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Aprimorando o Autoconceito

A maioria de nós anda com um garrote invisível e especialmente doloroso


com o qual nos flagelamos cada vez que erramos o rumo ou não atingimos as
metas pessoais que nos propomos. Aqueles que não amam a si mesmos
aprenderam a se culpar por quase tudo o que fazem de errado e a duvidar do
próprio esforço quando fazem as coisas direito, como se tivessem os fios
trocados. Quando fracassam, dizem: “Dependia de mim” e, quando obtêm
sucesso em alguma questão, afirmam: “Foi pura sorte”

O autoconceito se refere ao que você pensa de si, ao conceito que tem de sua
pessoa, assim como poderia ter de alguém mais, e, como é lógico, essa
concepção se refletirá na maneira como trata a si mesmo: o que fala consigo, o
que exige de si e como.

A AUTOCRÍTICA RUIM

A autocrítica é conveniente e produtiva quando feita com cuidado e com objetivo


de aprender e crescer. Em curto prazo, pode servir para gerar novas
condutas e corrigir os erros, mas, se utilizada indiscriminada e cruelmente, gera
estresse e afeta de maneira negativa o autoconceito. Se a usar de maneira
inadequada, você acabará pensando mal de si mesmo, independentemente do
que fizer. O mau hábito de ficar fazendo constantes análises internas, duras e
inflexíveis, aumenta a insatisfação consigo e as sensações de insegurança.
Se você tiver critérios rígidos para se avaliar, sempre terá a sensação
de insuficiência, de não acertar o alvo. Seu organismo começará a liberar mais
adrenalina que o normal, e a tensão mental e física interferirá no bom
rendimento para atingir as metas propostas: você entrará no círculo vicioso
dos que aspiram cada dia a mais e têm cada dia menos.

1. Procure ser mais flexível consigo mesmo e com os outros

É melhor tolerar que as coisas saiam às vezes dos trilhos e não enlouquecer por isso.
Pode doer, mas o mundo não gira a seu redor, nem todos os seus desejos são ordens para o
universo (o cosmo não é tão submisso). Aprenda a suportar as diferenças e a entender sua
rigidez como um defeito, não como uma virtude: ter a última palavra ou impor
seu ponto de vista não deixa de ser uma bravata. As coisas rígidas são menos
maleáveis, não suportam com facilidade a variabilidade do mundo que as
contém e se quebram. Se você for normativo, perfeccionista e intolerante, não
saberá o que fazer com a vida, porque ela não é assim. O resultado será que a
maioria dos acontecimentos cotidianos lhe causará estresse, visto que não são
como você gostaria que fossem. Esse tipo de estresse tem um nome: “Baixa
tolerância à frustração”.
a) Procure não ser perfeccionista. Desorganize um pouco seus horários, seus
ritos, seus trajetos, seu jeito de arrumar as coisas, como uma brincadeira,
para ver o que acontece. Conviva com a desordem por uma semana e
perca o medo dela. Você vai descobrir que tudo continua mais ou menos
igual e que todo aquele ímpeto controlador era uma perda de tempo.

b) Não rotule a si nem aos outros. Tente ser benevolente, sobretudo consigo
mesmo. Fale só em termos de condutas quando se referir a alguém ou a
seu eu.

c) Concentre-se nos matizes. Pense mais nas alternativas e nas exceções à regra.
A vida é composta de mais tonalidades além do preto e do branco.

d) Ouça as pessoas que pensam diferente de você. Isso não implica que deva
necessariamente mudar de opinião; apenas ouça. Deixe a informação
entrar e então decida.

2. Reveja suas metas e as possibilidades reais de atingi-las

Exija de si conforme com suas possibilidades e capacidades reais. Se perceber que está tentando
subir um monte Everest e se angustiando, haverá duas opções racionais: mudar
de montanha ou aproveitar o passeio. Anote suas metas, reveja-as,
questione-as e descarte aquelas que não forem vitais nem saiam de dentro de
você. A vida é muito curta para ser desperdiçada em um devir incerto ou
marcado por ideais que não nascem da alma ou que são impostos de fora e
alheios a seu ser
3. Não veja em você só o ruim

Se você só se concentrar em seus erros, será incapaz de ver suas conquistas.


Se só vir o que lhe falta, não aproveitará o momento, o aqui e agora.
Tagore dizia: “Se à noite chorar pelo sol, não verá as estrelas”. Às vezes, o
coração sabe mais ou capta mais informação que nossa sisuda razão. Não
preste tanta atenção a suas falhas, tente também dirigir sua atenção a suas
condutas adequadas, as que são produtivas, mesmo que não sejam perfeitas.

4. Não pense mal de si mesmo

Seja mais benevolente com suas ações. Felizmente, você não é perfeito nem
é tão horrível, mesmo que se empenhe em ser. Não se insulte nem perca o
respeito por si próprio. Anote suas autoavaliações negativas, detecte quais são
justas, moderadas, objetivas e quais não são. Se descobrir que o vocabulário
que empregou para si mesmo é ofensivo, mude-o e procure qualificativos mais
construtivos e respeitosos sobre si. O que precisaentender é que os erros não o tornam melhor nem
pior, simplesmente o calejam, mostram-lhe novas opções e o aproximam de uma verdade que nem
sempre é agradável: só o fazem lembrar que você é humano.

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