicação do conhecimento empírico são necessários para promover a coerência
textual;
✓ CONCISÃO – que advém da habilidade de selecionar as palavras de significado mais preciso, de enxugar
as construções gramaticais. Ou seja, de transmitir as ideias de maneira sucinta sem perder a essência da
informação.
Enfim, o propósito da revisão é garantir que o leitor (corretor) não encontre as mesmas dificuldades de
compreensão que você (candidato) tenha encontrado ao ler, pela primeira vez, seu próprio texto. Seguramente
isso influenciará, de maneira bastante positiva, na pontuação que ele atribuirá à redação.
SUGESTÕES DE LEITURA
✓ JORNAIS – EL PAÍS/AMÉRICA (espanhol, editado no Brasil)
BBC/BRASIL (britânico, editado em português)

✓ ALMANAQUE – ATUALIDADES PARA VESTIBULAR E ENEM (Editora Abril)

✓ WEBSITE – OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

✓ DICIONÁRIOS – ABL, HOUAISS, LAROUSSE, CALDAS AULETE

✓ REVISTAS – LE MONDE DIPLOMATIQUE/DIPLO (francesa, editada em português)


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