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AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
Como vamos dispor o texto dentro de um espaço, seja ele uma página,
placa, cartaz ou folder, isso determina como o leitor vai proceder com a leitura.
No primeiro caso, o da página, é assunto do design editorial, portanto os
conhecimentos aqui expostos servirão de base ou complementação e
necessitam de estudos para que você tenha domínio e segurança.
Usualmente se estrutura com grades e precisa, além do trato correto da
mancha tipográfica (que é a área que o texto ocupa no espaço compositivo),
conferir outras questões ligadas a um livro com capa, elementos pré-textuais,
aberturas, colunas, interação texto-figura etc. que compõem o livro. Ou seja, vai
muito além de tratar do texto. Assim, nesta aula, vamos focar nos elementos
intrínsecos da composição do texto e algumas considerações sobre a relação do
texto com o suporte.
Crédito: vectortwins/Shutterstock.
Figura 3 – Comparação entre aspecto visual entre Arial e Times New Roman
Assim, para uma criança que está começando a ler, escolha uma letra
maior, para que ela consiga reconhecer as diferenças entre os desenhos das
letras. Até os primeiros dois anos da alfabetização, ou seja, até oito anos de
idade, recomenda-se o uso de caixa alta, forma que elas aprendem primeiro.
Para textos destinados ao público idoso também se recomenda o uso de letras
com tamanhos generosos. Deste modo, para os outros públicos podemos utilizar
o tamanho de letra próxima à norma.
Tratando-se de livro, deve-se levar em consideração questões como o
tamanho do livro, uma vez que um livro de bolso ou uma revista de moda
comportam letras de tamanhos diferentes. Em uma diagramação, é necessário
utilizar mais de um tamanho de fonte para criar as hierarquias das informações.
Temos em um texto comum:
Temos ainda outras necessidades com textos para box, quando se tem
um longo texto explicativo que pode atrapalhar o fluxo da leitura. Fontes
utilizadas para infográficos geralmente são mais neutras, e uma diagramação
pode exigir ainda outros tamanhos.
1.3 Alinhamento
1.4 Espaçamentos
2.1. Parágrafo
2.4.1 Disposição
2.4.2 Margens
Figura 9 – Margens
2.4.3 Colunas
Ainda dentro das manchas tipográficas, elas podem ser trabalhadas com
as colunas dependendo do tamanho da letra que determina uma largura para
uma boa leitura.
Figura 10 – Disposição das colunas: coluna única, duas colunas iguais
e duas colunas desiguais
• Tamanho da fonte;
• Tipo da fonte;
• Fundo/contraste;
• Tratamento (textura, luz, sombra etc.);
• Entrelinha/entre letras/entre palavras;
• Iluminação;
• Fornecedor;
• Suporte (durabilidade);
• Localização.
3.2 Contraste
Assim, propor uma cor que resulte em bom contraste e harmonize com o
material que está sendo criado é uma tarefa que pode ajudar na boa leitura ou
prejudicar um material gráfico.
Mas temos que ter em mente as variáveis que não estão ao nosso
alcance, ou seja, os incontroláveis.
Da mesma maneira que um jornal, revista, livro ou site foi projetado por
um designer, as letras que compõem os títulos, vinhetas e chamadas também
foram projetadas por um designer. Dentro da atuação do design gráfico existe o
Type Designer que trabalha justamente na criação de fontes. Embora com a
computação a criação de um alfabeto tenha ficado muito mais simples do que no
passado, ainda assim a tarefa não é algo fácil. Principalmente quando se busca
criar uma fonte para textos. Para um resultado satisfatório, o trabalho exige um
conhecimento apurado dos tipos existentes e senso estético e gráfico apurado.
Muitas criações de fontes vêm da necessidade de complementar um
projeto de identidade visual, assim o conceito da marca é o ponto de partida para
a criação da fonte. Independente da demanda, geralmente a criação de uma
fonte começa no estabelecimento de um conceito. Neste sentido, esses projetos
se assemelham a um projeto de design como vários outros.
Existem alguns roteiros elaborados por type designers disponíveis na
literatura. E tiveram também algumas tentativas de automatização de fontes –
temos sites como o <calligraphr.com> que permite o download de uma guia que
você escaneia e cria a sua fonte.
Com esses passos, é possível ter uma fonte sua, mas para compor textos
etc. será necessário ainda passar para arquivo, por exemplo para o formato de
Opentype que vimos na aula anterior. 1
Um dos desafios é conseguir com que as letras fiquem harmônicas entre
si e, para isso, o caminho é imprimir e observá-las compondo palavras.
Lembrando dos itens aprendidos nas aulas anteriores, veja se consegue criar o
conjunto de letras que tenha a personalidade que você almejou. Claro que ainda
existem outros desafios, como criar as variações, tais como: italic, bold e
versaletes.
1
Existem alguns softwares para criação de fontes, mas se for só exercitar e experimentar, pode
começar com o software Fontforge, que é gratuito e já permite obter arquivos para trabalhar no
seu computador.
TEMA 5 – EXERCÍCIO CRIAÇÃO DE FONTE POR DISTORÇÃO
Figura 16 – Exemplo 1
Saiba mais
Os apaixonados pela tipografia são muito bem acolhidos em eventos que
acontecem anualmente em diversas cidades do Brasil nas iniciativas do DiaTipo,
que surgiu do encontro anual em bares de São Paulo para confraternização entre
as pessoas para falar de tipografia. O evento se ampliou e atualmente convida
profissionais de renome para participar de eventos com muitos participantes.
Você pode conferir algumas das melhores palestras no canal do YouTube do
evento. Disponível em: <youtube.com/c/DiatipoBr/videos>. Acesso em: 27 maio
2021.
TROCANDO IDEIAS
Hoje temos muitos vídeos interessantes disponíveis sobre todos os
assuntos, inclusive sobre tipografia, como é o caso do evento DiaTipo. Pesquise
e, gostando de algum deles, compartilhe no fórum e discuta com os colegas.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Ao longo das aulas, conferimos alguns aspectos da história, terminologia,
da tecnologia e até a introdução de como criar uma fonte. Em cada aula, além
da parte teórica, exercemos atividades que incentivaram aprofundar os
conhecimentos apresentados. Tudo isso para criar familiaridade e intimidade
com as letras e, assim, poder alcançar o objetivo maior de saber apreciar e usar
as letras a favor do seu trabalho. É importante ressaltar que em todos os temas
só foi possível abordar o essencial, mas que possibilitam e incentivam a buscar
ainda mais o mundo da tipografia, que tem uma relação muito próxima do design
e, principalmente, que reserva muitas boas evoluções, pois, como foi
apresentado, é um dos elementos fundamentais e constituintes do design. Boa
jornada rumo a profissão que vocês escolheram!
REFERÊNCIAS