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Seja qual for a natureza de um trabalho científico, ele precisa preencher algumas
características para ser considerado como tal:
2. o assunto tratado é reconhecível e claro, tanto para o autor quanto para os leitores;
8. documenta com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das
fontes utilizadas;
Na produção de um texto científico, devem ser seguidos aqueles princípios que lhe
confiram clareza, concisão, coerência, correção e precisão.
Compromissos Básicos
Entre os princípios de boa comunicação devem ser buscados alguns abaixo indicados
(sem qualquer hierarquia).
1. Clareza - O texto deve ser escrito para ser entendido; a dificuldade do leitor pode estar na
compreensão do assunto, nunca na obscuridade do raciocínio do autor. Um pensamento
claro gera um texto claro, escrito segundo a ordem natural do pensamento e das regras
gramaticais.
4. Encadeamento - Tanto as frases como os parágrafos e os capítulos (ou partes) devem estar
encadeados de modo lógico e harmônico. É recomendável também que os capítulos (ou
partes) guardem alguma simetria na sua estrutura e dimensão.
5. Consistência - O texto deve usar os verbos nos mesmos tempos, preferencialmente na voz
ativa, e os pronomes nas mesmas pessoas. Para se referir a si enquanto pesquisador, o
autor deve escolher um tratamento (eu, nós, o pesquisador, -se) e ficar nele ao longo do
trabalho.
6. Contundência - O texto deve ir direto ao assunto, sem circunlóquios, e fazer as afirmações
de forma forte, não só para criar impacto, mas para marcar bem as suas posições.
7. Precisão - O texto deve buscar usar as palavras e conceitos nos seus sentidos
universalmente aceitos ou definidos a priori. A ambigüidade não concorre para a
compreensão; a exatidão dos termos é indispensável na comunicação científica.
8. Originalidade - Original não é o texto que dá cambalhotas (na cabeça do leitor), mas tão
somente aquele redigido de modo autônomo, agradável e criativo; autônomo é o texto que
não depende em demasia das fontes utilizadas, mas procuram reescrever de modo
independente as idéias tomadas por empréstimo; agradável é o texto escrito de modo a
despertar o interesse do leitor, e criativo é o texto capaz de dizer as coisas, até as já sabidas,
numa perspectiva nova. Ser original é evitar o recurso fácil das frases feitas, dos lugares
comuns e dos jargões profissionais.
9. Correção política - O texto deve dar atenção à noção do “politicamente correto”, no uso de
conceitos e palavras, para evitar o emprego de expressões de conotação etnocentrista,
especialmente as de cunho sexista e racista.
10. Fidelidade - O texto deve ser escrito segundo parâmetros éticos, com absoluto respeito ao
objeto de estudo, às fontes empregadas e aos leitores. Evidentemente ainda, os textos
citados não podem ser usados para dizer aquilo que seus autores não quiseram. O texto
usado pode e deve ser interpretado, mas não distorcido. Por isto, todas as elipse e todas as
interpolação devem ser indicadas.
AZEVEDO, I. B. de. Princípios de comunicação. In: O prazer da produção científica. 10. ed.
Rev e atual. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 21-22.
Dez Conselhos Práticos
1. Escreva frases breves e parágrafos curtos. Diga o que quiser no menor espaço que
conseguir. Não alongue as frases com o uso abusivo de gerúndios e conjunções imprecisas
(como “o qual” e “cujo”).
Você terá menos chance de parecer ter composto uma colcha de retalhos.
5. Evite modismos lingüísticos (como “em nível de”, “colocação”, “Gadotti vai dizer que”,
etc.).
6. Evite as redundâncias (como “os alunos são a razão de ser da Escola Prof. Pegado” ).
Cada frase deve ser produto de uma reflexão.
AZEVEDO, I. B. de. Dez conselhos práticos. In: O prazer da produção científica. 10. ed. rev
e atual. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 22-23.