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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CHAPECÓ/SC

CCR DIREITO E CIDADANIA


DOCENTE SELINE N.M.S.
Número de Ordem DISCENTE ( ):
Assinatura:

Prova n.2

Capitalismo Consciente

O que a crise humanitária dos Yanomâmis tem a dizer às empresas?


Por Diário do Comércio
1 de fevereiro de 2023

*Por Marina Spínola

Há dias assistimos, estarrecidos, a cenas chocantes da situação de saúde do povo


Yanomâmi, na região amazônica brasileira. As imagens mostram o sofrimento causado
pela dramática crise sanitária e humanitária instalada na maior terra indígena do País. No
local onde vivem cerca de 28 mil yanomâmis, a desnutrição atinge mais de 50% das
crianças locais, e casos de malária estão espalhados pela população. O governo federal
decretou emergência de saúde pública e tem anunciado medidas para mitigar as
questões urgentes. Demonstra ter consciência de que o problema que afeta a nação
yanomâmi é sistêmico e estrutural e as soluções estão longe de serem simples.
Há anos, entidades sociais de direitos da população indígena denunciam o avanço do
garimpo ilegal no território, que contamina os rios, traz doenças e violência, em especial,
abuso de mulheres e crianças. As denúncias já chegaram ao STF, há anos. A Constituição
Federal determina que é dever do Estado a proteção e a garantia dos povos indígenas e
originários. A complexidade de fatores envolvidos e, principalmente, o sofrimento humano
escancarado mundialmente impõe uma reflexão urgente e aponta para uma possibilidade
de transformação que também está ao alcance de setores produtivos e lideranças
empresariais.
A crise humanitária convoca o mundo corporativo a uma tomada de consciência. Uma
referência para esse exercício pode ser encontrada nas premissas do movimento
Capitalismo Consciente, que entende as empresas não somente como geradoras de
desenvolvimento econômico, mas também social e ambiental. As formas de fazer negócio
e investir defendidas pelo capitalismo consciente são apoiadas em quatro pilares:
propósito maior, orientação para stakeholders, liderança consciente e cultura consciente.
Portanto, é imperativo que as lideranças tomem consciência de que elas precisam se
ocupar das questões que afetam a dinâmica social dos países em que operam. Diante de
uma crise humanitária que ameaça o nosso avanço civilizatório, as empresas devem
dedicar recursos financeiros que aplaquem o sofrimento humano emergencial. Mas é
preciso ir além.
Diante das brutais transformações sociais, econômicas e tecnológicas e, também, com o
aumento da complexidade dos desafios globais, as empresas precisam assumir um papel
que não era delas até o século 20. Não se trata de substituir responsabilidades, muito
menos de ocupar espaço dos poderes constituídos para a garantia de direitos
fundamentais.
Como estimula o Capitalismo Consciente, as corporações devem fazer mais e,
principalmente, a partir de um outro lugar e de uma outra forma. Vivemos um tempo em
que as organizações precisam ser também agentes de promoção de bem-estar social.
Não são mais apenas meios de produção econômica. E, para tanto, as lideranças
empresariais precisam tomar consciência de seu papel de construtores de uma cultura de
paz e de legados sociais, ultrapassando os muros de suas organizações e colaborando
para sociedades mais prósperas e dignas.
Muitos já aprenderam que não há negócio que prospere em ecossistemas devastados.
Mas o desafio é maior que esse. Alarguemos nossa perspectiva. É preciso que as
empresas sejam agentes de regeneração. Mesmo que os impactos negativos vividos
agora sejam fruto de ação de outros atores e em outros momentos da história. A
responsabilidade de ação e de reparação é de quem tem o poder da caneta hoje. O
sofrimento do povo Yanomâmi conclama uma atitude ética empresarial, para além da
emergencial e circunstancial. Uma forma de liderar que faça diferença na construção de
uma sociedade em que os negócios deixem legados significativos, positivos e
estimuladores para uma vida digna de todos os seus cidadãos.
*Diretora de Relações Corporativas da FDC e integra o Conselho da Filial Regional do
Capitalismo Consciente em Belo Horizonte (MG).

Disponível em: <https://diariodocomercio.com.br/opiniao/o-que-a-crise-humanitaria-dos-


yanomamis-tem-a-dizer-as-empresas/>. Acesso em: 02 fev 23.

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ORIENTAÇÕES SOBRE A PROVA:

LEIA ATENTAMENTE A NOTÍCIA ACIMA E RELACIONE COM OS DISPOSITIVOS


CONSTITUCIONAIS PARA RESPONDER COM ‘C’ ÀS QUESTÕES CORRETAS E ‘I’ ÀS
QUESTÕES INCORRETAS.

1. sofrimento causado pela dramática crise sanitária e humanitária

( ) a tortura é permitida pela Constituição da República Federativa do Brasil desde 1988

2. medidas para mitigar as questões urgentes


( ) medidas adotadas com fundamento no princípio da prevenção diante do
conhecimento científico ajudam a impedir ou a reduzir danos à saúde ou para o meio
ambiente.

3. contamina os rios, traz doenças e violência, em especial, abuso de mulheres e


crianças

( ) o garimpo em terra de comunidades originárias não é proibido no Brasil, assim como,


não é possível, por analogia, aplicar a Lei Maria da Penha ou do Feminicídio às mulheres
indígenas. Logo o equilíbrio ambiental é uma utopia não assegurada na CF/88.

4. é dever do Estado a proteção e a garantia dos povos indígenas e originários

( ) O Estado através do MPF, IBAMA, ICMBIO, CONAMA, Juiz Federal, não tem
obrigação de defender os povos indígenas contra os invasores das terras dos povos
originários, pois se estes povos têm a posse direta e usufruto das mesmas, eles que se
defendam com suas armas e defendam as terras em que vivem.
5. garantia de direitos fundamentais.

( ) o direito à vida, à igualdade, à liberdade, à segurança e à propriedade são direitos


fundamentais individuais e coletivos, que também são direitos humanos.

6. promoção de bem-estar social.

( ) É um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil

7. cultura de paz

( ) é um dos direitos difusos de terceira dimensão e um dos princípios das relações


internacionais do Brasil

8. sociedades mais prósperas e dignas; vida digna de todos os seus cidadãos;

( ) A dignidade humana no Brasil é um princípio fundamental

9. ecossistemas devastados

( ) o direito ao meio ambiente constitucional não prevê a sustentabilidade e o equilíbrio


ambiental dos ecossistemas

10. os impactos negativos vividos agora sejam fruto de ação de outros atores e em outros
momentos da história

( ) o direito difuso ambiental visa garantir melhor qualidade de vida para todos: gerações
presentes e futuras.
*** Entregar somente o GABARITO em PDF com o número de ordem (não é número de
matrícula) e assinatura do(a) discente

GABARITO TABULADO DeC


Discente ( )
Assinatura:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C
I

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