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HERMANN BLUMENAU COMPLEXO EDUCACIONAL

CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL

GABRIELA DÜSSMANN

SAÚDE BUCAL EM PACIENTES GESTANTES

BLUMENAU

2020
HERMANN BLUMENAU COMPLEXO EDUCACIONAL

CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL

GABRIELA DÜSSMANN

SAÚDE BUCAL EM PACIENTES GESTANTES

Trabalho de Conclusão
de Curso apresentado
ao Hermann Blumenau
Complexo
Educacional, como
exigência parcial para
obtenção do título de
Técnica em Saúde
Bucal.
Professores
Orientadores: Prof.
MSc Bruno Aleixo
Venturi e Prof. Drª
Patrícia Cé.

BLUMENAU
2020
GABRIELA DÜSSMANN
SAÚDE BUCAL EM PACIENTES GESTANTES

TERMO DE APROVAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


considerado suficiente como requisito parcial para
obtenção do Certificado de Conclusão. O exame
foi aprovado com nota .

BLUMENAU
2020
TERMO DE RESPONSABILIDADE
Por meio deste instrumento, isento meu orientador e a banca examinadora de qualquer responsabilidade sobre o
aporte ideológico conferido ao presente trabalho.

GABRIELA DÜSSMANN

BLUMENAU
2020
AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a minha mãe por me conduzir e me apoiar em todos os meus objetivos, me
dando força para continuar e não desistir.
Não posso deixar de agradecer ao meu marido, Elvis que também me manteve calma nos meus momentos de
desespero. As minhas colegas de turma que durante todo o curso me auxiliaram de alguma forma para o caminho
do sucesso junto com elas. Quero agradecer principalmente aos colegas que fizeram uma grande surpresa para
mim e minha filha que irá nascer em Fevereiro.
E claro, aos doutores que trabalham comigo ou já trabalharam e me ajudaram com o meu Trabalho de
Conclusão de Curso, pois se não fosse por eles talvez não conseguiria finalizar este Trabalho.
Meus agradecimentos a todos que participaram desse processo comigo.
RESUMO

Muitas gestantes não fazem procedimentos odontológicos durante sua gestação por acreditar em mitos antigos e
pela falta de conhecimento adequado de que sua saúde bucal não interfere na saúde de seu feto. É necessário que
sejam repassados todas as informações acerca de uma saúde bucal deficiente para que assim, a mãe mantenha
uma boa higiene e cuidados durante esse período.
Este trabalho tem como objetivo avaliar através de revisão literária e informar sobre a saúde bucal de pacientes
gestantes. Tendo em consideração que este tema seja repassado para nós Técnicas em Saúde Bucal de forma
prévia. Os assuntos abordados serão com relação aos atendimentos e procedimentos realizados e consequências
da má higienização bucal, possíveis razões que levam ou levaram a uma busca tardia e esse atendimento e quais
informações são passadas para a mãe desde o início do pré-natal.

Palavras-chave: gravidez, saúde bucal, assistência odontológica, conhecimento.


ABSTRACT

Many pregnant women do not undergo dental procedures during their pregnancy because they believe in ancient
myths and the lack of adequate knowledge that their oral health doesn't interfere with the health of their fetus. It
is necessary that all information about poor oral health be passed on so that the mother can maintain good
hygiene and care during this period.
This work aims to evaluate through literary review and inform about the oral health of pregnant patients.
Considering that this topic is passed on to us Oral Health Technicians in advance. The subjects covered will be
related to the care and procedures performed and the consequences of poor oral hygiene, possible reasons that
led to a late search and this care and what information is passed to the mother since the beginning of prenatal
care.

Keywords: pregnancy, oral health, dental care, knowledge.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................9
2. ALTERAÇÕES BUCAIS E GESTAÇÃO…..................................................................................................10
3. TRATAMENTO ODONTOLÓGICOS EM GESTANTES............................................................................11
4. CONCLUSÃO….............................................................................................................................................13
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................14
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1. INTRODUÇÃO

O atendimento odontológico em pacientes gestantes não deveria ser evitado pois é o momento que as
futuras mães estão mais cuidadosas com a chegada do novo membro na família. Sabemos a importância dos
cuidados com a saúde e alimentação, entretanto, a saúde bucal também é prioridade para uma gestação saudável.
Grande parte da população não tem o conhecimento básico sobre as alterações bucais e as consequências que a
higiene bucal deficiente podem trazer para a mãe e seu bebê. A gravidez é uma época oportuna em que os
parentes usam para expor mitos e inverdades.
O objetivo deste trabalho é descrever cuidados exclusivos e indispensáveis que uma mãe precisa possuir e quais
procedimentos que podem ser efetuados para garantir a saúde de ambos.
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2. ALTERAÇÕES BUCAIS E GESTAÇÃO

As alterações bucais manifestam-se com a combinação de níveis hormonais. A incidência de cárie dentária não
está ligada ao período gestacional, mas, sim a fatores como menor capacidade estomacal, que faz com que a
gestante diminua a quantidade de ingestão de alimentos durante as refeições e aumente sua frequência. Esta
atitude resulta em um incremento de carboidratos na dieta que, associado ao descuido com a higiene bucal,
aumenta o risco de cárie. (Montandon et al. 2001, p.24).
Muitas gestantes acreditam na hipótese de que seus dentes ficam mais fracos e propensos à cárie dentária por
perderem minerais, como o cálcio, para os ossos e dentes do bebê em desenvolvimento (Montandon et al. 2001).
Compreendemos que não existe uma perda de nutrientes e minerais da mãe para o bebê e, sim um
compartilhamento para ambos devido a alimentação. Os mitos relacionados à perda destes nutrientes e minerais
implementam receio na busca de tratamento odontológico.
Este conceito deve ser continuamente esclarecido, já que o cálcio dos dentes está em forma de cristais, não
estando disponível à circulação sistêmica. (Montandon et al. 2001, p.36). O cálcio necessário para o
desenvolvimento do feto é o que a mãe ingere em sua dieta, sendo essencial a ingestão de uma dieta rica em
vitaminas A, C e D, proteínas, cálcio e fósforo, durante o primeiro e segundo trimestre de gestação, período em
que os dentes decíduos do bebê estão em formação e calcificação. ( Montandon et al. 2001, p. 40).
Os hormônios sexuais femininos têm um importante papel na progressão das alterações periodontais. Os tecidos
periodontais tornam-se susceptíveis a mudanças inflamatórias induzidas por placa dentária diante de alterações
hormonais, como o aumento do nível de estrógeno e progesterona durante a gestação (Montandon et al. 2001,
p.7). A gengivite gravídica é caracterizada por uma resposta exacerbada à presença de placa dentária e sua
prevalência varia entre 35% e 100% das gestantes (Montandon et al. 2001, p.12). Esta condição periodontal é
clinicamente semelhante a uma gengivite induzida por placa, com gengiva de coloração avermelhada,
edemaciada, com sangramento ao simples toque ou durante a escovação. Pode ser prevenida e desaparecer
alguns meses após o parto desde que os irritantes locais sejam eliminados mediante a remoção do biofilme
bacteriano por meio de uma boa higiene bucal e profilaxia profissional (Montandon et al. 2001, p.38).
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3. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM GESTANTES

Qualquer pessoa praticando da área da saúde entende que necessitamos de uma higiene bucal adequada
e completa. Mas entretanto, mulheres grávidas optam por não realizar tratamentos odontológicos por diversos
motivos ou por falta de referência.
A gravidez é um processo compreendido por mudanças físicas e psicológicas complexas que afetam
profundamente mulheres saudáveis. No passado, gravidez era considerada um impedimento para tratamento
dentário devido às mudanças fisiológicas que alteram a condição médica da paciente (TARSITANO;
ROLLINGS, 1993).
As mudanças fisiológicas que ocorrem durante a gravidez incluem ganho de peso, hipotensão quando
posicionada numa posição supina, frequência para urinar, restrição da função respiratória, potencial de
hipoglicemia e diminuição dos batimentos cardíacos. Síncopes e enjoos também são comuns durante a gravidez
(MOORE, 1998; SILVA et al. 2000).
O cirurgião-dentista pode e deve questionar durante a anamnese todas as pacientes de qualquer idade sobre a
possibilidade de gravidez, pois muitas vezes esta só é perceptível fisicamente após os primeiros dois meses,
correndo-se o risco de administrar procedimentos e medicamentos contra-indicados no início deste período
(TARSITANO; ROLLINGS, 1993).
O período ideal e mais seguro para o tratamento odontológico é durante o segundo trimestre da
gestação. No entanto, os casos que necessitam tratamento de urgência devem ser solucionados sempre,
independentemente do período gestacional (KONISHI; ABREU E LIMA, 2002).
A maioria dos procedimentos odontológicos pode ser realizada durante a gravidez, observando-se alguns
cuidados: planejar sessões curtas, adequar a posição da cadeira e evitar consultas matinais, já que neste período
as gestantes têm mais ânsia de vômito e risco de hipoglicemia (ROTHWELL; GREGORY; SHELLER, 1987).
Exodontias não complicadas, tratamentos periodontais e endodônticos, restaurações dentárias, instalação de
próteses e outros tipos de procedimentos devem ser realizados com segurança, de preferência no segundo
trimestre. Tratamentos seletivos como as reabilitações bucais extensas e as cirurgias mais invasivas podem ser
programadas para o período de pós-parto (POZO, 2001).
O exame radiográfico deve ser realizado, quando realmente necessário, em qualquer trimestre da
gestação (SIGLE, 1997); pois, desde que medidas protetoras sejam tomadas (uso de filmes ultra rápido e avental
de chumbo) uma exposição radiográfica não afeta o desenvolvimento fetal (POZO, 2001). É necessário uma
exposição de 5 rads para existir a possibilidade de má-formação ou aborto espontâneo, sendo que uma tomada
radiográfica intrabucal equivale a 0,01 milirads de radiação, menos que a radiação cósmica adquirida
diariamente (Wasylko et al. 1998). Ainda prevalece a crença de que gestantes não podem submeter-se à anestesia
local, principalmente se os agentes anestésicos apresentarem vasoconstritor. No entanto, este tipo de anestesia é
considerado seguro, desde que o profissional tenha conhecimento de quais substâncias medicamentosas utilizar
(Wasylko et al. 1998). A solução anestésica local que apresenta maior segurança em gestantes é a lidocaína 2%
com adrenalina 1:100.000, respeitando-se o limite máximo de dois tubetes anestésicos (3,6 ml) por sessão,
procedendo sempre à injeção lenta da solução (ANDRADE, 1999). Outro ponto bastante questionado na
12
Odontologia é sobre a prescrição de fluoretos em gestantes. O conhecimento atual sobre o mecanismo de ação do
fluoreto indica que seu efeito é predominantemente tópico, ocorrendo principalmente na interface placa/esmalte,
através da remineralização de lesões de cárie iniciais e da redução da solubilidade do esmalte dentário
(FEATHERSTONE, 1999; RAMIRES, 2008). Portanto, a prescrição de medicamentos fluoretados no período
pré- natal não traz nenhum benefício que justifique sua indicação (CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO
DE DOENÇAS DOS ESTADOS UNIDOS, 2001).
13
4. CONCLUSÃO

Acredita-se que pela desinformação, pacientes grávidas se privam de atendimentos odontológicos. É de


responsabilidade do ginecologista obstetra orientar a genitora para usufruir de bem-estar no decorrer da gestação.
Sendo guiada para prevenção bucal e restabelecer saúde.
Há certa diferença em acompanhamentos pré-natais em serviços públicos e privados, mas instruções
como estas não teriam de ser esquecidas pelos médicos ou enfermeiras.
Doenças como ansiedade, diabetes, HPV, doenças cardiovasculares, entre outras podem ter relação diretamente
com a saúde bucal, sendo porta de entrada principal para inúmeros organismos e bactérias, podendo acarretar
outras doenças e agredir outros órgãos se a higiene oral não estiver em ordem. Por isso, a todo momento
especialistas devem orientar gestantes e qualquer outro paciente para cuidados bucais.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ANDRADE, E.D. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas; 1999. Disponível

em: <http://www.fo.usp.br/wp-content/uploads/gestantes.pdf>

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and control dental caries in the United States. MMWR Recomm Rep, 2001; 50(RR14):1-42.

FEATHERSTONE, J. D. B. Prevention and reversal of dental caries: role of low level fluoride. Community

Dent Oral Epidemiol, 1999; 27:31-40.

KONISHI, F.; ABREU E LIMA, F. Odontologia intrauterina: a construção da saúde antes do nascimento.

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MOORE, P. A. Selecting Drugs for the Pregnant Dental Patient. J Am Dent Assoc, v.129,

p.1281-6, 1998. Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/850/85012264009.pdf>

MONTANDON, E. M.; DANTAS, P. M.; MORAES, R. M.; DUARTE, R. C. Hábitos dietéticos e de higiene

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<http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-38882010000200013&script=sci_arttext>

POZO, M. A. P. Tratamiento dental de la paciente gestante. Mundo Odontológico, 2001; 8:54-59. Disponível

em: <http://www.fo.usp.br/wp-content/uploads/gestantes.pdf>

RAMIRES, I.; PESSAN, J. P.; BUZALAF, M. A. R. Métodos de uso sistêmico dos fluoretos no controle da

cárie dentária. In: Buzalaf, M.A.R. Fluoretos e saúde bucal. São Paulo: Editora Santos; 2008. p.163-194.

ROTHWELL, B. R.; GREGORY, C. E. B.; SHELLER, B. The pregnant patient: considerations in dental

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SIGLE, J. Managing the pregnant dental patient. Dent Assist, 1997; 66:7-9.

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dental treatments during pregnancy: implications for patients and dental personnel. J Can Dent Assoc,

1998; 64:434-439.

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