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CARDIOLOGIA
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PARA GRADUAÇAO
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SANAR~
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MANUAL DE
CARDIOLOGIA
PARA GRADUAÇAO -
Coordenador:
Valéria Marcelo Vasconcelos
do Nasci men to
Revisores:
ldeltônio José Feitosa Barbosa
lvson Cartaxo Braga
José Renê Garcia Arévalo
Autores:
Amanda Duart e Oliveira
Amanda Ferreira Vigó
Ana Beatriz Nepomuceno Cunha
Ana Mel Maria de Souza
Bruna da Luz Parente Sampaio
Fábia Livia Ramos Brilhante de França
Fernando José Lianza Dias Filho
Gilvandro de Assis Abrant es Leite Filho
ldeltónio José Feitosa Barbosa
lgor Oliveira Meneses
João Victor Fernandes d e Paiva
José Renê Garcia Arévalo
Juliana Vieira de Oliveira Salerno
Karoline Frazão Bezerra
Palmira Gomes Amaral
Paulo Sérgio Franca de Athayde Júnior
Rayanne Kalinne Neves Dantas
Vanessa Serrano Bezerra
Vitor Pedro Lira de Andrade
t~r•
SANAR~
e Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos ã Editora Sanar ltda. pela Lei no
e
9.610, de 19 de fevereiro de 1998. proibida a d uplicação ou reprodução deste volume ou q ualquer
parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico,
gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como
ãs suas caracteristicas gráficas. sem permissão expressa da Editora.
SANA!~, 2018.
362 p. : il.; 16X23 em
CDU: 6 16.12
editora ~·
~~
Edf. Salvador Office & Pool. 3° andar.
CEP: 41 820.770, Salvador · BA.
SANAR Telefone: 71.3052·483 1
www.editorasanar.com.br
atendimentO@editorasanar.com.br
I AUTORES
AMANDA DUARTE OLIVEIRA
Médica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Nova Esperança. Clínica geral.
Acadêmico de med icina da Faculdade de Medicina Nova Esperança. Membro da Liga Aca·
dêmica de Cardiologia da Paraíba (CARDIOLIGA - PB)
Bacharel em Ciências Biológicas pela UFPB. mestre em Radiogenética pela UFPB e doutor
em Odontologia/Laser pela UNICSUL. Professor de biofísica e fisiologia da Faculdade de
Medicina da UFPB, FAMENE, FCM-JP e UNIPÊ e da Faculdade da área da saúde da Santa
Emíl ia de Rodat e da FPB-Laureate. Foi membro do Conselho Superior de Ensino da UFPB,
Secretário Municipal de Saúde de Rio Tinto-PBe diretor do laboratório de análises clínicas
da Maternidade Santa Rita de Cássia.
O livro'Cardiologia para graduação" consiste em uma iniciativa dos membros da Liga Acadêmica
de Cardiologia da Paraíba, apoiados pela Editora Sanar e seus orientadores, visando condensar
as informações essendais para o aprendizado e prática cardiológica durante a graduação,
possibilitando a criação de um conhecimento duradouro que permita uma prática médica mais
segura, atualizada e científica. O livro é composto por 16 capítulos. que partem do prinópio
de permitir um entendimento maior sobre os temas cardiológicos com uma leitura de fácil
entendimento, viabilizando o reconhecimento de fatores de risco, realização de diagnósticos
seguros e precoces. compreensão e aplicação de intervenções terapêuticas corretas e viáveis. e
um domínio atualizado sobre os temas a serem abordados na graduação.
1.CORAÇÃ0 ..........................................................................................................................23
1.1 . Anatomia funcional do coração ..................................................................................•................. 23
1.2. Estrutura elétrica do coração .......................................................................................................... 27
2. FISIOLOGIA CARD[ACA ....................................................................................................31
2.1. Propagação do potencial de ação cardíaco .............................................................................. 31
2.2. O ciclo cardíaco .....................................................................................................................•.............. 34
3.HEMODINÃMICA ..............................................................................................................39
3.1 Energética de sístole e fluxo......................................................................................................-·-·· 39
3.2 Débito cardíaco, pressão e fluxo sanguíneo... ·-·-······························································-·-..42
REFER~NCIAS ........................................................................................................................ 47
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
1. ANAMNESE ........................................................................................................................ 49
l .l ldentificação .......................................................................................................................................... 49
1.2 Sinais e sintomas..........................................................•..•......................................................•.............. 51
2. SEMIOTÉCN ICA ................................................................................................................ ,55
2.1 Inspeção e palpação ........................................................................................................................... 56
2.2 Ausculta cardíaca ................................................................................................................................. 59
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 68
1. 1NTRODUÇÃ0 ...................................................................................................................69
2. EPIDEMIOLOGIA .............................................................................................................70
3. D IAGNÓSTICO .................................................................................................................70
3.1 Preparodopaciente ............................................................................................................................ 71
3.2. Para a medida propriamente dita ................................................................................................. 71
3.3 Automedida da pressão arterial (AMPA) .................................................................................... 72
3.4 Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) ........................................................... 73
3.5 Monitorizaçâo ambulat orial da pressão arterial de 24 horas (MAPA) ............................. 73
4. CLASSIFICAÇÃ0 ..............................................................................................................73
4.1 Normotensâo verdadeira .................................................................................................................. 74
4.2 Hipertensão sistólica isolada ........................................................................................................... 74
4.3 Hipertensão do avental branco ...................................................................................................... 74
4.4 Hipertensão mascarada ..................................................................................................................... 75
S. AVALIAÇÃO CLÍNICA ......................................................................................................76
5.1 Anamnese cuidadosa ......................................................................................................................... 76
5.2 Exame físico criterioso ........................................................................................................................ 76
6. AVALIAÇÃO LABORATORIAL ........................................................................................76
7.ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................................................... 77
S. IDENTIFICAÇÃO DE LESÕES SUBCL(NICAS DE ÓRGÃOS-ALVO ................................ 78
9. CONDIÇÕES CLINICAS ASSOCIADAS À H IPERTENSÃO ............................................. 78
1 O. PREVENÇÃO PRIMÁRIA ................................................................................................. 78
10.1 Medidas não-medicamentos ........................................................................................................ 78
10.2 Medidas medicamentosas ............................................................................................................ 78
10.3 Estraté9ias para implementação de medidas de prevenção .......................................... 79
1 1. DECISAO TERAP~UTICA E METAS ............................................................................... 79
11.1 Metas a serem atingidas em conformidade com as características individuais .... 80
11.2 Tratamento não medicamentoso e abordagem multídisciplinar ................................. 80
11.3 Suplementação de cálcio e magnésio ...................................................................................... 82
11.4 Tratamento medicamentoso ........................................................................................................82
11.5 Esquemas terapêuticos ..................................................................................................................89
12. NOVA DIRETRIZ DA AMERICAN HEART ASSOCIATI ON I AMERICAN COLLEGE OF
CARDIOLOGY, EM NOVEMBRO DE 2017. O QUE MUDOU ....................................... 93
REFER~NCIAS .......................................................................................................................94
1 . INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 95
2. EPIDEMIOLOGIA ...............................................................................................................96
3. FISIOPATOLOGIA ..............................................................................................................97
4. DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................99
4.1 Angina pectoris ...................................................................................................................................101
S. ANGINA ESTÃVEL ........................................................................................................... 103
6. SINDROME CORONARIANA AGUDAS EM SUPRADESNÍVEL DE SEGMENTO ST......104
6.1. Angina instável ...................................................................................................................................106
6.2 1AM SEM SUPRA DE ST......................................................................................................................108
6.3 Achados clínicos das SCASST.........................................................................................................108
6.4 Estratificação de risco .......................................................................................................................109
6.5 Diagnóstico das SCASST ..................................................................................................................112
6.6 Tratamento clínico da SCASST.......................................................................................................I 14
6.7 Tratamento intervencionista da SCASST...................................................................................I 19
7. SfNDROME CORONARIANA COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST.... 120
7.1 Achados clínicos da SCACST ..........................................................................................................120
7.2 Diagnóstico da SCACST....................................................................................................................I22
7.3 Tratamento clínico da SCACST......................................................................................................126
7.4 Terapia de reperfusão ....................................................................................................................... l30
REFER~NCIAS ......................................................................................................................133
INSUFICIÊNCIA CARDfACA
1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................13S
2.FATORES PRECIPITANTES DE IC ..................................................................................... 136
3. FISIOPATOLOGIA ............................................................................................................137
4. MECANISMOS COMPENSATÓRIOS ...............................................................................138
4.1 Ativação neuro-hormonal ...............................................................................................................139
4 .2 Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) ................................................................I39
4.3 Outros mecanismos compensatórios ........................................................................................140
S. DIAGNÓSTICO .................................................................................................................141
5.1 Anamnese e exame frsico ................................................................................................................ l43
5.2 Exames complementares................................................................................................................143
5.3 Peptfdeos natriuréticos ...................................................................................................................143
5.4 Ecocardiograma ..................................................................................................................................144
5.5 Radiografia de tórax ..........................................................................................................................144
5.6 Eletrocardiograma ..............................................................................................................................l44
5.7 Ressonância magnética ...................................................................................................................145
5.8 Estudo hemodinãmico .....................................................................................................................l45
5.9 Ergoespirometria ................................................................................................................................145
6. CLASSIFICAÇÃO ..............................................................................................................145
6.1 Baseada em sintomas .......................................................................................................................145
6.2 Baseada na progressão ....................................................................................................................146
6.3 Baseada na fração de ejeção ..........................................................................................................147
6.4 Baseada no tempo de aparecimento .........................................................................................147
7. MANIFESTAÇÕES CLINICAS ...........................................................................................150
7.1 Sinais e Sintomas ................................................................................................................................150
7.2 Exame físico .........................................................................................................................................151
8. TRATAMENTO ..................................................................................................................153
8.1 Medidas não·farmacológicas ........................................................................................................153
8.2 Tratamento farmacológico .............................................................................................................154
REFER~NCIAS ....................................................................................................................159
CARDIOMIOPATIAS
TAQUIARRITMIA$
1.1NTRODUÇÃ0..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....••185
2. DETERMINANDO A FREQU~NCIA .•.......•..•....••••....•..•...•...•.......•..•....•..•....•..•.•.•...•.......••185
3. MECANISMOS DE AÇÃ0 •....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......••187
4. DIAGNÓSTICO .....•....•..•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•...•...•.......••188
S. EXTRASSISTOLES •.....•.•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......••189
6. TAQUICARDIA SINUSAL .....•..•...•••.•....•..•......••.......•..•...••.••..••...•......••..•..•••.••....•.••.....•••• 191
7. TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXISTICA ...................................................192
8. REENTRADA EM VIA ACESSÓRIA •••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••196
9. SINDROME DE WOlFF-PARKINSON-WHITE ................................................................197
1 O. FIBRILAÇÃO ATRIAl •.•••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••199
11. FLUTTER ATRIAl. •••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••••••.••••••201
12. TAQUICARDIAATRIAL ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••• 202
13. TAQUICARDIA VENTRJCUlAR •••••••••••••••••.•••••••.••••••••••.•••••••.••••••••••.•••••••.••••••••••••••••••••• 203
14. CANAlOPATIAS ••••••••••••••••••••.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••210
REFERtNCIAS •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••.•••••• 214
BRADIARRITMIAS
1.1NTRODUÇÃ0•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••••••••••.•••••.•••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••215
2.DISFUNÇÕES DO NSA DISFUNÇÕES DO NÓ SINOATRIAl •••••••••.••.••••••••••••.••.••.••••••• 216
2.1 Bloqueio Sinoatria1.........................................................................................................................•...217
2.2 Pausa sinusa1.........................................................................................................................................218
2.3 Síndrome de Bradicardia-Taquicardia ........................................................................................219
3. DISTÚRBIOS DE CONDUÇÃO ATRIOVENTRICUlAR .......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•.219
3.1 Achados clinicos..................................................................................................................................222
3.2 Diagnóstico e exames complementares ...................................................................................222
3.3 Tratament o ............................................................................................................................................223
4.1NDICAÇÕES DE MARCA-PASSO CARDIACO ................................................................224
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................225
VAlVOPATIA$
PERICARDITE
1.1NTRODUÇÃ0..................................................................................................................287
2. ETIOLOGIA .......................................................................................................................288
3. FISIOPATOLOGIA ............................................................................................................290
4. APRESENTAÇÃO CLINICA ..............................................................................................290
S. DIAGNÓSTICO .................................................................................................................291
5.1 Eletrocardiograma ..............................................................................................................................291
5.2 Ecocardiograma ..................................................................................................................................292
5.3 Radiografia de tórax ..........................................................................................................................293
5.4 Ressonância magnética cardfaca (RMC) ...................................................................................293
5.5 Angiotomografia de coronarias....................................................................................................293
5.6 Exames laboratoriais........................................................................................................................294
6. TRATAMENTO ................................................................................................................294
7. TAMPONAMENTO CARDIAC0 ......................................................................................29S
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................297
1.1NTRODUÇÃ0..................................................................................................................299
2. ETIOLOGIA ......................................................................................................................300
3. DIAGNÓSTICO •••-••oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo301
4. CLASSIFICAÇÃO ••••••••••••••••••• - ....................................................................- ••••••••••••••••••• 302
S. TRATAMENT0 ••••••••••••••••••••••• - .........................................................................................303
REFER~NCIAS ••.......•.....•••..•....•..•...••.••.......•......••..•....•.••...••..•..••...•......••..•..•••.••....•.••.....•••.306
EMERG~NCIA$ HIPERTENSIVA$
1.1NTRODUÇÃ0 .•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•.307
2.FISIOPATOLOGIA .•.••.•..•.••.......•....•..•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•.308
3.CLASSIFICAÇÃ0 ...•..•..•.•..•.......•.....•.•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•..•....•..•.......•.......•..•....•.308
4. ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA .•••.......•..•...•••.•....•..•......••.......•..•...••.••..•••..•...••.••.....•••.309
S. HIPERTENSÃO ACELERADA MALIGNA OU NEFROESCLEROSE HIPERTENSIVA MALIG·
NA ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••••••••310
6.SINDROMES CORONARIANAS AGUDAS •••.••••••••••••.••••••••.•••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••• 311
7. EDEMA AGUDO DE PULMÃO HIPERTENSIVO ••••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••• 312
8.PRÉ·ECLÃMPSIA E ECLÃMPSIA •••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.••••••••••••••••••.•••••••••• 312
9. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA ••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 313
1O. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLIC0 ••••••••.•••••••.••••••••••.•••••••.••••••••••.•••••••.•••••••••••••••••••••316
REFER~NCIAS ••.••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 318
$ 1. Coração
$ 2. Fisiologia Cardíaca
$ 3. Hermodinâmica
$ 4. Referência
l. CORAÇÃO
23
CAPiTUlO 1
ESTRUTURA DO CORAÇÃO
Pericárdio
Ventículo d ireito
Ventrículo esquerdo
As células musculares mlocárdlcas s;lo ramlflcadas, têm um único núcleo e s3o ligadas umas âs outras
por junções especializadas conhecidas como discos intercalares.
FONTE: Silvenhom (2003)
24
ASIOlOGIADD Sim MA CIRCUlATÓ!liO
veias pulmonares
25
CAPiTUl O 1
valvula pulmonar
átrio direito - - -
- -- -- - - aorta descendente
O sangue que chega ao átrio direito, trazido pelas veias cavas inferior
e superior, trata-se de sangue venoso p roveniente dos tecidos do corpo.
Uma vez enchendo a cavidade atrial, ele é bombeado, através da valva
atrioventricular direita, para o ventrículo direito, cuja contração impele
esse sangue venoso para o tronco pulmonar através da va lva semilunar.
26
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
Válvula pulmonar
Válvula aórtica
O sa ngue que chega ao át rio esquerdo é trazido pelas veias pulm ona-
res, em número de quatro, tratando-se de sang ue arterial p roveniente dos
pulmões. Uma vez enchendo a cavidade atrial, este é bombeado, através
da valva atrioventricular esquerda, para o ventrícu lo esquerdo, cuja con-
tração impele esse sangue venoso através da valva semilunar aórtica pa ra
a artéria aorta.
27
CAPiTUlO 1
28
ASIOlOGIADD Sim MA CIRCUlATÓ!liO
......
,.... . do
29
CAPiTUlO 1
i
QrTPN, ~
- ~--------------~·
xl
IPx =Penneabili<lade para o íon
+20 f)- +PK e tPea
o
~E: -20
-40
~
3 -60 j P,..
} -80
o
-100
30
ASIOlOGIADD Sim MA CIRCUlATÓ!liO
Quando uma célula excitável cardíaca atinge seu lim iar excitatório e
inicia seu potencial de ação, perm ite a entrada de sód io por ca nais vol-
tagem-dependentes, que atravessa rá as jun ções GAP, chegando à célula
seg uinte em quantidade suficiente para d eflagrar um potencial de ação
nela. Assim, o evento se repete, excita ndo a célula adj acente e propagan-
do o potencial d e ação ca rdíaco.
Nas células atriais, essa propagação ocorre simultanea mente à contra-
ção do tecido, ao tempo em que as estruturas ventriculares apresentam
fibras d ifu sas, cuja propagação acontece sem a contração simultânea. Nos
átrios, encontram os as fi bras intermodais, ou vias preferenciais, e nos ven-
trículos, encontra mos o feixe de His, com seus ramos direito e esquerdo,
e as fi bras de Purkinj e. Essas estruturas, associad as aos m arcapassos car-
díacos, permitiram o o rdenamento do ciclo cardíaco e a ritm icidade do
coração.
Uma vez anali sado os aspectos estruturais do co ração vamo s começar
a análise de sua função propriamente d ita, sua fi siologia.
2. FISIOLOGIA CARDÍACA
31
CAPiTUlO 1
e<tlmulada - - f í 1 nó:~~ fa
~atriovennic~ ~
não estimulada + ,._ p PQ QRS
(mV) O f-:-:~:....,=_
ECG(Iead 11) •
32
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
_
FIGURA 10: Correlação entre um ECG e os eventos elétricos no coração.
.....
--
--
......
--
......... IIO .. M:
-
---
-
-~
Ciç ......
-
......_
.--
DO CICLO
~;
\
-IT I
.-·
-"-r
o
•
4 .,_,
~
-·•
--- • • •• I
-4.-· ~
•
33
CAPiTUlO 1
Consid erando um ciclo cardíaco que dure 0,8 segundo após o disparo
do NSA, esse impulso percorrerá o tecido atrial em 0,58 segundo, se ex-
t in guindo, ao nível de anel valvar, no septo atrioventricular. Desse último
evento, e devido à propagação lenta do NAV, o imp ul so levará mais O, 16
segundo para chegar ao feixe de His, e nos ventrículos, percorrerá com
mais 0,06 segundo até chegar ao miocárdio ventricular e contraí-lo. É um
cicl o de 0,8 segundo em que os eventos contráteis, devido à despolariza-
ção muscular cardíaca, provocam as sístoles, e devido à repolarização e
relaxamento, provocam as diástoles.
34
ASIOlOGIADD Sim MA CIRCUlATÓ!liO
35
CAPiTUlO 1
36
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
37
CAPiTUlO 1
2.2.5 Enchimento
38
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
3. HEMODINÂMICA
Podemos d izer que a pressão que as paredes dos vent rícu los realizam
na hora da contração promove uma mudança no volume do próprio ven-
trículo, fazendo surgir trabalho. É o trabalho cardíaco
39
CAPiTUlO 1
E,...,= EC + EP + ED + EG
Ao longo do fluxo sang uíneo, essas energ ias vão se modifica ndo à
medid a que o sang ue se dirige para os tecidos ou para os pulmões, bem
como q uando voltam ao coração vindo dos tecidos. Quando o sangue se
d istanci a do coração em direção aos tecidos, os vasos passam a ser cada
vez menos ca librosos, porém, em número cad a vez maior, e a energia d is-
sipada (atrito) aumenta muito, reduzindo a velocid ade de circulação e a
pressão. Assim, quand o comparamos a velocidad e de circulação de uma
artéria, verem os que é bem maior do que a velocidad e de circulação em
um capilar. Isso se justifica um a vez q ue as trocas entre o sangue e os t eci-
dos acontecem ao nível de capilar, portanto, a velocidade d eve realmente
ser baixa pa ra permiti-las.
No entanto, d evem os ressaltar qu e o fluxo sanguín eo perm anece apro-
ximad amente o mesmo, quando comparamos o seto r arterial e o set or
capil ar. Isso se deve ao fato de que, embora o calibre de um capilar seja in-
finitament e m enor do que o calibre arterial, o número de artérias também
é significativamente menor do que o número de capilares. Assim, a área
capil ar t otal supera quase mil vezes a área de um a artéria como a aorta.
Ao passar do set or arterial para o setor venoso, ocorre uma redução da
área, porém há aumento da velocidade de circul ação, à custa da pressão,
que conti nua diminuindo. Esse aumento da velocidade, mais uma vez, ga-
ra nte que o fluxo perm aneça sem variação ao longo de todo trajeto.
40
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
-
v.....
- t
Venmcu~
eSQutrdo
-
/ l'ronc:.o
t ·-
-
Como talvez você t enha percebid o, a pressão sempre d iminui do setor
arterial para o set or venoso, devido ao forte atrito na passagem pelos pe-
quenos ca libres dos capilares. Esse fato é conhecido com o grad iente pres-
sórico, em que o fluxo se desloca semp re da maior pa ra a menor p ressão,
41
CAPiTUlO 1
42
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
-
O Sangue Arterial
---..
O s~ nau• V•no•o
---
A PA e o fluxo sanguíneo são regulados a partir de d iversos mecanis-
mos, que incluem barorreceptores, quimiorreceptores, neurotransmisso-
.res e .hormontos.
. . .AI em
' di.sso, os meçantsmos
. po d.em -se re.açtonar
I . çom a
regu lação de curto, médio ou longo prazo.
Com eficácia temporária e resposta praticamente imediata, oba-
rorreflexo é o mecani smo base de regulação pressórica a curto a médio
prazo. Loca lizados nos seios carotfdeos e no arco aórtico, os barorrecep-
tores avisam ao sistema nervoso central a situação da pressão arterial a
partir de vias neurais aferentes. Essa informação é recebida no bulbo, e
a resposta efetora acontece por meio de uma região card iomoderadora
(parassimpático), uma região card ioaceleradora e um centro vasomotor
(simpático).
43
CAPiTUlO 1
! PC0 2, t P0 2 e do pH = redução da
resistência periféria total e da PA.
44
ASIOlOGIADD Sim MA CIRCUlATÓ!liO
LEG:ENOA
Estímu lo Aumento da
Ql'esstO
S~f\&'JnN!
Via~ferente
- Efeto<
- RtSPOSUI te<:idual Neur6ni0s
O Resposta s lstfmlca sensotla'!S
1
L Nó sinoatrial J
OlmlniiiÇAo da
frequênc.1a catdiKa
45
CAPiTUlO 1
Ansiot~l'l$inogêiMO
nop1<1$m•
46
ASIOlOGIADD SimMA CIRCUlATÓ!liO
4. REFERtNCIAS
1. Oouglas CR. Tratado de fisiologia: apl icada às ciências médicas. 6. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
2. Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Else·
vier; 2011.
3. Silverthorn OU. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto
Alegre: Artmed; 20 17.
47
Semiologia Cardiovascular
jo:io V.ctof Fetnal'w:les De PaiVa 1KafOIJne fi'az:io Bezeffa
r------------------------------~
O 1. Anamnese
$ 2. Semiotécnica
$ 3. Referências
l.ANAMNESE
1.1 Identificação
49
CAPiTUlO 2
IDADE
Chagas e Hipertensão
SEXO
Maior
inddêntia de: incidência
Estenose/Prolapso
mitral coronariana
50
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
51
CAPiTUlO 2
TIPO
I DURAÇÃO
I FATORES ASSOCIADOS
Semelhantef, po d e ocorrer em
Angina Instável Até 20 minutos repouso, melhora com Nitrato
sublingu al.
DIAGNÓSTICO
I CARACTERÍSTICA
I FATORES ASSOCIADOS
1.2.2 PALPITAÇÕES
52
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
ALTERAÇÃO
I PERCEPÇÃO
Extrassistoles "Falha~ "arranco: Dtremor"
Pausa compensatória ""Parada"
Taquicardia paroxistica Início e fim súbito/ mais de 150 bpm
Início súbito, fim gradual /
Taquicardia sinusal {ou ansiedade)
Entre 100 e 150 bpm
TIPO
I CARACTERISTICA
53
CAPiTUlO 2
1.2.4 CIANOSE
TIPO
I CARACTERiSTICA
I EXEMPLO
54
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
1.2.5 EDEMA
Existem d iversos out ros sinto mas que podem estar relacionados ao
acom etimento do sistema card iovascular, mas q ue pod em ser menos
específicos e menos referidos. A lipotimia e a síncope são exemplos de
quadros que podem ocorrer na vigência de bradicardia e taquicard ia,
podendo estar relacionadas à síndrome de Stokes-Adams. Além d isso, é
importante investigar a idade do paciente, em que posição ele estava no
momento (já que mudanças de posição pod em gerar epi sódios, princi-
palm ente em idosos), a presença de doença cardíaca prévia e o uso d e
medicações que podem ser pró-arritm ogênicas (como os antid epressivos
triciclicos).
Quanto aos dist úrbios do sono, a in sõnia é um sintom a frequente em
pacientes q ue apresentam insuficiência do VE. Quando associada à obnu-
bilação e excitação, pode in dicar uma in suficiência cardíaca grave, poden-
do, também, apresentar-se com sonolência, prostração e ast enia, já qu e
existe um baixo débito cardíaco e consequentem ente, baixa oxigenação.
2. SEMIOTÉCNICA
55
CAPiTUlO 2
Pro no
56
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
ACHADO
I JUSTIFICATIVA
Fisiológica: corresponde à transmissão das pulsações da aorta
abdominal e do ventrículo direito.
O lctus cordis trad uz o cont ato da ponta d o ventrícu lo esq uerdo (ápice
d o coração) com a parede torácica. É mais bem ava liado na expiração,
57
CAPiTUlO 2
Localização:
Em decúbito dorsal, o ictus situa-se no 4• ou s• EIC esquerdo, na linha
hemiclavicular, em pacientes normolíneos (pacientes com ângulo de
Charpy = 90°). Nos brevilfneos (ângulo de Charpy > 90°), situa-se no 4• EIC,
deslocando para fora e para cima. Nos longilíneos (ângulo de Charpy <
90°), a ponta card íaca está no s• EIC, pouco mais central que a linha hemi-
clavicu lar. Em decúbito lateral esquerdo, sofre um deslocamento de cerca
de dois centímetros em d ireção à axila. A ausência desse deslocamento
pode ser indicativo d e pericardite constrictiva.
Extensão:
Normalmente, ocupa um ou dois espaços intercostais, em torno de
d uas polpas digitais. Mas, em pacientes em decúbito lateral esquerdo, a
extensão pode aum entar para três polpas digitais. Sendo t rês polpas ou
mais, em decúbito dorsal, caracteriza-se hipertrofia e/ou dilatação ventri-
cular esquerd a. Vale ressa ltar que a hipertrofia do vent rícu lo d ireito não
tem influência sign ificativa no ictus.
Duração:
A d uração do ict us depende muito da experiência do examin ador, por
não existi r um t empo específico de duração normal do mesmo. Sabe-se
qu e, pelo fato de estar relacionado com o contato da porção ant erior do
VE com a parede torácica, e que aquela se afasta desta d urante a ejeção
vent ricular, conclui-se que o ictus se man ifesta na sístole e deve vir pouco
antes o u ao mesmo tem po que o pulso carotídeo. A sua percepção conco-
m itantem ente à seg un da bulha indica alteração patológ ica.
Mobilidade:
Deve haver mobilidade de 1 a 2 em quando o paciente mudar o decú-
b ito. A ausência de deslocamento é caract erística da sínfise pericá rdica
(folhetos pericárdicos estão aderidos entre si).
58
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Intensidade:
Essa ca racterística é melhor avaliada pela palpação. t sempre mais in-
tenso em magros e quando em situações que aumentem o débito cardí-
aco, como o hipertireoidismo. O fato de o ictus ser percebido com maior
intensidade não significa dizer que a força de contração cardíaca está au-
mentada.
Ritmo e frequêncía :
Melhores analisados na ausculta, apesar de que d istúrbios do ritmo,
como na fibrilação atria l e extrassfstole, podem ser perceptíveis à pa lpa-
ção. O ritmo de galope também é facilmente perceptível.
Ambiente silencioso
Posição: paciente em decúbito dorsal ou sent ado, com o tórax total-
mente descoberto. O examinador fica do lado direito do paciente.
Receptor utilizado: de maneira geral deve-se efetuar toda a auscul-
ta com o receptor de diafragma de menor diâmetro, diretament e na
pele do paciente e não sobre a ro upa.
59
CAPiTUlO 2
LC'\lL\ W:)UCLA\1Ct.l..AR
LSQt"t:ROA
fO(O
l \OillJCO.\<.[~JUO
l.
60
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Som que ocorre durante o fechamento das Som que ocorre durante o fechamento das
valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) valvas semilunares (aórtica e pulmonar)
Componente mitral antecede o compon ente Componente aórtico antecede o compon ente
tricúspide pulmonar
Apresenta tempo de duração um pouco maior Fisiologicamente, é mais intensa n o foco aórti-
queB2 co do que no toco pulmonar
Ritmo de galope
61
CAPiTULO 2
Alterações em 81
62
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Alterações em 82
63
CAPiTUlO 2
64
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
TUM -TRÁ-TUM-TRÁ-TUM-TRÁ
TIPOS:
Desdobramento Desdobramento
constante e varíavel constante e fixo
D
Bloqueio do ramo direito
D
Comunicação
do Feixe de His interatrial
Desdobramento invertido ou
Paradoxal
D
Bloqueio do ramo esquerdo
do Feixe de His
65
CAPiTULO 2
Existem também a terceira e quarta bu lhas card íacas, nem sempre au-
díveis.
A Terceira Bulha cardíaca ou B3 é represent ada por um ruído proto-
diastólico (após B2) d e baixa frequência, comum em crianças e adultos
jovens. É mais audível em decúbito lateral esquerdo, na área mitral. É
pa lpável, melhor auscu ltada com o lado campânu la do estetoscópio. Não
aparece quando o paciente está em pé ou sentado, caso aconteça, deve
ser investigado.
Por fim, existe a Quarta bulha cardíaca ou B4, um ruído fraco, que
ocorre próximo a sístole (antes da B1), difícil de ser percebido. Também
é palpável, melh or auscultada na área mitral, com o lado campânula do
estet oscópio. Na maioria das vezes é pat ológ ica, mas desaparece na fibrí-
lação atrial.
B3 e B4 pat ológicas
3•BULHA I 4•BULHA
66
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Estalidos
Sopros cardíacos
PATOLOGIA
I CARACTERISTICA
67
CAPiTUlO 2
3. REFEREN CIAS:
1. Bickley LS. BATES - Propedêutica Médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 201 S.
2. Dodrigo AHJL. Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Crise
cianótica: como d iag nosticar e tratar. Revista Brasileira de Cardiologia, 2000;
13 ( 1): 34-36.
3. Porto CS. Semiologia Méd ica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013.
4. Serrano Jr CV, Timerman A, Stefanini E. Tratado de cardiologia SOCESP. 2. ed.
São Pa ulo: Manole; 2009.
S. Seidel HM, Ball JW, Dains JE, Benedict GW. Mosby Guia de Exame Físico. 6. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier; 2007.
6. Swartz MH. Tratado de Semiologia Médica - História e Exame Clínico. S. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier; 2006.
68
Hipertensão
arterial sistêmica
Amanda Duarte Oliveira 1 Rayanne Kalinne Neves Dantas
O 1. Introdução
$ 2. Epid emiologia
$ 3. Diagnóstico
O 4. Classificação
O S. Aval iação Clínica
$ 6. Aval iação La boratorial
$ 7. Estratificação de Risco
$ 8. Identificação de Lesões Subclínicas de Órgãos- alvo.
O 9. Cond ições Clínicas Associadas à Hipertensão
O 1O. Prevenção Primária
O 11. Decisão Terapêutica e metas
O 12. Novas Diretrizes da AHA
O 13. Referências
l.INTRODUÇÃO
69
CAPiTUlO 3
Fatores de risco
2. EPIDEMIOLOGIA
3. DIAGNÓSTICO
70
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
3 .1 Preparo do paciente
71
CAPiTUlO 3
72
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
4. CLASS IFICAÇÃO
73
CAPiTUlO 3
74
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÉMICA
75
CAPiTUlO 3
5. AVALIAÇÃO CLfNICA
Objetivos
Deve-se obter história clínica completa, com especial atenção aos re·
ferentes ao tratamento prévio de hipertensão, fatores de risco, indícios de
hipertensão secundária e de lesões de órgãos-a lvo.
É impo rta nte determinar consumo pregresso ou atua l d e medica·
mentos ou drogas qu e possam interferir no tratamento anti·hiper·
tensivo, como anti-inflamatórios, anorexígenos, descongestionantes
nasais, entre outros.
Além da medida da PA, deve-se m edir a frequência cardíaca, po is sua
elevação está relacionada ao maior risco cardiovascular.
6. AVALIAÇÃO LABORATORIAL
Indicações:
76
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
7. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
77
CAPiTUlO 3
ECG com Hipertrofia Ventricu lar Esquerda (complexo QRS iargo, onda
T invertida).
Ecocardiografia com Hipertrofia Ventricular Esq uerda.
Espessura médio-intimai de carótida> 0,9mm ou presença de placa
de ateroma.
índ ice tornozelo braquial < 0,9.
Depuração de creatinina estimada < 60ml/min/1,72m2.
Baixo ritmo de filtração g lomerular ou clearance de creatinina (<
60ml/min).
Microalbuminúria 30- 300 mg/ 24h o u relação album ina/creatinina
> 30mg/g.
Velocidade de o nda de pulso (se disponível) > 12m/s.
78
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
79
CAPiTUlO 3
80
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
FONTE: <www.nhlbi.nih.gov/health/public/heartlhbpldash/new_dash.pdf16>
81
CAPiTUlO 3
82
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
83
CAPiTUlO 3
84
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
Inibem o transpor~
tador de Na+IK+/
2C"-. que reabsorve
sal e âgua do filtra ~
do, e a reabsorção
de fon magnésio e
câkio.
De alça: Sumeta·
Não são potentes
mida, Furosemida,
hipotensores para
Piretanida
as formas leve e
moderada.
Reservados para
situações de hiper-
tensão associada à
insuficiência renal.
ain suficiência
cardiaca com re-
tenção de volume,
estados edemato-
sos e emergências
hipertensivas..
Usados em com-
binação com um
IECA
85
CAPiTUl O 3
Sonolênda, se·
8"' dação, boca seca,
O efeito hipotensor
como monoterapia
....z~
fadiga, hipoten.sáo
~ Estimulamos é. em geral, discreto.
postural e dlsfun· Alfametildopa,
w ~ receptores alfa-2 São úteis em associa-
.."'"'
o
w
-~
N
~
adrenérgicos
pré-sinápticos no
SNC, reduzindo o
ção sexual. Clonidi- Clonidina, Moxoni-
na pode causar
hipertensão de
d ina, Rilmenidina,
Reserpina, Guana-
ção com medicamen-
tos de outros grupos.
Recomenda-se a Al-
rebote; e Alfametil· benzo
"'oo is tônus simpático.
dopa, galactorreia.
fametildopa como
!!! agente de escolha
anemia hemolitica
~ para grávidas.
elesão hepãtica
A redução da morbi-
dade e mortalidade
cardiovasculares ê
eficaz em pacientes
com idade inferior a
60 anos e nos com
Broncoespasmo, insuficiéncia cardíaca,
bradicardia, distúr- hipertensos ou não,
bios da condução i ndependentemente
atrioventricular, da idade.
insônia,vasocons- Os betabloqueadores
Diminuem trição periféri- de primeira e segun-
inicialmente o ca, pesadelos, da geração são for-
8"' débito cardíaco disfunção sexual, malmente contrain-
iõ ~
e secreção de depressão psiqui- 1• geração: Pro- dicados a pacientes
...."'z ~
o renina, readaptam ca, astenia. Os de pranolol, Atenolol com asma brõnquica,
1:41
..
w os barorrecepto- '1o e 2"' gerações 2• geração: Biso- DPOC e bloqueio
"'o g-:~ res e reduzem as causam intole- prolol, Metoprolol atrioventricular de
::: :;; catecolaminas nas
sinapses nervosas.
rânda à glicose e 3• geração: Carve- segundo e terceiro
86
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÉMICA
o
w
0: ..
~
simpático ao se
ligarem aos recep-
induzir o apareci-
mento de toferãn-
Doxazosina, Prazo-
gllcídíco.
O efeito hipotensor
< o"" tores adrenérgi- sina, Terazosina da monoterapía é
cia, o que exige
"'ow
0:
:;;
.:!
cos, determinando
o uso de doses
discreto a longo
vasodílataç~o. prazo, devendo-se
o
iii
< gradativamente
associar a out-ros
cres.<entes.
~ anti-hipertensivos.
Atuam sobre a
musculatura da
"'0:w parede vascular,
o promoven do rela-
Retenção hldrica e
São utilizados em
0"'
taquicardia reflexa,
~~
-'O:
xamento muscular
com consequente
o que contraindica
Hidralazina e
Minoxidil
associação com
diuréticos e/ou be-
õõ vasodilatação e
seu uso como
tabloqueadores.
o monoterapla.
;;"' redução da resis-
tên cia vascular
periférica.
Cefaleia. tontura,
rubor facial- mais
frequ ente com
diidropiridínicos Fenilalquilami-
Deve-se dar prefe·
o Reduzem a resis- de curta ação - e nas: Verapamil,
rência aos BCC de
...9
u
tên cia vascular
periférica por
edema de extremi-
dades, sobretudo
Gallopamil
longa duração de
ação intrfn seca ou
w diminuição da maleolar. Esses Benzotlazepinas:-
o que permita uma
concentração de efeítossllo do· Diltia:zem
"'z
< cálcio nas células se-dependentes.
liberação contro·
< lada.
u musculares lisas M ais raramente, Dildropirldi-
Os diidropiridfni-
"'oo vasculares. Redu-
zem a resistên cia
podem induzir a
hipertrofia gen-
nas:Anlodipino,
Felodipino, Jsradi-
cos de ação curta
provocam impor-
"'
;!: vascular periférica gival. pina, Lacidipina,
tante estimulação
por diminuição da Verapamil e diltia- Lercarnidipino,
"'z concentração de zem podem provo- Manidipino, Nife-
simpática reflexa,
o sabidamente dele-
"'
;!:
2
cálcio nas células
musculares lisas
car depressão mio-
cárdica e bloqueio
dipino, Nicardipl-
no, Nisoldipino,
téria para o sistema
cardiovascular.
< vasculares. atrioventricular. Nitrendipino
Dbstipação intes·
tina! e observada,
particularmente,
com Verapamil.
87
CAPiTUlO 3
Reduzem a mor~
bidade e a mor-
talidade cardlo-
vasculares nos
hipertensos, pa-
cientes com insu-
ficiência cardíaca,
com infarto agudo
do miocárdio, em
"'zv; Tosse seca, altera· especial quando
zw ção do paladar e, apresentam baixa
...o mais raramente, fração de ejeção.
i5 reações de hiper- de alto risco para
z
sensibilidade com doença ateros
"'c
4
w
erupção cutãnea e clerótica, sendo
Inibem a enzima
:li
o conversora da edema angioneu· Benazepril, Cap· também Uteis na
rótico. topril, Cilazapril, prevenção secun 4
"'
a: angiotensina
w Em individuas Delapri( Enalapril. dária do AVE.
> (ECA), bloqueando
z com insuficiência Fosinopril. Usi- Quando adminis 4
o a transformaçao
u renal crônica, nopril, Perindopril. trados em longo
da angiotensina t
podem agravar a Quinapril, Ramiprit prazo, retardam o
"'
:E
;;;
em 11 no sangue e
nos tecidos.
hiperpotassemia Trandolapril. declínio da função
zw e causar aumento renal em pacien 4
88
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
Reduzem morb i ·
dade e mortalida·
de cardiovascular.
= especialm ente em
<
z p opulações de alto
v; risco cardiovascu-
...
z
lar ou com com or-
!5c; bidades. Efeito be-
z n éfico em ICC e na
< prevenção do AVE.
o< Funcionam São n efroprote-
s... impedindo a ação
da angiotensina To ntura, hipoten-
Candesartana,
tores no pacien-
te com diabetes
"'a: 11, um potente são postura! e,
lrbersartana, Lo-
melito tipo 2 com
o
.... sartana, Olmesar-
vasoconstritor, no raramente, rash nefropatia estabe-
...v
Q.
tana, Telmisar'tana,
lecida e incipiente.
...a: seu receptor es-
pedflco nos vasos
cutâneo.
Valsartana
Há equivalência
8"'
sanguíneos. entre BRA 11 e IECA
na redução de
..."'a: eventos carona-
o rianos e sup eriori-
o
...:>
<[ dade dos BRA 11 na
proteção cerebro-
a
o... vascular.
ao As precauções para
seu uso são seme-
lhantes as d escritas
para os IECA.
11 .5 Esquemas terapêuticos
11.5.1 Monoterapia
89
CAPiTUlO 3
A posologia deve ser ajustada até que se consiga red ução da PA pelo
menos a um nível inferior a 140/90 mmHg. Se o objetivo terapêutico não
for conseguido com a monoterapia inicial, três condutas são possíveis:
Se o resultado for parcial ou nulo, mas sem reação adversa, recomen-
da-se aumentar a dose do med icamento em uso ou associar anti-hi-
pertensivo de outro grupo terapêutico;
Quando não se obtiver efeito terapêutico na dose máxima preconiza-
da, ou se su rgirem eventos adversos não toleráveis, recomenda-se a
substituição do anti-hipertensivo inicialmente utilizado;
Se, ainda assim, a resposta for inadequada, deve-se associar dois ou
mais medicamentos
90
HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÉMICA
91
CAPiTUlO 3
92
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÉMICA
A nova diretriz "2017 ACC I AHA I AAPA I ABC I ACPM I AGS I APhA I ASH
I ASPC I NMA I PCNA Guideline for the Prevention, Detection, Evaluation and
Management o f High 8/ood Pressure in Adults" inclui novas recomendações
a respeito da prevenção, detecção, avaliação e controle da PA em adul-
tos, com diminuição dos limiares de PA sistólica e diastólica para o início
de trat amento m edica mentoso anti-hipertensivo (tabela 2). A diretriz foi
divulgada pela American Heart Association (AHA) e publicadas simultane-
amente no Journal of the American College of Cardiology e no jornal AHA
Hypertension.
.. _.._
::ll . . . .,....
Normal < 120 E < 80
Elevada 120·129 E < 80
Hipertensão grau I 130·139 ou 80·90
Hipertensão grau 11 ~140 ou ~ 90
Quando as pressões sistólica e diastólica se situam em categorias distintas. a maior deve ser
utilizada como referência de d assil'icação da pressão arterial.
93
O termo"pré-hipertensão"foi retirado da classificação por não ressa ltar
corretamente o risco dos pacientes, que possuem o dobro do risco ca rdio-
vascular em comparação com alguém com PA normal. Por isso, a classifi-
cação em"h ipertensão estágio l"foi considerado o termo mais adequado.
Os novos parâmetros aumentaram a preva lência de HAS de 32o/o para
46o/o da população, ou seja, agora é uma doença que afeta quase metade
da população. Entretanto, o número de pacientes em tratamento farma-
cológ ico aumentará em menor proporção, pois as recomendações para o
estág io 1 da hipertensão dependerão do risco cardiovascular subjacente.
Apenas aqueles com doença cardiovascu lar ou risco estimado em 1Oanos
maior que 10o/o para doença aterosclerótica terão indicação para trata-
mento medicamentoso.
Os pacientes que não entram nesse grupo serão orientados sobre
modificações de estilo de vida, que incluem perda de peso, d ieta padrão
DASH, redução do sódio a menos de 1SOOm g/dia, aumento na ingestão
de potássio para 3500 m g/dia, prática de atividade f ísica por pelo menos
30 minut os três vezes por semana e limitação da ingest ão alcoólica para
no máximo duas doses por d ia para hom ens e um a dose para mulh eres.
13. REFERÊNCIAS
r------------------------------~
'' ..... __________ .
O que você irá ver nesse capítulo:
$ 1 . Introdução
$ 2. Epidemiologia
5 3. Fisiopatologia
$ 4. Diagnóstíco
$ S. Angina estável
$ 6. Síndrome coronariana aguda sem supradesnível de seg-
mento ST
$ 7. Síndrome coronariana aguda com supr adesnível de seg- 1
I
mento ST
$ 8. Referência
l.INTRODUÇÃO
95
CAPiTUlO 4
IAMCST
2. EPIDEM IOLOGIA
96
SÍNDROMECORONARIANAAGUDA
3. FISIOPATOLOGIA
97
CAPiTUlO 4
98
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
PROGRUs.i.O DA ATEROSCL~E;oo:s:•..:-:::.:;:::::;~:!l~
Leslo Inicial
• hlstol09lulmente normal
• ocC..V..Io clct macr6t.gos
• céh•s. npumows isolodes
cliinic:a.
I•• ........ r •.::.:.:,.
Lesio complicada
•WI)trfi(:ie ~if'«UOH
•hel'l'oOft;lQII. h@ftl<MO~
• rt'OM~
.....
tro...~
4. DIAGNÓSTICO
99
CAPiTUlO 4
Fatores de- Esforço físico, atividade sexual, alimentação. respiração, fator emodonal,
sencadeantes posic;Ao, espontânea.
Figura 3 - Áreas onde a dor é mais presente (escuro) e onde a dor é menos caracte-
rística (claro).
100
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
101
CAPiTUlO 4
limitação da atividade
Classe Atividade que provoca angina
I I normal
I Exetcicio prolongado Nenhuma
11 Caminhar mais que 2 quadras Leve
111 Caminhat menos que 2 quadras Marcada
IV Mínima ou em repouso Grave
102
SÍNDROMECORONARIANAAGUDA
S. ANGINA ESTÁVEL
Angina estável ê uma entidade clínica que não está dentro do conjunto
das SCA, no entanto, é importante mencioná-la neste capítulo, uma vez
que pode preceder ao desenvolvimento de angina instável ou até mesmo
do infarto ag udo do miocárdio. Por isso, seu tratamento deve ter como
objet ivo aliviar os sintomas, diminuir os fatores de risco e permitir a me-
lh ora progressiva, e, dessa maneira, prevenir IAM e morte súbita.
103
CAPiTUl O 4
104
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
105
CAPiTUlO 4
106
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
107
CAPiTUlO 4
Intensidade do tratamento
Classe 1 Sem tratamento ov com tratamento mínimo.
Classe 2 Terapia antianginosa usual.
Classe 3 Terapia máxima.
108
SÍNDROMECORONARIANAAGUDA
109
CAPiTUlO 4
Predito r
I Definição
I Pontos
Idade ;õ!: 65 anos 1
3 ou mais fatores de risco pata DAC História familiar de OAC 1
Hipertensão arterial
Hipercolesterolemia
Diabetes
Tabagismo
Uso de aspirina (7 dias) 1
Sintomas de angina recente Mais de 2 eventos anginosos nas últimas 1
24 horas
Evelação dos marcadores bioqufmicos CK-MB ou troponina 1
Oesnivetamento de ST ~ 0,5 mm Ah:erações transitórias ou não 1
Doença prévia (estenose 50%) Risco válido mesmo se a informação não 1
for conhe<ida
4 20% Intermediário
5 26% Alto
110
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
111
CAPiTUlO 4
Eletrocardiograma
Deve ser rea lizado em até 10 m inutos e, no mínimo, mais um em até 6
horas. O ECG pode vir:
Com elevação do segmento ST > 1 m m em duas ou mais deriva-
ções contíguas, sugerin do IAMCST;
Sem elevação do segmento ST > 1 mm em duas ou mais deriva-
ções contíguas, d iagnosticando SCASST. Nesse caso, se as enzimas
cardíacas estiverem elevadas, é IAMSST, se não, é AI.
A onda Q caracteriza ati vidade elétrica anorma l, mas não significa dano
m iocárd ico irreversível. Devemos lembrar que alterações no segmento ST
112
SÍNDROMECORONARIANAAGUDA
113
CAPiTUlO 4
Exames complementares
Repouso;
Monitorização contfnua;
Oxigenoterapia {2 a 4L /min) para pacientes com risco intermediário e alto até 3 horas ou mais se
dessaturação < 90%;
Acesso venoso.
114
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Tabela 15 - Anti-isquêmicos
Betabloqueadores
Reduzem FC, PA e o inotropismo, além da morbidade e mortalidade pós infarto. Melhoram per·
fusão miocárdica, aumentando o fluxo subendocãrdico e das colaterais. Sua administração pode
ser i mediada, na fase precoce do infarto, ou tardia, após 24 horas do infcio dos sintomas. Seu uso
é recomendado por, no mfnimo, 1 ano, desde que não haja outras indicações especificas, como
disfunção ventricular esquerda, quando deverâ s.er utilizado indefinidamente.
Seu uso é contraindicado nos casos de: bradicardia (FC < 60 bpm), hipotensão (PAS < 100 mmHg),
intervalo PR > 0,24 segundos, bloqueio atrioventricular (BAV) de 2° e 3° graus, história de asma e
doença pulmonar obstrutiva crônica (OPOQ grave, doença vascular periférica grave, d isfunção
ventricular grave.
As mais usadas no Brasil são metropolol e atenolol, cujas doses indicadas são:
Metroprolol: IV - 5 mg (1-2 minutos) a cada 5 minutos, até completar a dose máxima de 15 mg;
VO - 50 a 100 mg a cada 12h, iniciado 15 minutos apôs a última admnistração endovenosa.
Atenolol: IV - 5 mg (1-2 minutos) a cada 5 minutos. atê completar a dose máxima de 10 mg;VO
- 25 a 50 mg a cada 12h, iniciado 15 minutos após a última administração IV.
Durante a administração endovenosa, deve· se monitorar FC, PA, ECG e auscuta pulmonar.
Morfinas
Diminuem o consumo de oxigênio pelo miocárdio isquémico, devido aativação do sistema
nervoso simpãtico. São indicados para congestão pulmonar ou edema agudo de pulmão, e dor
precordial. São contraindicados em IAM de parede inferior e hipotensão.
Dose inicial de 3 a 5 mg IV em bolus, repetindo-a a cada 5 a 1Ominutos, caso necessário.
Nitratos
Revertem eventual espasmo e aliviam a dor anginosa. Recomendados para controlar hipertensão
arterial ou aliviar congestão pulmonar e contra indicados em hipotensão ou hipovolemia (risco de
choque), infarto de ventrículo direito e uso de s.ildenafil e similares nas últimas 24 horas.
Sua admnistração é iniciada na sala de emergéncia, por via sublingual (0,4 mg/comprimido de
nitroglicerina, 5 mg/comprimido de mononitrato ou 5 mg/comprimido de di nitrato de isossor-
bida), não devendo ultrapassar três comprimidos, separados por intervalos de S minutos.
Pode-se fazer administração IV com nitroglicerina e mononitrato de isossorbida, caso não haja
alívio rápido da dor:
O uso IV deve iniciar-se de 5 a 1 0~-tg/minuto, e os aumentos devem ser de 5 a l OIJ.g/minuto
a cada 5 minutos até que se aliviem os sintomas, a hipotensáo (PAS < 90 mmHg}, cefaleia ou
dose máxima até 100 a 200 s.t9/ minuto.
115
CAPiTUlO 4
116
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Age principalmente pelo bloqueio à trombina o u ao fator 11 ativado. Apesar de sua elicâd a
terapêutica em portadores de IAMCST, a dificuldade de manter uma anticoagulação estável, a
persistência de altos niveis de trombose coronària de repetição pós-perfusão e a d iminuição da
contagem de plaquetas associadas â sua infusão lV, estimularam a busca por anticoagulantes
mais eficientes, como a heparina de baixo peso molecular (HBPM).
IV - Dose de ataque de 60 U/kg em bolus (máximo d e 4.000 U), e 12 U/ kg de dose de manu-
tenção (mãximo inicial de 1.000 U/ hora). Deve-se titular a
Infusão para controlar o n Pa {tempo de tromboplastina parcialmente ativada).
Enoxaparina (HBPM)
Éum subproduto da decomposlç~o da HNF que possui aç~o antitrombinica e bloqueia a síntese
de trombina ao inibir a formaç.3o do fator X ativado. ~ o agente anticoagulante de escolha para
tratar SCA porque pos.suí admi nistraç~o racllítada por vía subcutânea (SC), potência superior à
HNF e aç-.ão mais previsível sobre o sistema de coagulação, sem que seja necessátio realizar coletas
seriadas de coagutograma. Pode ser utilizada com antagonistas do AOP e com inibi dores dos
receptores llb/ llla.
SC - Dose de ataque de 1 mg/ kg a cada 12 horas. podendo fater um bol us de 30 mg IV, j unto
da primeira dose se.
Contraindicada para pacientes> 75 anos (nesse caso, fazer 0,75 mg se a cada 12 horas) e com
clearance de creatinina < 30 ml / min (nesse caso, 1 mg/ kg/ dia).
Indicada principalmente para pacientes com plaquetopenia induzida por heparinas. Po ssui a
mesma eficácia da enoxaparina em pacientes submetidos à catetedsmo cardfaco.
Dose d e ataque de O, 1 mg/ kg em bolus, e 0,25 mg/ kg/ hora de manutenção nas primeiras 24
horas.
117
CAPiTUlO 4
li2ar e voltar ao normal em algumas semanas. Suspende-se o agente caso o paciente evolua com
hiperpotassemia acentuada {potássio sérico > 5.5 mEq/ l ) ou a tosse seja muito frequente. Nesse
caso, pode substituir o IECA por um BRA.
Antagonistas da aldosterona
A espironofactona é um inibidor competitivo da aldosterona, ligando-se ao seu receptor citoplas-
mático no final do túbulo distai e sistema renal coletor, o que impede a abertura dos canais de
sódio na membrana celular lu minai e reduz a reabsorção de sódio e excreção de potássio.
Oos.e inicial única de 25 mg/ dia.
Deve-se monitorizar frequentemente os níveis séricos de potâssio, para evitar risco de hipercate-
mia, principalmente em idosos e naqueles com creatinina sérica > 1,6 mg/ d l.
res e no aumento da aderência dos pacientes ao tratamento. Devem ser iniciadas nas primeiras 24
horas de admissão, e o perfil lipídico deve ser colhido na manhã seguinte, em jejum.
Sinvastatina: 40 mg/ dia.
Atorvastatina: 80 mg/ d ia.
Pravastatina: 40 mg/ dia.
O objetivo é alcançar o valor de lOL < 70 mg/ dL Se estiver maior que 100 mg/ dL.deve dimi-
nuí-lo gradativamente, visando antes, atingir valores menores que este. Caso alcance a meta de
lOLD < 70 mg/ dl, deve-se repetir a coleta em 2 a 3 meses, podendo o paciente abdicar do uso de
estatinas.
118
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Angina recorrente, refrataria ou aos mfnimos esforços com tratamento anti-isquêmico adequado
Aumento de troponinas
Lesões univascutares de qualquer artéria com obstrução significativa (>70%), exceto o segmento
proximal da artéria descendente anterior quando a anatomia é desfavorávet mesmo ao implante
de stent).
Obstruç.!o significativa (>70%) de duas ou três artériascoronarias, exceto o segmento proximal da
artéria descendente antetior, principalmente quando a anatomia coronária é favorável ao uso de
stents.
119
CAPiTUlO 4
Dor intensa e d ifusa, m aior que 20 minutos, não ali viada por nitratos e
repouso, caracterizada com o em aperto, esmagamento, sufocamento ou
compressão. Em geral, se localiza na região retroesternal e f requentemen-
te irrad ia para os dois lados do tó rax anterior, em especia l o lado esq uerdo.
Também pode ter origem no epigástrio ou irrad iar para ombros, membros
superiores, pescoço, maxilares e região interescapular. Cerca de 50% dos
pacientes apresent am um fato r desencadeante, como exercício físico in-
tenso, estresse emocional o u presença de outras doenças.
120
SÍNDROMECORONARIANAAGUDA
121
CAPiTUlO 4
122
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Fonte: ECGpedia.org
Tabela 22- Fases do infarto que se superpõem
Figura 10: ECG mostrando evolução do Infarto: Elevação de ST. formação de onda Q,
Inversão de onda T e normalização com persistência da onda Q.
F<>nte: ECGpedia.org
123
CAPiTUlO 4
AVR
I
\
li
AVF
Fonte: ECGpedia.org
124
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Creatinaquinase (CK)
Sensfvel indicadota de lesão muscular, mas não especificamente m iocàrdica. No IAM, seu valor
está entre 10 e 20% do valor da CK total.
CK·MB
Eleva·se entre 3 e 6 horas após o início da sintomatologia, com pico entre 16 e 24 horas e norma·
liza·se entre 48 e 72 horas. Apresenta 50% de sensibilidade diagnOstica após 3 horas do início dos
sintomas e 80% em 6 horas.
Deve ser dosada na admissão e após 6 a 9 horas do inicio dos sintomas. Se a suspeita de IAM for
elevada e confirmada pelos primeiros exames, deve-se coletar nova amostra após 12 horas do
infcio dos sintomas.
Mioglobina
Rapidamente liberada e começa a se elevar entre 1 e 2 horas, com pico entre 6 e 9 horas, nor-
mafilando-se entre 12 e 24 horas. Tem um valor preditivo negativo de 80 a 98%, adequado para
descartar d iagnóstico de infarto.
Troponinas
São os marcadores de escolha para o diagnóstico definitivo de IAM (TnT ou Tnl). Elevam-se entre
4 e 8 horas, com pico entre 36 e 72 horas. e normalizam-se entre 5 a 14 dias, não sendo úteis para
d iagnóstico de reinfarto. Entre 12 e 48 horas, possuem a mesma sensibilidade diagnóstica da
CK-MB. Podem aumentar-se. também, em: miocardite, pericardite, arritmias. insufldênca cardíaca
ou renal. sepse, embolia pulmonar, valvopatia aórtica.
Devem ser dosadas na admissao e após 12 horas do início dos sintomas.
A coleta dos exames não deve retardar o inicio da terapia espedfka. Devem ser coletados junto
com a primeira dosagem de marcadores de necrose miocárdica:
Hemograma
Eletrôlitos (sódio, potássio e magnésio)
Glicemia
Creatinina e estimativa da faxa de filtração glomerular
Testes de coagulação
Deve-se coletar na manhã seguinte a internação, dentro das 24 horas iniciais, em jejum, o perfil
lipídico contendo:
Colesterol total
Triglicerídeos
HDL elDL
125
CAPiTUl O 4
Exames de imagem
Radiografia de tórax não deve retatdar a trombólise, a menos que se suspeite de um diagnóstico
diferencial.
Ecografia não é muito utilizada como rotina, mas pode ser útil em:
SCA + bloqueio de ramo esquerdo;
SCA + paciente portador de marca ~passo;
Suspeita de IAM de parede posterior isoladamente;
Avaliações de complicações mecânicas do IAM.
Outras técnicas, como tomografia, ressonância magnética e ecografia transesofãgica, devem ser
utilizadas para diagnosticar causas não isquêmicas da dor torãcica, como dissecção de aorta,
derrame pericárdico e embolia pulmonar.
126
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Antiagregantes plaquetários
O AAS impede agregação plaquetária, a reodusão coronária e a recorrência de eventos após
terapia fibrinolítica.
Deve ser mastigado de 160 a 325 mg por dia. sendo preconizado. no Brasil, 200 mg, continuan-
do com dose diária de 100 mg indefinidamente.
Se o paciente for submetido à angioplastia primária:
Clopidogrel: 600 mg vo de dose de ataque, e 75 mg de dose de manutenção por dia. Pacien-
tes acima de 75 anos não recebem dose de ataque;
Prasugrel: 60 mg VO de dose de ataque. e 1Omg de dose de manutenção por dia;
Ticagrelor: 180 mgVOde dose de ataque, e 90mg de dose de manutenção a cada 12 horas.
Se o paciente for trombolizado quimicamente:
- AAS: 200 mg VOde dose de ataque, e 100 mg de manutenção diária;
- Clopidogrel: 300 a 600 mg vo de dose de ataque, e 75 mg de dose de manuten ç~o por dia;
Oeve·se evitar prasugrel e ticagrelor em paciente > 75 anos ou com história de addente vascular
encefálico ou ataque isquêmico uansitório, pois aumenta o dsco de hemorragias.
Os inibidores dos receptores llb/ lla pl aquet~ rios têm sido usados como terapia adjunta em
pacientes submetidos à intervenção coronária percutãnea com ou sem implante de stent. Em
pacientes que não serão submetidos à reperfusão, seu beneffcio é desconhecido.
• Tiroliban: 0,25 mg/ kg de dose de ataque, e O, 125 mg/ kgA:tia por 12 horas de manutenção.
127
CAPiTUlO 4
Nitratos
Oeve·se administrar inicialmente nitrato sublin gual:
5 mg VO de dinitrato de isossorbida. e repetir at~ três vezes, a cada S minutos, se a dor persistir.
São contraindicados quando h á hipotensão sistólica, insuficiência ventricular direita, suspeita de
infarto de ventrfculo direito e uso de fosfodiesterase (sildenafil e d erivados) nas últimas 24 h oras.
A5 indicações para via intravenosa são: d or torácica ou hipetensão persistentes, ed ema pulmon ar
e insuficiência cardfaca. Nesses casos, deve·se iniciar com:
5 a 10 j.Jg/min em bomba de infusão contfnua, e aumentar 5 a 1OJ.l9 / mina cada 3 a 5 minu·
tos, no máximo até 100 a 200 mg / mio.
Morfina
Reservado para situações em que a dor persiste apesar do uso do nitrato. devendo-se usar:
2 a 4 mg IV em bolus de sulfato de morfina, e repetir a cada 5 a 15 minutos, se necessário.
Seu uso é contraindkado em IAM de parede inferior, devido ao seu grande potencial em causar
hipotensâo arterial grave e refratária.
Betabloqueador
Deve ser prescrito preferencialmente por via oral, mas pode ser utilizado também por via
intravenosa, sendo a via parenteral melhor para pacientes com hipertensão ou taquiarritmias. E um
medicamento essencial, desde que o paciente não sofra risco de choque cardiogênico nem apresente
contra indicações. que são: bradicardia (FC < 60 bpm), hipotensão (PAS < 100 mmHg), intervalo PR >
0.24 segundos. bloqueio atrioventricular (SAV) de 2() e 3C> graus, história de asma e doença pulmonar
obstrutiva crônica (OPOC) grave. doença vastular periférlca grave, disfunção ventricular grave, dasse
Killip ~ 11, gravidez.
Propanolol: 10 a 80 mg VOa cada 8 horas;
Metoprolol: 25 a 100 mg VOa cada 12 horas ou 5 mgiV lentamente por 1 a 2 minutos, monito-
rizado por ECG. Repetir mais duas doses, até 15 mg, com intervalosde 5 minutos e, após isso.
prescrever betabloqueador por via orat
Atenolol: 2S a 200 mg vo uma ~zao dia.
128
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Anticoagulantes
As heparinas ~o indicadas no IAMCST para prevenir trombose venosa profunda, embolia pulmonar e
cerebral, formação de trombas no ventrículo e manter a capaddade da artéria coronária lesada perma-
necer pérvla. Estão disponiveis HNFe HBPM (enoxaparina), sendo essa última mais vantajosa por. nllo
necessitar do controle do TTPa; prevenir geração de trombina; ter farmacodnética maisprevisível e
menor ativaç~o plaquetária e incidência de plaquetopenla. Deve ser prescrita para todos os pacientes.
independentemente do tipo de terapia proposta.
HNF: 60 U/ kg EV, em bolus, com maximo de 4.000 U, seguido por infusllo de 12 U/ kg EV por 46
horas. com dose inicial de LOOO U/h.Adose deveserajumda para manter o TTPaentreSOe 70
segundos.
É pteferendal em pacientes que serão submetidos à intervenção coronâria percutânea primària. Se sua
administ ração ultrapassar 48 horas, o risco de plaquetopenia e sangra menta é aumentado.
Enoxaparina: 30 mg EV, em bolus, seguido por 1,0 mg/ kg subcut~neo (SC) a cada 12 horas, em
pacientes abaixo de 75 aoos. Para pacientes adma dessa Idade. não se deve utilizar bolusinicial,
reduzindo a dose para 0,75 mg/ kg se a cada 12 horas. Deve·se utilizar 1,0 mg/kg por dia, caso o
clearance de aeatiniM seja menor que 30 ml/ min.
É pteferivel em pacientes que serão submetidos à terapia trombolftica oo nos que a terapia de reper·
fusão é contraindk ada. É necessário manter o tratamento durante todo o perfodo de internamento
ou até 8 dias. Não pode administrar em pacientes com peso abaixo de 40 kg ou adma de 120 kg,
hipotensos, com história de plaquetopenia induzida por heparina ou nos que serão reperfundidospor
angioplastia primãria.
Antagonistas da aldosterona
Indicados para todos os pacientes pós-infarto que evoluem com insuficiência cardiaca e fração de
ejeção < 40% ou diabetes. Para utilizã-los, deve·se estar em uso de IECA em dose terapêutica, pos·
suircreatinina s 2,5 mg/dl em homens e s 2 mg/dl em mulheres, e potássio séricos 5 mEq/ l.
Espferenona: 25 a 50 m9/ dia.
Estatinas
Todos os pacientes internados por síndrome coronariana aguda devem ter ser perfil lipídico
avaliado em até 24 horas de internação. A meta é deixar o LDL·colesterol abaixo de 100 mg/ dl.
recomendando·se:
Sinvastatina: 40 mg/ dia;
Atorvastatina: l Omg/ dia.
129
CAPiTUlO 4
130
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
Trombólise química
Absolutas
I Relativas
Histôria de AVE isquêmico a mais de 3 meses
Sangramento intracraniano
ou patologias intracranianas não listadas n as
contraindicações
AVE isqu émico n os últimos 3 meses Gravidez
Dano ou neoplasia no sistema n ervoso central Uso atual de antagonistas da vitamina K
Trauma significante na cabeça ou face nos Sangramento interno recente a menos de 2 a 4
últimos 3 meses semanas
Sangramento ativo {exceto menstruação) RCP traumática ou maior que 10 minutos ou
cirurgia a menos de 30 semanas
Qualquer lesão vascular cerebral HAS não controlada (> 180 mmHg/1 10 mmgHg)
Suspeita de dissecção de aorta Punções não compressíveis
Úlcera péptica ativa
Exposição prévia a estreptoquinase ou reação
alérgica prévia
Trombólise eficaz
I Trombólise não eficaz
131
CAPiTUlO 4
132
SÍNDROME CORONARIANAAGUDA
8. REFERtNCIA
133
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Gilvandro De Assis Abrantes Filho 1 Rayanne Kalinne Neves Dantas
$ l. lntrodução
$ 2. Fato res Precipitantes
$ 3. Fisiopatologia
t) 4. Mecanismos Compensatórios
5 S. Diagnóticos
$ 6. Classificação
$ 7. Manifestações Clínicas
$ 8. Tratamento
$ 9. Referências
l .INTRODUÇÃO
135
CAPiTUlO 5
sangue das g randes veias, sem aumentar sign ificativamente sua pres-
são intracavitária.
136
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
3.FISIOPATOLOGIA
13 7
CAPiTUlO 5
EstréSSé mecãnico
•
PROGRESSÃO DA IC
4.MECANISMOS COMPENSATÓRIOS
138
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
Ativação neuro-humoral:
Renina-angiotensina;
Evento ~ Débito
inicial Cardíaco Simpático;
Vasopressina;
Endotelina.
D
Necrose
Vasoconstrição
Edema
Apoptose
Hipertrofia
1.._ Fibro
_s_e_ _,
Remodelamento
Progressão
Morte
Em condições fisio lóg icas no rmais, esse sistema tem um papel impor-
tante na manut enção da homeostase d e sal e ág ua e, consequentem ente,
no controle da PA e da perfusão tecidual.
Na IC, há um aumento d a produção d e renina por duas via s principais:
estimulação dos adrenorreceptores-beta- 1 do aparelho ju stag lomerular,
secundário ao aumento da at ividade simpática, e a ativação de barorre-
cept ores renais pela d iminuição da pressão hidrostática no glomérulo e
na arterío la aferente. A renina atua sobre o ang iot ensin ogênio transfor-
mando-o em ang iot ensin a I qu e, por sua vez, é convertida em angiotensi-
na 11 pela enzim a conversora de angiot ensina (ECA).
A angiotensina 11 é uma potent e vasoconst rito ra e contribui, juntamen-
te com o sist ema nervoso simpático, para eleva r a resist ência vascular na
IC. Ela t am bém aumenta a liberação de noradrenalin a e estimula a secre
139
CAPiTUlO 5
•
t prê•coJorga f volume si.rtólico
L/fi de frak·Storling
140
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
A lei d e Fra nk-St arling, porém, possui uma limitação: o aumento exces-
sivo do volume d iast ólico final ou pré-carg a, aca ba alterando a dinâm ica
ventricular, levando ao aumento das p ressões d e enchim ento e à redução
d o d ébito sistólico.
S.DIAGNÓSTICO
Oispneia em repouso 4
Ortopneia 4
Oispneia paroxística noturna 3
Oispneia ao caminhar pelo plano 3
Oispneia ao subirescadas 1
141
CAPiTUlO S
> 6cmH20 3
> 6cmH20 + h epatomegalia ou edema
Crepitantes pulmonares:
Bases 1
O diagnóstico de insuficiência cardiaca é classificado como "deftn itivo" se a pontuação for entre 8
e 12;"possivel" com pontuação entre 5 e 7; e "improvável'" se for menor ou igual a 4.
Tosse noturna
Dispneia aos esforços
de tórax
Derrame p leural
< 1/3 do
Frequénda cardiaca > 120 bpm
A histó ria clínica detalh ada inclui ant ecedentes pessoa is, epidemiológ i-
cos, familiares e início e prog ressao dos sintomas. Por exem plo, na doença
14 2
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
143
CAPiTUlO 5
5.4 Ecocardiograma
5.6 Eletrocardiograma
-Ar-y-tJ---r-__ll---1{'-
11 m ,va :~\'t. svt'
-v-tt-r-~Ji,_.
\'1 V2 \'' V•l VS \'6
144
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
Utilizada para avaliar o coração funcional e mor folog icamente, perm ite
a visualização do pericárdio e dos grandes vasos e a avaliação global e
segmentar da função ventricular esquerda e d ireita, sistólica e diastólica,
e da perfusão miocárdica.
5.9 Ergoespirometria
6.CLASSIFICAÇÃO
145
CAPiTUl O 5
Classe
I Classificação funcional da New York Heart Association (NYHA)
I Pacientes com doença cardlaca s.em limitação para atividade ffsica
Atividade ffsic.a usual não causa fadiga, dispneia, palpitações ou angina
11 Pacientes com doença cardlac.a com limitação leve da atividade fisica
Atividade ffsica usual resulta em fadiga, dispneia, palpitações ou angina
111 Pacientes com doença cardíaca com acentuada limitação das atividades físicas. sendo
ainda confortáveis ao repouso
Atividade fisica menor q ue a usual causando fadiga, dispneia, palpitações ou angina
IV Pacientes com doença cardíaca com inabilidade para executar qualquer atividade física
sem desconforto
Sintomas de IC ou de angina podem existir mesmo em repouso
Se qualquer atividade é executada, o desconforto aumenta
A Pacientes com risco de desenvolver IC, mas sem doença estrutural perceptível e sem sintomas
atribuíveis à IC.
8 Pacientes com lesão estrutural card íaca. mas ainda sem sintomas atribuíveis à IC.
C Pacientes com lesão estrutural card íaca e sintomas atuais ou prévios de IC.
O Pacientes com sintomas refratários ao tratamento convencional, e que requerem intervenções
especializadas ou cuidados paliativos.
146
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
Essa classificação tem sido questionada por alguns autores, que argu-
mentam que ela se trata de uma mesma doença com d iferentes formas de
apresentação. O d iagnóstico de IC com FE preservada é feita na presença
de quatro condições: sintomatolog ia present e; FEVE;;, 50%; VE não d ilat a-
do e evidência de pressão de enchim ento vent ricu lar esqu erdo elevada.
Seu trat amento é em pírico.
147
CAPiTUlO 5
I CARACTERISTICAS
I CAUSAS
I CARACTERÍSTICAS
I CAUSAS
IC SISTÓLICA O problema está na perda da capacidade IAM, isquemia miocárdica, a
contrátil do miocárdio. Hã diminuição do DC e fase dilatada da cardiopatia
aumento do volume de enchimento {VDF) e, hipertensiva e a miocardiomio--
portanto, da pressão que será transmitida para patia dilatada idiopãtica.
átrios e sistema venocapilar (congestão).
IC DIASTÚUCA A contração miocárdica está normal (com FE Fase hipertrófica da cardiopa·
> 50%). mas existe uma restrição patológica tia hipertensiva e a cardiomio-
do enchimento diastólico, causando elevação patia hipertrófica.
nas pressõesde enchimento e, consequen-
temente. aumento da pressão venocapilar
(congestão).
148
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
ICSAIXODC
I CARACTERÍSTICAS
149
CAPiTUl O 5
7.MANIFESTAÇ0ES CLfNICAS
150
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
Fadiga e fraqueza Pela reduç~o da perfu s~o da muscula- São sintomas inespecíficos,
tu ra esquelética. por"ém comuns, em que a capa·
cidade de se e_xercitar é reduzida
pela limitação do coração em
aumentar seu débito para trans·
portar oxigênio aos músculos.
Sintomas abdominais Congestão de Hgado e sistema veno- Anorexia e náuseas associadas à
so portal dor e plenitude abdominais são
queixas frequentes.
UH
CAPiTUlO 5
Ausculta cardíaca:
81 pode ser hipofonética (hipocontratilidade do VE);
82 hiperfonética (hipertensão arterial pulmonar);
83 pode ser audível nas sobrecargas de volume, mesmo na ausên-
cia de IC;
84 é mais comum na doença isquêmica e na cardiopatia hipert en-
siva.
152
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
~r
__ ........
lnsvfldinde !o'tntrkuler dlfllh•
t'llwbllcb~
..... - <-
,.._......
............
__,.,.,. ._..
~~.menlt~W
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--·
....... "".......,...
--
-~~
l~.oo;.,;r.., .
o...-•••1·-·
.......
·-
--flf~dlllll161et
8.TRATAM ENTO
Dieta
O paciente com sinto mas de congestão deve restring ir a ingestão de
sal, pois, q uanto mais sódio consumido, m aior o acúmulo de liquido, e,
153
CAPiTUlO S
Exercício físico
Tabagismo e álcool
154
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
Com a descoberta dos inibidores da ECA. uma droga que provou au-
mentar a sobrevida, especificamente nos portadores de IC sistólica, o tra-
tamento farmacológico deixou de ser apenas para controle de sintomas
com diuréticos e digitálicos. Além disso, é importante avaliar e tratar co-
morbidades (como dislipidemias, diabetes) e as doenças desencadeado-
rasou precipitantes da IC (como anemia, HAS, hipertireoidismo).
Dentre os protagonistas do tratamento da disfunção sistólica, estão os
IECAs, a digoxin a, os diuréticos e os betabloqueadores. No caso do pacien-
te que não puder fazer uso do IECA, devido à intolerância ou efeitos cola-
tera is in desejáveis, pode ser feita a combinação de hidralazina e d i nitrato
de isossorbida ou agentes bloqueadores dos receptores da ang iotensina
li (BRA).
Em pacientes com uma IC crônica, porém com a função sistólica ventri-
cular esq uerda relativamente preservada, é necessário fazer um diagnós-
tico de m iocard iopatia infiltrativa e rea lizar o tratamento dos sintomas de
base. Na disfunção diastólica, os m edicamentos mais importantes são os
nitratos e os vasodilatadores.
dema e função renal.
Tabela 9: Fármacos utilizados na insuficiência cardíaca e suas indicações
155
CAPiTUl O 5
156
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
- Diuréti cos
Controle dos sintomas e tratamento da hipervolemia
Não mudam sobrevida (exceto a espironolactona- antagon ista da
aldosterona)
Vigiar: Hipotensão arterial
-D igitais (digoxina)
Aumenta DC, FEVE, tolerância ao exercício e natriurese
Diminui pressão capilar pulmo nar, reabsorção tubular de sódio e
ativação neuro-hormonal
15 7
CAPiTUlO 5
Tratamento de IC diastólica
Tratamento cirúrgico
158
INSUFICIÊNCIA CARDiACA
9. REFERENCIAS:
1. Bocchi EA, Braga FGM, Ferreira SMA, Rohde LEP. Oliveira WA, Almeida DR et ai.
111 Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Card iol 2009;
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Ferreira JFM. Tratado de Ca rd iolog ia da SOCESP. 3• ed ição. Ma nole, 20 15.
5. MW Montera, RA Almeida, EM Tinoco, RM Rocha, LZ Mou ra, Réa-Neto A et ai.
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failure: overview and methods. Heart Fail Rev. 2014; 19 (4): 413-419.
159
Cardiomiopatias
Juliana Vieira De Oliveira Salerno 1 Karoline Bezerra Frazão
1.1nflamatória:
a.lnfecciosa: vira I, bacteriana, parasitária, fúngica.
b.Náo
2. Metabólica:
a.Nutricional: pelagra, kwashiokor.
b.Endócrina: acromegalia, disfunção tireoidiana
1 61
CAPiTUlO 6
1. CARDIOMIOPATIA DILATADA
1.1 Fisiopatologia
162
CARDIOMIOPATIAS
Pod e variar desde assintom ático até graus avançados de IC. O sinto-
ma mais comum é a d ispneia devido à congestão pu lmonar. Égeralment e
acom panhada de tosse e hemoptise, associada a pequenos ou grandes
esforços, ortopneia, dispneia paroxística not urna e até a d ispneia em re-
pouso. A red ução do DC causa sudorese, fad iga, extremidades frias, ton-
tura e síncope.
Nos quad ros m ais avançados, a congestão sistêmica pode ca usar dor
em hipocôndrio d ireito, edema d e membros inferiores e ascite. São fre-
quentes os d istúrbios de cond ução e do ritmo e os qu adros de trombo-
embolismo devido os trom bos int racavitários. Dor torácica pode ocorrer
se embolizaçâo pu lmonar ou coronária.
163
CAPiTUlO 6
Ecocardiograma
Avalia as dimensões das câmaras cardíacas, determin a a f un ção ven-
tricular e a FE, demonstra e q uantifica a regurgitação va lvar m itral e/ou
tricúspide através do Doppler, detecta trombos intracavitários, além de
identificar e medir o derrame pericárdico. É de extrema utili dade tanto no
d iagnóstico quanto no acompanhamento, servin do na avaliação terapêu-
t ica e prognóstica.
Eletroca rdiograma
Permite det ect ar aumento das câmaras cardíacas (principalmente de
AD), alterações inespecíficas do segm ento ST e da onda T, onda Q patoló-
gica, t aquicardia sinusal, arritmias (flutter e fi brilação atrial, extrassíst oles)
e dist úrbios de condução com o b loqueios de ramo. Ba ixa voltagem está
relacionada a derrame pericárdico ou função ventricular deteriorada.
Radiografia de tórax
Observa-se cardio megalia, com o aum ento da silhueta card íaca, além
de presença de derrame pleural e/ ou pericárdico, mais significativo à d i-
reita, e sinais de congest ão p ulmonar (i nversão da t ram a vascular, linhas B
de K. Raramente notam-se calcificações cardíacas.
Cíntilografía m iocárdica
Serve para demonstrar a d inâmica da f unção ventricular, determinar a
FE (m ais preciso que o ecocardiograma) e caract erizar hipocinesia, acine-
sia e discinesia do ventrículo.
164
CARDIOMIOPATIAS
Diuréticos
Nos casos d e congestão e edema, se usam os d iuréticos de alça, como a
f urosem ida. Os tiazídicos podem ser empregados quando se deseja m aior
perda de eletró litos (sódio) do que d e ág ua, porém seu uso é limitado
para os pacientes co m filtração g lo merular norm al o u nível de creatinina
< 2,0mg/dl. Nos pacient es q ue ap resentam hiperaldost eroni sm o secun-
dário, usa-se a espironolactona que t em efeito poupado r de potássio, é
antagon ista da ald osterona e reduz a fibrose.
Digitálicos
Est udos demonstraram q ue em portadores de CMD seu uso reduz nú-
mero de int ernações e mo rtalidade hospitalar em pacientes descompen-
sados. Revelaram ainda que a suspensão da droga pode ser acompan hada
de p rog ressão sinto mato lógica, diminuição da FE e into lerância ao exer-
cício.
165
CAPiTUlO 6
Vasodilatadores
Aplicados para redução da resistência vascular periférica, podem ser:
predominantemente arteriolares (hidra lazina e m inoxidil), predominante-
mente venosos (nitratos), mistos (nitroprussiato de sódio e b loqueadores
alfa-1) ou os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). Os
mais usados são osiECAs, que d iminu em a resistência vascu lar tanto arte-
rio lar quanto venosa e a pré e pós-cargas, aumentando o DC e o volume
sistólico.
Anticoagulantes
Devem ser usados nos pacientes com antecedentes de tromboembo-
lismo, repouso prolongado no leito, fibrilação atrial crônica e com trom-
bos i ntracavitá rios det ectados.
Antiarrítmicos
Devemos considerar seu efeito pró-arrítmico em 1O a 20o/o dos casos,
a redução de sua eficácia à med ida que se agrava a d isfunção sistólica e
possíveis alterações no metabolismo renal e hepático. O mais utilizado é a
amiodarona, que reduz a incidência d e morte súbita e prolonga a sobre-
vida.
Betabloqueadores adrenérgicos
Diminuem a estimulação do sistema ren ina-angiotensina-aldosterona
e da vasopressina, reduzindo os seus efeitos card iotóxicos e vasocons-
tritores. O mais usado é o metoprolol. O carvedilol mostrou t er efeito a
longo prazo, reduzindo p ressão capilar pulmonar, pré -carga e os volumes
ventriculares e aumentandodo a contratilidade miocárdica sem alterar o
consumo de oxigên io.
166
CARDIOMIOPATIAS
Aurfcula
uquetda
dilata-da
Auricula
Põ~rede
d!rtilõl
muscular
Ventriculo enfraque<uSa
1' esquerdo
Ventrículo
esquerdo
d1latado
Ventriculo Scpto
d1rt1lo
2.CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
2.1 Fisiopatologia
167
CAPiTUlO 6
168
CARDIOMIOPATIAS
Valva mitral. frequentemente, com folhetos alongados e cordas tendineas redundantes, além de
inserção anormal dos músculos papilares.
Hipoperfusão
miocárdica
Hipertensão Ar terial Sistêmica, Diabetes, Hipercolesterolemia,lnfarto do Mio-
cárdio, podem provocar lesão endotelial. que leva a diminuição da perfusâo
tecidual.
169
CAPiTUl O 6
OTENCIAl DE AÇÃO ~
Abertura doscanais lentos de cálcio do sarcolema ~ citoplasma
E.ssa quantidade de cálcio só é suficiente para atingir de 10% a 15% da contra·
ão miocãrdica máxima.
Disfun ção n o
relaxamento
miocãrdico ONTRA O GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO (lOGO, COM AlTO GASTO ENER·
GÉTICO)
~
(a+ que entrou pelos canais lentos no citoplasma ~ + estrutura da membrana
o Retículo Sarcopla.smático-+ abertuta de ~ de câkio do Retfculo Sarcoplas·
mãtico para o citoplasma.
ERCA ~
etorno do cãlcio do citoplasma ·-- ---> Reticulo Sarcoplasmãtico
P = 2HxF / R
170
CARDIOMIOPATIAS
Jovens;
Alteração genotípica;
Histórico fam iliar de CMH;
Morte súbita cardíaca recuperada;
Parada cardíaca/ taquicard ia vent ricu lar sustentada/ taquicardia
supraventricular;
Síncope recorrent e;
Taqu icardia paroxística não sustentada;
Taqu icardia induzin do isquem ia m iocárdica;
Aumento da rigidez e da espessura da parede e do septo interven-
tricular (SIV);
Exercício físico com hipotensão;
Obst rução da via de saída do VE com elevado gradiente.
17 1
CAPiTUlO 6
172
CARDIOMIOPATIAS
Os p rincipais achados que podem ser evid enciados pelo exame f ísico
são:
lctus cordis amplo, intenso e desviado para esquerda;
Duplo impulso sistólico de ponta;
Frêmito sistó lico no ápice ou na borda esternal esquerda;
4 • bu lha, eventualmente, palpável;
2• bu lha desdobrada, podendo ser do t ipo paradoxal q uando na
form a obst rutiva grave;
Sopro sistó lico apical e pu lso arterial d ig itiform e em casos graves
(a umento do pulso na protossístole, queda na mesossístole, pela
obstrução, e aument o no fi m da síst ole);
3• bulha só encontrada naqueles que evoluem pa ra a dilatação.
Ecoca rdiograma
Exame mais utilizado para d iagnóstico da hipertrofia. Responsável por
localizar a hipertrofia, classificar o grau da hipertrofia das câmaras cardí-
acas, detectar a presença do movimento anterior da valva mitral e obs-
trução da via de saída do VE e detectar aspecto granuloso do miocárdio,
disfunção diastólica e irregularidades no relaxamento m iocárd ico. Além
disso, é importante para acompanhamento clín ico do tratamento.
El etrocardiogra ma
Exame complementar anormal em 90% dos casos, responsável por ge-
rar suspeitas de cardiomiopatia em pacientes até então assintomáticos.
173
CAPiTUlO 6
Radiografia de tórax
Pode detectar, em alguns casos, aumento de câmaras cardíacas e car-
d iomega lia, além de sinais de hipertensão pu lmonar.
Betabloqueadores
Utilizados em pacientes sintomáticos ou assintomáticos com ca rdio-
pa tia obstrutiva. Esses fármacos d iminuem a FC, m elhoram o enchimento
vent ricular, são inotrópicos negativos e d iminuem o consumo de oxigênio
pelo coração. Dentre eles, o mais utilizado é o propa nolo l.
Antiarrítmicos
A disopiramida, um antiarrítm ico classe I, bloqu eia os canais de sódio e
é utili zado em pacientes resistent es aos t ratamentos acima. Prin cipalmen-
te associado ao beta bl oqueado r, pode acelerar a condução atrioventricu-
lar d urante uma fibrilação ventricular. Essa associação deve ser caut elosa
por conta dos efeitos adversos.
A amiodarona, ant iarrítmico classe 111, bloqueia os cana is de potássio e
ta m bém pode ser utilizado nessas situações. É mais indicado em pacientes
174
CARDIOMIOPATIAS
com predomín io de arritmias, devido ao seu efeito antia rrítm ico, ino-
trópico negativo e à sua capacidade de aumentar o relaxamento miocár-
d ico.
Auricuta
Eçpoua.fn.Onto da
cf•roila •
parede musctJtar
Ventrtcuto
--- Y" esquento
"' Espessamento do
stpto mter~ntriwltlr
Vtntrlcuto Sopto
d1roito
175
CAPiTUlO 6
3.CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA
3.1 Fisiopatologia
176
CARDIOMIOPATIAS
Ecocardiograma
A partir desse exa me, faz-se a confirm ação d iag nóstica de m iocard io-
patia restritiva . Observa-se au mento da espessura da parede ventricular,
fun ção sistólica normal e disfu nção diast ólica. A espessu ra normal do pe-
ricárdio é importante para d iferenciar a CMR da pericard ite restritiva. Além
d isso, é um exa me qu e nos permi te ava liar t rombos, insuficiência valva r e
d isfunção segmentar.
17 7
CAPiTUlO 6
Eletrocardiograma
É comum vermos alterações inespecíficas de repolarização, ba ixa vol-
tagem do complexo QRS, fibrilação atrial e distúrbios de condução, como
b loqueio atrioventricu lar.
Radiografia de tórax
Na maioria dos casos, não revela cardiomegalia importante, sendo des-
proporcional ao grau de insuficiência card íaca dos pacientes. São comuns
o aumento isolado do átrio d ireito, aumento discreto da silhueta cardíaca
e sin ais de congestão pulmonar (inversão da trama vascular, linhas B de
Kerley e infi ltrado p ulmonar).
Cateterismo cardíaco
Indicado quando há suspeita de doença coronariana ou para diagn ós-
tico diferencial de pericardite constritiva. Pode-se o bservar função ven-
tricular esquerda normal ou reduzida, além de pressões de enchim ento
elevadas.
3.5 Tratamento
178
CARDIOMIOPATIAS
4.1 Fisiopatologia
Músculo cardíaco - substituição por tecido Ocorre por conta da alteração gênica desmos·
libroadiposo. soma!. principalmente do gene da desmo-
piaquina, que tem como função a adesão
intercelular.
Atrofia miocárdica
Anisotropismo e condução lenta Pode ser resultado da degeneração do mUseu/o
cardíaco e presença de miogordura.
Hipoclnesia difusa - reduçao da movimentação do vo acada movimento
Hipocontratilidade ventricular direita
Disfunção sistólica ou dlastólica normal /Trombos ventriculares
179
CAPiTUlO 6
4.3 Diagnóstico
180
CARDIOMIOPATIAS
dico por fibrogordura na biópsia endomiocár· ções precordiais direitas em pacientes menores
dica. de 12 anos de idade que não apresentam
bloqueio de ramo direito.
Irregularidades na despolarização e condu· Arritmias
ção no Eletrocardiograma
181
CAPiTUlO 6
Ecocardiograma
Podem-se encontrar alterações como dilatações das câmaras cardía-
cas; serve, também, para localizar o triângulo da d isplasia.
Eletrocardiograma
Mostra taquicard ia ventricular com aspecto de bloqueio de ramo es-
querdo, sugerindo ser o local de origem da arritmia presente no VD, inver-
são de onda Tem derivação precordial direita, o nda épsilon (detlexão de
curta duração e baixa amplitude, imediatamente após o complexo QRS,
melhor identificada nas derivações de Vl a V3 e nas derivações precordiais
direitas), QRS alargado nas derivações precordiais direitas e bloqueio de
ramo d ireito.
182
CARDIOMIOPATIAS
4.5 Tratamento
183
CAPiTUlO 6
S. REFERENCIAS
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Card iol. Rio de Janeiro, 201 O; 23 (1).
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vascular medicine, 9th ed, Elsevier; 2011.
3. Ghorayeb N, Costa RVC, Castro I, Daher DJ, Oliveira Fi lho JA, Oliveira MAB et
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de Cardiologa e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arq Bras Car-
diol. 2013; 100 (1 Supl. 2): 1-4.
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Esquerdo na Cardiomiopatia Hipertrófica. Arq Bras Cardiol. São Paulo, 2012;
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Obstrutiva Médio-Ventricular. Rev Bras Card iol lnvasiva. São Paulo, 2014; 22(
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8. Serrano JR et ai. Tratado de cardiologia SOCESP. 2. ed. Barueri-São Paulo: Ma-
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9. Silva RF, Morgarbel K, l u ize CM, Rosa CG, Romano M, liguori IM. Displasia
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10. Shiozaki AA, Senra T, Arteaga E, Pita CG, Martinelli Filho M, Ávila LFR et ai.
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11. Soeiro A et ai. Estenose Mitral Grave como Evolução a l ongo Prazo de M ioto-
mia/Miectomia Septal Cirúrgica. Arq Bras Cardio l. São Paulo. 2006; 83 (3).
184
Taquiarritmias
Ma Beatriz Nepomuceno Cunha 1 Paulo Sérgio França Oe Athayde Júnior
r------------------------------~
'' ..... __________ .
O que você irá ver nesse capítulo:
O 1. Introd ução
$ 2. Determinando a frequência
0 3. Mecanismos de ação
5 4. Diagnóstico
O 5. Extrassísto le
O 6. Taquicard ia sinusal
$ 7. Taquicard ia supraventr icular paroxística
0 8. Reentr ada em via acessór ia
0 9. Síndrome de Wolff-Parkinson-White
O 10. Fibr ilação atrial
O 11 . Flutter Atrial
$ 12. Taquica rdia atrial
$ 13. Taquica rdia ventr icu lar
O 14. Ca nalopatias
O 1S. Referências
-------------------------------------- -- ------- ~
1. INTRODUÇÃO
185
CAPiTUlO 7
2. DETERMINANDO A FREQU~N CI A
186
TAQUIARRITMIAS
187
CAPiTUlO 7
MECANISMO DE REENTRADA
4. DIAGNÓSTICO
O primeiro passo para avaliar uma arritmia é uma boa anamnese, com
investigação da hi stória clínica, um exame físico completo e a realização
de eletrocardiograma (ECG), que tem o poder de diagnosticar grande par-
te das arritm ias cardíacas. Se necessário, pode -se continuar a investigação
de acordo com os sintomas, a partir de outros exames complementares,
como o Holter de 24 horas, o teste ergo métrico e gravadores de eventos.
188
TAQUIARRITMIAS
Our>ÇJodo
ántoma
1
~- I I (11111)
5. EXTRASSÍSTOLES
189
CAPiTUlO 7
Ventricular
Supraventricular
190
TAQUIARRITMIAS
I 81gemimsmo
11 Tngemmismo I
Tetragemin1smo
(Polimórfica)
6. TAQUICARDIA SINUSAL
191
CAPiTUlO 7
192
TAQUIARRITMIAS
Pseudo-R' em V1;
R-R regular.
/
Figura 8: Onda P retrógrada em ECG de uma taquicardia supraventricular
paroxística
193
CAPiTUl O 7
Vale lem brar que o paci ente deve ser comunicado sobre a sensação
desagradável de pa rada, pois, a ad enosina im ped e os impul sos elétricos
por um curto período.
TSVP
Cardioversão
I
Oiltiazem ou
elétrica verapamllou
sincronizada betabloqueador,
IV
I
Amiodarona 1~. se I
Se ineficaz ou não factível outras terapias
contralndlcadas
ou ineficazes
I
19 4
TAQUIARRITMIAS
Em uma ocasião onde ocorre algum estímulo elét rico após o impulso
do NSA, este poderá ser transmitido via NAV, quando o feixe d e Kent se
encontra em período refratário, incapaz de se despolarizar até completar
sua repolarização. Nessa situação, a onda de despolarização seg uirá oca-
minho fisiológico, levando a um complexo QRS estreito. No momento em
que essa onda de despolarização encontra o feixe anômalo, que deixou a
195
CAPiTUlO 7
fase refratária e está pronto para uma nova despolarização, o impulso po-
derá seguir o caminho inverso rapidamente, dos ventrícu los para os átrios,
de modo que levará a uma despolarização atrial e ao fechamento de um
curto-circuito autoestimulável entre o feixe anômalo e o NAV.
196
TAQUIARRITMIAS
9. SINDROME DE WO LFF-PARKINSON-WHITE
197
CAPiTUlO 7
c
Quanto ao tratamento, na forma instável, também é indicada a car-
dioversão elétrica sincronizada. É importante destacar que, nos pacientes
com WPW e flutter atrial ou fibrilação atrial está contraindicado o uso de
drogas inib idoras do impulso pelo NAV, pois, isso faria com que os impul-
sos fossem transmitidos mais ainda pelo feixe anômalo. Esse conhecimen-
to é primordial, pois a passagem desorganizada de impulsos diretamente
para o ventrículo pode levar ao quadro de fibrilação ventricular.
Nos pacientes estáveis, pode ser rea lizado um esquema profilático a
fim de diminuir o número de episódios arrítmicos, onde a droga de es-
colha varia de acordo com a taquiarritmia apresentada. Contudo, há uma
tendência ao uso de antiarrítmicos da subclasse Ic, como a propafenona,
já que possuem ação inibitó ria nas vias acessórias. Todavia, o tratamento
definitivo pa ra esse tipo de paciente é a ablação da via anômala.
198
TAQUIARRITMIAS
199
CAPiTUl O 7
I
Hipertens5o Doença arterial
coronariana
SQbrecarga Sotalol
deVE?
-[ Sim
Amiodarona ou
ablação com cateter
Achados eletrocardiográ1icos:
linhas de base com oscilações de baixa amplitude, variando em for-
ma e frequência;
Ritmo ventricular irregular;
Freq uência at rial entre 300-600 bpm;
Ritmo geralmente t aquicárdico (quando diminuído, chama-se de FA
de baixa respost a).
200
TAQUIARRITMIAS
O Flutter at rial constit ui uma arritmia cuja origem pode ser devido à
d ilatação atrial, consequência de defeitos septa is, êmbolos pulmo nares,
regurgitação ou est enoses de valvas, fa lência crônica do ventrículo, hi stó-
rico de ablação atrial, envelhecimento, card iopatias, t ireotoxicose, alcoo-
li smo e pericardite. Durante a palpação do pulso j ugular venoso, é possí-
vel palpar um pu lso característico do tlut ter, e eventualmente, é possível
auscultar sons da contração atrial.
O tl utter atrial é causado por reentrada no átrio direito, limitado pelo
anel tricúspide e pela crista terminal, juntament e à vá lvula de Eustáquio. O
mesmo pode se propagar no sentido anti-horário (típico) e no sent ido ho-
rário (atípico). Existem outras formas de tlutter com características eletro-
cardiográficas diferentes, cuja m acroreentrada é conseq uente de cicatri-
zes de cirurgias atriais, de ablação at rial, de fibrose o u de out ras barreiras.
Os sintomas mais f requ entes são palpitação, dispneia, precordialg ia e
fadiga. A falta de contração mecânica efet iva dos átrios propicia esta re-
g ião à formação de trombos, q ue podem, f uturament e, formar um event o
tromboem bólico.
Embora o t ratamento farmacológico tenha resultados limitados, é
relativamente sem elhante ao t ratamento da FA, contudo ain da exist em
alg umas particularid ades. O cont role d o ritmo pode ser feita com antiar-
rítmicos classe 111 (amiodarona, ibutilida o u soltato l) ou por cardioversão
elétrica, cuja corrente utilizada é menor do que a da FA. Um choque d e
apenas 20 a 50 J geralm ente é suficiente para reverter o ritmo no tl utter
at rial. Além disso, a massagem do seio carotídeo é capaz de reduzir a fre-
quência ventricular em alg uns casos.
201
CAPiTUlO 7
Achados eletrocardiográficos:
Frequência atrial entre 250 e 350 bpm;
Frequência card íaca normalmente é a metade da frequência atrial;
Ondas P regulares em serrote (Ondas F);
linha isoelétrica ausente entre ondas P;
Bloqueio atrioventricular fixo ou variável.
Esta pato logia ocorre com maior freq uência em ciclos curt os e recor-
rentes em pacientes portadores de doenças cardíacas estruturais relevan-
tes, contudo, pode est ar p resente em pacientes não card io patas. As raras
ocasiões em q ue sua duração é prolo ngada, podem ocasio nar uma cardio-
miopatia, parcial ou tot almente reversível.
Ate nçã o: o esgotamento de potássio pode est imular a taquicardia
atrial em pacientes em uso de digitálicos, assim como exercícios, estresse,
posição e estimulant es podem provocar episódios.
Durante o exame físico é possível encontrar a primeira bulha com in-
tensidade in constante e pressão arterial variant e.
O foco de disparo pode ser único o u múltiplo e, nesse último, a popu-
lação idosa com DPOC e ICC é a mais atingida, podendo ser convertida em
uma fibril ação atrial.
Nas t aquicardias atriais unifocais com necessidade de reba ixar a FC, po-
de-se utiliza r inicia lmente um d ig ital ou bet abloqueador ou um bloq ue-
202
TAQUIARRITMIAS
I I I -
'
.... ~ ,. ~ ~ ~ - -_f\
I
A
li~ ..
- I~
I
' ' I
203
CAPiTUlO 7
204
TAQUIARRITMIAS
205
CAPiTUlO 7
I Onda R inicial? I
Acuráci a 98,6%
Não Sim
1
IOnda R ou Q iniciais> 40 ms? I
Acuráci a 87,8%
Não Sim
1
Ent alhe na porção descendente da TV
ativação inicial negativa de um
QRS predominantemente
negativo?
I
Acurácia 86,5%
Não- - Sim
l
TV
206
TAQUIARRITMIAS
r-R
_S_>_ lO
_O_ m_s_e_m_d
Nilo
_e_,r'"iva
Sim - - - - - - - ,
""- çã-o- pr-e-co_r_d-ia-1?.- --, [ Tb
Não Sim
Dissociação atrioventricular?
Não - - Sim - - - - - - - ,
rkl
TV
Critérios morfológicos• para TV
presentes em V1·2 e V6
Não- -Sim
TV TSV
V1 R monofásico, complexos QR ou RS QRS trifásico
V6 R monofásico, complexos QRS ou QR.. relação RIS QRS trifásico, relação RIS> 1
< I
207
CAPiTUlO 7
Medicamento
I lndícação
I Contraindicação I Medicamento
Betabloqueadores TV induzida por esforço, OPOC, asma brônqui· Sem cardiopatia:
IAM ou iCC; ca. acidose metabó- Atenolol 25 a 100 mg.
lica, ICC descompen- 1 a 2 x/dia;
sada
Prevenir reincidência do Com cardiopatia:Me-
QT longo e do Torsades de toproloi2S a 1OOmg, 1
Pointes a 2 x/dia ou Carvedilol
3,125 a 25 mg 2x/dia
208
TAQUIARRITMIAS
209
CAPiTUlO 7
14. CANALOPATIAS
2 10
TAQUIARRITMIAS
211
CAPiTUlO 7
2 12
TAQUIARRITMIAS
do eletrofisio lóg ico pode ser indicado, embora seja ainda controverso. A
literatura sugere os fá rmacos bloqueadores de canais de sód io como as
drogas de eleição: ajmalina (principalmente), fleca inide, pilsicainide, pro-
cainamida e propafenona.
Recentemente, foi sugerido que a ablação por cateter epicárdico sobre
a via de saída do ventrícu lo d ireito pode prevenir as tempestades elétricas
em pacientes com episódios recorrentes, mas esses dados requerem con-
firmação antes de entrar na prática clínica. Portanto, essa medida pode
ser considerada em pacientes com história de tempestades elétricas ou
choques apropriados repetidos.
213
CAPiTUlO 7
15. REFERtNCIAS
2 14
Bradiarritmias
Gitvandro de AssisAbrantes Leite Filho 1Vallessa Serrano Bezerra
O 1. Introdução
$ 2. Disfu nções d o nó si noatrial
• 3. Distúrbios de condução atrioventricu lar
5 4. Indicações d e marca-passo cardíaco
O 5. Referências
'~-- ------------------------ --- ---------- --- -----
! . INTRODUÇÃO
21 5
CAPiTUlO 8
3. Feixe de Hls
4 Ramo esquerdo
2.DISFUNÇÓES DO NÓ SINOATRIAL
216
BRADIARRITMIAS
217
CAPiTUlO 8
-I lA JA
I
. l
1,52 seg 1.40seg 11.29 seg I
~ 2.45seg
218
BRADIARRITMIAS
Figura 3: Pausa sinusal não patológica, com intervalos P-P anteriores constantes de
1.24 seg, com pausa de 2.12 seg. menor que o dobro dos anteriores.
-~.---Jr---~---..~...1,.-
11 .24 s l1 .24 s I 2.12 s I
Não há consenso sobre quando uma pausa sinusal é considerada pa·
tológica . t frequente encontrar, no Holter, pausas sinusais superiores a 2
segundos, sem sintomas associados, sem implicar em d isfunção do NSA.
t importante correlacionar os sintomas com os achados eletrocardiográfi·
cos. Em geral, uma pausa superior a 3 segundos, é considerada sugestiva
de disfunção do NSA, sendo recomendado realizar estudos adicionais.
Figura 4: Bradlcardla slnusal que a lterna com flbrllaç:!o atrlal rápida, terminando
com uma longa pausa.
VJ
21 9
CAPiTUlO 8
Doença aterosderótica;
Doença valvular calcificada;
ODoenças do colãgeno;
BAV congênito;
Efeito de drogas;
Fibrose idiopãtica;
Doenças inflamatórias;
Trauma;
Tumores.
2 20
BRADIARRITMIAS
Tipo 2.1: se observa uma onda P conduzida que alterna com uma
onda P bloqueada. Com o não existem dois intervalos PR consecuti-
vos, é impossível determinar se é tipo I ou tipo 11, porque não se pode
determinar se o PR varia ou é consta nte, devendo-se realiza r um exa-
me complem entar como o Holter.
221
CAPiTUlO 8
V4
l l l
t t t
3.1 Achados clínicos
2 22
BRADIARRITMIAS
3.3 Tratamento
2 23
CAPiTUlO 8
224
BRADIARRITMIAS
S. REFERtN CIAS
1. Adalberto L. Adalberto LF, André O, Anis RJ, An ísio PAAV et ai. Diretrizes para
Avaliação e Tratamento de Pacientes com Arritmias Cardíacas. Arq Bras Car-
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2 25
Valvopatias
Amanda Ferreira Vtgô llgor Oliveira Meneses
Rayanne Kalinne Neves Dantas
O 1. Estenose aórtica
$ 2. Insuficiência aórtica
• 3. Estenose mitral
$ 4. Insuficiência mitral
O 5. Prolapso de v alva mitral
O 6. Estenose tricúspide
O 7. Insuficiência tricúspide
5 8. Estenose pulmona r
• 9. Insuficiência pulmonar
O 10. Referências
l.ESTENOSE AÓRTICA
A valva aórtica é composta por três folh etos, responsáveis por perm itir
a passagem do fluxo sanguíneo do ventrícul o esquerdo (VE) para aorta.
A estenose aórtica (EAo) é caracterizada pela diminuição da área valvar,
comprometendo a quantidade de fl uxo ej etado. É a doença valvar ca rd í-
aca mais recorrente e que está diretamente relacionada com o aument o
da idade, principalmente na atualidade, com o envelhecimento da popu-
lação.
1.1 Etiologia
227
CAPiTUlO 9
1.2 Fisiopatologia
228
VALVOPATIAS
229
CAPiTUlO 9
I 1o I 2o 30 Atrial I
I I I
lfW.- ~
jll •
.. ~
I I Normal I
I I I
I I I
Estenose aórtica
Ecocardiograma
230
VALVOPATIAS
Eletrocardiograma
-- - - l
1--1 I
.,_ ·- .J
1- i- ... --- i-
.., !t-
'--
+
.
l ··- I- ...
-li ~
- I i-
J I
h '- -. u ._,. li 1'- -, I
231
CAPiTUlO 9
Radiografia de tórax
Cateterismo cardíaco
232
VALVOPATIAS
2 33
CAPiTUlO 9
234
VALVOPATIAS
Extraída de: Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011. Eao · Estenose aórtica; FE ·Fração de ejeção;
OAC · Doença arterial <oronariana.
2.1 Etiologia
2.2 Físiopatologia
235
CAPiTUlO 9
Válvula
mitral
236
VALVOPATIAS
2 37
CAPiTUlO 9
I 1o I 2o 30 Atrial I
I I I
~~
I
~
lliil 1111
Normal
"' ~
I
I I
I I
I I
Regurgitação aórtica
Ecocardiograma
238
VALVOPATIAS
Eletrocardiograma
IAo crônica
Radiografia de tórax
Cateterismo cardíaco
239
CAPiTUlO 9
3. ESTENOSE MITRAL
3.1 Etiologia
240
VALVOPATIAS
3.2 Fisiopatologia
Aorta
Válvula aórtica
~~:<Q fechada
Átrio esquerdo
)ltf"'t\-- Es treitamento
Válvula da válvula
mitral aberta mitral
-f--i-Ventrículo
esquerdo
241
CAPiTUlO 9
24 2
VALVOPATIAS
I 1o 12o Atrial I
I I I
A ~~ l'tt'-
.
Normal
" t;w.-
I 1 1
I I I
I I I
~
I I
B IM.......... •' .. ... ., .. .,...,........~Vf!f,
I I
I I Estenose mitral :
I I I
Ecocardiograma
243
CAPiTUl O 9
Acometimento subvalvar:
1 · Mini mo espessamento subvalvar exatamente abaixo dos folh etos m itrais
2 · Espessamento de cordas estendendo-se por mais d e um terço do comprimento
3- Espessam ento expandindo-se para o terço distai das cordas
4 - Espessamento extenso e encurtamento de todas as estruturas das cordas expandindo-se para os
músculos papilares
Calcificação v·atvar:
1 -Uma área única da ecoluminosidade aumentada
2- Mínimas áreas de luminosidade confinad as às margens d o folheto
3- Luminosidade expandindo-se dentro da porção média dos folhetos
4- Luminosidade exten sa. além dos limites dos folh etos
Eletrocardiograma
Nos casos de lesão moderada a grave, pode mostrar SAE, com onda P;::
O, 11ms na derivação DII (a largamento da onda P) e projeção da fase nega-
t iva maior que a positiva em V1 e acima de 1m m (índice de Morris). Se tiver
a presença de hipertensão pulmonar, pode haver desvio do eixo elétrico
cardíaco para a direita e sinais de sobrecarga das câmaras d ireitas. A SVD
é representada por ondas S amplas em VS e V6 e ondas R amplas em V1 e
V2, e a sobrecarga atrial direita (SAD), pelo aumento da amplitude da onda
P em DII. Nessa última situação, é frequente a presença de fibrilação atrial.
244
VALVOPATIAS
Radiografia de tórax
245
CAPiTUlO 9
Cateterismo cardfaco
Extraída de: Diretriz: Brasileira de Vatvopatias - SBC 2011 . EM · Estenose m ilral; OAC · Doença arterial
coronariana.
246
VALVOPATIAS
Betab loqueadores
Diurét icos
lnibidores da aldosterona
Ant icoagulantes
247
CAPiTUlO 9
Aspirina
Digitálicos
A taxa de sucesso dessa terapia oscila entre 80% e 95%, e sua s princi-
pa is complicações são acidente vascular encefálico, t amponamento cardí-
aco e insuficiência mitral. A mortalidade é baixa, menor que 0,5%.
O principal critério de eleg ibilidade para fazer a VMCB é a analise da
morfologia da valva através do ETT. O critério mais utilizado nessa ava-
liação é o escore de Wilkins. O paciente considerado ideal é aquele que
apresenta escore menor ou ig ua I a 8 pontos. Se o escore for maior ou ig ua I
a 12, a VMCB não é indicada, pois as valvas são consideradas muito defor-
madas. Se o valor do escore se situar entre 9 e 11 pontos, o paciente pre-
cisa de uma avaliação individualizada, verifica ndo co morbidades e risco
cirúrg ico, para assim decidir qual o melhor tratamento.
A presença de insuficiência mitral de moderada a grave, trombo atrial
esquerdo, escore de Wilkins maior que 8 pontos, outras valvopat ias con-
comitant es que necessitam de tratamento cirúrgico e doença arterial co-
ronariana grave com in dicação de cirurgia são algumas contra in dicações
àVMCB.
248
VALVOPATIAS
Cirúrgico
O procedimento é reali zado através da plástica valvar ou, se não for
possível. por meio da substituição da valva, ou por uma prótese mecâni-
ca o u b io lóg ica, o u ainda usando homoenxertos heterólogos o u enxertos
autólogos.
A modalidade cirúrgica é indicada para o caso de pacientes sintom áti-
cos com contraindicação à VMCB. A correção da fibrilação atrial pode ser
feita como procedimento cirúrgico associado a cirurgia va lvar.
A comissurotomia aberta tem bons resultados, a sobrevida media em
15 anos é próxima a 96%, com sobrevida livre de complicações valvares
em torno d e 92%. Apesar de desejável, nem sempre é possível a preserva-
ção da valva mitral através da comi ssurotomia cirúrgica. Mortalidade en-
volvida na troca vai v ar varia entre 3% e 10%, a depender da id ade, classe
funcional, hipertensão pulmo nar e presença de doença arterial coronaria-
na. (TABELA 6)
Excrafda de: Diretriz Brasileira de Valvopatlas -SBC 2011. EM . Esrenose miual; CF. Classe funcíonal;
VMCB. Valvuloplastla mitral por cateter-bal:lo: HP. Hl pertens~o pulmonar; PSAP . Pressclo sistólica da
arterla pulmonar
249
CAPiTUlO 9
l I
Hão
Wlcm~
TIOfCOJ*!!'..anenettm WIO~
hsul'ldênoalrilrfll modetada f lmpon;arJ!e
CF · Classe Funcional; VMCB • Valvuloplastia mitral por cateter balão; PSAP · Pressão
sistólic.a da artéria pulmonar.
Exttaída de: DiteLtlz Btaslleita de Valvopatlas - SBC 20 11.
4. INSUFICIÊNCIA MITRAL
4.1 Etiologia
250
VALVOPATIAS
Figura 11: Ilustra ção mostrando o meca nismo das v álvulas normais e da regurgita-
ção mitral.
Válvula
mitral Vazame-nto da
lechada válvula mitral
Fase compensada
O coração desenvolve mecanismos compensatórios como, dilatação
do AE (sem alterar a espessura da parede), d ilatação e hipertrofia excên-
trica do VE, aumento do volume d iastó lico fi nal (permitindo aum ento do
volume sistó lico e do DC) e aumento da p ré-carga com pós-carga normal
o u diminuída (a FE fica acima do norm al).
Fase descompensada
Após longo tempo na fase assinto máti ca, pode haver uma lesão mio-
cárd ica ventricular, e a câmara fica incapaz d e manter o volum e sistó lico
adequado. O paciente pode o u não demo nstrar sintom as, que são decor-
rentes do aumento da p ressão de enchim ento do ventrícu lo e da p ressão
no AE. O pacient e pode evoluir com congestão pulmo nar e d iminuição
do DC.
25 1
CAPiTUlO 9
4.6Exame físico
A
!~
I
~
I
Normal ~
I
I I I
C ----~nWt~••~n~~~-••w~--~A
I. • .. . .
~
I
~--------------~~~
~~~~xwt•'
: Regurgitação mitral :
I I
252
VALVOPATIAS
Ecocardiograma:
Bom método diagnóstico, pois além de avaliar a morfologia da valva,
é capaz de determinar sua etiologia, gravidade e repercussões hemodi-
nâmicas. Além disso, este exame também participa da escolha do trata-
mento.
Eletrocardiograma
O paciente com insuficiência m itral crônica pode apresentar sobrecar-
ga de câmaras esquerdas, e, nos casos de hipertensão pulmonar, sin ais de
sobrecarga das câmaras direitas. Pode mostrar b loqueio de ramo ou área
inativa ligados a comprometimento ventricu lar. Na insuficiência d e etiolo-
g ia isquêmica, pod e haver sinais de insuficiência coronariana.
Radiografia de tórax
Pode mostrar aumento das câmaras esquerdas, com aumento da área
cardíaca e presença do duplo contorno, além d e sinais d e congestão pul-
monar. Na insuficiência mitra l aguda, pod e haver apenas sinais de con-
gestão.
Cateterismo cardíaco
É necessário quando há d iscrepância entre os achados clínicos e os de
exames, dúvidas sobre a gravidade, discrepância da pressão de artéria
pulmonar ou quando há necessidade de avaliar presença e extensão de
DAC. Quando se suspeita de etiologia isquêmica, o cateterismo deve ser
feito ant es da cirurgia.
Vasodilatadores
253
CAPiTUlO 9
Agente inotrópicos
254
VALVOPATIAS
Classe I Pacientes com IM crônica importante, sintomáticos (CF 11,111 ou IV), com FE >
30% e DsVE < SSmm.
Pacientes com IM ctônica importante, assintomáticos, com FE entre 30% e
60% e DsVE ~ 40mm.
A plástica da valva mitral e preferfvel em relação à substituição valvar nos
pacientes com IM crônica importante que necessitam cirurgia, devendo s.er
reali2ada em centros com experiéncia no procedimento.
Classe lia Plástica da valva mitral em pacientes com IM crônica por pro lapso, impor·
tante, assintomaticos, com FE ~ 60% e DsVE < 40mm, desde que realizada
em centros experientes, nos quais a taxa de sucesso estimada da plástica é
maior que 90%.
Pacientescom IM crônica importante, assintomáticos, com função ventricu·
lar esquerda preservada e fibrilação atrial de inicio recente.
Pacientes com IM crônica importante, assintomáticos, com função ventti·
cu lar esquerda preservada e com HP (PSAP > SOmmHg em repouso ou >
60mmHg com exerdcio).
Tratamento cirúrgico combinado da fibrilação atrial em pacientes com IM
moderada a importante, sintomática (CF 111ou IV), quando indicado trata·
menta cirúrgico da IM.
Classe llb Plástica da valva mitral em pacientes com IM crônica reumática, importante,
assintomáticos, com FE ~ 60% e DsVE < 40mm, desde que realizada em
centros experientes, nos quais a taxa de sucesso estimada da plástica é
maior que 90%.
Pacientes com IM crônica importante devido à d isfunção ventricular grave
(FE < 30%) que apresentem sintomas persistentes (CF 111 ou IV) a despeito
de tratamento otimizado para insuficiéncia cardíaca, incluindo estimulação
com marca passo biventricular.
Classe 111 Pacientes com IM crônica importante, assintomáticos, com FE ~ 60% e DsVE
< 40mm, na auséncia de HP ou fibrilação atrial de in feio recente, nos quais
existe dúvida sobre a possibilidade de realização de plástica mitral.
Extraída de: Diretriz Brasileira de Valvopatias -SBC 2011. IM • InsufiCiência mitral; CF· Classe funcional;
FE · Fração de ejeção; OsVE · Diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo; HP • H iperten~ o pulmonar;
PSAP ·Pressão sistólica de artéria pulmonar.
255
CAPiTUlO 9
L_~r~ _I
HP signllieai:Wa? Poss:ibilidad& de
FAde inkiorecemt? II'ISO<Voçlodo
aparcllo sutwalal'?
Pláslica mllt~ (J>t*enclal)
Sim ou SiM
Hão a...... Troea vatvar a...... Não
~sibridode de
pl:.stic:a'? ~
Sim
Nlo crosw#a r•~J
I Plasbca mi>al I
Cllm.t!b (~
Reo,.'iaçao
cllnico«ocardiogrtlftea
a cada 6 meses
256
VALVOPATIAS
5.1 Etiologia
257
CAPiTUlO 9
A ausculta card íaca pod e ser normal o u pod e evid enciar estalidos vari-
áveis durant e a sísto le (clique m esossistólico), e a presença de sopro sistó-
lico tardio ou meso-t elessistólico, devido à insuficiência mitral.
A sín drome do PVM - ou sínd rome d e Barlow - t em como caract erísti-
cas: hábito astênico, cifoescoliose dorsal, pect us excavatum o u carin atum,
retificação da coluna dorsal, redução do diâm etro ânt ero-post erior do tó-
rax, palato em ogiva, hérn ia hiatal e hipermotilid ade articular. Sua sinto-
matologia engloba fad iga, dor p recordial, d ispneia, ansiedade e pânico,
pa lpitações, disautonomia simpát ico-parassimpático.
Ecocardiograma
Eletrocardiograma
258
VALVOPATIAS
Radiograf ia d e tórax
Betabloqueadores
Indicados nos casos de arritm ias supraventriculares ou extrassistoles
ventriculares.
Varfarina
Indicados nos casos de acidente isquêmico transitório recorrentes ou
embolia sistêmica.
259
CAPiTUlO 9
6. ESTE NO SE TRICÚSPIDE
6.1 Etiologia
6.2 Fisiopatologia
260
VALVOPATIAS
Os principais sin tomas são fadiga, cansaço aos esforços, anorexia, or-
topneia mínima e dispneia paroxística noturna. Podem ser observados
hepatomegali a, ascite, edema de membros inferiores, anasarca e cianose
periférica ..
Ecocardiograma
É o melhor exame para confirmar o diagnóstico, além de avaliar a mor-
folog ia da valva e det erminar a etio log ia, gravidade e repercussões hemo -
d inâmicas. Além disso, est e exame t ambém participa da escolha do tra-
tamento. Evidencia área va lvar tricúspide s; 1,0 cm2, gradiente diastó lico
médio ADND <: Sm mHg e aumento isolado do AD.
Eletrocardiograma
Evidencia-se sobreca rga de AD, e pode haver fibrilaçâo atrial.
Radiografia de tórax
Pode ser observado AD dilatado, proeminência das veias ázigo e veia
cava superior, além de cardiomega lia.
Cateterismo cardíaco
É indicado nos casos de dissociação clínico-ecocardiográfica, e eviden-
cia gradiente diastólico médio ADND <: SmmHg.
261
CAPiTUl O 9
Betabloqueadores
Podem ser admin istrados para controle da FC em pacientes sintomáti·
cos, de grau moderado a grave.
Diuréticos
Indicados nos casos de congestão sistêmica.
FC: fréquênc•a cardíaca; ET: e:scenosé rricúspide. {Direuiz brasileira de valvopatias. 2011 )
262
VALVOPATIAS
263
CAPiTUlO 9
7.1 Etiologia
7.2 Fisiopatologia
264
VALVOPATIAS
Eletrocardiograma
Evidencia sinais de sobrecarga de câmaras d ireitas, podendo apresen-
tar fibrilação atrial.
Radiografia de tórax
Nota-se cardiomegalia com aumento do VD e AE (ocasiona ausência de
botão aórtico), dilatação da veia cava, d istensão da veia ázigo, ret ificação/
abaulamento do tronco pulmo nar e derrame pleural.
Diuréticos
Seu uso é indicado para casos sintomát icos de congestão como ascite,
edema periférico e derra me p leural, podendo-se utilizar a furosemida e o
espironolact ona.
265
CAPiTUl O 9
la: Reparo da insuficiência tricúspide grave associado a valvopatia mitral com indicação de drurgia
lia: Troca valvar para insuficiência tricúspide primária grave sintomática e grave secundária, com
folhetos anormais, quando não for possivel o reparo ou anufoplastia
lb: Insuficiência tricúspide moderada fazer anuloplastia em pacientes com hipertensão pulmonar
>SSmmHg ou dilatação do anel tricúspide
111: Contra indicada a anuloplastia e troca valvar em pacientes as sintomáticos com hipertensão
pulmonar< 60mmHg com valva mitral normal ou insuficiência tricúspide discreta
8. ESTENOSE PULMONAR
266
VALVOPATIAS
8.1 Etiologia
8.2 Fisiopatologia
267
CAPiTUlO 9
Ecocardiograma
Determina o diagnóstico e gravid ade, é o exam e de escolh a.
Radiografia de tórax
É in específico, podendo-se encontrar aumento das câmaras direitas
em casos avançados.
Cateterismo cardíaco
Determina o local da estenose, a gravidade e outras malforma ções.
8.6 Tratamento
9. INSUFICIÊNCIA PULMONAR
268
VALVOPATIAS
9.1 Etiologia
9.2 Fisiopatolog ia
2 69
CAPiTUlO 9
Ecocardiograma
Eletrocardiograma
9.6 Tratamento
270
VALVOPATIAS
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1O. Severino ESBO, Pet rucci O, Vilarinho KAS, Lavagnoli CFR, Silveira Filho LM, Oli-
veira PPM, et ai. Resultados tardios da plastia m itral em pacientes reumáticos.
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11. Taramasso M, Candreva A, Pozzoli A, et ai. Current challenges in interventio-
nal m itral valve treatmentJ Thorac Ois, 2015 (7): 1536-42.
12. Tarasoutchi F, Montera MW, Grinberg M, Barbosa MR, Pineiro DJ, Sánchez
CRM, Barbosa MM, Barbosa GV et ai. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC
2011 /I Diretriz lnteramericana de Valvopatias - SIAC 201 1. Arq Bras Cardiol.,
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13. Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AIO, Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD
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sões Anatomicamente Importantes. Arq Bras Cardiol. 2017; 109 (6 Suppl 2):
1-34.
271
Endocardite Infecciosa
Juhana Vieira de Oliveira satemo I Rayanne Kalinne Neves Dantas
o
••
1. Introdução
2. Epidem iologia
3. Microbiologia
o •o 4. Fisiopatologia
5. Manifestações clínicas
••
6. Diagnóstico
7. Avaliação prognóstica
8. Tr atamento
o • 9. Profilaxia
10. Referências
l . INTRODUÇÃO
2 73
CAPiTUlO 10
2.EPIDEMIOLOGIA
3.MICROBIOLOGIA
274
ENDOCARDITE INFECCIOSA
Bacilos gram·negativos
entéricos {Salmonella sp., E.
Endocardite em vsuarios de cali, Klebsiella pneumoniae.
Staphylococcus aureus
drogas IV Enterobactersp., Serra tia sp.. P.
aeruginosa) e fungos (Candida
não-albitans e Aspergillus sp.)
4.FISIOPATOLOGIA
275
CAPiTUlO 10
S.MANIFESTAÇOES CLfNICAS
Frequência Frequência
Sinais Sintomas
(%) (%)
Sopro 80·85 Febre 80·85
Alterações neurológicas 30-40 Calafrios 42·75
276
ENDOCARDITE INFECCIOSA
277
CAPiTUlO 10
6. DIAGNÓSTICO
278
ENDOCARDITE INFECCIOSA
CRITÉRIOS MAIORES
Hemoculturas positivas
Microorganismos típicos de El isolados em 2 amostras separadas
Hemocutturas persistente positivas para qualquer microorganismo (3+ com intervalo> 1h ou
2+ com intervalo > 12h)
Ecocardiograma positivo (TE= padrão ouro)
Massa intracardiãca oscilante em valva nativa, protética ou nas cordas tendfneas
Absesso endomiocárdico ou valvar
Valva protética com doiscência parcial inexistente previamente
Regurgitação valvar inexistente previamente
Sorologia ou uma hemocultura positiva para Coxiella burnetti
CRITÉRIOS MENORES
Lesão cardíaca predisponente ou uso de drogas IV
Febre ~ 3 s<>C
Fenômenos Vasculares
êmbolo arterial grande, infartos sépticos pulmonares. hemorragia intracraniana, hemorragia
conjuntivaI, manchas de Janeway
Fenômenos Imunológicos
glomerulonefrite, nódulos de Oster, manchas de Roth, fator reumatóide +
Evidências microbiológicas que não preenchem o critério maior
279
CAPiTUlO 10
?.AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA
8.TRATAMENTO
280
ENDOCARDITE INFECCIOSA
Duração
Regime Dose
(semanas)
I I
Penicilina G 12·18 milhões Ul24h (4 a 6 doses) 4
Ceftriaxona 2g/ 24h IM ou IV (dose única) 4
Penicilina G ou ceftriaxona + genta- 12·18 milhões Ul24h (6 doses) 2
miei na 2 gf24h IM ou IV 2
3mg/ kgl24h (dose ú n ica) 2
281
CAPiTUlO 10
Alérgicos à penicilina 6
2g/24h IM ou IV (dose única)
Cefazollna + Gentamlclna 3 a 5 dias
282
ENDOCARDITE INFECCIOSA
9. PRO FILAXIA
Tabela 11: Pacientes com alto r isco de desenvolver endocardite infecciosa grave
283
CAPiTUlO 10
Amplcilina
a
2g 1V, associada Gentamicina 1,5 mg/ kgiV, 30 m inutos antes d o p rocedi-
mento. Apôs 6 h oras do p rocedimento, fazer reforço com Ampicilina lgiV
284
ENDOCARDITE INFECCIOSA
1O. REFERÊNCIAS
2 85
PERICARDITE
Ana Beattlz Nepomuceoo Cunha 1 jo~ Victor Fernandes de Palva
0 1 INTRODUÇÃO
$ 2. ETIOLOGIA
• 3. FISIOPATOLOGIA
ti 4. APRESENTAÇ0ES CLÍNICAS
5 5. DIAGNÓSICO
0 6. TRATAM ENTO
$ 7. TAMPONAMENTO CARDIACO
ti 8. REFER~NCIAS
! .INTRODUÇÃO
2 87
CAPiTUlO 11
Saco Pericárdico
~
Camada Fibrosa
Pericárdio Parietal
2.ETIOLOGIA
288
PERICARDITE
289
CAPiTUlO 11
3.FISIOPATOLOGIA
4. APRESENTAÇÃO CLfNICA
290
PERICARDITE
S.DIAGNÓSTICO
5.1 Eletrocardiograma
291
CAPiTUlO 11
5.2 Ecocardiograma
292
PERICARDITE
Esse exame rápido e não invasivo, que utiliza ra diação ionizante e con-
traste iodado, possui valor considerável em casos de incerteza entre peri-
cardite e IAM.
293
CAPiTUlO 11
6.TRATAMENTO
O tratamento da pericardite varia de acordo com sua etio log ia, sinto·
mas e complicações. As pericardites idiopáticas e virais, que possuem re·
solução autolimitada na m aioria dos casos, reagem ao tratam ento basea·
do em AINE, colchicina e corti coides. Na pericard ite crônica, muitas vezes,
faz-se uso de d iuréticos para promover eliminação dos fl uidos. Os pacien·
tes com alto risco de com pli cações e/ou com etiologia não vira I devem ser
h os pita Iizados.
Os AINEs de escolh a são ibuprofeno e aspirina. O ibuprofeno é o medi·
camento d e escolha por aument ar o fl uxo coronariano e ter raros efeitos
colat erais, devendo ser administrado na dose de 400 a 800mg d e 6 em 6
horas ou 8 em 8 horas por 7 a 14 d ias. A aspirina, id eal em casos de per i·
ca rdite associada ao IAM, deve ser utilizada na dosagem de 500 a 750mg a
cada 6 o u 8 horas por 7 a 1O dias, seg uido de red ução gradu al. A duração
do tratamento deve ser g ui ada pelos n íveis séricos da PCR, d evendo-se
sempre associar um inibido r d e bom ba de p rótons para p roteger a m uco·
sa gástrica.
A colchicina embora possa ser utilizada como monot erapia, apresen·
ta maior eficiência ao ser associada ao AINE. Tem como função promover
analgesia e prevenir a recorrência por 18 meses. A posologia recom enda·
da é de O,Sm g, 2 vezes ao d ia, sendo, nos pacientes com m enos de 70 kg,
utilizada apenas uma vez ao dia, por 3 meses (6 meses em caso de pericar-
d ite recorrent e). Seu uso deve ser evitado em pacientes com insufi
294
PERICARDITE
7.TAMPONAMENTO CARDÍACO
295
d ilatação das veias cavas com leve variação respiratória e colapso d ias-
tólico da parede livre do ventrícu lo d ireito (VD), e dificilmente do ventrícu-
lo esquerdo. O evento ecoca rdiográfico m ais sensível é o colapso do átrio
direito, enquanto o mais específico é o colapso do VD, com duração maior
que 1/3 da d iástole.
O Doppler demonstra o pulso paradoxal através do aumento do fluxo
tricúspide associado à redução do fluxo m itra l durante a inspiração, além
de um aumento de até 25% do fluxo mitral com redução do fluxo da tri-
cúspid e durante a expiração. Alterações diversas como derrame pleural,
atelectasias e m assas mediastinais podem simular os achados ecocardio-
gráficos do tamponamento cardíaco.
O tratamento do tamponamento baseia-se na drenagem do líquido
pericárdico com intenção de melh orar a hemodinâmica do paciente. Pode
ser rea lizado através da pericardiocentese guiada por ultrassonografia ou
pela remoção cirúrg ica do líquido pericárdico. Caso o pacient e encontre-
-se instável, deve ser realizada previamente uma infusão de cristaloide
intravenoso com objetivo de elevar a p ré-carga, que é prejudica da pelo
uso d e d iuréticos e ventilação não invasiva com p ressão positiva, os quais
devem ser evitados nessa ocasião. A vantagem da remoção cirúrgica é ela
possibilita a execução da biópsia pericárdica, tendo maior indicação nos
casos recidivantes.
A pericardiocentese é um procedimento diagnóstico e terapêutico in-
vasivo, indicada nos casos de tampona mento pericárdico como m edida
salvadora. A drenagem lenta está indicada nos casos de derrames ext en-
sos, com objetivo de prevenir a síndrome de descompressão aguda do
ventrículo direito. Devido à form ação de coágulos, est e procedim ento
está contra indicado nos pacientes que se apresentam em pós-operatório
de cirurgia cardíaca, com ruptura de ventrículo o u com d issecção de aort a.
8. REFERENCIAS
o
••
1. Introdução
2. Etiologia
3. Diagnóstico
o
o
• 4. Classificação
5. Tr atamento
6. Referências
l .INTRODUÇÃO
299
CAPiTUlO 12
2.ETIOLOGIA
300
CHOQUECARDIOGENICO
3.DIAGNÓSTICO
3 01
CAPiTUlO 12
4.CLASSIFICAÇAO
classificação de killip·kimball
Grupo
I aspectos clínicos I frequência*
I mortalidade**
I sem sinais de conger- 40-SO% 6%
tão pulmonar
11 81, estertores pulmo- 30.40% 17%
nares bibasais
111 Edema agudo de IO. I S% 38%
pulmão
iV choque cardiogéico S· IO% 8 1%
CLASSIFICAÇÃO DE FORRESTER
i POAP < 18 MMhG: IC 25% 3%
> 2,2 1/m in/ m 2
ii POAP > 18 mmHg: IC 25% 9%
> 2,2 l/min/ m 2
111 POAP < 18 mmHg: 1C 15% 23%
< 2,2 1/m in/ m 2
IV POAP > 18 mmHg: IC 35% 5 1%
< 2,2 l/min/ m 2
!!"frequência aproximada , ••mortalidade hospitalar, POAP- pressão de oclusão de artéria pu Imo-
nar, IC- indice cardíaco
302
CHOQUECARDIOGENICO
5.TRATAMENTO
303
CAPITulO 12
304
CHOQUECARDIOGENICO
305
CAPiTUlO 12
6. REFERENCIAS
1. Diepen SV, Katz JN, Albert NM, Henry TD, Jacobs AK, Kapur NK et ai. Contem-
porary Management of Cardiogenic Shock: A Scientific Statement From the
American Heart Association. Circulation. 2017; 136: e232-e268.
2. Feitosa Filho FH et ai. Evolução hospitalar de pacientes com choque cardiogê-
nico por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento
ST. Rev. Bras. Card iol.lnvasiva, São Paulo, 20 13; 21 (3): 265-269.
3. Montera MW, Almeida RA, Tinoco EM, Rocha RM, Moura LZ, Réa-Neto A et ai.
Sociedade Brasileira de Card io logia. li Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardí-
aca Aguda. Arq Bras Cardiol., 2009; 93 (3 supl. 3): 1-65.
4. Range! FOD. Abordagem contemporânea do choque cardiogênico. Bmj, Rio
de Ja neiro, 2013; 101 (2): 19-24.
S. At ualização no manejo clínico do choque card iogênico. Revista da SOCESP,
2016; 26(1): 14-20.
306
Emergências
H ipertensivas
Amanda Duarte Oliveira 1 Bruna Da Luz Parente Sampaio
Rayanne Kalinne Neves Dantas
,------------------------------~
I ' - . ' ... - - - - - - - - - - ·
O que você irá ver nesse capítulo:
O 1. Introdução
$ 2. Fisiopatologia
• 3. Classificação
5 4. Encefalopatia hipertensiva
O 5. Hipertensão acelerada maligna
O 6. Síndrome corona riana aguda
$ 7. Edema agudo de pulmão hipertensivo
0 8. Pré-Eclâmpsia e eclâmpsia
5 9. Dissecção aguda de aorta
O 10. Acidente vascular encefál ico
O 11. Referências
1.1NTRODUÇÃO
3 07
CAPiTUlO 13
2.FISIOPATOLOGIA
Mecanismo d e a ut orregulação
Alguns órgãos, como cérebro, coração e rins, dispõem de um mecanis-
mo de adaptação para os variáveis va lores de pressão arterial média (PAM)
q ue possamos atin gir ao longo do d ia, promovendo vasoconstricção ao
seu aumento ou vasodilatação à sua d im inuição. Em indivíd uos normais,
esse mecanismo autorregulatório funciona dent ro de uma faixa de 60 a
120mmHg. No entanto, em indivíduos previamente hipertensos, essa fai-
xa é deslocada para a direita, tolerando níveis mais elevados da pressão
sem q ue haja repercussão hemodinâm ica.
PAM*= Seus va lores correspondem à transmissão de pressão para os
capil ares. Geralmente, é determinada pela fórmula: PAM• PS+2PO
3
3.CLASSIFICAÇÃO
Cerebrovasculares Outras
. Encefalopatia hipertensiva .
Crises adrenérgicas graves
. Hemorragia intracerebral .
Crise do Feocromocito ma
. Hemorragia subaracnóide .
Dose excessiva de drogas ilíci-
. AVE isquêmico tas (cocaína, crack, LSD)
.
Hipertensão na gest ação
Cardiocirculatórias .
Eclâmpsia
.Dissecção aguda de aorta .
Pré-eclâmpsia grave
. EAP com insu ficiência ventri- .
Síndrome "HELLP"
cu lar esquerda .
Hipertensão grave em final de
. IAM gestação
. Angina instável
Renais
.LRA rapidamente progressiva
308
EMERGENCIAS HIPERTENSIVAS
AIWrJ(6tt l'liptrttn~vu ~ lttroKitrôtk.ut•eh!HtJI tli!MIIItMioa ftttinol)fts. tjpe"fnSi vl 11111 11. E•re itamento f!UMI•r
Jnl u 1). Eme .t-ente arte-.rlolr i'tnera"':ado c.cm ~!a(.lo e r•ntrtf;u<lo,. ,.,_ç~o 1 crw:lu'ntntc. ~• r~ PII:OIO&Ioos t
Cfi.«<IT'~to «tti'IO'\'tfiOSOS ~Oioi><OS. UJ.UdlltOO:: dutOS.
4.ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA
309
CAPiTUlO 13
3 10
EMERGENCIAS HIPERTENSIVAS
Retinopatia hlpertenslva e:rau 111. Estreitamento arterlolar Redno~»tia hipertenslva cn.u IV, Edtmadt l)al)11a. tara-.tr!Za a
reneratilado, reta(So e cru:amento atterio~nosospatolói~H tf~rtens3o ac.ell!tada ~~a.
h!motra,iaem chama de \li! ta.
311
CAPiTUlO 13
8.PRÉ·ECLÃMPSIA E ECLÂMPSIA
3 12
EMERGENCIAS HIPERTENSIVAS
Braços e dedos largos e finos (A) e pectus escavatum (B). presentes em Indivíduo com Sind(Qme de
Marfan
313
CAPiTUlO 13
Classificação de St anford:
Tipo A - há um comprometimento da aorta ascendente, corresponde
a 75% dos casos.
Tipo B- não há comprometi mento da aorta ascendent e, corresponde
a 25% dos casos.
3 14
EMERGENCIAS HIPERTENSIVAS
CLASSIFICAÇAO DE DE BAKEY
Tipo I Tipo 111
n po A TipoS
CLASSIFICAÇÃO DE STANFORD
Meloprolol. + Monolerapla:
315
CAPiTUlO 13
3 16
EMERGENCIAS HIPERTENSIVAS
317
CAPiTUlO 13
11. REFERtNCIAS
318
Morte Súbita Parada
Cardiorespiratória
Bruna Da luz Parente Sampaio I Palmira Gomes Amaral
r------------------------------~
O 1. Introdução
$ 2. Epidem iologia
• 3. Etiologia
5 4. Ritmos Cardíacos
$ 5. Parada Card iorrespíratória Extra-Hospitalar
$ 6. Parada Card iorrespíratória lntra-H ospitalar
0 7. Fator es De Risco Para Morte Sú bita
$ 8. Abordagem
~ _ -~ __9~ ~_:~e~~l2c_!~s- ___________ __ ________ _____ _____ _
l.INTRODUÇÃO
Pródromos
Agudização (Alteração aguda no estado clínico)
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Morte Biológica
3 19
CAPiTUlO 14
I termlllal ~
Sonlcmas
CQfÓC)tt4toutll,...
,.,..,. 00
progntU.'<IOs
• Dor ton\clc::a
· ~·
·Oosp-
• Falogai>O-
, AJtefl"Mt6o abrupta
no tl$fl,tdo eUntCO
• Arntrrna
. . • HIS)OC.,r\$10
• 0ot IIOrâcko
· O..~o
• Ton1Ura
:~
Colapao sUbtiO
• P9rdoo ""
cireulaçAo . ..w.
• P9<da ""
oonsa6ncla . F"""""" ""
reuuscitaç4o
F<aoc&ssona
ou
tUnçAo.O.onea,
mecãnocaoo
tunçao do SNC
epóoo
rHSUSCitaÇI.o in~
2. EPIDEMOLOGIA
Bimodal
< 1 ano de idade e> 35 anos.
Adultos: entre 35 e 75 anos.
Raça negra.
Homens (70%).
Mulheres: pós-menacne.
Baixa fração de ejeção do VE.
3. ETIOLOGIA
320
MORTE SÚBITA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
4. RITMOS CARDÍACOS
32 1
CAPiTUlO 14
322
MORTE SÚBITA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
Fonte: AHA, 2015. Ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica com
exclusão de FV ou TV.
323
CAPiTUlO 14
Idade Hipetlipidemla
Tabagismo Hipertensão atterlal
Obesidade Sedentatismo
Tabagismo diabetes
Fatores genéticos
8. ABORDAGEM
PCRO<
PCR.0 -1
3 24
MORTE SÚBITA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
325
CAPiTUlO 14
326
MORTE SÚBITA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
---·-...----
~---~ ... p.III-:1~CS-
...........
_ _ _..,po _ __
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_ _ , _ . , . _ . , . _ . "'"""""'" . . l(lnr,(l
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- . . . UOY'NENtNI.
·-~.AA
327
CAPiTUlO 14
3 28
MORTE SÚBITA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
329
CAPiTUlO 14
9. REFERENCIAS
330
Eletrocardiograma
fisiológico
Amanda Ouane Oliveira 1 F.lbta Uvia Ramos Bfilhante De frança
Femaodo José Lianza Dias Fllflo Rayanne IKalinne Neves Dantas
Vitof PedfO Lira De Aodfade
r------------------------------~
O 1. Introdução
$ 2. Eixo elétrico
• 3. Inter pretando o ritmo cardíaco
5 4. Paredes m iocár dicas e as derivações eletrocardiográficas
~--~--------------------------------------------
1. INTRODUÇÃO
331
CAPiTUlO 16
li
332
ELETROCAROIOGRAMA FISIOLÓGICO
Plano Frontal
• 1!0' • v · 110' \ 6l' . :rr
•VR "'-. •VL
ln'aiol
333
CAPiTUlO 16
~érteblo
o-V6
vo
'----.,:::==:=:..--.T_.., o.. V4
Vl V3
334
ELETROCAROIOGRAMA FISIOLÓGICO
VI: Wroblroam.Jdo~llpiiO~Iinikl
11: w.roro.mu~do~llpiiOi:lmoili~
11: flllrodomlxldol!:l!tl'lll'~
l't flllrodo li! ~IW imrm1lll ~t,"ldl,mli:.llblmi:IDiabr,
\"i: fllirodoll!lll!SDO~·.lldtV~ali:lllu:!ultll!ia;
1·, fllirodoll!lll!Sll06!1dtV~talhhlu:!u~
2. EIXO ELÉTRICO
Figura 5: Orientação dos vetores das despolarizações dos átrios direito e esquerdo e
335
CAPiTUlO 16
• 9()0
-300
Direita
336
ELETROCAROIOGRAMA FISIOLÓGICO
-90'
-120' -60'
aVR aVL
, aVR aVL
-150' ·30'
~ 7
111
· 180'
180'
I
(f'
f
aVF
150'
30'
ons
t n t;.~....,.,.,oPR
337
CAPiTUlO 16
D
l mm
1 quodrado • 5mm
l 00
•••
1.001•• '·· 1..,
ONDAP
INTERVALO PR
338
ELETROCAROIOGRAMA FISIOLÓGICO
COMPLEXO QRS
Figura 10: Alteração normal do complexo QRS nas derivações precordiais do ECG.
V5
V3 _ -
V2 - -
V1 - -
v4_ -
-
...._V 6
- ---
......
339
CAPiTUlO 16
R
R R R'
QS
q
A q
r
q
r
r'
s s s
QS R qR RS rR' qrS qrSr'
SEGMENTO ST
INTERVALO QT
ONDAT
3 40
ELETROCAROIOGRAMA FISIOLÓGICO
3 41
CAPiTUlO 16
S. REFERENCIAS
342
Exames complementares
em cardiologia: conceitos
básicos
Jorge René Garcia Arévalo I Rayanlle Kahnne Neves Dantas
Gllvandro De Assis 1 Abrantes Lerte Filho
,------------------------------~
I ' - . ' ... - - - - - - - - - - ·
O que você irá ver nesse capítulo:
O 1. Radiografia de tórax
$ 2. Eletrocard iograma de esforço
• 3. Eletrocard iograma pelo sistema holter
5 4. Ecocardiograma
O 5. Cateterismo card íaco
O 6. Tomografia computadorizad a
O 7. Ressonância magnética
$ 8. Cintilografia miocádíca
O 9. Referências
I
~ --------------------------------------- -- ------
1. RADIOGRAFIA DE TÓRAX
343
CAPiTUlO 17
344
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
SUPERIOR
345
CAPiTUlO 17
2. ELETROCARIODRAMA DE ESFORÇO
34 6
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
3 47
CAPiTUlO 17
348
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
E CG mostrada
em monitor
- - - - f -(Q}' '
E lelrod os lixados
no tórax do paCente
E lelrodos
conectados --T--~~;\
na máquina
Paciente andando
em esteira
349
CAPiTUlO 17
4.ECOCARDIOGRAFI A
4.1 Introdução
350
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
3tH
CAPiTUlO 17
352
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
Doppler espectra l
Doppler contínuo
353
CAPiTUl O 17
Fonte: Wiki Commons Espinola·Zavaleta N, Soto ME, Castellanos LM, jãtiva·Chãvez S. Keirns C. Non·
compacted cardiomyopathy: dinical·e<:hocardiographic study. Cardiovasc Ultrasound. 4, 35. 2006.
d oi:10 .1186/1476·7120-4· 35.
354
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
S. CATETERISMO CARDIACO
355
CAPiTUlO 17
6. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
356
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
7. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
357
CAPiTUlO 17
8. CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA
358
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
359
CAPiTUlO 17
3 60
EXAMES COMPLEMENTARES EM CARDIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS
9. REFERtN CIAS
36 1
CAPiTUlO 17
362