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Rodrigo Bordin
Doutorando em Desenvolvimento Regional
Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Endereço: Pato Branco – PR, Brasil
E-mail: bordinrod@hotmail.com
Guilherme Mocelin
Doutorando em Desenvolvimento Regional
Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Endereço: Pato Branco – PR, Brasil
E-mail: mocelinguilherme@gmail.com
RESUMO
O rápido envelhecimento populacional e o aumento significativo na urbanização estão causando
mudanças demográficas significativas, especialmente em países em desenvolvimento, o que faz
com que as cidades se adaptem e adotem estruturas e condições de vida. Nesta direção, a OMS
tem se dedicado a certificar cidades e comunidades que desejam melhorar sua infraestrutura e
serviços para atender melhor às necessidades da população idosa formando uma rede que
promove um envelhecimento saudável e ativo. O presente estudo tem como objetivo analisar os
Planos Municipais de Ação para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede
Global de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa. Por meio de uma pesquisa
descritiva e exploratória, foram utilizados procedimentos bibliográficos e documentais, o que
culminou na inferência de que as ações previstas nos planos fomentam a promoção do
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envelhecimento ativo e saudável refletindo em melhorias na qualidade de vida das pessoas idosas
e tendo reflexo no desenvolvimento local.
ABSTRACT
The rapid population aging and the significant increase in urbanization are causing significant
demographic changes, especially in developing countries, which makes cities adapt and adopt
structures and living conditions. In this direction, WHO has dedicated itself to certifying cities
and communities that wish to improve their infrastructure and services to better meet the needs
of the elderly population, forming a network that promotes healthy and active aging. This study
aims at analyzing the Municipal Action Plans for the Elderly Population of Brazilian towns that
are members of the Global Network of Friendly Cities and Communities for the Elderly. Through
a descriptive and exploratory research, bibliographic and documental procedures were used,
which culminated in the inference that the actions foreseen in the plans foment the promotion of
active and healthy aging, reflecting in improvements in the quality of life of the elderly and
having an impact on the local development.
Keywords: aging, decade of healthy aging, municipal plans, age-friendly city, quality of life.
1 INTRODUÇÃO
Hodiernamente, a população mundial está experimentando duas mudanças demográficas
de grande relevância histórica: um rápido envelhecimento populacional e um aumento
significativo na urbanização das cidades.
Esse fenômeno acontece no mundo todo, mas nos países em desenvolvimento é ainda
mais notório, com estimativas de que “em 2030, cerca de três em cada cinco pessoas viverão em
cidades e o número de habitantes das cidades nas regiões menos desenvolvidas será quatro vezes
superior ao das regiões mais desenvolvidas” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2008,
p. 3).
Este cenário tornou-se uma preocupação global, um dos grandes desafios às sociedades
na contemporaneidade e tem sido bastante discutido na última década. Neste sentido, as cidades
precisam adaptar suas estruturas, serviços e condições de vida, pois “as pessoas mais velhas, em
especial, têm necessidade de viver em meios envolventes que lhes proporcionem apoio e
capacitação, para compensar as mudanças físicas e sociais associadas ao envelhecimento” (OMS,
2008, p. 4).
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No ano de 2005, durante a realização do XVIII Congresso da Associação Internacional
de Geriatria e Gerontologia – AIGG, realizado na cidade do Rio de Janeiro, a OMS fez o
lançamento do Projeto Cidade Amiga do Idoso, o qual consiste no desenvolvimento de ações,
programas, estratégias e atividades que visem tornar os ambientes das cidades mais amigáveis
para com as pessoas idosas, fomentar os municípios a implementarem ações para melhorar as
condições de vida da sua população com 60 anos de idade ou mais, objetivando estimularem o
envelhecimento ativo, aumentar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (OMS,
2008).
Assim, desde 2008, a OMS tem incentivado cidades e comunidades a melhorar sua
infraestrutura e serviços para atender melhor às necessidades da população idosa, que cresce
exponencialmente em todo o mundo. Com o objetivo de estimular uma mudança inspiradora,
conectar cidades e comunidades em todo o mundo e apoiá-las para encontrar soluções inovadoras
e apropriadas para promover o envelhecimento ativo e saudável, no ano de 2010, a OMS criou a
Rede Global Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa (WHO, 2023).
As cidades e comunidades membros da Rede Global têm, em comum, o desejo e o
compromisso de criar ambientes físicos e sociais que promovam um envelhecimento saudável e
ativo e uma boa qualidade de vida para as pessoas idosas (WHO, 2023).
Para isso, as cidades e comunidades assumem o compromisso de investir tempo e recursos
no desenvolvimento de ambientes amigáveis às pessoas idosas, por meio do planejamento
estrategicamente, pelo qual, todas as partes interessadas desenvolvam uma visão compartilhada,
determinem as prioridades de ação e planejem como alcançarão os resultados que buscam (WHO,
2023).
Assim, por meio de uma pesquisa descritiva e exploratória, utilizando-se de
procedimentos bibliográficos e documentais, o presente estudo tem como objetivo analisar os
Planos Municipais de Ação para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede
Global de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa.
Dessa forma, além dessa seção introdutória, o estudo apresenta a metodologia; Planos
Municipais de Ação para a População Idosa de cidades brasileiras membros da Rede Global de
Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa; Análise dos resultados; e, as conclusões
finais.
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2 METODOLOGIA
A metodologia adotada neste artigo consistiu em uma pesquisa descritiva e exploratória,
que empregou procedimentos bibliográficos e documentais (YIN, 2016). O procedimento
bibliográfico abrange os textos e obras que forneceram a base teórica para o estudo. E, o
documental, a análise de 20 Planos Municipais de Ação para a População Idosa, além de
publicações oficiais da Organização Mundial de Saúde, Organização Pan Americana de Saúde e
Organização das Nações Unidas. Dentre essas publicações, destacam-se: "Decade of Healthy
Ageing 2020-2030" (2020), "The Global Network for Age-friendly Cities and Communities –
Looking back over the last and action plan on ageing and health" (2023), "World report on
ageing and health" (2015) e "Guia Global: Cidade Amiga do Idoso" (2008).
Para a análise dos Planos Municipais de Ação para a População Idosa, foram consultadas
no link da plataforma da Rede Global Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, todas
as cidades brasileiras membros da rede, pela qual constatou-se que os planos das cidades de Porto
Alegre/RS, Esteio/RS, Pelotas/RS, Itabirinha/MG, Cascavel/PR, Curitiba/PR e Planalto/PR, não
constam na plataforma. Por sua vez, os planos das cidades de Veranópolis/ RS, Irati/PR,
Prudentópolis/PR, Vitorino/PR e Jaguariúna/SP, não contemplam os eixos sugeridos pela OMS,
pressuposto necessário para a análise deste estudo, caracterizando-se como critério de exclusão
da análise.
Assim, os planos analisados foram os das cidades de Balneário Camboriú/SC,
Barracão/PR, Bom Sucesso do Sul/PR, Capanema/PR, Capitão Leônidas Marques/PR,
Chopinzinho/PR, Colombo/PR, Dois Vizinhos/PR, Enéas Marques/PR, Itapejara D’Oeste/PR,
Nova Esperança do Sudoeste/PR, Pato Branco/PR, Pérola do Oeste/PR, Realeza/PR,
Renascença/PR, Salgado Filho/PR, Santa Tereza do Oeste/PR, Santo Antônio do Sudoeste/PR,
Sulina/PR, São José do Rio Preto/SP.
Para auxiliar a análise e discussão dos resultados, bem como para melhor entendimento e
atingir o objetivo da pesquisa, realizou-se um detalhamento das ações propostas nos planos. Para
isso, objetivando promover a discussão dos elementos mais relevantes, as ações foram
classificadas e analisadas com base nos eixos temáticos, que são os oito aspectos da vida urbana
apresentados pela OMS e com base na natureza da ação, conforme será apresentado na seção
seguinte.
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3 PLANOS MUNICIPAIS DE AÇÃO PARA A POPULAÇÃO IDOSA DE CIDADES
BRASILEIRAS MEMBROS REDE GLOBAL DE CIDADES E COMUNIDADES
AMIGÁVEIS À PESSOA IDOSA
A Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa –OMS, criada em
2010, pela OMS e construída a partir de bases do Protocolo de Vancouver, Guia Global: Cidades
e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa e o Programa Cidades e Comunidades Amigáveis à
Pessoa Idosa.
Essa Rede proporciona a conexão de cidades, comunidades e organizações em todo o
mundo com a visão comum de tornar sua comunidade um ótimo lugar para envelhecer, adaptando
suas estruturas, políticas, configurações e serviços para serem acessíveis e inclusivos para
pessoas idosas com diferentes necessidades e capacidades (WHO, 2023).
Atualmente, a Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa é
constituída de 1.542 cidades, em 51 países diferentes, envolvendo mais de 320 milhões de
pessoas (Figura 1).
Figura 1. Mapa da Rede Global das Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS)
O mapa (Figura 1) representa os membros da Rede Global Amigáveis à Pessoa Idosa, por
meio dele, nota-se que a maior concentração de cidades amigáveis com a pessoa idosa está na
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América do Norte e Europa. Na região da América do Sul, o Chile é o país que apresenta maior
concentração.
O número de cidades da Rede Global vem aumentando gradativamente a cada ano. O
Brasil conta atualmente com 35 cidades certificadas e inseridas na referida Rede. Essas cidades
brasileiras concentram-se em cinco estados brasileiros, com ênfase no Paraná com 27 cidades,
seguido do Rio Grande do Sul com 04 cidades, Minas Gerais, também com 01 cidade, Santa
Catarina com 01 cidade e São Paulo com 02 cidades (Tabela 1).
Tabela 1. Cidades Brasileiras cadastradas na Rede Global Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa.
Estado Cidade Ano de inclusão
Paraná Guarapuava 2023
Paraná Londrina 2023
Paraná Francisco Beltrão 2023
Paraná Curitiba 2023
Paraná Vitorino 2022
Paraná Enéas Marques 2022
Paraná Colombo 2022
Paraná Irati 2022
Paraná Capitão Leônidas Marques 2022
Paraná Cascavel 2022
Paraná Prudentópolis 2022
Paraná Capanema 2022
Paraná Barracão 2022
Paraná Salgado Filho 2022
Paraná Planalto 2022
Paraná Sulina 2020
Paraná Santo Antônio do Sudoeste 2020
Paraná Pérola do Oeste 2020
Paraná Dois Vizinhos 2020
Paraná Nova Esperança do Sudoeste 2020
Paraná Renascença 2020
Paraná Realeza 2020
Paraná Santa Tereza do Oeste 2020
Paraná Itapejara do Oeste 2020
Paraná Bom Sucesso do Sul 2020
Paraná Chopinzinho 2020
Paraná Pato Branco 2018
Minas Gerais Itabirinha 2022
Rio Grande do Sul Pelotas 2022
Rio Grande do Sul Esteio 2018
Rio Grande do Sul Veranópolis 2016
Rio Grande do Sul Porto Alegre 2015
Santa Catarina Balneário Camboriú 2019
São Paulo São José do Rio Preto 2022
São Paulo Jaguariúna 2018
Fonte: Autoria própria (2023).
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A adesão à Rede Global reflete o compromisso das cidades, através de seus gestores em
ouvir as necessidades de sua população envelhecida, avaliar e monitorar sua adequação à idade
e trabalhar em colaboração com as pessoas idosas e em todos os setores para criar ambientes
físicos e sociais favoráveis a essas pessoas, por meio de um plano de ação municipal (WHO,
2023).
O Plano Municipal de Ação representa o compromisso das autoridades locais em
promover atividades que busquem aprimorar, dar continuidade ou implementar estruturas e
serviços locais, tornando o município mais inclusivo e contribuindo para o bem-estar da
população idosa. Esse objetivo é crucial em um contexto em que a população está envelhecendo
cada vez mais (WHO, 2023).
No Plano Municipal de Ação é fundamental a inclusão de ações de curto, médio e longo
prazo, embasadas em informações sobre a cidade ou comunidade coletadas durante o diagnóstico
local, além das demandas relatadas pela população idosa local (OMS, 2008). Esse plano é um
instrumento essencial de gestão, que irá guiar programas, projetos e ações voltados para o público
idoso, baseado nos princípios de participação da sociedade, fortalecimento das redes de proteção
e defesa dos direitos das pessoas idosas, além de fortalecer a relação entre urbanização,
envelhecimento e desenvolvimento sustentável, com ênfase em ambientes amigáveis ao idoso.
Para isso, a OMS sugere que o Plano Municipal de Ações para a População Idosa deve
organizar as ações de acordo com os oito aspectos da vida urbana apresentados no Guia Global:
Cidade Amiga do Idoso, quais sejam: espaços exteriores e edifícios; transporte; habitação;
participação social; respeito e inclusão social; participação cívica e emprego; comunicação e
informação; e apoio comunitário e serviços de saúde (OMS, 2008).
Esse Plano Municipal de Ação é um instrumento crucial de gestão que promove uma boa
governança em políticas públicas nas três esferas de governo. Na visão de Paludo (2013, p. 226)
“planejamento é um processo racional para a tomada de decisão, com vistas a selecionar e
executar um conjunto de ações, necessárias e suficientes, que possibilitarão partir de uma
situação atual existente e alcançar uma situação futura desejada”.
Portanto, o planejamento permite direcionar metas e objetivos, otimizar recursos e tempo,
e focar para que se obtenha os resultados esperados. Assim, planejar de acordo com as
necessidades das pessoas à medida que envelhecem, responde a um fenômeno global, que avança
rapidamente e que exige transformações inovadoras a nível político, económico, social, cultural
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e também pessoal.
O resultado do processo de planejamento é o plano, o qual, de acordo com Oliveira,
“corresponde a um documento formal que se constitui na consolidação das informações e
atividades desenvolvidas no processo de planejamento; é o limite da formalização do
planejamento” (2012, p. 4).
Nesse contexto, surge o interesse em conhecer os Planos Municipais de Ação para a
População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Global de Cidades e Comunidades
Amigáveis à Pessoa Idosa. Para isso, a metodologia adota no presente estudo possibilitou um
maior entendimento dos planos estudados, a qual será apresentada na seção seguinte.
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Figura 2. Número de ações nos Planos Municipais de Ação para a População Idosa de municípios Brasileiros
membros da Rede Global de Cidades Amigáveis à Pessoa Idosa (OMS) até 2023.
120
102
100
80
60
38 39
40 31 26 26 32 36 28
34 34 29
24 24 19 19 18 23
18 15
20
0
Pela Figura 3 observamos uma variação no número de ações previstas em cada um dos
planos, com uma média de 31 ações por plano, variando de 15 ações, no plano de
Chopinzinho/PR e 102 ações no plano de São José do Rio Preto/SP.
Outra análise realizada nos Planos Municipais foi em relação aos eixos estruturantes.
Esses eixos representam os oito aspectos da vida urbana apontados no Guia Global: Cidade
Amiga do Idoso e sugeridos pela OMS para que sejam as dimensões norteadoras das ações desses
planos (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição percentual das ações dos Planos Municipais de Ação para a População Idosa dos
municípios brasileiros membros da Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, de acordo
com as dimensões propostas pela OMS.
Dimensões propostas pela OMS
Espaços Apoio
Respeito Participaçã
abertos Moradi Participaçã Comunicação comunitário Outros do
Transporte e inclusão o cívica e
e a o social e informação e serviços município
social emprego
prédios de saúde
Balneário
12,50 12,50 4,17 4,17 25,00 8,33 8,33 12,50 12,50
Camburiu
Barracão 5,56 11,11 11,11 16,67 16,67 11,11 5,56 22,22 0,00
Bom
Sucesso do 12,90 3,23 3,23 6,45 22,58 12,90 6,45 32,26 0,00
Sul
Capanema 19,23 3,85 3,85 19,23 11,54 0,00 19,23 23,08 0,00
Capitão
Leonidas 11,54 7,69 7,69 11,54 19,23 0,00 7,69 34,62 0,00
Marques
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Chopinzinh
13,33 20,00 6,67 6,67 20,00 13,33 0,00 20,00 0,00
o
Colombo 29,17 4,17 4,17 16,67 4,17 4,17 12,50 25,00 0,00
Dois
21,05 10,53 2,63 5,26 15,79 7,89 7,89 28,95 0,00
Vizinhos
Enéas
28,13 9,38 9,38 9,38 18,75 6,25 6,25 12,50 0,00
Marques
Itapejara
11,11 5,56 2,78 11,11 19,44 0,00 11,11 38,89 0,00
D’Oeste
Nova
Esperança
7,69 17,95 10,26 12,82 10,26 12,82 7,69 20,51 0,00
do
Sudoeste
Pato
3,57 3,57 3,57 35,71 28,57 10,71 0,00 14,29 0,00
Branco
Pérola D'
14,71 8,82 5,88 20,59 8,82 8,82 5,88 26,47 0,00
Oeste
Realeza 10,53 10,53 5,26 15,79 15,79 10,53 0,00 26,32 5,26
Renascença 15,79 10,53 5,26 10,53 21,05 10,53 10,53 15,79 0,00
Salgado
33,33 0,00 0,00 0,00 27,78 0,00 5,56 33,33 0,00
Filho
Santa
Tereza do 11,76 5,88 5,88 26,47 26,47 8,82 5,88 8,82 0,00
Oeste
Santo
Antônio do 21,74 4,35 8,70 8,70 13,04 21,74 4,35 17,39 0,00
Sudoeste
São José do
11,76 7,84 7,84 14,71 7,84 8,82 10,78 30,39 0,00
Rio Preto
Sulina 20,69 3,45 3,45 13,79 17,24 0,00 10,34 31,03 0,00
Fonte: Autoria própria (2023).
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eixo temático apresentam diferentes naturezas quanto a sua execução e contribuem para um
objetivo comum.
Sendo assim, para melhor entendimento, realizou-se uma classificação das ações
conforme sua natureza. Para isso, as ações foram classificadas em Educação, Legislação,
Serviços, Infraestrutura, Atividades e Outros (Figura 3).
Figura 3. Classificação das ações previstas nos Planos Municipais de Ação para a População Idosa de
Municípios brasileiros membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigáveis à Pessoa Idosa, com
base na natureza da ação.
45,0
38,5
40,0
35,0
30,0
23,4
25,0
18,9
20,0 16,9
15,0
10,0
5,0 2,1
0,2
0,0
Educação Legislação Serviços Infraestrutura Atividades Outros
Fonte: Autora própria (2023).
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Ainda, para maior entendimento dessa análise quanto a natureza da ação, realizou-se um
detalhamento das ações de acordo com os eixos temáticos. Portanto, comparando-se com os eixos
temáticos e a natureza da ação, observou-se que algumas ações, devido à complexidade, possuem
mais de uma natureza, como por exemplo, Educação e Infraestrutura, Legislação e Infraestrutura,
etc. Assim, na Figura 4 apresentamos o detalhamento da dimensão espaços abertos e prédios, de
acordo de acordo com a natureza da ação.
Figura 4. Detalhamento das ações da dimensão espaços abertos e prédios previstas nos Planos de Ação Municipal
para a População Idosa das cidades brasileiras membros a Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigáveis
com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
4,3 2…1,1
Infraestrutura
Educação
Legislação
Serviços
Atividades
Outros
92,5
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E as ações relacionadas a serviços previstas na dimensão espaços abertos e prédios está
relacionada a oferta de água potável em espaços e prédios públicos e representam 1,1% das ações
deste eixo (Figura 5).
O mesmo detalhamento das ações previstas nos planos municipais foi realizado na
dimensão transporte (Figura 5).
Figura 5. Detalhamento das ações da dimensão transporte previstas nos Planos de Ação Municipal para a
População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigáveis com a
Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
2,0
Infraestrutura 14,3
Serviços
Educação
Legislação 22,4
Atividades 61,2
Outros
Pelo gráfico (Figura 5), a maior parte das ações previstas nos planos, na dimensão
transporte (61,2%), estão relacionadas à infraestrutura, a exemplo de manter e implantar a
sinalização viária (horizontal/vertical) e garantir acessibilidade em veículos do transporte
coletivos adaptando-os às necessidades das pessoas idosas.
Os serviços representam 22,4% das ações da dimensão transporte, como por exemplo
garantir a gratuidade para as pessoas idosas no transporte público e ofertar serviços de transporte
especializado para pessoas idosas com dificuldade de locomoção e comorbidades.
As ações de natureza educação representam 14,3% das ações da dimensão transporte. As
ações dizem respeito a capacitação dos funcionários do transporte público e privado para a
atendimento especializado com a pessoa idosa e conscientização da população para o cuidado
com a pessoa idosa no transito.
As ações da dimensão transporte que envolvem a legislação perfazem 2,0% das ações
deste eixo e estão relacionadas a revisão do Plano Diretor Municipal, visando contemplar as
necessidades de acessibilidade das pessoas idosas em vias públicas.
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Figura 6. Detalhamento das ações da dimensão moradia previstas nos Planos de Ação Municipal para a
População Idosa das cidades brasileiras membros a Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigáveis com a
Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
11,1
Infraestrutura
Serviços 27,8
Educação 19,4
Legislação
Atividades
Outros
41,7
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Figura 7. Detalhamento das ações da dimensão participação social previstas nos Planos de Ação Municipal
para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigáveis
com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
2,4
Atividades
10,6
Serviços
Educação
45,9
Infraestrutura
Legislação
41,2
Outros
A natureza serviços representa 41,2% das ações da dimensão participação social. Entre
as ações desta natureza, podemos citar a organização, divulgação e coordenação de atividades de
esportivas, culturais. As ações de natureza educacional da dimensão participação social perfazem
10,6%, a exemplo de realizar capacitações para desenvolver a liderança entre as pessoas idosas
(Figura 7).
As ações da dimensão participação social, de natureza em infraestrutura representam
2,4% das ações. Entre as ações destacam-se: construção ou adaptação de ambiente para o
desenvolvimento de atividades pelas pessoas idosas; construção de ambiente para realização de
atividades físicas.
Figura 8. Detalhamento das ações da dimensão respeito e inclusão social previstas nos Planos de Ação
Municipal para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades
Amigáveis com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
4,0
5,1
Serviços
Atividades
Infraestrutura
Legislação
28,3
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As ações da dimensão respeito e inclusão social estão distribuídas em serviços com 40,4%
das ações, atividades com 28,3%, educação com 21,2%, infraestrutura com 5,1% e legislação
com 4,0% das ações, sendo que ainda há 1,0% das ações como outras demandas do município
(Figura 8).
Em relação a natureza serviços, alguns exemplos de ações são: Garantir atendimento
municipal especializado para pessoas idosas vítima de Violência; Identificar e encaminhar as
pessoas idosas que atendam os critérios para recebimento do benefício BPC; Acompanhamento
de pessoas idosas em instituições de longa permanecia; Escuta qualificada das demandas
levantadas pelas pessoas idosas; Criar estratégias de ampliação, acesso e permanência da pessoa
idosa no processo de alfabetização; Implantação de serviço de acolhimento para idosos com 60
anos ou mais em vulnerabilidade social e/ou negligencia Familiar; Visitar os idosos acamados,
levando alegria em forma de música e conversas; Incentivar comercio e serviços para estruturar
ações e produtos voltados as necessidades dos idosos.
Quanto a natureza atividades, citamos como exemplo de ação, Incluir a pessoa idosa em
discussões das políticas públicas; proporcionar condições para as pessoas expor suas histórias e
experiências; Promover resgate da história das pessoas idosas por meio da exposições de fotos,
objetos, culinária.
Na natureza apresentamos como exemplo de ações, a realização de capacitação e
orientação de servidores para o atendimento prioritário da pessoa idosa nos órgãos públicos e
realização de campanha de conscientização para o respeito e combate à violência contra a pessoa
idosa.
Alguns exemplos de ações de natureza em Infraestrutura, na dimensão respeito e inclusão
social são: construção do centro dia e proporcionar espaço físico adequado para a realização das
atividades de convivência do “Centro Dia. Já na natureza legislação, podemos citar como
exemplo de ação, a edição de lei municipal para contratação de pessoas idosas pelas empresas.
E, na natureza outra atividade, um dos municípios propôs, dentro da dimensão respeito e
inclusão social, a criação de um evento municipal alusivo as pessoas idosas.
As ações que se caracterizam como serviços, relacionadas à dimensão participação cívica
e emprego representam 43,8% das ações deste eixo (Figura 10). Entre as ações presentes nos
planos de ação estudados destacam-se: Realização, levantamento e cadastro de pessoas com
interesse em alfabetização/capacitação; Realização levantamento e cadastro de pessoas idosas
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fora do mercado de trabalho e com interesse em trabalhar; Criar o Selo Empresa Amiga do Idoso
para as empresas que mantenham idosos em seu quadro funcional (Figura 9).
Figura 9. Detalhamento das ações da dimensão participação cívica e emprego previstas nos Planos de Ação
Municipal para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades
Amigáveis com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
4,2
Serviços
Educação
25,0
Atividades 43,8
Legislação
Infraestrutura
Outros 27,1
Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.11, p. 28644-28664, 2023 28660
Figura 10. Detalhamento das ações da dimensão comunicação e informação previstas nos Planos de Ação
Municipal para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e Comunidades
Amigáveis com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
Serviços
20,4
Educação
Atividades 42,9
Legislação
Infraestrutura
Outros 36,7
Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.11, p. 28644-28664, 2023 28661
Figura 11. Detalhamento das ações da dimensão apoio comunitário e serviços de saúde previstas nos Planos de
Ação Municipal para a População Idosa das cidades brasileiras membros da Rede Mundial de Cidades e
Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa de acordo com a natureza da ação.
1,3
Serviços
9,2
Educação
Atividades
Infraestrutura 27,0
Legislação
62,5
Outros
5 CONCLUSÃO
A análise realizada indica que a sociedade precisa se adaptar à nova realidade decorrente
do aumento da população idosa. Isso ficou evidente através das inúmeras iniciativas que
incentivam as pessoas idosas a adotar práticas que promovam sua participação em atividades
Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.11, p. 28644-28664, 2023 28662
físicas, artísticas e culturais, proporcionando uma oportunidade para manterem-se ativas durante
o processo de envelhecimento. Além disso, observa-se a necessidade de capacitação, tanto por
parte do poder público quanto da sociedade civil, para lidar com o desafio da inclusão social na
era das novas tecnologias de informação e comunicação.
O rápido envelhecimento populacional e o aumento significativo na urbanização das
cidades implicam em deficiências estruturais e nos serviços ofertados. Nesse sentido, os Planos
Municipais de Ação para a População Idosa são importantes instrumentos de planejamento,
capazes de identificar as principais demandas da população idosa e propor soluções para atendê-
las. Esses planos visam garantir a inclusão social, o acesso à saúde, moradia adequada, transporte,
lazer e cultura para a população idosa. Dessa forma, é possível promover a qualidade de vida e o
bem-estar dessas pessoas, bem como prevenir a exclusão social e o isolamento que muitas vezes
ocorrem nessa fase da vida.
Em face do estudo, infere-se que os planos analisados têm como característica comum o
incentivo do envelhecimento saudável e, sobretudo, a otimização com vistas à melhoraria da
saúde, da segurança e da inclusão das pessoas idosas na comunidade, o que reflete positivamente
no desenvolvimento local e em melhorias na qualidade de vida das pessoas idosas.
Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.11, p. 28644-28664, 2023 28663
REFERÊNCIAS
PALUDO, Augustinho Vicente. Administração pública: teoria e mais de 700 questões. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013. 586 p.
YIN, Robert K. Pesquisa qualitativa: do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Global Network for Age-friendly Cities and
Communities. Genebra: WHO, 2023. Disponível em:
https://extranet.who.int/agefriendlyworld/network-affiliates/. Acesso em: 7 abr. 2023.
Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.11, p. 28644-28664, 2023 28664