Revendo a História
Os documentos a que faz menção,
Ir.'. Athos Vieira de Andrade
C
HEGAM às nossas mãos,
documentos que se propõem
a explicar alguns aspec-
tos que culminaram com a chamada
cisão de 1973. Não é pretensão d'O
PRUMO reascender velhas chamas,
mas apenas publicar, tomando os
cuidados necessários, informações
que por excessos de zelo, vêm sendo
deixadas de lado.
rada reunião, sob a presidência do
têm como autores os IR.'. Clóvis Feijó
de Mello, do G.' .O.'. de Pernambuco
(Boletim Informativo da Loja "Defen-
sores da Lei nO.01" e o discurso do
então Deputado Federal, Athos Vieira
de Andrade, em 17.04.74, sob o tí-
tulo "Em Defesa da Maçonaria Brasi-
leira - Brasília 1974".
Segundo o Ir.'. Clóvis, ao término
do mandato do Soberano Grão-
Mestre Geral da Ordem - GOB -
sediado no Rio de Janeiro, os Gran-
des Orientes estaduais resolveram
formar fileiras em tomo do nome do
Ir.'. Athos Vieira de Andrade, Grão-
Mestre do Estado de Minas Gerais e
Deputado Federal por seu Estado.
Até o presente momento, o GOB
não havia apresentado candidato.
Com o surgimento do nome de Athos
o Grão-Mestre Geral Moacir Arbex
Dinamarco repudiou o nome de
Athos e resolveu apresentar seu ad-
junto Osmane Vieira de Resende. O
povo Maçônico foi mobilizado diante
da grande campanha eleitoral. Tal si-
tuação teve como conseqüência a
convocação de todos os Grão-
Mestres Estaduais para uma reunião
no Rio de Janeiro, juntamente com
todos os membros que formavam a
Soberana Congregação da Ordem.
Nesse pronunciamento inicial, o
Sob.'. Grão-Mestre acusou os ma-
çons que não apoiaram as candidatu-
ras oficiais, de serem portadores de
"paixões vãs", constituindo um
"grupo de descontentes", partici-
pando de uma conjuntura antímaçô-
nica, programada "na senda da sub-
versão e ao arrepio da verdade, em
insólita insurreição, empunhando o
punhal da falsidade, sob o embuste e
a mentira".
Após este incidente no salão nobre
do Marialva Hotel, onde estávamos
hospedados, teve lugar uma demo-
Resp.'. e Saudoso Irmão Danílo José
Femandes, Juiz de Direito do Estado
de São Paulo e Grão-Mestre do
mesmo Estado, na qual foram consi-
derados e discutidos todos os aspec-
tos e possíveis implicações de tão de-
primentes acontecimentos. Foi escla-
recido que deveria ser alertado todo o
povo maçônico, pois não poderíamos
calar diante de tal situação.
Para conhecimento geral, descre-
vemos o resultado das eleições que
deu origem ao movimento de separa-
ção:
Eleição para Grão-Mestre e
Grão-Mestre Adjunto do GOB
CANDIDATOS Votos
Athos Vieira de Andrade 7.175
Osmane Vieira de Resende 3.820
Grão-Mestre Adjunto
Rafael Rocha 7.195
Ozires Teixeira 3.795
Número de votantes . . . . .. 10.995
Diferença a favor de Athos .. 3.355
Diferença a favor de Rafhael 3.401
Diante dos fatos, não poderia mais
haver argumento, todavia o Grão-
Mestre Dinamarca se rotulou de "Ma-
gistrado e Juiz imparcial" do pleito,
usou de atitude mais insólita e anti-
maçônica. Através do Supremo Tri-
bunal de .lustíça Maçônica, cancelou
4.500 votos para Athos e Rafael e
proclamou eleitos Osmane e Ozires.
Por estas razões, os signatários que
representavam mais de 2/3 das lojas
de maçons brasileiros, representados
pelos seus Grão-Mestres, em obe-
diência aos princípios da Ordem,
conclamaram os Irmãos a uma união,
para que sua autonomia e indepen-
dência pudessem ser respeitadas.
Assim foi criado o Colégio de Grão-
Mestres da Maçonaria Brasileira.