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FACULDADE DE FARMÁCIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Lisboa, 2015
UNIVERSIDADE DE LISBOA - FACULDADE DE FARMÁCIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
ORIENTAÇÃO:
Dr.ª CIDÁLIA VIEIRA e Dr.ª GLÓRIA MEIRELES – BIOQUÍMICA
Dr.ª Mª FILOMENA COIMBRA e Dr.ª MARIA LOURENÇO – IMUNOLOGIA
Dr.ª CARMO ORNELAS e Dr. MÁRIO CUNHA – VIROLOGIA
ORIENTAÇÃO:
Dr.ª INÊS STILWELL e Dr.ª SANDRA NÓBREGA – MICROBIOLOGIA
MONOGRAFIA
“O LABORATÓRIO CLÍNICO PERANTE A LESÃO HEPÁTICA”
ORIENTAÇÃO:
Prof.ª Dr.ª MARIA CRISTINA MARQUES
LISBOA, 2015
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Relatório de Estágio e Monografia do
Mestrado em Análises Clínicas
2015
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ÍNDICE
I. Relatório de Estágio
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LISTA DE ABREVIATURAS ix
ÍNDICE DE FIGURAS xv
RESUMO xxii
ABSTRACT xxiii
1. INTRODUÇÃO 1
2. O INSTITUTO PORTUGUÊS DE ONCOLOGIA DE LISBOA
1
FRANCISCO GENTIL, E.P.E
a. O SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA 2
3. A CLÍNICA CINTRAMÉDICA 2
a. O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS CINTRAMÉDICA II 3
4. FASE PRÉ ANALÍTICA 3
5. VALÊNCIA DE BIOQUÍMICA 7
a. O LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA 8
b. MÉTODOS DE ANÁLISE NO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA 8
i. Espectrofotometria 8
ii. Imunoturbidimetria 8
iii. Potenciometria 9
iv. Amperometria 9
v. Cromatografia de Troca Iónica 10
vi. Quimioluminescência 10
vii. Imunoensaio de Fluorescência Polarizada – FPIA 11
c. METABOLISMO DOS HIDRATOS DE CARBONO 12
i. Glucose 12
ii. Hemoglobina Glicada (HbA1c) 12
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ÍNDICE (Continuação)
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ÍNDICE (Continuação)
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ii. Gasimetria 46
s. URIANÁLISE 49
i. Urina Tipo II – Análise Bioquímica e Microscópica Do Sedimento
49
Urinário
6. VALÊNCIA DE IMUNOLOGIA 57
a. O LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 57
b. TRIAGEM NO LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA DO IPOLFG 57
c. NEFELÓMETRO – EQUIPAMENTO BN ProSpec® da SIEMENS 58
i. Nefelometria 58
ii. Proteínas Doseadas no Equipamento BN ProSpec® 59
d. ELECTROFORESE DE PROTEINAS – EQUIPAMENTO InterlabG26® 64
i. Electroforese de Proteínas - PROTEINOGRAMA 64
ii. Imunofixação 65
1. Imunofixação no Soro/Urina 66
2. Imunofixação Bence Jones 66
3. Avaliação da Proteinúria – Perfil Proteinúria 67
4. Imunofixação no LCR 68
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ÍNDICE (Continuação)
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ÍNDICE (Continuação)
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ÍNDICE (Continuação)
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II. Monografia
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LISTA DE ABREVIATURAS ii
ÍNDICE DE FIGURAS vi
RESUMO viii
ABSTRACT ix
1. INTRODUÇÃO 187
2. FUNÇÃO HEPÁTICA 188
2.1. Fisiologia 188
2.2. Fisiopatologia 188
3. O LABORATÓRIO CLÍNICO: PERFIL HEPÁTICO METABÓLICO,
VIRAL E IMUNOLÓGICO 190
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ÍNDICE (Continuação)
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ÍNDICE (Continuação)
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9 CONCLUSÃO 234
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 235
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LISTA DE ABREVIATURAS
Ac – Anticorpo
AMP – Adenosina-5-monofosfato
APCA – Anticorpos Anti Células Parietais Gástricas (do inglês, anti-parietal cell
antibodies)
AR – Artrite Reumatóide
ASMA – Anticorpos Anti Músculo Liso (do inglês, anti-smooth muscle antibodies)
β2M – β2-microglobulina
BHI – Meio de cultura de Cérebro e Coração (do inglês, Brain Heart Infusion)
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LISTA DE ABREVIATURAS (Continuação)
Cl – Clearance da Creatinina
Cl- - Cloro
CLED – Meio de cultura para Urina (do ingês, Cystine Lactose Electrolyte Deficient)
CMV – Citomegalovírus
CQ – Controlo de Qualidade
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LISTA DE ABREVIATURAS (Continuação)
FI – Factor Intrínseco
GMP – Guanosina-5-monofosfato
Hb – Hemoglobina
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LISTA DE ABREVIATURAS (Continuação)
Hep-2 – Células Hep-2 (do inglês, Human epithelial cell line: type 2)
Ig – Imunoglobulina
K+ - Potássio
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LISTA DE ABREVIATURAS (Continuação)
MTX – Metotrexato
Na+ - Sódio
NFAT – Factor Nuclear de Células T Activadas (do inglês, Nuclear Factor of Activated
T-cells)
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LISTA DE ABREVIATURAS (Continuação)
Sm – Smith
SS – Síndrome de Sjögren
TASO – Anti-Estreptolisina O
UIBC – Capacidade Não Saturada de Ligação do Ferro (do inglês, Unsaturated Iron
Binding Capacity)
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ÍNDICE DE FIGURAS
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ÍNDICE DE FIGURAS (Continuação)
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ÍNDICE DE FIGURAS (Continuação)
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ÍNDICE DE FIGURAS (Continuação)
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ÍNDICE DE FIGURAS (Continuação)
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Figura 85. Ovos, Quistos e Parasitas mais comuns em fezes humanas. 156
Procedimento para a pesquisa de antigénios de Giardia
Figura 86. 157
intestinalis usando o CerTest® Giardia.
Figura 87. Resultados possíveis no CerTest® Giardia. 157
Procedimento para a pesquisa de Sangue oculto com o teste
Figura 88. 158
cassete NADAL® FOB da nal von minden.
Amostras processadas no LAC Cintramédica II para a Pesquisa
Figura 89. 158
de Sangue Oculto.
Protocolo de processamento de amostras de esperma para
Figura 90. 160
espermocultura no LAC Cintramédica II.
Estrutura normal dos espermatozóides e exemplos de alguns
Figura 91. 162
defeitos morfológicos.
Amostra esperma processada - observação a fresco. Imagens
Figura 92. 163
obtidas por fotografia ao microscópio ótico.
Figura 93. Exsudado Vaginal - exames a fresco. 166
Figura 94. Exsudado Vaginal - esfregaços corados pela técnica de Gram. 166
Protocolo de processamento de amostra vaginal ou vulvar
Figura 95. 167
(exsudado) para o exame cultural no LAC Cintramédica II
Exemplo de uma amostra processada no LAC Cintramédica II
Figura 96. 168
negativa para Micoplasmas.
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ÍNDICE DE FIGURAS (Continuação)
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ÍNDICE DE TABELAS
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RESUMO
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ABSTRACT
The present document constitutes the final evaluation element of the Master of Clinical
Analysis (MAC) administered by the Faculty of Pharmacy, University of Lisbon
(FFUL). It consists of two main parts, the Internship Report and the Monograph. The
first characterized the Laboratories (Portuguese Institute of Oncology of Lisbon
Francisco Gentil, E.P.E. (IPOLFG) and Clinical Laboratory Cintramédica II), the
internship duration and cited the frequented valences (Biochemistry, including Phase
Pre Analytics , Immunology, Virology and Microbiology) covering up tests,
methodologies and quality control; in the second, it develops the theme "Clinical
Laboratory Facing the Liver Injury", which aims to characterize the Liver pathology
(etiology and pathophysiology), the importance of clinical laboratories to aid in the
diagnosis and the various analyzes that provides for this purpose . Identifies the
different hepatic markers (biochemical, serological and autoimmunity), an approach
methodologies assay and quality guidelines aimed at laboratory standardization and qua
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1. INTRODUÇÃO
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empresarial, integrada no Sistema Nacional de Saúde (SNS) que tem a sua área
geográfica de intervenção definida no âmbito das administrações regionais de saúde
de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve. Com actividade abrangente e
intensa nas áreas de investigação, ensino, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação, é a única instituição da sua área de influência geográfica com
possibilidade de tratamento específico de doentes oncológicos em idade pediátrica e
é das raras que dispõe de condições para proporcionar uma abordagem diagnóstica
e terapêutica integrada na patologia tumoral mais complexa.
O SPC foi criado em 1998, e é atualmente dirigido pela Dra Margarida Silveira.
Está incluído (em conjunto com o Serviço de Anatomia Patológica) no Departamento de
Diagnóstico Laboratorial. Sediado no Pavilhão de Medicina (maioritariamente) e no
Pavilhão de Rádio do IPOLFG, engloba seis laboratórios (Bioquímica, Hematologia,
Imunologia, Endocrinologia, Virologia e Microbiologia), cada um supervisionado por
um Responsável de Laboratório, e três áreas de suporte (Gestão da Qualidade, Urgência
e Central de Colheitas).
3. A CLÍNICA CINTRAMÉDICA
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série de serviços clínicos diferenciados. É certificada pela APCER, Associação
Portuguesa de Certificação, através da norma NP EN ISO 9001:2008.
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Bioquímica, Virologia, Imunologia, Imunohemoterapia e Endocrinologia
Tubos de vácuo com EDTA: tubos de tampa roxa com 3mL de EDTA (a
Imunohemoterapia e a Biologia Molecular usam também os de 6mL). O EDTA
é o anticoagulante de escolha para quase todas as análises na área da
Hematologia porque é o anticoagulante que melhor preserva a morfologia das
células sanguíneas. Atua através da formação de um complexo com iões
cálcio, formando um sal não ionizável.
Tubos de vácuo com Citrato de Sódio: tubos de tampa azul claro. O Citrato
de Sódio a 3,2% é o anticoagulante de eleição para todos os estudos da
coagulação. Atua ao combinar-se com o cálcio no sangue formando assim um
composto de cálcio não ionizado, evitando desta forma o processo de
coagulação. Assim sendo permite obter o plasma necessário para a realização
dos testes da coagulação. A proporção utilizada é de uma parte de
anticoagulante (1/10), para nove partes de sangue (9/10).
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Hemato-Oncologia – Valência da Citogenética
Tubos de vácuo com Heparina de Sódio: Tubos de tampa verde com 6mL do
anticoagulante. São utilizados para a realização de análises através de técnicas
de citogenética. Esta técnica permite a análise de diversos parâmetros, contudo
os mais comuns são o volume e complexidade celular, a análise e classificação
de cromossomas, proteínas, antigénios de superfície, antigénios intracelulares,
antigénios nucleares, entre outros.
Microbiologia
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Endocrinologia
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Sangue / EDTA: 2-8°C
Imunologia
Sangue / Heparina / Lítio: 2-8°C
Virologia Soro / Gel: 2-8°C
Endocrinologia Soro /Tubo seco: Temp.Ambiente
Hemato-Oncologia Urina: 2-8°C
Imunohemoterapia Produtos Respiratórios: 2-8°C
Líquidos Biológicos: 2-8°C
LCR: 37°C
Hemoculturas: Temp.Ambiente
Fezes: 2-8°C
Exsudados: Temp.Ambiente
Microbiologia Urina: 2-8°C
Produtos Respiratórios: 2-8°C
Líquidos Biológicos: 2-8°C
Ponta de Catéter: Temp.Ambiente
Pús: Temp.Ambiente
5. VALÊNCIA DE BIOQUÍMICA
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5.1 O LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA
5.2.1 Espectrofotometria
É uma técnica que utiliza a luz, uma forma de energia de natureza ondulatória,
caracterizada pelos diferentes comprimentos de onda. Parte da luz que interage com a
matéria é absorvida, enquanto a outra é transmitida. Um espectrofotómetro é um
aparelho que faz passar um feixe de luz monocromática através de uma solução, e assim
mede a quantidade de luz que foi absorvida (absorvância) por essa solução em
diferentes comprimentos de onda. Esta técnica laboratorial tem como base a Lei de
Lambert-Beer que relaciona a quantidade de luz absorvida com a concentração da
substância, permitindo a identificação e a quantificação da mesma.
5.2.2 Imunoturbidimetria
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imunoprecipitados leva à diminuição do feixe de luz incidente que atravessa a solução,
devido à turvação no meio reacional.
5.2.3 Potenciometria
5.2.4 Amperometria
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difunde em direção ao eléctrodo (velocidade limite ou de difusão), e a sua concentração
no seio da solução, fundamenta toda a análise amperométrica.
5.2.6 Quimioluminescência
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A quimioluminescência é um método ultra sensitivo, usado num vasto leque de
imunoensaios automatizados competitivos e não competitivos em sandwich, que
utilizam anticorpos ou antigénios ligados a um marcador luminescente. Os marcadores
quimioluminescentes, emitem luz quando combinados com um reagente trigger
(gatilho), sendo os derivados da acridina os mais usuais. Estes emitem grandes
quantidades de luz sendo mais fácil a sua medição, tornando o método mais sensível.
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5.3 METABOLISMO DOS HIDRATOS DE CARBONO
5.3.1 GLUCOSE
Amostras:
Método: Espectrofotometria.
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vida média de um eritrócito (cerca de 120dias). É constituída por três frações: HbA1a,
HbA1b, HbA1c. Sendo a fração HbA1c a fração maioritária, é nela que reside o
interesse laboratorial, para avaliação do grau de controlo glicémico.
5.4.2 TRIGLICÉRIDOS
São uma família de lípidos que podem ser absorvidos a partir da dieta (via
exógena), ou produzidos no fígado por via endógena, a partir de hidratos de carbono e
ácidos gordos. São a forma química dos ácidos gordos para transporte e armazenamento
no tecido adiposo. A quantificação dos triglicéridos é importante no diagnóstico e
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tratamento das hiperlipidémias e constituem um factor de risco independente para o
desenvolvimento da aterosclerose.
5.4.3 LIPOPROTEÍNAS
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DOS LÍPIDOS E LIPOPROTEÍNAS
Método: Espectrofotometria.
As proteínas que são o foco da análise clínica laboratorial são as que circulam na
corrente sanguínea. Nestas incluem-se as proteínas plasmáticas, proteínas de transporte,
de defesa e de coagulação. O doseamento das proteínas totais compreende a
quantificação dessas proteínas no sangue (proteínas séricas), na urina (proteinúria) e no
líquor, com maior relevância para a albumina e as imunoglobulinas, que representam a
maior porção desse valor.
O valor das proteínas totais séricas pode sofrer variações por alteração de uma
ou mais proteínas específicas ou por alterações do volume de água no plasma. As
alterações nos níveis de proteínas totais apresentam uma correlação clínica variada e o
interesse da sua determinação é, essencialmente, o uso como teste de screening para
avaliar se os níveis proteicos estão de acordo com o esperado.
Método: Espectrofotometria.
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5.5.2 PROTEÍNAS TOTAIS NA URINA E LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
PROTEINÚRIA
PROTEÍNAS NO LCR
Método: Turbidimetria.
5.5.3 ALBUMINA
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semi-vida de cerca de 15-19 dias, pelo que alterações à sua síntese traduzem-se em
modificações lentas nos seus níveis séricos.
5.5.4 IMUNOGLOBULINAS
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Tabela 1- Resumo das características das imunoglobulinas séricas.
Classe Cadeia
Descrição
Ig Pesada
Método: Imunoturbidimetria
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5.5.5 Β2-MICROGLOBULINA
Método: Imunoturbidimetria.
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5.6.2 GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE (γGT)
Método: Espectrofotometria
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Tabela 2- Resumo da aplicação e significado clínico dos principais analitos envolvidas na avaliação da função
hepatobiliar.
Bilirrubina
↑ – Hepatite, Cirrose, Doenças
Avaliação da função hepática. Hemolíticas, Obstrução Hepática.
Total
5.7.1 AMILASE
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Lipase. Níveis diminuídos de Amilase sérica podem ocorrer em algumas doenças
hepáticas.
5.7.2 LIPASE
Método: Espectrofotometria
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5.8.1 CREATININA
5.8.2 UREIA
A Ureia sérica aumenta na disfunção renal, stress e na dieta rica em proteínas; e diminui
na doença hepática e na dieta pobre em proteínas.
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DA UREIA
Método: Espectrofotometria.
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requerido para avaliar a inflamação articular e para monitorizar a sua produção nos
pacientes sujeitos a diálise e a tratamentos radiológicos ou de quimioterapia.
5.10.1 FERRO
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DO FERRO
5.10.2 TRANSFERRINA
Método: Imunoturbidimetria
5.10.3 UIBC
5.11.1 FERRITINA
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tetrapirrólico que rodeia átomos de cobalto e por uma cadeia lateral nucleotídica ligada
ao cobalto. Tem uma função importante a nível neuronal. Na sua ausência, não ocorre a
transformação da Metil-malonil CoA em Succinil CoA, havendo uma acumulação
anormal de lípidos no sistema nervoso.
A PCR é uma proteína de fase aguda, sintetizada no fígado, que se eleva no soro
em resposta à inflamação. A sua função fisiológica é ligar-se à fosfocolina expressa na
superfície de células mortas ou lesionadas (e alguns tipos de bactérias), para iniciar a
sua eliminação, através da ativação do sistema do complemento e células fagocitárias,
funcionando como uma opsonina. É um indicador extremamente sensível de
inflamação, apesar de ser pouco específico.
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DA PCR
Método: Imunoturbidimetria.
Método: Espectrofotometria.
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músculo estriado e no coração, relativamente aos outros tecidos, como o cérebro, pelo
que a sua determinação é um indicador importante de dano muscular ou cardíaco. O
aumento dos valores séricos de CK pode ser fisiológico, aumentando na sequência da
prática de exercício físico intenso, ou ocorrer em vários tipos de patologias que causem
distrofia muscular, como a Distrofia de Duchenne, a Miosite ou a Poliomiosite.
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Tabela 3- Principais características dos marcadores cardíacos doseados no Laboratório de Bioquímica.
VARIAÇÃO
MARCADOR DEFINIÇÃO / ESPECIFICIDADE
NÍVEIS PRESCRIÇÃO
CARDIACO LOCALIZAÇÃO CARDÍACA
SÉRICOS
- ↑ 4h a 6h após
-Enzima
lesão.
citoplasmática
envolvida no
- Eleva-se em situações de - Pico sérico nas
armazenamento de Solicitada em
lesão muscular 18h-24h após
CK energia nos tecidos. conjunto com a CK-
lesão.
MB
- Baixa especificidade
- Encontrada em
- Normaliza 48-
tecidos de alto
72h se lesão não
consumo de energia.
persistir.
- Dosagens seriadas
- Eleva-se com maior - ↑ 4h a 6h após
- Isoenzima da CK. aumentam a
intensidade em situações lesão.
sensibilidade para o
- Maioritariamente de lesão cardíaca, e em
diagnóstico de
menor, nas lesões - Pico sérico 12-
localizada no coração. enfarto agudo do
musculares esqueléticas. 20h após lesão
Envolvida no miocárdio.
CK-MB
metabolismo do tecido - Normaliza 24-
- Pode sofrer elevação
muscular cardíaco. - Solicitada em
importante em caso de 48h se lesão não
conjunto com a CK
desfibrilação. persistir e/ou se
-Também presente no para diferenciação
não surgirem
músculo esquelético entre lesão cardíaca e
- Boa especificidade novas réplicas.
muscular esquelética.
- É libertada do ventrículo
- Útil ao diagnóstico,
esquerdo do coração.
avaliação e
Idicativa de lesão ou
prognóstico da
- É sintetizado como sobrecarga do ventrículo
insuficiência
BNP uma pró-hormona, esquerdo. Aumenta na
cardíaca; e na
ProBNP insuficiência cardíaca.
monitorização do
tratamento da
- Alta sensibilidade e
mesma.
especificidade.
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A determinação seriada de dois ou mais marcadores para o diagnóstico,
avaliação ou monitorização do SCA é essencial, de modo a aumentar a especificidade e
a sensibilidade dos mesmos. Os de maior especificidade e relevância clínica são a
Troponina I cardíaca e a CK-MB, sendo os restantes, em conjunto com outros
parâmetros bioquímicos, como a LDH, e não bioquímicos, como o ECG, auxílios à
caracterização de patologia cardíaca.
Figura 7 - Exemplo de um algoritmo para o diagnóstico e diferenciação do SCA, com recurso ao doseamento dos vários
marcadores cardíacos.
Método: Quimioluminescência.
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5.15 MARCADORES TUMORAIS
Método: Quimioluminescência.
- Rastreio pré-natal da
grávida;
- Monitorizar pacientes em
- Glicoproteína com uma risco de desenvolver tumor
única cadeia polipeptídica, hepático (hepatites crónicas
sintetizada no fígado; - Fígado: o principal; virais e cirrose);
α-
FETOPROTEINA - Proteína maioritária do soro - Ovário, testículo: alguns tipos. - Indicador de prognóstico
fetal. É um análogo fetal da carcinoma hepatocelular;
albumina.
- Monitorizar tratamento e
sucesso de cirurgia;
- Determinar recorrência.
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MARCADOR TIPO DE TUMOR PROPÓSITO DO
DESCRIÇÃO
TUMORAL CORRELACIONADO DOSEAMENTO
- Determinar recorrência.
- Mama: o principal.
- Estadiamento da doença;
- Antigénio glicoproteico do Aumento significativo, normalmente
CA 15-3 - Indicador de prognóstico e
tipo mucinoso. resultante de metástases de outro
de progressão do tumor;
tumor primário; Aumento mais
Antigénio Carbohidrato
- Reconhecido pelo anticorpo discreto no carcinoma mamário
15-3 - Monitorizar tratamento;
monoclonal (MAb) DF3. primário;
- Determinar recorrência.
- Ovário: alguns tipos.
- Coadjuvante no
estadiamento da doença.
CEA - Glicoproteína normalmente - Colorectal: o principal; Indicador de prognóstico e de
encontrada nas células progressão do tumor.
Antigénio epiteliais embrionárias e - Pulmão, mama, fígado, pâncreas, Preditivo de metástases;
Carcinoembrionário fetais (proteínas oncofetais). bexiga.
- Monitorizar tratamento e
determinar recorrência.
- Screening de pacientes
assintomáticos;
- Confirmar diagnóstico.
- Específico de orgão.
Maior sensibilidade quando
Exclusivamente produzido
em conjunto com exames de
pelas células epiteliais e
PSA TOTAL diagnóstico;
ductos da glândula prostática;
Próstata
Antigénio Prostático - Estadiamento da doença;
- Circula no sangue sob duas
Específico
formas maioritárias: PSA
- Monitorizar terapêutica;
combinado (fração maior) e
PSA livre.
- Indicador de prognóstico e
de progressão do tumor.
Preditivo de metástases;
Determinar recorrência.
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MARCADOR TIPO DE TUMOR PROPÓSITO DO
DESCRIÇÃO
TUMORAL CORRELACIONADO DOSEAMENTO
- Estadiamento da doença;
- Glicoproteína de superfície Carcinoma de células escamosas:
SCC celular; - Monitorizar terapêutica;
- Colo uterino e pulmão – são os
Antigénio do carcinoma - É uma subfração purificada principais. - Indicador de prognóstico e
de células escamosas do antigénio tumoral 4 (TA- de progressão do tumor;
4). - Cabeça e pescoço.
- Determinar recorrência.
- Indicador de prognóstico e
de progressão do tumor;
- Determinar recorrência.
- Monitorizar terapêutica e
eficácia da cirurgia;
HE4 - É o produto do gene
WFDC2 (HE4) que é sobre
Ovário - Indicador de prognóstico e
Proteína humana expresso em pacientes com
de progressão do tumor;
epidídimo 4 carcinoma do ovário.
- Determinar recorrência
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O papel do laboratório é o doseamento destes fármacos quando os seus níveis
são esperados atingirem o seu máximo, e quando os mesmos, se esperam atingirem o
seu mínimo, usualmente, imediatamente antes da próxima dose (o tempo de
amostragem é factor crítico). Estes dois tempos de doseamento são referidos como o
pico máximo e o vale de concentração respetivamente. É a partir deles, que se traça o
perfil farmacocinético de um fármaco para um determinado individuo, com
características fisiopatológicas especificas, de modo a instituir doses terapêuticas e
regimes posológicos adequados à efetividade da droga administrada.
1) ANTIBIÓTICOS
INDICAÇÃO
ANTIBIÓTICO MODO DE AÇÃO TOXICIDADE
FARMACOLÓGICA
- Aminoglicosídeo semi-
sintético que exibe - Ototoxicidade
- Interfere com a
actividade bactericida
síntese proteica - Nefrotoxicidade
AMICACINA
contra uma variedade de
nos
agentes patogénicos.microorganismos
- Usado em infeções susceptíveis.
sistémicas severas.
- Glicopéptido tricíclico
geralmente usado no
tratamento de infecções - Ototoxicidade
por Staphylococcus - Inibe a síntese
aureus resistentes à da parede celular - Nefrotoxicidade
VANCOMICINA meticilina (MRSA).
da bactéria,
- Profilaxia e tratamento levando à sua lise.
de endocardites e outras
infeções graves causadas
por cocos gram +
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Tempo de Amostragem no Intervalo de Administração: varia com o fármaco e a via de
administração do mesmo
Método:
2) DROGAS TERAPÊUTICAS
Método:
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Tabela 6- Caracterização das Drogas Terapêuticas doseadas no Laboratório de Bioquímica.
DROGAS INDICAÇÃO
MODO DE AÇÃO TOXICIDADE
TERAPÊUTICAS FARMACOLÓGICA
- Antiepilético utilizado
- Bloqueia as descargas repetidas e
isoladamente ou em - Hepatotoxicidade
prolongadas dos neurónios, que estão
combinação com outros
na origem de uma crise epilética. Estes
fármacos para o - Trombocitopénia
Ácido Valpróico efeitos devem-se, em doses
tratamento de crises
terapêuticas, à diminuição da Margem terapêutica:
convulsivas.
condutância dos canais de sódio 50–120 μg/ml
voltagem-dependentes.
- Glicosídeo cardiotónico
- Ligação reversível à Na+/K+ ATPase - Nefrotoxicidade
para o tratamento de
inibindo-a e aumentando a quantidade
insuficiência cardíaca e
de sódio no cardiomiócito e de cálcio - Hepatotoxicidade
da taquicardia.
intracelular. Assim, a quantidade de
Digoxina
cálcio disponível no potencial de ação - Arritmias
- Tem efeito inotrópico
é maior, aumentando a força de
positivo, ou seja, aumenta Margem terapêutica:
contração do coração e diminuindo a
a força de contracção 0,8 - 2,0 ng/mL
frequência cardíaca.
cardíaca.
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3) IMUNOSSUPRESSORES
CICLOSPORINA
Amostra: Sangue total colhido em EDTA. A ciclosporina tem cerca 90% ligação às
proteínas, sobretudo às dos eritrócitos. Deste modo, é essencial proceder ao seu
doseamento em sangue total e não no plasma.
TACROLIMUS
Amostra: Sangue total colhido em EDTA. O tacrolimus tem uma larga extensão (99%)
de ligação às proteínas, sobretudo às dos eritrócitos. Deste modo, é essencial proceder
ao seu doseamento em sangue total e não no plasma.
METOTREXATO (MTX)
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Linfomas e cancro ósseo), em doses baixas na Psoríase, Artrite Reumatóide e outras
doenças autoimunes e gravidez ectópica. É tóxico para as células de divisão rápida.
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5.17 METABOLISMO MINERAL E ÓSSEO
5.17.1 CÁLCIO
5.17.2 FÓSFORO
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o metabolismo do cálcio. O cálcio e o fósforo séricos apresentam geralmente uma
relação de reciprocidade, ou seja, quando os níveis de cálcio diminuem, os níveis de
fósforo aumentam e vice-versa.
Método: Espectrofotometria UV
5.17.3 MAGNÉSIO
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL MAGNÉSIO
Método: Espectrofotometria
Sódio (Na+)
Cloreto (Cl-)
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parte dos casos, o equilíbrio do cloreto é abalado no mesmo sentido que o equilíbrio do
sódio, contudo é possível verificar desvios isolados de cloreto em desequilíbrios ácido-
base. Está normalmente aumentado: na desidratação, na Acidose Metabólica associada à
diarreia prolongada e à perda de Na+ e na doença dos túbulos renais; e diminuído:
quando níveis séricos de Na+ estão diminuídos, no vómito prolongado acompanhado por
perda de HCl, em casos críticos da Doença de Addison, na acidose metabólica em geral
e na perda de sal em consequência de Doença Renal.
Potássio (K+)
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DETERMINAÇÃO LABORATORIAL DO IONOGRAMA (NA+, K+ E CL-)
5.18.2 GASIMETRIA
O2
pH
CO2
HCO3-
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Tabela 7- Resumo dos distúrbios ácido-base e patologias associadas.
5.19 URIANÁLISE
Tipo de Amostra
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Procedimento – Automatizado e Manual
Tabela 8- Parâmetros determinados na urina pelo aparelho Urysis 2400®, valores de referência e resultados
possíveis na análise. NEG - negativo; POS - positivo; NORM - normal; Leu - leucócitos; Eri - eritrócitos.
Eritrócitos/Hemoglobina 0-5 Eri/μL NEG, 10, 25, 50, 150, 250 Eri/μL
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pelo fabricante. O procedimento manual é efetuado em caso de avaria do aparelho ou de
amostra insuficiente (p.ex.em casos de amostras pediátricas).
PROCEDIMENTO MANUAL
Cor – a cor normal amarela é conferida pelo urocromo, pigmento endógeno que em
condições normais é produzido a uma velocidade constante. A coloração da urina pode
ir desde a ausência de cor até ao negro. Esta variação pode ser fisiológica ou patológica.
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Corpos cetónicos – São produtos da metabolização das gorduras. Podem estar
presentes na urina quando: há incapacidade de metabolizar os carbohidratos (ex. na
Diabetes mellitus), aumento de perda de carbohidratos por vómito intenso (ex. durante
tratamentos quimioterapia com efeitos secundários exacerbados) e na ingestão
insuficiente de carbohidratos associada à carência alimentar e anorexia.
Sangue - poderá estar presente na urina sob a forma de hemácias integras (hematúria)
ou do produto da sua destruição, a hemoglobina (hemoglobinúria). Tem maior relação
com distúrbios de origem renal ou urogenital (ex. cálculos renais, pielonefrite, doenças
glomerulares), mas também poderá ser sugestivo de anemias hemolíticas, infeções e
reações transfusionais.
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OBJETIVO DO EXAME MICROSCÓPICO DO SEDIMENTO URINÁRIO NO LABORATÓRIO DE
BIOQUÍMICA
Células Epiteliais
Figura 10- Células Epiteliais. À esquerda - Células epiteliais escamosas; ao centro - células do epitélio de transição;
à direita – célula renal tubular.
Cristais
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concentração, afetando a sua solubilidade. Contudo, a urina normal recém eliminada
pode conter cristais formados nos túbulos ou, com menos frequência, na bexiga. Os sais
precipitados aparecem na urina na forma de cristais verdadeiros ou de material amorfo.
A B E
F
C
Figura 12- Aspeto dos cristais urinários mais frequentes. A- Uratos amorfos; B- Ácido úrico; C- Fosfato de cálcio; D- Fosfato
triplo; E- Oxalato de cálcio; F- Fosfato amorfo.
Cilindros
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Tabela 9- Tipos de cilindros urinários e seu significado clinico.
Tipo de
Origem Significado Clínico Imagem Microscópio
Cilindro
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Leucócitos e Eritrócitos
Note-se que outros elementos podem figurar no sedimento urinário, como sejam,
bactérias, elementos leveduriformes e parasitas, mas são achados que não têm
relevância na análise sumária de urina no Laboratório de Bioquímica, uma vez que, as
amostras tratadas não são colhidas em assepsia e, muitas vezes, chegam ao laboratório
armazenadas em recipientes não estéreis.
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6. VALÊNCIA DE IMUNOLOGIA
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Figura 14 - Fluxograma do circuito das amostras no Laboratório de Imunologia.
6.3.1 NEFELOMETRIA
FUNDAMENTO DO MÉTODO
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proporcional à quantidade de antigénio presente na amostra, quando a reação decorre
em condições particulares de excesso de anticorpo do reagente, e pode ser determinada,
por comparação com diluições seriadas de um padrão de concentração conhecida.
CAMPO DE APLICAÇÃO
AMOSTRA
ALBUMINA
PRÉ ALBUMINA
ɑ1-ANTITRPSINA
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colagenase libertadas pelos neutrófilos no processo inflamatório, de modo a impedir a
formação de pus e a liquefacção tecidular. As doenças deficitárias nesta proteína têm
frequentemente origem genética ou em patologias associadas a grandes perdas
proteicas, enquanto níveis séricos aumentados tem subjacentes normalmente quadros de
inflamação e de infeção.
HAPTOGLOBINA
CERULOPLASMINA
ɑ2-MACROGLOBULINA
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No laboratório de Imunologia do IPOLFG o doseamento da ɑ2-Macroglobulina é
efetuado exclusivamente na urina.
ɑ1-MICROGLOBULINA
PROTEÍNAS DO COMPLEMENTO C3 e C4
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IMUNOGLOBULINAS
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CADEIAS LEVES DAS IMUNOGLOBULINAS
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6.4 ELECTROFORESE DE PROTEINAS – EQUIPAMENTO InterlabG26®
FUNDAMENTO DO MÉTODO
A concentração de cada fracção (em g/dL) é obtida de acordo com a seguinte equação:
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Os intervalos de referência estabelecidos para o soro humano são os abaixo
indicados originando o seguinte perfil de proteinograma:
Intervalos de Referência
Fração Proteica
(g/dL)
Albumina 3,20 – 5,3
Alfa1 globulina 0,08 – 0,22
Alfa2 globulina 0,55 – 1,10
Beta globulina 0,52 – 1,15
Gama globulina 0,64 – 1,54
AMOSTRAS
CAMPO DE APLICAÇÃO
6.4.2 IMUNOFIXAÇÃO
FUNDAMENTO DO MÉTODO
A imunofixação sérica e/ou urinária está indicada sempre que seja detetado um
pico monoclonal na electroforese e/ou quando haja suspeita clínica de gamapatia
monoclonal maligna, pois mesmo que aparentemente o perfil electroforético seja
normal, se a proteína M apresentar concentrações inferiores a 0.2 g/dL pode não ser
detetada. A imunofixação caracteriza a cadeia presente e é um critério importante e
essencial para a análise da remissão no Mieloma Múltiplo.
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6.4.2.3 AVALIAÇÃO DA PROTEINÚRIA – PERFIL PROTEINÚRIA
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Concentração da urina 10x
Urina
Prot totais - 2.356g/L ↑↑ (<0.100)
Figura 19 - Exemplo da caracterização de um perfil proteinúria de um doente de 58 anos do sexo masculino efetuado no
Laboratório de Imunologia e do respetivo perfil transmitido ao clínico.
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6.5 ELETROFORESE DE HEMOGLOBINAS – EQUIPAMENTO Hydrasys®
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Interpretação dos achados eletroforéticos
Figura 22 - Caso clínico positivo para HbS. Exemplo dos vários testes laboratoriais efetuados para diagnóstico diferencial.
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A HbC é a segunda variante de hemoglobina mais comum. Resulta da
substituição do ácido glutâmico por uma lisina na mesma posição 6 da cadeia β da
globina. Assim, ao pH a que a electroforese é levada a cabo, a molécula de hemoglobina
resultante adquire carga positiva, e consequentemente, uma mobilidade electroforética
mais reduzida, e um ponto isoeléctrico semelhante à fracção HbA2 migrando do mesmo
modo durante a fase de focagem isoeléctrica. Partindo da premissa de que valores
elevados de HbA2 são incompatíveis com a vida, achados laboratoriais desta natureza
despoletam a suspeita da presença de HbC. A HbC possui uma solubilidade reduzida
formando estruturas paracristalinas e apresenta a nível do esfregaço sanguíneo
abundantes dianócitos ou target cells.
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6.6 CYTOSPIN – EQUIPAMENTO Cytospin 2®.
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o Crioglobulinas mistas tipo III: imunoglobulinas de origem policlonal e,
geralmente, uma delas com atividade de fator reumatóide. Fixam o complemento
originando imunocomplexos. São observadas em algumas doenças reumáticas como
LES, artrite reumatóide, mas também ocorrem em doenças infeciosas crónicas,
virais, bacterianas e parasitárias.
Técnica:
- Colher sangue por punção venosa para dois tubos secos previamente aquecidos a
37ºC;
- Colocar um tubo a 4ºC (tubo teste) e o outro na estufa a 37ºC (tubo controlo
negativo);
- Observação diária dos tubos e registo das mesmas em folha de trabalho padronizada
para a técnica; esta é realizada no máximo até 8 dias após
o dia da colheita e cessa precocemente, se for observado
formação de precipitado no tubo teste, que quando
aquecido novamente a 37ºC ressuspende. A caracterização
das imunoglobulinas constituintes do crioprecipitado é
feita pela técnica de imunofixação, utilizando antissoros
específicos para cada isotipo. A não observação de
crioprecipitado no tubo teste ao fim de 8 dias é sinónimo
de um resultado negativo para a pesquisa de
Figura 23 - Deteção de crioglobulinas.
Tubo A - tubo controlo; Tubo B - tubo
crioglobulinas na amostra.
teste.
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6.8 AUTOIMUNIDADE
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O Immunoblot é uma técnica semi automatizada, presente no aparelho Euro
Blot Master® da Euroimmun no Laboratório de Imunologia, para a
caracterização qualitativa de autoanticorpos que se encaixam num determinado
perfil (neuronal, hepático, miosites, ANA, gangliósidos). Tiras de nitrocelulose
estão impregnadas de múltiplos antigénios correspondentes a um perfil
específico (note-se que um determinado antigénio pode estar presente em mais
do que um perfil), permitindo identificar por reações imunológicas diferentes
autoanticorpos.
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Tabela 12 - Características dos padrões nucleares mais comuns.
Perfil ANA
Figura 25 - IFI em substrato de Crithidia luciliae À esquerda, Crithidia luciliae positiva, mostrando a fluorescência do dsDNA no
cinetoplasto e,mais esbatida, do núcleo; À direita Crithidia luciliae negativa.
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Tabela 13 - Tabela resumo dos principais padrões ANA identificados por IFI em células HEp-2 e respetivos antigénios alvo, com
maior relevância para a clínica.
Autoantigénio Doença
Padrão IFI/HEp-2 Significado Cínico
Alvo Associada
↑↑↑ valor diagnóstico para o
dsDNA LES LES. O seu título correlaciona-
se com a atividade do LES.
LES induzido por
drogas; Diversas Ac com pouca especificidade.
Histonas
Nuclear Homogéneo patologias Interesse relativo para a clínica.
autoimunes ou não.
Útil ao diagnóstico do LES,
quando ds-DNA negativo
Nucleossoma LES
coexistente com elevadas
suspeitas da patologia.
↑↑↑ especificidade e critério de
Síndrome de diagnóstico da Síndrome de
Ro/SS-A
Sjögren; LES Sjögren primário. Fator de risco
Lúpus Neonatal. C
Síndrome de O
La/SS-B Sempre associado ao Ro/SS-A.
Sjögren; LES N
Nuclear Mosqueado
Sobretudo relevante ao E
U1-RNP DMTC; LES diagnóstico das conectividades C
mistas.
Sm LES ↑↑↑ especificidade para LES.
T
PCNA LES Ac raramente observados. I
Dermatomiosites V
↑↑↑ especificidade para as
Mi-2 (DM);
Dermatomiosites Autoimunes.
I
Poliomiosites (PM). T
Sobreposição Marcador diagnóstico e E
+ Poliomiosites e prognóstico com incidência ↑
Homogéneo
PM-Scl
Esclerodermia de Fenómeno de Raynaud e S
(PM/ES) Pneumopatia Intersticial.
Nucleolar
Valor diagnóstico ↑↑↑ para a
+ Esclerodermia Esclerodermia Sistémica
Scl-70
Mosqueado Sistémica Difusa Difusa. Risco acrescido de
Fibrose Pulmonar e Cancro.
Marcadores de diagnóstico das
Poliomiosites; PM/DM e da Síndrome das t-
t-RNA Sintetases
Citoplasmático Síndrome das t- RNA Sintetases; valor
(Jo-1, Pl-7, Pl-12)
RNA Sintetases prognóstico de fibrose
pulmonar.
Esclerodermia
Marcador de bom prognóstico
Sistémica Limitada
Centrómero da Esclerodermia Sistémica.
(Síndrome de
Valor preditivo ++
CREST)
Valor diagnóstico ++ dos Ac
Cirrose Biliar
Membrana Nuclear anti-poros nucleares (anti-
Primária
gp210).
Cirrose Biliar Específicos da CBP (Ac anti-
(Múltiplos) Nuclear Dots
Primária (CBP) Sp100)
Homogéneo ou Especificidade Hepatites
Critério de diagnóstico das HAI
Mosqueado desconhecida Autoimunes (HAI)
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6.8.2 Pesquisa de Autoanticorpos em Tecidos – ASMA, AMA, APCA, LKM.
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Anemia Perniciosa. Também são encontrados em pacientes com doenças específicas de
órgãos (Ex.Diabetes mellitus tipo1) e doenças endócrinas (Ex.doença de Addison).
Apesar dos anticorpos anti-APCA serem detetados no estômago, o ensaio é efectuado
em substrato triplo (estômago, rim e fígado de rato), para que o diagnóstico diferencial
com os aAMA seja possível. Os AMA conferem uma marcação semelhante aos anti-
APCA em cortes de estômago, mas ao contrário destes últimos, também se ligam aos
antigénios mitocondriais do fígado e do rim.
Os antigénios alvo dos LKM são citocromos P450, uma família grande e
diversificada de enzimas caracterizadas pela presença de um pigmento heme.
Anticorpos Anti-LKM1 estão associados à clínica na HAI do tipo 2, os anticorpos Anti-
LKM2 (menos frequentes) à patologia Autoimune Poliglandular associada a drogas e os
anticorpos anti-LKM3 (raramente detetados), estão associados com HAI tipo 2, Hepatite
C e Hepatite D. O padrão de fluorescência no corte renal de ratinho é a base da
diferenciação do padrão anti-LKM dos anti-AMA, que marcam simultaneamente
túbulos renais proximais e distais. É mais frequente haver associação de APCA com
LKM do que AMA com LKM.
Perfil Hepático
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6.8.3 FI- Autoanticorpos Anti Fator Intrínseco
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Tabela 14 - Padrões de fluorescência observados na presença de ANCA nos diversos fixadores.
Fixador →
Padrão Etanol Formol Metanol
↓
p-ANCA Fluorescência
Fluorescência Periférica Negativo
Citoplasmática
Autoanticorpos Anti-Yo
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CDR62 (RDC2), sendo este último, o de maior relevo. São autoanticorpos de
praticamente exclusividade feminina, pois na sua maioria estão associados a neoplasias
ginecológicas (da mama e ovário).
Autoanticorpos Anti-Hu
Autoanticorpos Anti-Ri
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neuronal e na regulação do tónus muscular. Anticorpos contra a GAD65 estão
associados com a Diabetes mellitus insulino dependente, enquanto os anti-GAD67 a
pacientes com Síndrome de Pessoa Rígida (SPS), em elevados títulos e inclusive com
síntese intratecal dos mesmos.
Autoanticorpos Anti-Anfifisina
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Autoanticorpos Anti-MA
Perfil Gangliósidos
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6.8.6 Encefalite Autoimune – Teste de Imunofluorescência Indireta
Figura 34 - Células Transfectadas: anticorpos contra NMDA e CASPR2 (à esquerda), AMPA-1 e LGI1 (no meio), AMPA-2 e GABAB
(direita).
Autoanticorpos Anti-Cardiolipina
Autoanticorpos Anti-β2-glicoproteina I
Anticoagulante Lúpico
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transglutaminase, com a transformação da glutamina em ácido glutâmico. Em
indivíduos geneticamente predispostos, os péptidos de gliadina ligam-se às moléculas
HLA-DQ2/DQ8 das células apresentadoras de antigénios que despoletam uma resposta
imune extensa, perpetuando-se uma inflamação crónica com alterações patológicas no
intestino delgado com infiltração linfocitária intraepitelial, atrofia das vilosidades e a
hiperplasia das criptas, causando prejuízo na absorção. A produção de citoquinas
inflamatórias causam dano tecidular na mucosa e ativam as células plasmáticas para
produzir anticorpos contra a gliadina, a transglutaminase tecidular (tTG) e o endomísio
(EMA), um elemento do tecido conjuntivo que envolve o músculo liso.
6.9 SEROLOGIA
Página | 114
em placa com suspensões antigénicas de Salmonela (S.paratyphi A O, S.paratyphi A H,
S.paratyphi B O, S.paratyphi B H, S.Typhi O e S.Typhi H). Uma elevação paralela e
acentuada dos anticorpos O e H permite um diagnóstico, contudo a Reação de Widal
não é específica, podendo existir reações cruzadas (na brucelose também há aglutinação
com o antigénio O), surgir falsos negativos devido à antibioterapia ou à janela de tempo
que medeia o início da infeção e o aparecimento dos anticorpos.
Reação de Huddleson
É uma reacção de aglutinação direta, executada em placa, que utiliza uma suspensão
antigénica de Brucella abortus, particularmente útil na fase aguda da infeção, na qual
predominam IgM (Ig com maior poder de aglutinação). É de esperar que nos casos de
Brucelose crónica o resultado seja negativo, quer pela ausência ou baixas concentrações
de IgM, quer pela fraca reactividade das IgG que abundam nesta fase.
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6.9.3 Serologia para Treponema pallidum
Nas fases tardias da Sífilis existem poucos microorganismos, pelo que os métodos
de diagnóstico, para qualquer um dos estadios da doença, devem ser preferencialmente
indiretos, recorrendo à serologia, para a pesquisa quer de anticorpos anti-treponémicos,
quer de anticorpos não treponémicos. De acordo com as guidelines europeias mais
recentes, um exame de sangue treponémico deve ser a primeira abordagem perante a
suspeita de infeção a Treponema pallidum. No IPOLFG o método aplicado é um
imunoensaio de micropartículas por quimioluminescência (CMIA) a dois passos, para a
deteção qualitativa de anticorpos anti Treponema pallidum em soro e plasma humanos.
De acordo com os índices calculados pelo equipamento, a amostra é considerada reativa
ou não reativa para anticorpos anti Treponema pallidum.
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INTERPRETAÇÃO FINAL DOS RESULTADOS
Ensaio treponémico de screening não reativo – individuo não teve contacto com
a bactéria;
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6.9.5 Serologia para Rickettsia conorii
Página | 118
deste fungo presentes no meio ambiente. Ocorrem principalmente, em doentes
neutropénicos (no seguimento de tratamentos contra o cancro) e em doentes tratados
com supressores de imunidade (transplantes de órgãos, particularmente no transplante
de medula óssea) e corticosteróides.
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7. VALÊNCIA DE VIROLOGIA
Deteção direta de vírus por Biologia Molecular – PCR em Tempo Real (do
inglês, Real-Time Polymerase Chain Reaction) com metodologia In House e kits
comerciais; e por deteção de antigenémias;
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metodologia utilizada (Serologia – deteção indireta e Biologia Molecular – deteção
direta).
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ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E REGRAS DE TRABALHO DO SETOR DA BIOLOGIA
MOLECULAR
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Recepção de Produtos
- Acompanhamento da requisição e
documentação anexa;
- Tipo de amostra;
- Volume
Aliquotagem
- Presença de possíveis interferentes e
inibidores: sais, hemoglobina, heparina, ureia,
formol, etc.
As culturas celulares em Virologia são de uma utilidade singular, uma vez que
os vírus necessitam de um hospedeiro para viver. A cultura de células clássica permite a
inoculação de produtos biológicos para isolamento viral, a pesquisa de efeito
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citopatogénico para a deteção viral, a pesquisa de antigénios precoces e avaliar a
suscetibilidade dos diferentes tipos celulares a determinados vírus. São ainda utilizadas
para a elaboração de controlos de qualidade internos (positivos e negativos).
- MRC5 (ATCC® CCL – 171TM) - são células diplóides humanas derivadas de tecido
de pulmão fetal normal (fibroblastos). Estas células podem ser:
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- HeLa (ATCC® CCL – 2TM) - são células epiteliais provenientes de um
adenocarcinoma do cérvix numa mulher adulta de raça negra, em que cada célula
contém entre 50 a 300 cópias integradas de HPV 18. São células genética e
morfologicamente diferentes do tecido original, que não possuem inibição por contato e
são capazes de proliferar infinitamente quando em cultura. São utilizadas no
Laboratório de Virologia para a elaboração de controlo positivo para o HPV.
- VERO (ATCC® CCL - 81™) - são células epiteliais normais de rim (fibroblastos) de
macaco verde adulto africano. São suscetíveis a um leque alargado de microorganismos
de que são exemplo o Mycoplasma sp e os vírus polio humanos, rubéola, arbovírus e
reovírus. É uma linha celular autorizada para a elaboração de vacinas.
Página | 125
7.4 PESQUISA DE ANTIGÉNIOS – ANTIGENÉMIA CITOMEGALOVÍRUS (CMV)
Amostra: Sangue total (colhido em EDTA) sem coágulos, pois estes podem
aprisionar as células pretendidas. Não refrigerar. Não congelar.
Página | 126
7.5 SEROLOGIA
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7.6 BIOLOGIA MOLECULAR
A Virologia é uma das áreas que mais utiliza as técnicas de Biologia Molecular
para o estudo da estrutura e função do material genético e seus produtos de expressão,
as proteínas. Das várias técnicas disponíveis, a mais aplicada para a deteção de carga
viral, onde por vezes a quantidade de ácido nucleico disponível é reduzida, é a Reação
em Cadeia da Polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction).
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Última etapa do ciclo (Elongação) - a temperatura é elevada a 72 °C para
que a enzima atue sintetizando a nova molécula (extensão ou elongação).
- PCR Clássico
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fluorescência. Em função da baseline, estabelece-se uma linha a partir da qual se
verifica um aumento estatisticamente relevante do sinal de fluorescência, em que o vírus
é dado como detetado (Threshold), eliminando-se o ruído de fundo e obtendo-se um
valor de cut-off analítico para cada corrida, assim como, o ciclo a partir do qual o
Threshold é cruzado, verificando-se a duplicação do genoma viral (Ct – Cycle
Threshold).
Threshold
(Fluorescência)
Log
2. Sondas – as mais usadas são as sondas TaqMan® (que funcionam por Hidrólise).
Existem ainda sondas que operam por hibridação. A deteção por sondas é
específica.
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Figura 44 - Esquema reacional dos diferentes tipos de PCR.
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com o DNA alvo e é então clivada pela actividade exonuclease da Taq Polimerase,
conforme o primer vai sendo estendido. A clivagem da sonda leva à separação entre o
Reporter e o Quencher, resultando na emissão do sinal. É um sistema de deteção
específico no qual oligonucleótidos marcados com fluoróforos altamente específicos da
sequência alvo emitem fluorescência apenas na presença do produto de PCR de
interesse. A emissão da fluorescência é diretamente proporcional à quantidade de
produto amplificado gerado.
Figura 45 - Esquema da PCR em Tempo Real com deteção por sondas TaqMan®.
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DETERMINAÇÃO CARGA VIRAL – POLIOMAS (BKV E JCV)
VÍRUS RESPIRATÓRIOS
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primer para o set de vírus A e outro para o set de vírus B (ver tabela 15). São
preparadas, portanto, duas mix, uma para cada painel de vírus.
Painel A Painel B
- Adenovírus (AdV) - Vírus Sincicial Respiratório A (VSR A)
- Influenza A vírus (FluA) - Vírus Sincicial Respiratório B (VRS B)
- Influenza B vírus (FluB) - Bocavírus 1/2/3/4 (HBoV)
- Parainfluenza vírus1 (PIV1) - Metapneumovírus (MPV)
- Parainfluenza vírus2 (PIV2) - Coronavírus 229E (CoV 229E)
- Parainfluenza vírus3 (PIV3) - Coronavírus NL63 (CoV NL63)
- Parainfluenza vírus4 (PIV4) - Coronavírus OC43 (CoV OC43)
- Rinovirus A/B/C (HRV) - Enterovírus (HEV)
Sem Vírus Detetado e com Controlo Amostra Negativa. Vírus Respiratórios Não
Interno Detetado Detetados.
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os intervalos de triagem no rastreio do Cancro do Colo do Útero. Os métodos mais
utilizados para análise molecular do HPV são: a Hibridação in situ (ISH), Reação em
Cadeia da Polimerase (PCR) que varia desde a PCR alelo específica, passando pelo tipo
Nested e a PCR Multiplex, e a mais nova técnica baseada na tecnologia de Microarray.
Amostra para a
Deteção do HPV
Preparação da Amostra
Extração do DNA
+ - Resultado
Genotipagem
Resultado por Microarrays Resultado
(Papillocheck®)
Figura 46 - Etapas do processamento das amostras recebidas no Laboratório de Virologia para deteção de HPV.
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RT-PCR SYBR Green na Deteção do HPV
Sendo que diferentes tipos de HPV podem causar diferentes tipos de lesão a
genotipagem é o objetivo fulcral, pois é o único método que pode informar se um
determinado genótipo cancerígeno de alto risco ao HPV está presente. A tipagem é
efetuada por tecnologia de Microarrays ou INNO-LiPA:
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Tecnologia Microarrays (PapilloCheck®)
Tabela 17 - Expressão dos resultados de deteção e genotipagem do HPV por tecnologia de Microarrays.
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Tecnologia INNO-LiPA
As tiras são lidas quando totalmente secas. Uma linha é considerada positiva
quando no final do teste se visualiza uma faixa de cor púrpura/ castanha nítida.
Figura 48 - Local das sondas específicas nas tiras INNO-LiPA® HPV Genotyping Extra. A linha de marcação inicial existente na
parte superior da tira serve para orientação.
Tabela 18 – Resultados possíveis e respetiva interpretação das bandas controlo presentes em cada tira.
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Análise das tiras das Amostras
- Todas as linhas visíveis são classificadas de acordo com o cartão de leitura do INNO-
LiPA® HPV Genotyping Extra. Este cartão é um diagrama de interpretação, constituído
por uma grelha, que em função das linhas que positivam, nos dá o genótipo (ou
genótipos) do HPV detetado. Exemplo: reativo nas linhas 12 e 25 – genótipo 68 Alto
Risco identificado; reativo linhas 1, 8, 13 e 18 – genótipo 6 Baixo Risco e genótipo 40
Baixo Risco identificados. Coinfeção. (ver fig.49)
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Método: Quimioluminescência.
NSE
TPS
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O SPC obteve a acreditação da totalidade dos seus ensaios, nas suas várias
valências, de acordo com a NP EN ISO 15189:2007. Aplica ferramentas objetivas de
decisão da validade dos métodos, como meio de julgar a adequabilidade dos mesmos,
através do CQ (interno e externo), e de conceitos como erro total analítico, erro total
aceitável e incerteza de medição. O erro total está dependente do coeficiente de
variação, que reflete a imprecisão, e que se obtém do controlo de qualidade interno; e do
BIAS, que reflete a inexatidão, e que é fornecido pelo controlo de qualidade externo. A
rastreabilidade das suas medições é promovida através da implementação de planos de
calibração e ensaios de equipamento, calibração dos métodos com recurso a
calibradores rastreáveis a materiais de referencia certificados sempre que possível,
implementação de medidas de conservação dos materiais de referência/calibradores e
participação ativa em programas de avaliação externa da qualidade, nacionais e
internacionais.
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Figura 51 - Diferença entre precisão e exatidão.
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Proteinograma e Eletroforese de Hemoglobinas - A monitorização do CQI é
efetuada através do software MultiQC6 à semelhança da valência de Bioquímica.
Ensaios Quantitativos
Ensaios qualitativos
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Tipo de Avaliação do Controlo Negativo, Controlo Positivo, Branco e
Resultados – Critérios do fornecedor.
Tipo de Avaliação dos Resultados - Comparação de resultados entre
diferentes operadores.
Página | 145
8.2.1 CQE LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA
Página | 146
9. VALÊNCIA DE MICROBIOLOGIA
Página | 147
Estudo das Fezes – nomeadamente através da pesquisa de sangue oculto,
ovos quistos e parasitas, pesquisa direta de antigénios da Giardia intestinalis,
grau de digestão das fezes, pesquisa de leucócitos e pesquisa de substâncias
redutoras.
Amostras Amostras a
Estudo das Fezes.
Câmara de
Vitek
Colorações
Bancada
Bancada
Microscópio
Frigorífico
Comunicação com
a sala de lavagem
Entrada
Página | 148
processar e cada tipo de amostra é processada na bancada para a qual está
destinada. Deste modo evitam-se contaminações e erros de processamento.
Recepção de Produtos
- Tipo de amostra;
- Condições de colheita;
Emissão de Etiquetas
- Condições de transporte e conservação
(temperatura, meio de transporte utilizado para
conservação da amostra, tempo de chegada, ...)
Aliquotagem (se
aplicável)
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Obtenção De Amostras – Condições de Colheita
URINA
A. Urocultura
Colheita jato médio Homem – afastar o prepúcio e limpar a glande com compressas
embebidas em água ou soro fisiológico. Manter o prepúcio afastado durante toda a
colheita. Desperdiçar a primeira porção de urina, recolher o jato médio e rejeitar a
porção final da mesma.
Colheita jato médio Mulher – afastar os grandes lábios vaginais e limpar a zona
com compressas embebidas em água ou soro fisiológico da frente para trás. Manter
os lábios vaginais afastados durante toda a colheita. Desperdiçar a primeira porção
de urina, recolher o jato médio e rejeitar a porção final da mesma.
Saco coletor em crianças – Limpar toda a zona genital externa com compressas
embebidas em água ou soro fisiológico. Aplicar um saco autocolante estéril,
evitando tocar no bocal do mesmo, e aguardar que a criança urine. Se ao fim de 30
minutos não tiver urinado retirar o saco e repetir todo o procedimento anterior.
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EXPETORAÇÃO
FEZES
Para qualquer exame a realizar, das fezes emitidas retirar uma amostra do
tamanho de uma noz para o coletor estéril. Se houver porções purulentas ou
sanguinolentas escolher estas porções. O recipiente para onde se defeca deve ser
previamente lavado com detergente e nunca com álcool. A amostra não pode estar
contaminada com urina.
A. Coprocultura
Página | 151
D. Grau de Digestão das Fezes
Nos três dias que antecedem a colheita, efetuar uma alimentação variada e não
usar laxantes. As amostras podem ser refrigeradas e entregues posteriormente ao
laboratório, caso não seja possível faze-lo no próprio dia.
ESPERMA
A. Espermograma
B. Espermocultura
A amostra deve ser obtida após a higiene prévia dos genitais e ser entregue no
próprio dia no laboratório à temperatura ambiente.
Página | 152
- Efetuar uma segunda colheita com zaragatoa estéril e proceder à execução de dois
esfregaços em lâmina (para coloração Gram). Colocar a mesma zaragatoa num
pouco de soro fisiológico – zaragatoa a utilizar para o exame a fresco.
A obtenção de amostra para a pesquisa de Mycoplasma sp., por ser uma bactéria
intracelular, deve ser feita ao nível do endocolo, com zaragatoa apropriada e uso de
espéculo, procedendo à raspagem das células da parede do mesmo. Caso seja prescrito o
exame bacteriológico e micológico e a pesquisa de Mycoplasma sp., proceder primeiro à
obtenção da amostra para a primeira análise.
EXSUDADO URETRAL
Página | 153
B. Pesquisa de Mycoplasma sp.
A obtenção da amostra para a pesquisa de Mycoplasma sp., por ser uma bactéria
intracelular, deve ser feita com zaragatoa apropriada, procedendo à raspagem das
células da parede da uretra.
EXSUDADO NASO-FARÍNGEO
I. Exsudado Nasal
Pressionar a língua para baixo com auxilio de uma espátula de madeira. Passar
uma zaragatoa apropriada por toda a superfície de aspeto patológico (vermelha ou com
pús). O utente não deve comer nem efetuar higiene bucal nas duas horas que antecedem
a colheita.
EXSUDADOS PURULENTOS
Superficiais
- Proceder do mesmo modo com uma segunda zaragatoa e efetuar dois esfregaços
em lâmina: para coloração Gram.
A zona não deve ser limpa previamente e não devem ser utilizados cremes
antibióticos nos 2 a 3 dias que precedem a colheita.
Página | 154
Profundos
SANGUE
Desinfetar a pele local com álcool a 70º e solução iodada. Deixar secar e
proceder a colheita de sangue total por punção venosa (adultos: 10-20mL sangue;
crianças: 1-5mL sangue). A obtenção da amostra deve ser coincidente com o início da
subida da temperatura (pico de temperatura) ou segundo indicação médica. O local da
venopunção, após desinfeção, não pode voltar a ser tocado (caso seja proceder a nova
desinfeção). A amostra não pode ser obtida a partir de um cateter. Após inoculação dos
frascos (Frasco tampa verde: adultos; Frasco tampa laranja: pesquisa de anaeróbios;
Frasco de tampa amarela: pediátricos), estes devem ser mantidos à temperatura
ambiente e enviados ao LAC com a maior brevidade possível.
Página | 155
Meios de Transporte e Condições de Conservação de Amostras
Página | 156
MEIOS DE CULTURA UTILIZADOS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA
1. MEIOS LÍQUIDOS
Caldo Selenito F
Caldo Todd-Hewitt
2. MEIOS SÓLIDOS
Página | 157
- Bactérias Lactose (+) – fermentadoras. Originam colónias
amarelas-pálidas e amarelas por acidificação do meio.
A gelose de sangue CNA possui uma fórmula base idêntica ao meio COS à qual
é adicionada uma mistura de antibióticos (ácido nalidíxico e colimicina) que permitem
inibir a maioria das bactérias Gram (-), bem como, as Gram (+) do género Bacillus sp..
Página | 159
Assim, é um meio de isolamento seletivo e diferencial para o desenvolvimento das
bactérias Gram (+) frequentemente detetadas nas amostras clínicas: géneros
Streptococcus spp. e Staphylococcus spp. na sua maioria.
Figura 60 - Meio CNA: à esquerda e ao centro inoculado, com Streptococcus grupo A isolado no Laboratório de Microbiologia; à
direita meio estéril não inoculado.
Página | 160
na sua fórmula antibióticos (vancomicina, colistina e
anfotericina) que inibem o crescimento de Neisserias saprófitas,
fungos e outras bactérias (Enterobactérias e bactérias Gram (+)),
promovendo e potenciando o crescimento das espécies de
interesse, quando incubadas sobre atmosfera controlada de CO2.
Figura 62 - Meio VCA3 inoculado. Colónias suspeitas de
Neisseria gonorrhoeae.
A gelose SGC2 é
um meio que contém na
sua fórmula peptonas,
glucose e uma mistura de
antibióticos (gentamicina e
cloranfenicol) que o torna Figura 64 - Meio SG2: à esquerda não inoculado, estéril; ao centro com crescimento
seletivo para o isolamento leveduriforme; à direita com fungo filamentoso.
das leveduras e fungos filamentosos a partir de amostras polimicrobianas. Os
antibióticos presentes inibem a maioria das bactérias Gram (-) e Gram (+) e um pH da
gelose, ligeiramente ácido, favorece ainda o crescimento dos fungos face ao
desenvolvimento bacteriano.
Página | 161
Gelose Dermatófitos - Cultura Seletiva de Dermatófitos
Página | 162
Escherichia coli – a sua identificação
baseia-se no principio da coloração
espontânea (rosa a vermelho escuro)
das estirpes produtoras de ß-
glucuronidase e/ou ß-galactosidase. A
identificação direta desta bactéria é a
principal utilização deste meio no Figura 67 – Urocultura (+) meio CPS para E.coli obtida no
Laboratório de Microbiologia. Laboratório de Microbiologia; colónias vermelho escuro.
Página | 163
Gelose ChromID™ Candida (CAN2)
Página | 164
9.4 PERIODO DE INCUBAÇÃO / CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO
Atmosfera
Temperatura
Página | 165
Deste modo, no Laboratório de Microbiologia, de acordo com os
microorganismos em pesquisa, os meios semeados são incubados nas seguintes
condições de temperatura:
Humidade
Tempo de Incubação
9.5 COLORAÇÕES
Página | 166
COLORAÇÃO DE GRAM
- Bactérias Gram (-) – coram de vermelho. Figura 72 - Bactérias Gram (-) e Gram (+):
características estruturais da parede celular e
- Bactérias Gram (+) – coram de roxo escuro. imagem ao microscópio ótico.
Esfregaços
efetuados durante
a colheita
Passar a
lâmina 4 -5x
sob a chama.
Ou
Página | 167
COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN
Colónias suspeitas
de Mycobacterium
sp.
Passar a
lâmina 4 -5x
Usar material de sob a chama.
proteção: bata, óculos,
máscara e luvas
Ou
.
Amostra biológica:
1. Cobrir esfregaço com fucsina
expectoração ou
urina Ziehl-Neelsen.
2. Passar à chama até à emissão de
vapores.
3. Deixar atuar durante 10min.
4. Lavar com água.
5. Cobrir esfregaço com solução
álccol-ácido durante 1min.
6. Lavar com água
Proceder à coloração 7. Cobrir esfregaço com azul de
de Ziehl-Neelsen metileno durante 15- 20s.
8. Lavar e deixar secar
Resultados
Expressão de resultados
Número de BAAR observados
-
0/100 campos
1-9/100 campos
1-9/100 campos
1+
10-99/100 campos
2+
1-10/campo
Página | 168
9.6 IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS – MORFOLOGIA DE COLÓNIAS E
CARACTERÍSTICAS METABÓLICAS
MORFOLOGIA DE COLÓNIAS
Teste da Catalase
Página | 169
PastorexTM Staph-Plus
Slidex® Pneumo-Kit
1gota do extrato +
Preparação do Extrato:
1gota do reagente
200μL de reagente de extração 10min. estufa do serogrupo em
em tubo de hemólise + 1-2 estudo
colónias suspeitas
Figura 75 - Procedimento para a grupagem de estreptococos utilizando o Slidex® Strepto Plus da BioMérieux. Exemplo de
resultado positivo para estreptococos do grupo A de Lancefield.
Página | 170
testados deve ser uma decisão de cada laboratório clínico em conformidade com a
Comissão de Farmácia e Terapêutica e a Comissão de Controle de Infecção, que geram
diretrizes e uniformizam esta seleção. O LAC Cintramédica II segue as recomendações
EUCAST (European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing) de acordo com
a norma da direção geral de saúde.
METODOLOGIA VITEK
Página | 171
a) Cartas de Identificação (baseadas em testes bioquímicos identificativos)
AST-N244 – antibiograma para bacilos Gram (-) aeróbios com significado clínico
(maioria das bactérias isoladas em urinas);
AST-N222 – antibiograma para bacilos Gram (-) aeróbios com significado clínico
não fermentadores, principalmente Pseudomonas sp.;
AST-P619 – antibiograma para Gram (+) com significado clínico, principalmente
Staphylococcus sp.;
AST-P586 – antibiograma para Gram (+) com significado clínico, principalmente
Streptococcus agalactiae e outros Streptococcus sp., Enterococcus sp.;
AST-STO1 – antibiograma principalmente direcionado para Streptococcus
pneumoniae, Streptococcus β-hemolíticos nomeadamente S.pyogenes,
Acinetobacter sp.
Página | 172
9.8.1 – URINA
Análises laboratoriais
A. Urocultura
Página | 173
Técnica Automatizada – no LAC Cintramédica II é efetuada no aparelho
sediMAX® da Menarini Diagnósticos. Este capta imagens de microscopia de alta
definição a partir das quais efetua a análise morfológica e a contagem de elementos.
1 5
Legenda do sedimento:
4
3
1-Célula epitelial, 2-Leucócitos, 3 – Eritrócito,
4-muco, 5-Bactérias.
Valorização de Colónias
Página | 174
Contagem de Colónias
Identificação de Colónias
Sim Não
Sim
Colónias suspeitas de E.coli Repicagem
Não
Coloração de Gram
Preparação da suspensão
para identificação e/ou
®
TSA no aparelho VITEK 2
Compact
Página | 175
Para a interpretação do fluxograma (fig.78) é necessário ter presente os seguintes
conhecimentos:
• As colónias originadas por bactérias Gram (-) causadoras de infeções urinárias têm
um aspeto cremoso ou mucoso que contrasta com as Gram (+) que são de aspeto
mais seco;
A B C
Figura 79 - Uroculturas positivas em meio CLED obtidas no LAC Cintramédica II. A - Gram (+) Staphylococcus saprophyticus; B -
Gram (-) klebsiella pneumoniae; C - Gram (-) E.coli
A B C D
Figura 80 - Uroculturas em meio CLED positivas para E.coli obtidas no LAC Cintrmédica II. A, B e C estirpe Lactose (+); D estirpe
Lac (-).
Figura 81 - Urocultura em meio CLED positiva para Pseudomonas aeruginosa obtida no LAC Cintramédica II.
Página | 176
• Colónias sugestivas de Proteus sp. são transparentes, brilhantes, com elevação e de
aspeto mucoso. O meio permanece azul (bactérias Lactose (-)) e emana um odor
característico a flores.
Figura 82 - Urocultura em meio CLED positiva para Proteus mirabilis obtida no LAC Cintramédica II.
Este tema será abordado mais extensivamente no capítulo seguinte (9.8.2), pois é
na expetoração que esta pesquisa é mais solicitada. O exame cultural é composto pela
pesquisa direta e pela sementeira em meio Löwenstein-Jesen.
C. Pesquisa de Micoplasmas
Este tema será abordado mais extensivamente no capítulo (9.9.5), pois é nos
exsudados vaginal e uretral que esta pesquisa é mais solicitada. A Pesquisa de
Micoplasmas é efetuada no dispositivo MYCOPLASMA IST2® da BioMérieux.
Página | 177
9.8.2 – EXPETORAÇÃO
Análises laboratoriais
EXAME DIRETO
Figura 83 - técnica de estiramento – colocar uma porção de produto numa lâmina e pressionando
com outra lâmina, fazer deslizar as duas lâminas ao longo uma da outra, várias vezes.
Página | 178
EXAME CULTURAL
Página | 179
Tabela 19 - Quantificação de BAAR e expressão dos seus resultados.
0/100 campos -
10-99/100 campos 1+
1-10/campo 2+
>10/campo 3+
Página | 180
9.8.3 – FEZES
Análises laboratoriais
A. Coprocultura
Procedimento:
Suspensão de Fezes
Incubar
atmosfera Repicar para Meio SS
adequada
Repicagens se necessário
24h
(culturas não puras ou colónias Incubar
insuficientes p/ ID e TSA) atmosfera
adequada
Incubar 24h
atmosfera
adequada
24h
Resultado
ID e TSA
Figura 84 - Protocolo de processamento de amostras de fezes para coprocultura no LAC Cintramédica II.
B. Pesquisa de Leucócitos
Página | 181
intestinais são afetadas, normalmente por bactérias, são observados nas fezes. A
presença de leucócitos nas fezes, bem como o seu número podem ser presuntivos de um
determinado tipo de infecção ou doença intestinal.
Procedimento:
Página | 182
Procedimento Pesquisa de Ovos, Quistos e Parasitas LAC Cintramédica II
Resultados:
C
- Inválido (C e D) – o resultado é inválido sempre que a linha
controlo verde não apareça. O teste não pode ser lido e nenhuma
conclusão pode ser retirada. Estes resultados podem ter diferentes
D
origens: procedimento incorreto, detioração dos reagentes, volume
insuficiente de amostra, etc... Repetir o ensaio com um novo teste.
Figura 87 - Resultados possíveis no CerTest® Giardia.
Página | 183
E. Pesquisa de Sangue Oculto
É efetuada com o teste cassete NADAL® FOB da nal von minden. É um teste
rápido de visualização imunocromatográfica, para a deteção qualitativa de hemoglobina
humana em amostras de fezes. As fezes contendo hemoglobina reagem com anticorpos
monoclonais específicos vinculados a partículas de ouro, formando um complexo que
migra pela membrana do dispositivo, alcançando os anticorpos anti-hemoglobina que
revestem a linha de teste (FOB), adquirindo uma coloração rosa.
Procedimento:
- Identificar todos os tubos. Retirar a
tampa azul do tubo coletor de fezes
com diluente e com a sua haste
recolher uma porção de amostra,
picando-a em várias partes diferentes.
Homogeneizar e inverter o tubo na
bancada.
Figura 88 - Procedimento para a pesquisa de Sangue oculto com o teste cassete NADAL® FOB da nal von minden.
Resultados:
• Negativo – a linha
de controlo (C) é a
única presente.
• Positivo – estão
presentes a linha
de controlo (C) e a
+ linha de teste
(FOB).
• Inválido – sempre
que a linha de
- controlo (C) esteja
ausente.
Análises laboratoriais
A. Espermocultura
EXAME DIRETO
Página | 185
EXAME CULTURAL
Amostra de Esperma
Meio Can2 Meio McK Meio CNA Meio PVX Meio VCAT3
Resultado ID Colónias
Se necessário: Repicagem (culturas
suspeitas de
Se necessário não puras ou colónias insuficientes p/ Neisseria sp.
Incubar atmosfera ID e TSA); Testes ID confirmatórios
adequada 24h
Sim
Esfregaço para
Resultado Não
Coloração de Gram
ID e TSA
Resultado ID
TSA no exterior
Figura 90 - Protocolo de processamento de amostras de esperma para espermocultura no LAC Cintramédica II.
B. Espermograma
Página | 186
Procedimento:
d) Viscosidade – encher uma pipeta com uma alíquota de esperma e deixar cair
espontaneamente. Se:
Página | 187
4) Morfologia – é efetuado um esfregaço estendido que
posteriormente é corado pela técnica de May-
Grünwald Giemsa. É observada ao microscópio
ótico, com objetiva 100x, a morfologia dos
espermatozóides no que diz respeito a cabeça, peça
intermédia e cauda. Todas as formas boderline
devem ser consideradas anormais. É anotada a
percentagem de formas normais e a percentagem
descriminada das formas anormais.
Análise Macroscópica
Volume – 2,3mL
pH – 9,0
Aspeto – cor amarelo opalescente; com aglomerados em suspensão;
Viscosidade – Normal
Tempo de liquefacção < 30min
Página | 188
Análise Microscópica
Observação B
Microscópio
ótico
4
Figura 92 - Amostra esperma processada - observação a fresco. Imagens obtidas por fotografia ao microscópio ótico.
Fig.A: 1 - Ovo de S.haematobium, 2 – célula epitelial, 3 - aglomerado de leucócitos; Fig.B: 4- larva ciliada isolada de
S.haematobium, 5 – aglomerado de cristais de oxalato de cálcio.
- Raras células
- Muitos leucócitos
- Alguns eritrócitos
- Cristais de oxalato de cálcio – componente urinário
- Parasitas – Schistosoma haematobium; muitos ovos, alguns com larva
ativa no seu interior; algumas larvas isoladas;
- Morfologia;
- Habitat do parasita versus produto biológico em estudo - o esperma passa
na uretra e pode arrastar componentes urinários. O S.haematobium
coloniza habitualmente o plexo venoso da bexiga;
- Incidência geográfica do parasita – África.
80% progressiva
Motilidade – 90% 10% de espermatozóides
10% não progressiva imóveis
Página | 189
Vitalidade – em 100 espermatozóides imóveis contaram-se 50 vivos, logo
dos 10% de espermatozóides imóveis, 5% são formas vivas
Contagem celular
- Leucócitos – 10x106/mL
- Espermatozóides – 27x106/mL
Página | 190
Principais Tipos de Infeção Vaginal - Microorganismos Envolvidos
Análises laboratoriais
É composto pelo exame direto (observação de esfregaço vaginal corado por técnica
de Gram e exame a fresco) e pelo exame cultural.
EXAME DIRETO
1) Exame a Fresco
Página | 191
A B
C D
Figura 93 - Exsudado Vaginal - exames a fresco. Fig. A – exsudado vaginal normal observando-se células epiteliais e bacilos de
Döderlein. Fig. B – exsudado vaginal parasitado (Trichomonas vaginalis – setas a negro) com aglomerados característicos de
leucócitos (seta azul). Fig. C – exsudado vaginal sugestivo de clue cells (aglomerados de bactérias que se dispõem ao redor das
células por adesão às suas paredes celulares). Fig. D – exsudado vaginal com elementos leveduriformes.
2) Observação do Gram
A B C
Figura 94 - Exsudado Vaginal - esfregaços corados pela técnica de Gram. Fig. A - exsudado vaginal normal. Fig. B
– Exsudado vaginal com clue cells. Fig. C – exsudado vaginal com estreptococos do grupo B (pequenos cocos
corados de roxo).
Página | 192
EXAME CULTURAL
Exsudado Vaginal
Semear Executar
Incubar +
atmosfera Informação
adequada Clínica
48h Meio Gar – se presença de clue
Semear cells;
Resultado ID Meio COS + Meio VCAT3 – se
presença de elevado número
de leucócitos e/ou queixas
clínicas;
Incubar atmosfera adequada 24h – 48h Se Meio CNA + Caldo Todd-
necessário repicagens (culturas não puras) e Hewwit – Se gestante com
Resultado Testes ID confirmatórios 30semanas ou mais de gravidez
ID e TSA para despiste de Streptococcus
Repicagem obrigatória do Caldo Todd-Hewwit
agalactiae.
às 24h para Meio STRB. Incubar 24h em
atmosfera adequada
Figura 95 - Protocolo de processamento de amostra vaginal ou vulvar (exsudado) para o exame cultural no LAC
Cintramédica II.
Página | 193
Figura 96 - Exemplo de uma amostra processada no LAC
Cintramédica II negativa para Micoplasmas.
21 anos
Amostra CM21547 - Informação relevante Sem informação clínica, mas análises
prescritas todas do forro microbiológico
para o despiste de infecções vaginais.
Exame Citológico:
Células – muitas;
Leucócitos – alguns;
Exame Bacteriológico
Direto – Gram:
Alguns bacilos de Döderlein;
Alguns elementos leveduriformes;
Cultural
Não se isolaram microorganismos considerados patogénicos;
Página | 194
Exame Parasitológico – Negativo;
Exame Micológico – Positivo para Candida albicans;
+ + - + - - - - - + - - - - - + + - - - - -
+ + - - - - - - + - + + - - + + - - + + -
Página | 195
Antibiograma – Galeria MYCOPLASMA IST2® da BioMérieux
Esta pesquisa pode ser efetuada apenas a nível vaginal ou pode ser prescrita pelo
clínico, também a pesquisa a nível retal, como complemento. O procedimento é igual e
rege-se pelo seguinte fluxograma:
Semear
Incubar Incubar
atmosfera atmosfera
adequada 24h adequada 24h
Repicagem p/
Meio STRB
Se necessário: Repicagem (culturas
não puras ou colónias insuficientes p/ Incubar atmosfera
ID e TSA); Testes ID confirmatórios adequada 24h
Se necessário incubar
atmosfera adequada 24h
Resultado ID e TSA
Página | 196
9.8.6 - EXSUDADO URETRAL
Análises laboratoriais
EXAME DIRETO
1) Exame a Fresco
2) Observação do Gram
Página | 197
EXAME CULTURAL
Exsudado Uretral
Meio Can2 Meio McK Meio CNA Meio PVX Meio VCAT3
Resultado ID Colónias
Se necessário: Repicagem (culturas
suspeitas de
não puras ou colónias insuficientes p/ Neisseria sp.
ID e TSA); Testes ID confirmatórios
Sim
Esfregaço para
Coloração de Não
Resultado Gram
ID e TSA
Resultado ID
TSA no exterior
Figura 99 - Protocolo de processamento de amostras da uretra (exsudados) para exame cultural no LAC Cintramédica II.
Página | 198
9.8.7 – EXSUDADO NASAL
Análises laboratoriais
Exsudado Nasal
Semear
Incubar Incubar
atmosfera atmosfera
adequada 24h adequada 24h
Colónias suspeitas de
Neisseria meningitidis
Se necessário: Repicagem (culturas
não puras ou colónias insuficientes p/
ID e TSA); Testes ID confirmatórios Esfregaço para Sim
Coloração de
Gram
Não
Se necessário incubar
atmosfera adequada 24h
Resultado ID
TSA no exterior
Resultado
ID e TSA
Figura 100 - Protocolo de processamento de amostras nasais (exsudados) para exame cultural no LAC Cintramédica II.
Página | 199
9.8.8 – EXSUDADO FARÍNGEO
A orofaringe é colonizada por uma flora residente da qual podem fazer parte,
transitoriamente e em pequena quantidade, alguns microorganismos patogénicos:
• Streptococcus pneumoniae;
• Streptococcus pyogenes – é um estreptococo β-hemolítico do grupo A segundo
Lancefield e é o principal agente etiológico da faringite bacteriana. O seu
diagnóstico é importante, pois quando não devidamente tratado pode estar na
origem da febre reumática, glomerulonefrites e endocardite reumática.
• Haemophylus influenzae;
• Neisseria meningitidis e, por vezes, Neisseria gonorrhoeae;
• Klebsiella sp. e outras Enterobacteriaceae;
• Candida sp. – as infecções por fungos (candidíases orofaríngeas) ocorrem
sobretudo em indivíduos imunocomprometidos, HIV/SIDA, doentes oncológicos,
portadores de próteses dentárias e diabéticos.
Análises laboratoriais
Figura 102 – Procedimento teste Strep A Dipstick bioNexiaTM da BioMérieux (Fig.1a – Fig.6). Interpretação dos resultados (Fig.7)
Exsudado Faríngeo
Semear
Incubar
Incubar
atmosfera
atmosfera
adequada 24h Colónias suspeitas de
adequada 24h
Neisseria sp.
Repicagem p/
Meio CNA
Esfregaço para Sim
Coloração de
Incubar
atmosfera Gram
Não
adequada 24h
Se necessário incubar
atmosfera adequada 24h
Figura 103 - Protocolo de processamento de amostras
da orofaringe (exsudados) para exame cultural no LAC
Resultado Cintramédica II.
ID e TSA
Página | 201
9.8.9 – EXSUDADOS PURULENTOS
Feridas
Página | 202
Exsudado Ocular – Infeções palpebrais
Nestas infeções podem estar implicados alguns fungos dos géneros Aspergillus sp e
Candida sp.
A. EXSUDADOS SUPERFICIAIS
Página | 203
Exame Cultural
Exsudado Purulento
Meio SGC2 Meio McK Meio CNA Caldo BHI Meio PVX
Sim
Esfregaço para
Não
Coloração de Gram
Resultado
ID e TSA Resultado ID
TSA no exterior
Figura 104 - Protocolo de processamento de amostras de exsudados purulentos para exame cultural no LAC Cintramédica II.
49 anos
Amostra DCM 908 - Informação relevante Tractomia
Ferida na traqueia
Página | 204
Observação do Gram:
Flora mista: Cocos Gram (+) e Bacilos Gram (-), com
predomínio dos Gram (-).
Página | 205
3º Dia de observação das placas
Figura 105 - Exsudado Purulento Superficial processado no LAC Cintramédica II. Aspeto das
colónias isoladas em meio McK. À esquerda col.2 rosa e à direita col.1 beje.
Identificação e TSA no Vitek® 2 Compact das colónias isoladas de bactérias Gram (-).
Cartas de ID usadas: col.1 e col.2 – GN; Cartas de TSA usadas (col.1 – N222, col.2 –
N244).
Resultados
• ID
McK col.1 – Pseudomonas aeruginosa
Mck col.2 – Escherichia coli
• TSA
Col.2
Col.1 Col.2 Col.1
Amoxicilina Cefixima S
R S
Amoxicilina/Ácido Clavulânico Ciprofloxacina R
S R
Piperacilina/ Tazobactam Trimetoprim/Sulfametoxazol R
R R
Cefalosporinas 1ª geração Gentamicina S
I S
Cefuroxima Colistina
R S
Ceftazidima
S S
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Exame Micológico Cultural
9.8.10 – SANGUE
Efetuar subculturas dos frascos que não apresentem crescimento visível às 72h para
meio COS e PVX e incubar em atmosfera de 5% CO2, 48h a 35-37ºC ao fim de 7
dias, e antes de considerar o resultado como negativo, efetuar novamente
subculturas para meio COS e PVX.
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9.8.11 – PELE, UNHAS E CABELOS
Exame Direto
Exame Cultural
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10. CONTROLO DE QUALIDADE NO LABORATÓRIO MICROBIOLOGIA
– LAC CINTRAMÉDICA II
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11. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Página | 212