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TIPOGRAFIA

AULA 6

Prof. Naotake Fukushima


CONVERSA INICIAL

A disciplina iniciou com os aspectos históricos da tipografia para


entendermos como chegou ao estágio atual e, em seguida, estudamos
elementos que constituem os tipos. Agora, chegou a hora de focar nos aspectos
de composição e comunicação e, dessa forma, utilizarmos os tipos. Ou seja,
vimos as letras e suas características e vamos passar a juntá-las para formar
palavras e parágrafos para compor uma peça gráfica propriamente dita.

CONTEXTUALIZANDO

Como vamos dispor o texto dentro de um espaço, seja ele uma página,
placa, cartaz ou folder, isso determina como o leitor vai proceder com a leitura.
No primeiro caso, o da página, é assunto do design editorial, portanto os
conhecimentos aqui expostos servirão de base ou complementação e
necessitam de estudos para que você tenha domínio e segurança.
Usualmente se estrutura com grades e precisa, além do trato correto da
mancha tipográfica (que é a área que o texto ocupa no espaço compositivo),
conferir outras questões ligadas a um livro com capa, elementos pré-textuais,
aberturas, colunas, interação texto-figura etc. que compõem o livro. Ou seja, vai
muito além de tratar do texto. Assim, nesta aula, vamos focar nos elementos
intrínsecos da composição do texto e algumas considerações sobre a relação do
texto com o suporte.

TEMA 1 – COMPOSIÇÃO DO TEXTO – PARTE 1

A maioria dos termos que vamos ver hoje já foram apresentados na


disciplina e vamos entender como funcionam. Conhecemos diversas fontes e
vamos juntá-las para compor uma peça gráfica. Em termos de lógica, o primeiro
passo é compor a palavra, em seguida o parágrafo e, finalmente, o texto sem si,
mas na prática fazemos essas definições de maneira simultânea.

1.1 Escolha uma fonte

A escolha da fonte, como vimos, depende do tipo de material e o público


para o qual o material será produzido. Para uma placa informativa em um
hospital, a letra tem que ser séria e muito fácil de ler. Por outro lado, para um
livro infantil podemos escolher uma fonte mais descontraída e divertida.

Figura 1 – Exemplo de uso de letra para hospital

Crédito: Eduardo Y/Shutterstock.

Figura 2 – Exemplo de uso de letra para público infantil

Crédito: vectortwins/Shutterstock.

1.2 Determine o tamanho das fontes

O tamanho da fonte também depende do público e finalidade. Vamos ver


nesta aula em duas etapas. Primeiramente no contexto de algo para ser lido na
mão como livro ou folder e, mais adiante, no tópico da legibilidade, no âmbito da
leitura como em uma sinalização.
A norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
estabelece que devemos utilizar, para um texto, a fonte Arial ou Times New
Roman no corpo 12. Este pode ser um parâmetro básico inicial, mas, como
vimos, as fontes apresentam aspectos diferentes dependendo da altura do x.

Figura 3 – Comparação entre aspecto visual entre Arial e Times New Roman

Crédito: Fukushima, 2021.

Assim, para uma criança que está começando a ler, escolha uma letra
maior, para que ela consiga reconhecer as diferenças entre os desenhos das
letras. Até os primeiros dois anos da alfabetização, ou seja, até oito anos de
idade, recomenda-se o uso de caixa alta, forma que elas aprendem primeiro.
Para textos destinados ao público idoso também se recomenda o uso de letras
com tamanhos generosos. Deste modo, para os outros públicos podemos utilizar
o tamanho de letra próxima à norma.
Tratando-se de livro, deve-se levar em consideração questões como o
tamanho do livro, uma vez que um livro de bolso ou uma revista de moda
comportam letras de tamanhos diferentes. Em uma diagramação, é necessário
utilizar mais de um tamanho de fonte para criar as hierarquias das informações.
Temos em um texto comum:

• Aberturas de livros: corpo 16 bold;


• Título: corpo 14 bold;
• Subtítulos: corpo 13 bold;
• Citações: corpo 11;
• Créditos para fotos, legendas e notas de rodapé: corpo 9 ou menor;
• Corpo do texto: Corpo 12.

Temos ainda outras necessidades com textos para box, quando se tem
um longo texto explicativo que pode atrapalhar o fluxo da leitura. Fontes
utilizadas para infográficos geralmente são mais neutras, e uma diagramação
pode exigir ainda outros tamanhos.

1.3 Alinhamento

As formas de alinhar textos são basicamente: alinhamento à esquerda,


alinhamento à direita, centralizado e justificado.
Figura 4 – No exemplo, a quarta coluna foi aplicado no título o efeito chamado
justificação forçada

Crédito: Fukushima, 2021.

O alinhamento centralizado é muito apreciado na tradição clássica do


design e funciona muito bem para capas de livros, por exemplo. É possível ainda
pensar em um texto desalinhado como ocorrem em alguns tipos de poesia ou,
ainda, esse alinhamento não seguir uma linha reta contornando um objeto.

1.4 Espaçamentos

Outros parâmetros intrínsecos ao texto são os espaçamentos. O espaço


entre pares de letras é o Kerning. Em seguida vem o espacejamento, que trata
dos espaços gerais entre as letras, mas no conjunto de uma palavra ou um texto
inteiro. Temos também o espaçamento entre palavras. Quando se pretende
diagramar com texto justificado, esses dois parâmetros ajudam tanto para o
visual ficar bom, como para a leitura. Temos, por fim, os espaçamentos entre
linhas. Esses parâmetros já vêm configurados, mas é muito comum nos
trabalhos de diagramação necessitar fazer ajustes finos que diferenciam um
trabalho profissional.

TEMA 2 – COMPOSIÇÃO DO TEXTO – PARTE 2

2.1. Parágrafo

Os parágrafos servem para dividir o texto em blocos de conceitos. Na


Idade Média eram separados pelo símbolo ¶, também conhecido como “pé de
mosca” ou “caldeirão”. Atualmente o mais usual é utilizar o recuo (indentação ou
entrada de parágrafo) na primeira linha do texto, como neste texto. Aqui está
configurado para 13 mm de recuo, mas é comum também utilizar a largura da
letra “eme” caixa alta.

Figura 5 – Exemplo de recuo de parágrafo

Crédito: Fukushima, 2021.

2.2. Largura da coluna

Uma medida de trabalho com texto é a largura da coluna. Anteriormente


vimos que são medidas em cíceros ou picas, mas pode ser expressa em “cm”
também. A largura interfere na leitura, pois a cada linha que termina, o olho
precisa percorrer a coluna de volta e continuar. Para que não se perca nessa
transição a coluna não pode ser muito larga. Uma das formas de estabelecer a
largura é a quantidade de caracteres que uma linha pode conter. Recomenda-
se de 45 a 65 caracteres. Em uma página A4 no Word corpo 12, na fonte Arial,
que compõe este texto, tem em média 80 caracteres. Mas se aumentar o
entrelinhas é possível deixar a coluna mais larga ainda.

Figura 6 – Largura de coluna

Crédito: Fukushima, 2021.

2.3. Hierarquia visual

Existem muitas maneiras de se obter a hierarquia visual, e esse tópico


pode ser estudado tanto na disciplina de composição como na de design
editorial. Aqui veremos algumas abordagens que são do conhecimento da
tipografia. Uma delas é alterar caixa alta e caixa baixa, outra é variação do estilo
da letra, assim, podemos utilizar a letra na variação Roman para o texto e Bold
nos títulos, como é feito no texto que você está lendo. Aqui, neste texto, utiliza-
se ainda o recurso de mudança da cor. Outro recurso é alterar o tamanho, como
visto no item 1.2, ou ainda alterar o espaçamento somando com entrelinhas
diferenciadas.

Figura 7 – Hierarquia visual

Crédito: Fukushima, 2021

Cabe ao designer combinar os recursos para tornar o material com o


estilo próprio somente utilizando as combinações dos parâmetros.

2.4 Composição na página

Este tópico já faz parte das disciplinas relacionadas à editoração, mas


para completar o raciocínio que vem sendo desenvolvido de partir da letra até a
página, o próximo passo é considerar o bloco de texto como um elemento de
composição da página. Aqui os conhecimentos e parâmetros se expandem de
maneira além da tipografia. Assim, vamos abordar somente os itens elementares
e básicos da questão.

2.4.1 Disposição

Os blocos de textos ou mancha tipográfica podem, em uma página de


livro, seguir uma composição simétrica ou não.
Figura 8 – Disposição

Crédito: Fukushima, 2021.

2.4.2 Margens

Quanto às margens, pode-se planejar uma margem que gere uma


moldura igual para os lados ou seguir um modelo iniciado na Idade Média, em
que se aplica uma margem generosa para os lados e embaixo. Claro que isso
vai depender das demandas, como legendas, que ficam na margem do texto e
nos rodapés.

Figura 9 – Margens

Crédito: Fukushima, 2021.

2.4.3 Colunas

Ainda dentro das manchas tipográficas, elas podem ser trabalhadas com
as colunas dependendo do tamanho da letra que determina uma largura para
uma boa leitura.
Figura 10 – Disposição das colunas: coluna única, duas colunas iguais
e duas colunas desiguais

Crédito: Fukushima, 2021.

Esses elementos, disposição, margens e colunas fazem parte do


planejamento relacionado às grades que norteiam a diagramação.

TEMA 3 – LEGIBILIDADE E LEITURABILIDADE

A legibilidade considera o efeito das soluções tipográficas que interferem


no modo de leitura de um leitor. Dependendo desse arranjo, pode-se ler de
maneira mais fácil, confortável e eficiente. Mas essa é uma medida que depende
de muitos fatores e de difícil mensuração.
Entre esses fatores está a escolha de uma fonte que tem uma letra muito
parecida com outra (um exemplo disso são as letras “a” e “o”, que podem ter a
mesma estrutura) ou no caso de estilo de letras que as formas são fechadas e
em uma situação que exige uma leitura rápida, como em uma sinalização de
trânsito, pode causar confusão com resultados desagradáveis.
Figura 11 – Exemplo de diferenciação de fontes das letras “a” e “o”

Crédito: Fukushima, 2021.

Quando vamos tratar da legibilidade, existem variáveis controláveis que


dependem do designer para propor, e outras que estão fora do alcance, mas que
precisamos levar em consideração.
Na legibilidade, deve-se considerar as variáveis controláveis, que são:

• Tamanho da fonte;
• Tipo da fonte;
• Fundo/contraste;
• Tratamento (textura, luz, sombra etc.);
• Entrelinha/entre letras/entre palavras;
• Iluminação;
• Fornecedor;
• Suporte (durabilidade);
• Localização.

Vamos detalhar alguns fatores.

3.1 Localização e distância

Figura 12 – Localização e distância

Crédito: Fukushima, 2021


Uma letra, para ter uma boa legibilidade, precisa ter um tamanho
adequado. Isso depende um pouco da acuidade visual do usuário e atenção.
Mas se é sabido que o texto deve ser lido por uma pessoa idosa, pode-se
considerar a utilização de uma letra consideravelmente maior. Teste com usuário
é muito bem-vindo em todas as situações. Lembre-se de considerar sempre os
outros e não só você.
Uma letra grande contribui com o conforto da leitura, no entanto isso pode
implicar em aumento do número de páginas em um livro e consequente aumento
do preço de um livro. Deste modo, cabe ao designer oferecer uma solução que
equilibre as questões da legibilidade e impacto no custo, escolhendo fontes
legíveis em um tamanho que seja bom de ler e que ao mesmo tempo não estoure
o orçamento do cliente.

3.2 Contraste

No item contraste, pode-se levar em consideração tanto o contraste que


existente na letra (diferença entre as hastes), como na letra Bodoni, como a
relação de uma letra para outra ou mesmo com o fundo.
Para uma leitura confortável, sabe-se que o contraste 100% preto no
branco não é o ideal, mesmo que legível. Assim, a maioria dos livros de romance
são impressos em um papel ligeiramente amarelado. Temos também o contraste
que se faz na diagramação ao estabelecer a diferença entre o título e texto. Essa
diferença facilita na percepção da hierarquia da informação. Tão importante
como os contrastes citados acima são os contrastes pelas cores.

Figura 13 – Testes de contrastes com recursos auxiliares

Crédito: Fukushima, 2021.


O maior contraste ocorre nas cores complementares, mas na interseção
das cores ocorre a vibração que causa o desconforto, como na figura abaixo.

Figura 14 – Contraste máximo da cor que cria desconforto

Crédito: Fukushima, 2021.

Assim, propor uma cor que resulte em bom contraste e harmonize com o
material que está sendo criado é uma tarefa que pode ajudar na boa leitura ou
prejudicar um material gráfico.

3.3 Tratamento (textura, luz, sombra etc.)

Este tópico já é da esfera dos materiais, mas está ao alcance do designer


e, em um projeto de sinalização, é certo de que será de sua responsabilidade.

3.4 Fatores incontroláveis

Mas temos que ter em mente as variáveis que não estão ao nosso
alcance, ou seja, os incontroláveis.

• Luzes incidentes (para ambientes externos);


• Acuidade visual do usuário;
• Atenção;
• Acidentes naturais (chuva etc.);
• Vandalismo;
• Ação do tempo.

Esses fatores devem ser levados em consideração pelo designer uma


vez que, mesmo que não permitam controle, tendo ciência, pode ser
minimizado. Assim, por exemplo, para falta de acuidade de visão do leitor,
pode-se ampliar as letras ou incluir braille nos materiais seguindo os preceitos
do design universal, que é justamente a linha do design que pensa na inclusão
em todos os sentidos.

TEMA 4 – CRIAÇÃO DE UMA FONTE

Da mesma maneira que um jornal, revista, livro ou site foi projetado por
um designer, as letras que compõem os títulos, vinhetas e chamadas também
foram projetadas por um designer. Dentro da atuação do design gráfico existe o
Type Designer que trabalha justamente na criação de fontes. Embora com a
computação a criação de um alfabeto tenha ficado muito mais simples do que no
passado, ainda assim a tarefa não é algo fácil. Principalmente quando se busca
criar uma fonte para textos. Para um resultado satisfatório, o trabalho exige um
conhecimento apurado dos tipos existentes e senso estético e gráfico apurado.
Muitas criações de fontes vêm da necessidade de complementar um
projeto de identidade visual, assim o conceito da marca é o ponto de partida para
a criação da fonte. Independente da demanda, geralmente a criação de uma
fonte começa no estabelecimento de um conceito. Neste sentido, esses projetos
se assemelham a um projeto de design como vários outros.
Existem alguns roteiros elaborados por type designers disponíveis na
literatura. E tiveram também algumas tentativas de automatização de fontes –
temos sites como o <calligraphr.com> que permite o download de uma guia que
você escaneia e cria a sua fonte.

Figura 15 – Com o sistema “abcdefg”

Fonte: Sistema “abcdefg” elaborado com base em Farias, 2013.


Como introdução, segue o roteiro bem elementar como introdução ao
mundo da criação de fontes.
Mesmo com o avanço tecnológico, vários designers de tipos preferem
começar a esboçar suas criações no papel desenhando à mão para, em seguida,
passar para softwares de vetores como Adobe Illustrator e, finalmente, para
programa de fontes ou direto para programas de fontes.
Faça uma guia como a que foi feita no exercício prático da primeira aula
e considere fazer os esboços a lápis, que vai proporcionar muita liberdade para
a criação, ou tablet, que simula o uso do lápis. Depois passe do esboço para
vetor, percorrendo um roteiro que pode ser como:

1. Inicie estabelecendo a espessura e altura da fonte desenhando a letra “I”


maiúscula;
2. Estabeleça os ângulos dos “stress” o contraste com o desenho da letra
“O” maiúscula;
3. Defina a altura das minúsculas desenhando a letra “x” minúscula;
4. Estabeleça as barras horizontais das letras ao desenhar a letra “e”;
5. Defina os ângulos e fechamentos das letras, pode ser determinada pelo
desenho da letra “V” maiúscula;
6. É necessário definir as proporções das descendentes e das ascendentes;
7. Tendo esses elementos definidos, teste as relações métricas usando a
palavra “Hamburgers”.

Com esses passos, é possível ter uma fonte sua, mas para compor textos
etc. será necessário ainda passar para arquivo, por exemplo para o formato de
Opentype que vimos na aula anterior. 1
Um dos desafios é conseguir com que as letras fiquem harmônicas entre
si e, para isso, o caminho é imprimir e observá-las compondo palavras.
Lembrando dos itens aprendidos nas aulas anteriores, veja se consegue criar o
conjunto de letras que tenha a personalidade que você almejou. Claro que ainda
existem outros desafios, como criar as variações, tais como: italic, bold e
versaletes.

1
Existem alguns softwares para criação de fontes, mas se for só exercitar e experimentar, pode
começar com o software Fontforge, que é gratuito e já permite obter arquivos para trabalhar no
seu computador.
TEMA 5 – EXERCÍCIO CRIAÇÃO DE FONTE POR DISTORÇÃO

Vamos criar uma nova fonte por meio de distorção.


Para mais ideias de distrações, confira o livro Decomposição da Forma
(Fontoura, 2015), em que se pode conhecer diversas formas de manipular uma
forma.
Etapa 1: escolha uma fonte que não seja muito rebuscada e monte em
uma grade e imprima em papel sulfite ou em transparência.

Crédito: Fukushima, 2021.

Etapa 2: recorte as letras individualmente para facilitar o manuseio

Crédito: Fukushima, 2021.

Etapa 3: faça distorções ou projeção e fotografe. Faça em duas pessoas


ou utilize um tripé.

Figura 16 – Exemplo 1

Crédito: Fukushima, 2021.


Figuras 17 e 18 – Exemplo 2 e exemplo de como fotografar

Crédito: Fukushima, 2021.

Etapa 4: com base nas fotos, vetorize para formar um abecedário.

Crédito: Fukushima, 2021.

Etapa 5: crie um cartaz de venda da fonte como nos exemplos de


myfonts.com.

Crédito: Fukushima, 2021.

Saiba mais
Os apaixonados pela tipografia são muito bem acolhidos em eventos que
acontecem anualmente em diversas cidades do Brasil nas iniciativas do DiaTipo,
que surgiu do encontro anual em bares de São Paulo para confraternização entre
as pessoas para falar de tipografia. O evento se ampliou e atualmente convida
profissionais de renome para participar de eventos com muitos participantes.
Você pode conferir algumas das melhores palestras no canal do YouTube do
evento. Disponível em: <youtube.com/c/DiatipoBr/videos>. Acesso em: 27 maio
2021.

TROCANDO IDEIAS
Hoje temos muitos vídeos interessantes disponíveis sobre todos os
assuntos, inclusive sobre tipografia, como é o caso do evento DiaTipo. Pesquise
e, gostando de algum deles, compartilhe no fórum e discuta com os colegas.

NA PRÁTICA

Experimente utilizar programas como o Fontforge, que é gratuito, e


converta as fontes criadas em arquivo de fonte mesmo. Para a fonte ficar boa
com espaçamentos certos, toma algum tempo, mas mesmo sem os ajustes finos
já facilita o uso pois, ao fazer uma composição, terá que ajustar somente os
espaços. Com a fonte criada você poderá compor textos, o que vai permitir
escrever as palavras de testes que são essenciais para a etapa de harmonizar
o conjunto das fontes. Com os arquivos no formato de fontes, poster para os
colegas que, por sua vez, podem dar feedbacks para melhoramentos das fontes.
Mesmo para aqueles que não se imaginam se tornar um type designer, a
experiência de tentar criar uma fonte é muito enriquecedora, tanto na hora de
escolher uma fonte comum, quanto em apreciar um trabalho. Não é difícil de se
imaginar na profissão que, em algum momento no futuro, tenha que contratar um
type designer para complementar um serviço de identidade e precise saber falar
com esse profissional, bem como na área editorial e tenha que se criar uma fonte
proprietária.

FINALIZANDO
Ao longo das aulas, conferimos alguns aspectos da história, terminologia,
da tecnologia e até a introdução de como criar uma fonte. Em cada aula, além
da parte teórica, exercemos atividades que incentivaram aprofundar os
conhecimentos apresentados. Tudo isso para criar familiaridade e intimidade
com as letras e, assim, poder alcançar o objetivo maior de saber apreciar e usar
as letras a favor do seu trabalho. É importante ressaltar que em todos os temas
só foi possível abordar o essencial, mas que possibilitam e incentivam a buscar
ainda mais o mundo da tipografia, que tem uma relação muito próxima do design
e, principalmente, que reserva muitas boas evoluções, pois, como foi
apresentado, é um dos elementos fundamentais e constituintes do design. Boa
jornada rumo a profissão que vocês escolheram!
REFERÊNCIAS

FONTOURA, Ivens. Decomposição da Forma: Manipulação da Forma como


instrumento para a criação. Curitiba: Insight, 2015.

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