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Universidade de São Paulo

Instituto de Física

Prova II de:

Física Matemática II

Felipe Adrian Barbosa da Silva


Prof. ministrante: Paulo S. teotônio

11 de dezembro de 2023
Conteúdo
1 Questão 1 1
1.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 Exercício 2 2
2.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

3 Exercício 3 4
3.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

4 Exercício 4 5
4.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

5 Exercício 5 9
5.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

6 Exercício 6 13
6.1 Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

i
1 Questão 1
Considere um espaço vetorial normado (W, ∥∥). Podemos construir um novo espaço
vetorial V a partir de W , cujo elementos são matrizes colunas
 
v
v= 1
v2

onde v1 , v2 ∈ W . A estrutura linear é definida por


     
v1 u1 v1 + u1
+ =
v2 u2 v2 + u2

   
v λv1
λ 1 =
v2 λv2
Verifique que
∥v∥V = (∥v1 ∥2 + ∥v2 ∥2 )1/2
é uma norma em V e, portanto, (V, ∥∥V ) é um espaço vetorial normado.

1.1 Resolução
Pelas propriedades de espaço normados:
Seja x, y ∈ W , λ ∈ R
1. ∥x∥ ≥ 0
2. ∥x∥ = 0 ⇔ x = 0
3. ∥λ · x∥ = |λ| · ∥x∥
4. ∥x + y∥ ≤ ∥x∥ + ∥y∥
então para mostrar que v, composto de:

 
v
v= 1 (1)
v2
   
v λv1
λ 1 = (2)
v2 λv2
     
v1 u1 v1 + u1
+ = (3)
v2 u2 v2 + u2

e ainda

∥v∥V = (∥v1 ∥2 + ∥v2 ∥2 )1/2 (4)


é de fato um espaço normado em V .
Para isto, provemos as propriedades:

1
1. De fato, nota-se que

∥v∥V = (∥v1 ∥2 + ∥v2 ∥2 )1/2 ≥ 0 (5)

pois, por (1) temos que

∥v1 ∥ , ∥v2 ∥ ≥ 0 (6)

2. Da demonstração anterior, também vemos que

∥v∥V = (∥v1 ∥2 + ∥v2 ∥2 )1/2 = 0 ⇐⇒ v1 , v2 = 0 (7)

3. Da equação (2) temos que

∥λv∥2V = (λv1 )2 + (λv2 )2 =⇒ ∥λv∥V =


p
(λv1 )2 + (λv2 )2 (8)

então

q q
∥λv∥V = ∥λv1 ∥ + ∥λv2 ∥ = λ2 ∥v1 ∥2 + λ2 ∥v2 ∥2 = |λ| (∥v1 ∥2 +∥v2 ∥2 )1/2 = |λ| ∥v∥V
2 2

(9)

∴ ∥v∥V = (∥v1 ∥2 + ∥v2 ∥2 )1/2 (c.q.d.) (10)

4. e a ultima, então

∥u + v∥V ≤ ∥u∥V + ∥v∥V (11)

de onde, então„ usando a premissa (4)

((u1 + v1 )2 + (u2 + v2 )2 )1/2 ≤ (v12 + v22 )1/2 + (u21 + u22 )1/2 (12)

elevando ao quadrado

(u1 + v1 )2 + (u2 + v2 )2 ≤ (v12 + v22 ) + (u21 + u22 ) + 2 ∥v∥V · ∥u∥V (13)

e por (1) sabemos que ∥u∥ , ∥v∥ ≥ 0


Sendo assim, temos que (V, ∥∥V ) é um espaço vetorial normado.

2 Exercício 2
Considere o espaço vetorial V do exercício 1. Mostre que se W é um espaço de Banach,
então V também é um espaço de Banach.

2
2.1 Resolução
Sabemos que um espaço é dito de Banach em relação à uma norma nele definida se
for um espaço métrico completo em relação à métrica induzida nesta norma. E ainda, se
um espaço métrico é completo então toda sequência de Cauchy converge.
Uma sequência (xn ) de um espço métrico (M, d) diz-se sequência de Cauchy quando
para todo ϵ > 0 existe n0 ∈ N tal que para todo m, n > n0 temos

d(xm , xn ) < ϵ (14)

então, no nosso caso


!
(1) (1)
vn − vm
d(vn , vm ) = ∥vn − vm ∥ = (2) (2) = (15)
vn − vm

demonstramos anteriormente que equivale

1/2 s
 2
(1) 2 (2) 2
X (i) (i)
= vn(1) − vm + vn(2) − vm = vn − vm ) (16)
i

então

≤ ∥vn ∥ + ∥vm ∥ (17)

note que para a escolha particular i = 1, 2 em v (i) , se n, m > m0 então d(vn , vm ) é


limitado, e se é limitado então converge e d(vn , vm ) < ϵ. Então a sequência de Cauchy
converge.
Agora, seja
v = lim vn(i) (18)
n→∞

e ainda, se n, m > m0 e ϵ > 0, ainda

ϵ
∥vn − vm ∥ < (19)
2
agora, sabemos

|vn − vm | ≤ ∥vn − vm ∥ (20)

Agora podemos fazer, finalmente

ϵ
|vn − v| ≤ |vn − vm | + |vm − v| ≤ ∥vn − vm ∥ + ∥vm − v∥ ≤ + ∥vm − v∥ (21)
2
Escolhendo m suficientemente grande, temos que ∥vm − v∥ < ϵ/2, de forma que

3
∥vn − v∥ = d(vn , vm ) ≤ ϵ/2 + ϵ/2 ≤ ϵ (22)

∴ d(vn , vm ) ≤ ϵ (23)

e portanto (vn )n∈N converge e V é espaço completo e logo de Banach’1

3 Exercício 3
Ainda sobre a construção do exercício Q1, vamos tomar W − L2 ([0, 2π], dx), o espaço
de Hillbert das funções h : [0, 2π] → C com produto interno
ˆ 2π
⟨h, s⟩ = s(x)h(x)dx
0

Mostre que a norma de V provem do produto interno


ˆ 2π
⟨f, g⟩ = (g(x))† f (x)dx
0

onde (g(x))† denota a matriz hermitiana e g(x). Portanto, V é um espaço de Hilbert,


o qual denotaremos por H.

3.1 Resolução
Seja então:

   
f g
f= 1 , g= 1 (24)
f2 g2
então produto interno

ˆ 2π ˆ 2π  
f

· 1 dx

⟨f, g⟩V = (g(x)) f (x)dx = g1 g2 (25)
0 0 f2
ˆ 2π ˆ 2π ˆ 2π
(g1 f1 + g2 f2 )dx = g1 f1 + g1 f 2 (26)
0 0 0
| {z } | {z }
⟨f1 ,g1 ⟩ ⟨f1 ,g2 ⟩

⟨f, g⟩V = ⟨f1 , g1 ⟩W + ⟨f2 , g2 ⟩W (27)

então, se fizermos agora

⟨f, f ⟩V = ⟨f1 , f1 ⟩W + ⟨f2 , f2 ⟩W (28)

então sobre a construção de Q1

4
⟨f, f ⟩ = ∥f ∥2V , ⟨f1 , f1 ⟩ = ∥f1 ∥2W , ⟨f2 , f2 ⟩ = ∥f2 ∥2W (29)

então

∥f ∥2V = ∥f1 ∥2W + ∥f2 ∥2W (c.q.d.) (30)

4 Exercício 4
Podemos definir um operador p̂ : D → H em um domínio D ⊂ H por

   df1 
f −i dx
p̂ a =
f2 −i df
dx
2

Considere o subespaço D constituído de vetores

 
f1
f2

com f1 , f2 diferenciáveis e satisfazendo a condição de contorno

f (2π) = M f (0)

onde M é uma matriz 2 × 2 com entradas em C


a) Verifique que D é um subespaço vetorial
b) Determine a condição sobre M para que p̂ seja um operador (formalmente) auto-
adjunto, ou seja

⟨p̂f, g⟩ = ⟨f, p̂g⟩

c) Para o caso especial


 
1 0
M=
0 1
determine o espectro de p̂
d) Para o caso especial
 
0 1
M=
1 0
determine o espectro de p̂

5
4.1 Resolução
a) Para que D seja subespaço vetorial ele tem que cumprir as três propriedades bases:
1) O elemento neutro deve estar na origem

f (0) = 0

2) A operação de adição de dois elementos em D deve estar em D

u, v ∈ D =⇒ u + v ∈ D

3) a operação de multiplicação pro escalar λ ∈ K por um elemento em D deve


pertencer à D

λ ∈ K, ∀v ∈ D =⇒ λv ∈ D

Então seja elemento neutro:  


0
(31)
0
para pertencer à D ele deve ser diferencial, o que é verdade, e atender à condição
de contorno

f (0) = 0 =⇒ f (2π) = M · 0 = 0 (32)

seja u, v ∈ D

   
u1 (x) v1 (x)
u= v= (33)
u2 (x) v2 (x)
   
u1 (x) + v1 (x) (u1 + v1 )(x)
u+v = = (34)
u2 (x) + v2 (x) (u2 + v2 )(x)
que também é diferenciável, e e quanto à condição de contorno:

(u1 + v1 )(2π) = u1 (2π) + v1 (2π)M u1 (0) + M v1 (0) = M (u1 + v1 )(0) (35)


e é similar para (u2 + v2 )(x).
Seja B = C e u ∈ D

 
u1 (x)
u= (36)
u2 (x)
tal que

   
λu1 (x) (λu1 )(x)
λu = u = = (37)
λu2 (x) (λu2 )(x)

6
λ é cte com relação à dimensão de diferenciabilidade, portanto é diferenciável, e a
condição de contorno

(λu1 )(2π) = λu1 (2π) = λM u1 (0) = M (λu1 )(0) (38)

portanto D é subespaço vetorial.


b) Vamos forçar que

⟨p̂f, g⟩ = ⟨f, p̂g⟩ (39)


isto é
ˆ ˆ  
T df1 df2
⟨p̂f, g⟩ = p̂f g dx = −i g1 + g2 (40)
dx dx
ˆ ˆ  
T dg1 dg1
⟨p̂f, p̂g⟩ = f p̂g dx = i f1 + f2 (41)
dx dx
de (41)
ˆ  
df1 df2
⟨p̂f, p̂g⟩ = i · I [ f1 g1 + f2 g2 ] − i g1 + g2 (42)
dx dx

então

´ df1
g + df

⟨p̂f, g⟩ = −i 2
g
dx 1 dx 2 ´ df1 df2
 (43)
⟨p̂f, p̂g⟩ = i · I [ f1 g1 + f2 g2 ] − i dx 1
g + dx 2
g
comparando, temos que

h i2π
[ f1 g1 + f2 g2 ]2π
0 = 0 −→ f· gT =0 (44)
0

f (2π)g T (2π) − f (0)g T (0) = 0 (45)

então

M f (0) · M T g T (0) − f (0)g T (0) = (M M T − I)(f · g T )(0) = 0 (46)


e a condição sobre M é

∴ MMT = I (47)

7
c) Para determinamos o espectro de p̂

−i df
 1
dx
= λf1
df2 (48)
−i dx = λf2
Resolvendo

df1
= if1 =⇒ f1 = c1 exp(( iλx) (49)
dx
se M = I2×2 então

f (0) = f (2π) −→ 1 = exp(2π · iλ) (50)


e2πiλ = 1 (51)

1 = cos(2πλ) + i sin(2πλ) (52)

para que seja 1

2πλ = 2nπ =⇒ λ = n, n = 1, 2, 3, ... (53)

e2πiλ = 1 (54)

1 = cos(2πλ) + i sin(2πλ) (55)

para que seja 1

2πλ = 2nπ =⇒ λ = n, n = ±1, ±2, ±3, ... (56)

de forma que o espectro é determinado

σ(p̂) = Z (57)

d) para este caso, ainda obtemos

−i df
 1
= λf1 f (x) = c1 exp(2πiλ)
dx
df2 =⇒ 1 (58)
−i dx = λf2 f2 (x) = c2 exp(2πiλ)

então

     
f1 (2π) 0 1 f1 (0) f1 (0) = f2 (2π)
= =⇒ (59)
f2 (2π) 1 0 f2 (0) f2 (0) = f1 (2π)
que nos dá que

8
c1 = c2 exp(2πiλ)
=⇒ 1 = exp(4πiλ) (60)
c2 = c1 exp(2πiλ)
então

n
λ= n∈Z (61)
2
de forma que o espectro é determinado

σ(p̂) = Z (62)

5 Exercício 5
Considere o espaço vetorial V das funções [a, b] → R duas vezes diferenciáveis e que
satisfazem as seguintes condições de contorno:

α1 f (a) + α2 f ′ (a) = 0
(63)
β1 f (b) + β2 f ′ (b) = 0

onde α1 , α2 , β1 , β2 são constantes reais. Desta forma o espaço vetorial V depende


dessas constantes e poderia ser denotado por V (α1 , α2 , β1 , β2 ). Vamos assumir que no
mínimo um dos alpha e um dos β é não nulo.
Podemos definir em V (α1 , α2 , β1 , β2 ) o produto escalar

ˆ b
⟨f, g⟩ = f (x)g(x)dx (64)
a

Considre o operador linear


 
d d
L=− p(x) + q(x) (65)
dx dx

atuando em V como
 
d df
(Lf )(x) = − p(x) + q(x)f (x) (66)
dx dx

Assumiremos que p(x) > 0 e diferenciável no intervalo [a, b]


a) Verifique que V = V (α1 , α2 , β1 , β2 ) é de fato um espaço vetorial
b) Mostre que o operador L é formalmente auto-adjuntos, isto é:

⟨Lf, g⟩ = ⟨f, Lg⟩ (67)

9
5.1 Resolução
a) Para ser de fato um espaço vetorial, temos que provar as 8 propriedades:
A1 Quais que sejam u, vw ∈ V

(u + v) + w = u + (v + w) (68)

A2 Existe 0 ∈ V tal que para todo v ∈ V

0+v =v (69)

A3 para cada v ∈ V , existe −v ∈ V tal que

v + (−v) = 0 (70)

A4 Quais que sejam u, v ∈ V , tal que

u+v =v+u (71)

M1 Para qualquer escalar k ∈ K e quaisquer v, w ∈ V

k(v + w) = kv + kw (72)

M2 Para quaisquer k, m ∈ K e para qualquer v ∈ V

(k + m)v = kv + mv (73)

M3 Para quaisquer k, m ∈ K e para qualquer v ∈ V

(km)v = k(mv) (74)

M4 Para qualquer v ∈ V tem-se que

1 · v = 1v = v (75)

Então para [A1], definemos f, g, p ∈V(α1 , α2 , β1 , β2 )

α1 f (a) + α2 f ′ (a) = 0
(76)
β1 f (b) + β2 f ′ (b) = 0

α1 g(a) + α2 g ′ (a) = 0
(77)
β1 g(b) + β2 g ′ (b) = 0

α1 p(a) + α2 p′ (a) = 0
(78)
β1 p(b) + β2 p′ (b) = 0

provemos que

10
(f + g) + p = f + (g + p) (79)

então

(α1 f (a) + α2 f ′ (a) + α1 g(a) + α2 g ′ (a)) + α1 p(a) + α2 p′ (a)


(80)
(β1 f (b) + β2 f ′ (b) + β1 g(b) + β2 g ′ (b)) + β1 p(b) + β2 p′ (b)

e temos então (f + g) + p. Agora, veja que podemos fazer

α1 f (a) + α1 (g(a) + p(a)) + α2 f ′ (a) + α2 (g ′ (a) + p′ (a))


(81)
β1 f (b) + β1 (g(b) + p(b)) + β2 f ′ (b) + β2 (g ′ (b) + p′ (b))

e então

α1 f (a) + α2 f ′ (a) + α1 (g(a) + p(a)) + α2 (g ′ (a) + p′ (a))


=⇒ f + (g + p) (82)
β1 f (a) + β2 f ′ (a) + β1 (g(a) + p(a)) + β2 (g ′ (a) + p′ (a))

para A2 é trivial notar que

0 + f = α1 · 0 + α2 · 0 + α1 f (a) + α2 f ′ (a) = f (83)

e é similar para a parte de β

0 + f = β1 · 0 + β2 · 0 + β1 f (b) + β2 f ′ (b) = f (84)


para A3, notemos que

α1 (−f (a)) + α2 (−f ′ (a)) + α1 (f (a)) + α2 f ′ (a) = 0 + 0


=⇒ (85)
β1 (−f (b)) + β2 (−f ′ (b)) + β1 (f (b)) + β2 (f ′ (b)) = 0 + 0
α1 (f (a) − f (a)) + α2 (f ′ (a) − f ′ (a)) = 0 + 0
=⇒ =⇒ (86)
β1 (f (b) − f (b)) + β2 (f ′ (b) − f ′ (b)) = 0 + 0

α1 (0) + α2 (0) = 0
(87)
β1 (0) + β2 (0) = 0

e vemos que é cumprida a propriedade.


Para A4 a demonstração é completamente simular à A1.

( α1 (g(a) + p(a)) + α2 (g ′ (a) + p′ (a))) = ( α1 (p(a) + g(a)) + α2 (p′ (a) + g ′ (a)))


( β1 (g(a) + p(a)) + β2 (g ′ (a) + p′ (a))) = ( β1 (p(a) + g(a)) + β2 (p′ (a) + g ′ (a)))
(88)
Para M1, usamos A4

11
κ ( α1 (g(a) + p(a)) + α2 (g ′ (a) + p′ (a)))
κ(g + p) = =⇒ (89)
κ ( β1 (g(a) + p(a)) + β2 (g ′ (a) + p′ (a)))
κα1 g(a) + κα1 p(a) + κα2 g ′ (a) + κα2 p′ (a)
=⇒ (90)
κβ1 g(b) + κβ1 p(b) + κβ2 g ′ (b) + κβ2 p′ (b)

κα1 (g(a) + g ′ (a)) + κα1 (p(a) + p′ (a))


= κg + κp (91)
κβ1 (g(b) + g ′ (b)) + κβ1 (p(b) + p′ (b))

Para M2:

(γ + κ)(α1 f (a) + α2 f ′ (a))


(κ + γ)f = (92)
(γ + κ)(β1 f (b) + β2 f ′ (b))

(γ)(α1 f (a) + α2 f ′ (a)) + κ(α1 f (a) + α2 f ′ (a))


= κf + γf (93)
(γ)(β1 f (b) + β2 f ′ (b)) + κ(β1 f (b) + β2 f ′ (b))

Para M3 a demonstração é COMPLETAMENTE análoga à M2, desprezando de-


onstração.
Para M4

1(α1 f (a) + α2 f ′ (a)) (α1 f (a) + α2 f ′ (a))


1·f = = =f (94)
1(β1 f (b) + β2 f ′ (b)) (β1 f (b) + β2 f ′ (b))

como todos os axiomas foram válidos V = V (α1 , α2 , β1 , β2 ) é um espaço vetorial.


b) Temos então

ˆ b ˆ b
′ ′
⟨Lf, g⟩ = − g(pf ) dx + f pg (95)
a a
| {z }
(I)

de (I):

ˆ b ˆ b
′ ′ b
− g(pf ) dx = −gpf ′ |a + pf ′ g ′ dx (96)
a a
da primeira parte, se f, g ∈ V . então

gpf ′ |x=a = gpf ′ |x=b (97)


nos resta então

ˆ b
pf ′ g ′ dx (98)
a

12
ˆ b
b
pf g ′ |a − f (pg ′ )′ dx (99)
a

novamente

pf g ′ |x=a = pf g ′ |x=b (100)

então de (I)

ˆ b ˆ b
′ ′
− g(pf ) dx = − f (pg ′ )′ dx (101)
a a

pela combinação de (95) e (101) temos que

ˆ b ˆ b
′ ′
⟨Lf, g⟩ = − f (pg ) dx + f pg = ⟨f, Lg⟩ (c.q.d.) (102)
a a

6 Exercício 6
No contexto da questão anterior, considere a equação

Lf (x) = λρ(x)f (x)

onde ρ(x) > 0 no intervalo [a, b], f ∈ V (α1 , α2 , β1 , β2 ), λ ∈ C


a) A equação reproduz muitas equações que são importantes na física. Escolha as
funções p(x), q(x) e ρ(x) deforma a reproduzir as equações de Helmholtz, Legendre
e Bessel.
b) A equação acima define o chamado problema de Sturm-Liouville. Dados os parâ-
metros α1 , α2 , β1 , β2 e as funções p(x), q(x) e ρ(x), o problema de Sturm-Liouville
consiste em determinar pares (λ.fλ (x)) ) que satisfazem a equação . Note que é
análogo a um problema de autovalores. As funções fλ (x) são chamadas de autofun-
ções e os correspondentes λ são chamados de autovalores. Vamos definir o seguinte
produto escalar em V

ˆ b
⟨f, g⟩ρ = f (x)g(x)ρ(x)dx
a
mostre que duas autofunções fλ1 e fλ2 satisfazem

⟨fλ1 , fλ2 ⟩ρ = 0
se λ1 ̸= λ2

13
6.1 Resolução
a equação que temos e para o nosso lado é

p′ f ′ + pf ′′ − qf + λρf = 0 (103)
para ajustarmos às equações, então:
Para a equação de Helmholtz

∇2 f + κ2 f = 0 (104)

para se adequarem


 q(x) = 0

λ = κ2

(105)

 ρ(x) = 1

p(x) = 1

para a equação de Legendre:

(1 − x2 )f ′′ − 2xf ′ + n(n + 1)f = 0 (106)

então


 q(x) = 0

λ = n(n + 1)

(107)
ρ(x) = 1

p(x) = 1-x2

para a equação de Bessel

m2
 
′′ ′
xf + f − x+ f =0 (108)
x
 2

 q(x) = − mx

λ=1

(109)

 ρ(x) = x

 p(x) = x

Definimos o produto interno

ˆ b
⟨f, g⟩ρ = f (x)g(x)ρ(x)dx (110)
a
Provamos já que

14
⟨Lf, g⟩ = ⟨f, Lg⟩ (111)

então, sejam λ, µ autovalores

⟨λρf, g⟩ = ⟨f, µρg⟩ (112)

λ⟨ρf, g⟩ = µ⟨f, ρg⟩ = µ⟨ρf, g⟩ (113)

de forma que

λ⟨f, g⟩ρ = µ⟨f, g⟩ρ (114)

portanto

(λ − µ)⟨f, g⟩ρ = 0 (115)

se λ ̸= µ então

⟨f, g⟩ρ = 0 (116)

15

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