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33 Estratégias de Guerra

Prefácio: Ideais do Guerreiro Estratégico:


- Veja as coisas como são, e não como suas emoções dizem: Na
estratégia, você deve ver suas reações emocionais ao que acontece como
uma espécie de doença que precisa ser curada. O medo o fará
superestimar o inimigo e agir de uma forma muito defensiva. ira e
impaciência o levarão a atitudes precipitadas e que reduzirão suas opções.
excesso de confiança, particularmente como resultado de um sucesso,
fará você ir longe demais. amor e afeto o deixarão cego para as traiçoeiras
manobras daqueles que aparentemente estão a seu lado;
- Julgue as pessoas por suas ações: O que as pessoas dizem sobre si
mesmas não importa. elas dirão qualquer coisa; Veja o que elas fizeram.
feitos não mentem; você também deve aplicar esta lógica a si mesmo. ao
examinar uma derrota, você deve identificar o que poderia ter feito
diferente. a culpa de seus fracassos é de suas más estratégias, não do
adversário desonesto. Você é responsável pelo que há de bom e de ruim
em sua vida;
- Dependa das próprias armas: Tudo na vida pode ser tirado de você e,
geralmente, o será em algum momento. sua fortuna desaparece, seus
aliados o desertam. Mas se sua mente estiver armada com a arte da
guerra, não há poder que possa tirá-la. em meio a uma crise, sua mente
encontrará o caminho para a solução correta. ter estratégias superiores
nas pontas dos dedos dará as suas manobras uma força irresistível. Como
diz sun tzu, “Depende de você ser imbatível”;
- Equilibre Atena e Ares: Sua meta é mesclar filosofia e guerra, sabedoria
e batalha, em uma mistura imbatível;
- Eleve-se acima do campo de batalha: Na guerra, a estratégia é a arte de
comandar por inteiro a operação militar. tática, por outro lado, é a
habilidade de lidar com as necessidades imediatas do campo de batalha.
Você talvez imagine que está sendo estratégico, mas deve estar apenas
sendo tático. Para ter o poder que só a estratégia confere, você precisa ser
capaz de estar acima do campo de batalha, concentrar-se em seus
objetivos de longo prazo, armar uma campanha inteira, sair do modo
reativo em que tantas batalhas na vida o trancaram. Mantendo em mente
todos os seus objetivos, fica muito mais fácil decidir quando lutar e
quando se afastar. isso torna as decisões táticas do cotidiano bem mais
simples e mais racionais;
- Espiritualize sua Guerra: Você enfrenta batalhas todos os dias – essa é a
realidade para todas as criaturas em sua luta pela sobrevivência. Mas a
maior batalha de todas é com você mesmo – suas fraquezas, suas
emoções, sua falta de decisão em compreender as coisas até o final. Você
deve declarar guerra incessante contra você mesmo. Como um guerreiro
na vida, você deve aceitar o combate e o conflito como modos de provar
quem você é, de melhorar suas habilidades, de ganhar coragem, confiança
e experiência. em vez de reprimir suas dúvidas e temores, você deve
derrubá-los de frente, lutar contra eles. Você precisa de mais desafios, e
você convida a mais guerra. Você está forjando o espírito do guerreiro, e
somente a prática constante o levará até lá;

Parte 1: Guerra Autodirigida:


Declare Guerra aos seus Inimigos: A Estratégia da Polaridade:
- Pense em você mesmo como sempre prestes a entrar em uma batalha.
tudo depende de seu estado de espírito e de como você vê o mundo. Uma
mudança de perspectiva pode transformar você de um mercenário
passivo em um guerreiro motivado;
- Concentre-se no inimigo. Pode ser alguém que bloqueie seu caminho ou
sabote você, seja sutil ou obviamente; pode ser alguém que o magoou ou
que combateu você injustamente; pode ser um valor ou uma ideia que
você abomina. seu inimigo é a estrela polar que o guia. Dada esta direção,
você pode entrar na batalha;
- Tudo na vida conspira para empurrar você para o centro. O centro é o
reino do compromisso. Dar-se bem com outras pessoas é uma habilidade
importante, mas tem riscos: ao buscar sempre o caminho da menor
resistência, da conciliação, você esquece quem é, você mergulha no
centro com todo mundo. em vez disso veja a si mesmo como um
combatente, um estranho cercado de inimigos. a batalha constante o
manterá forte e alerta. Não se preocupe por estar antagonizando as
pessoas; sem antagonismo não há batalha; e sem batalha, não há chances
de vitória. Não se deixe seduzir pela necessidade de que gostem de você:
melhor ser respeitado, temido até;
- Ser atacado é um sinal de que você é importante o suficiente para ser
um alvo. Você deveria sentir prazer na atenção e na chance de provar
quem é. todos nós temos impulsos agressivos que somos obrigados a
reprimir; um inimigo lhe dá uma válvula de escape para estes impulsos.
Finalmente você tem alguém sobre quem liberar sua agressão sem sentir
culpa;

Não Combata a Guerra que já passou: A Estratégia da Guerrilha


Mental:
- Ao se preparar para a guerra, você deve se livrar de mitos e
interpretações errôneas. estratégia não é uma questão de aprender uma
série de movimentos ou ideias para serem seguidas como receita; a vitória
não tem fórmulas mágicas. ideias são simples nutrientes para o solo: elas
ficam em seu cérebro como possibilidades, para que no calor do momento
elas possam inspirar uma direção, uma resposta apropriada e criativa.
abandone todos os fetiches – livros, técnicas, fórmulas – e aprenda a ser
seu próprio estrategista;
- Atrito: a diferença entre nossos planos e o que realmente acontece.
Visto que o atrito é inevitável, nossa mente precisa ser capaz de
acompanhar as mudanças e se adaptar ao inesperado. Quanto melhor
pudermos adaptar nossos pensamentos às circunstâncias que não são
mais as mesmas, mais realistas serão nossas respostas a elas. Quanto mais
nos perdermos em teorias pré-digeridas e experiências passadas, mais
inadequada e ilusória será nossa reação;
- Pense na mente como um rio: quanto mais rápido ele corre, melhor ele
acompanha o presente e reage às mudanças. Quanto mais rápido ele flui,
também mais ele se renova e maior é sua energia. ideias obsessivas,
experiências passadas (sejam traumas ou sucessos) e noções
preconcebidas são como rochas ou lama neste rio, ali se sedimentando e
endurecendo e represando-o. O rio para de se mover; a estagnação se
estabelece. Você deve travar mentalmente uma guerra constante contra
esta tendência;
- Reexamine suas crenças e princípios: em meio ao combate, a mente
treinada pode ficar para trás – concentrando-se mais em regras
aprendidas do que nas circunstâncias diferentes da batalha. Quando você
se vê diante de uma nova situação, muitas vezes é melhor imaginar que
não sabe nada e que precisa começar a aprender tudo de novo. Limpar a
mente de tudo que você pensava saber, mesmo suas ideias preferidas, lhe
dará o espaço mental para ser educado por sua experiência presente – a
melhor escola de todas. Você vai desenvolver os seus próprios músculos
estratégicos, em vez de depender das teorias e livros dos outros;
- Apague a memória da última guerra: a última guerra que você
combateu é um perigo, mesmo que você tenha vencido. ela está fresca
em sua mente. se você saiu vitorioso, tenderá a repetir as estratégias que
acabou de usar, pois o sucesso nos deixa preguiçosos e complacentes; se
você perdeu, talvez esteja desconfiado e indeciso. Não pense na última
guerra; você não tem a distância nem o desapego. em vez disso, faça o
que puder para apagá-la de sua mente;
- Mantenha a mente em movimento: sempre que você perceber seus
pensamentos girando em torno de um assunto ou ideia em particular –
uma obsessão, um ressentimento – empurre-os para o passado. Distraia-
se com outra coisa. Como uma criança, encontre algo novo em que se
concentrar, algo que mereça sua atenção. Não perca tempo com coisas
que não pode mudar ou influenciar. Não fique parado;
- Absorva o espírito dos tempos: ao se adaptar e mudar de estilo
constantemente, você evitará as armadilhas de suas guerras anteriores.
assim que as pessoas acharem que o conhecem, você muda;
- Curso inverso: não aplique nenhuma tática rígida; não deixe sua mente
se acomodar em posições estáticas, defendendo um lugar ou ideia em
particular, repetindo as mesmas manobras desanimadas. ataque os
problemas de novos ângulos, adaptando-se ao cenário e ao que você
recebe. Ficando em constante movimento, você não mostra a seus
inimigos um alvo para mirar. Você explora o caos do mundo em vez de
sucumbir a ele;
Em Meio ao Turbilhão de Acontecimentos, não perca a
presença de Espírito: A Estratégia do Contrapeso:
- A presença de espírito é uma espécie de contrapeso para a fraqueza
mental, para nossa tendência de nos deixar levar pelas emoções e perder
a perspectiva no calor da batalha. Nossa maior fraqueza é perder o ânimo,
duvidar de nós mesmos, tornando-nos desnecessariamente cautelosos.
ter mais cautela não é do que precisamos; ela é só uma cortina para nosso
medo do conflito e de cometer um erro. Precisamos é do dobro de
resolução – uma intensificação de nossa confiança. isso nos servirá de
contrapeso. Nos momentos de tumulto e confusão, você deve se forçar a
ser mais determinado. Convoque a energia agressiva de que você precisa
para superar a cautela e a inércia. Qualquer erro que você cometer
poderá retificar com ações ainda mais enérgicas. guarde sua cautela para
as horas de preparação, mas quando a luta começar, tire as dúvidas da
cabeça. ignore aqueles que se acovardam diante qualquer revés e pedem
para recuar. Divirta-se no modo de ataque. O ímpeto o levará avante;
- Compreenda: sua mente é mais fraca do que suas emoções. Mas você só
tem consciência desta fraqueza nos momentos de adversidade –
exatamente quando você precisa de força. O que o faz mais bem equipado
para enfrentar o calor da batalha não é mais conhecimento nem mais
inteligência. O que fortalece sua mente e a torna mais capaz de controlar
suas emoções é disciplina e firmeza interior;
- Exponha-se ao conflito: o medo é a emoção mais destrutiva para a
presença de espírito, mas ele se alimenta do desconhecido, que deixa
nossa imaginação correr frouxa. ao se colocar intencionalmente em
situações nas quais é obrigado a enfrentar o medo, você se familiariza
com ele e sua ansiedade se torna menos aguda. a sensação de superar um
medo profundamente enraizado, por sua vez, lhe dá confiança e presença
de espírito;
- Tenha confiança em si mesmo: ter autoconfiança é crítico. Para
depender menos dos outros e dos assim chamados especialistas, você
precisa expandir seu repertório de habilidades. e confiar mais no próprio
julgamento. Compreenda: nós tendemos a superestimar as habilidades
alheias – afinal de contas, eles estão se esforçando para parecer que
sabem o que fazem – e a subestimar as nossas. Você precisa compensar
isto confiando mais em você mesmo e menos nos outros;
- Tenha paciência com os tolos: Compreenda: você não pode estar em
toda parte ou combater todo mundo. seu tempo e sua energia têm limite,
e você precisa aprender a preservá-los. O esgotamento e a frustração
podem acabar com sua presença de espírito. O mundo está cheio de gente
tola – pessoas que não sabem esperar os resultados, que mudam com o
vento, que não enxergam um palmo adiante do nariz. não lute contra eles.
Pelo contrário, considere-os da mesma forma que você considera as
crianças ou animais: eles não são importantes o suficiente para afetar seu
equilíbrio mental. Desapegue-se emocionalmente. e enquanto estiver
rindo por dentro da tolice deles, satisfaça-os em uma de suas ideias mais
inofensivas. Conseguir não perder o bom humor com pessoas tolas é uma
habilidade importante;
- Exclua os sentimentos de pânico concentrando-se em tarefas simples:
Quando as circunstâncias nos assustam, nossa imaginação tende a assumir
o controle, enchendo nossas mentes de ansiedades sem fim. Você precisa
controlar sua imaginação, o que é mais fácil de dizer do que de fazer.
Quase sempre a melhor maneira para se acalmar e ter este controle é
forçar a mente a se concentrar em algo relativamente simples – um ritual
tranquilizante, uma tarefa repetitiva que você faça bem. Você está criando
o tipo de serenidade que lhe é natural quando sua mente está absorta em
um problema. Uma mente focada não tem espaço para ansiedades ou
para os efeitos do excesso de imaginação. Uma vez recuperado seu
equilíbrio mental, você pode então enfrentar o problema;
- Não se deixe intimidar: a chave para continuar não se deixando
intimidar é convencer-se de que a pessoa que você está enfrentando é um
mero mortal, em nada diferente de você – o que de fato é a verdade. Veja
a pessoa, não o mito. imagine-a como uma criança, como alguém cheio de
inseguranças. reduzir o outro as suas devidas proporções o ajudarão a
manter o seu equilíbrio mental;
- Desenvolva sua Velocidade: a presença de espírito depende não só de
sua habilidade mental para socorrê-lo em situações difíceis, mas também
da velocidade com que isso acontece. esperar até o dia seguinte para
pensar qual é a atitude correta a tomar não é bom para você.
“Velocidade” aqui significa reagir às circunstâncias com rapidez e tomar
decisões relâmpago. O conhecimento profundo do terreno permitirá que
você processe informações mais rápido do que seu inimigo, uma
tremenda vantagem. ser sensível ao espírito de homens e materiais,
entrar no pensamento deles em vez de vê-los de fora, ajudará a colocar
você em um outro estado mental, menos consciente e forçado, mais
inconsciente e intuitivo. Faça com que sua mente se habitue a tomar
decisões relâmpago, confiando em sua sensibilidade na ponta dos dedos;

Crie uma Sensação de Urgência e Desespero: A Estratégia da


Zona de Morte:
- Você é seu pior inimigo. Você perde um tempo precioso sonhando com o
futuro em vez de se envolver com o presente. Visto que nada lhe parece
urgente, você está apenas parcialmente envolvido no que faz. A única
maneira de mudar é com ações e pressão externa. Coloque-se em
situações nas quais você tenha muitas coisas em jogo para perder tempo
ou recursos – se não pode dar-se ao luxo de perder, não perderá. Corte
seus laços com o passado; entre no território desconhecido em que você
deve depender de sua inteligência e energia para vencer. Coloque-se na
“zona de morte”, na qual suas costas estão contra a parede e você tem de
lutar como um louco para sair vivo dali;
- Como um guerreiro na vida, você deve virar esta dinâmica ao avesso:
fazer da ideia de morte algo não para se escapar, mas para abraçar. seus
dias estão contados. Você vai passá-los meio dormindo e desanimado ou
viverá com uma sensação de urgência? teatros cruéis encenados por um
czar são desnecessários; a morte virá até você sem eles. imagine-a
pressionando-o, não lhe deixando uma saída – pois não há saída. sentir a
morte em seus calcanhares tornará suas ações mais certas, mais
vigorosas. esta pode ser a última vez que você joga os dados: faça-a valer;
- A zona de morte é um fenômeno psicológico que transcende o campo de
batalha; é qualquer conjunto de circunstâncias no qual você se sente
preso e sem opções. existe uma pressão muito real em suas costas, e você
não pode recuar. O tempo está se esgotando. O fracasso – uma forma de
morte psíquica – está encarando você. Você precisa agir ou sofrer as
consequências;
- Aposte tudo em um único lance: Muitas vezes tentamos muitas coisas
ao mesmo tempo, pensando que uma delas nos trará o sucesso, mas
nestas situações nossas mentes estão difusas, nossos esforços, sem
entusiasmo. é melhor enfrentar um desafio intimidante, mesmo um que
os outros pensem ser tolice. Nosso futuro está em jogo; não podemos nos
dar ao luxo de perder. assim, não perdemos;
- Aja antes de estar pronto: em geral esperamos demais para agir,
principalmente quando enfrentamos pressão externa. Às vezes é melhor
agir antes de achar que está pronto. Não só você surpreenderá seus
adversários, como terá também aproveitado ao máximo seus recursos.
Você se comprometeu e não pode voltar atrás. sob pressão, sua
criatividade desabrochará. Faça isso com frequência e você desenvolverá
sua habilidade de pensar e agir rápido;
- Entre em novas águas: se você se colocar em uma situação sem saída,
terá de fazer seu novo empenho funcionar. trocar o passado por um
terreno desconhecido é como uma morte – e sentir esta finalização o
despertará de novo para a vida;
- Você contra o mundo: Um espírito combativo precisa de certo
nervosismo, um pouco de raiva e ódio para alimentá-lo. Portanto não se
recoste na cadeira e espere que as pessoas fiquem agressivas; irrite-as,
deixe-as furiosas, deliberadamente. sentindo-se acuado por uma multidão
de pessoas que não gostam de você, você lutará furiosamente. O ódio é
uma emoção poderosa. Lembre-se: em qualquer batalha você está
expondo seu nome e sua reputação; seus inimigos vão gostar de seu
fracasso. Use essa pressão para lutar ainda mais;
- Mantenha-se inquieto e insatisfeito: Quando estamos cansados, muitas
vezes é por nos sentirmos entediados. Quando não temos nenhum desafio
real diante de nós, baixa uma letargia mental e física. “Às vezes a morte
vem só por uma falta de energia”, Napoleão disse certa vez, e a falta de
energia vem de uma falta de desafios, quando assumimos menos do que
somos capazes. arrisque-se e seu corpo e sua mente reagirão com um
surto de energia. Faça do risco uma prática constante; jamais se deixe
acomodar. em breve, viver na zona de morte se tornará uma espécie de
vício – você não vai conseguir viver sem isso. Quando os soldados
sobrevivem a um esbarrão com a morte, com frequência sentem uma
satisfação que querem repetir. a vida tem mais significado diante da
morte. Os riscos que você continua assumindo, os desafios que você
continua superando, são como mortes simbólicas que aguçam sua
valorização da vida;

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