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Advocacia, Consultoria Dr.

Carlos Alberto Andrade


e Assessoria Jurídica OAB/SC 55930
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ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) DELEGADO(A) DE POLÍCIA DA 30ª


DELEGACIA REGIONAL DE POLÍCIA CIVIL DE PALHOÇA/SC -
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA/SC.

PROCESSO ADMINISTRATIVO nº 28918/2021

CELSON MOHR, brasileiro, casado, representante comercial, portador


da Carteira Nacional de Habilitação n°. 00675742101, DETRAN/SC, inscrito no
Cadastro Nacional de Pessoa Física sob o n°. 018.315.559-99, residente e
domiciliado na Rua: Das Laranjeiras, 105, casa, São Sebastião, Palhoça/SC,
CEP 88136-331, por intermédio do seu advogado que esta subscreve ao final
(procuração em anexo), vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Senhoria, em conformidade com os arts. 281 e 285, ambos do CTB, Resolução
299/08 e Resolução nº 619/2016 do CONTRAN, da Lei Federal 9.784/99, e
CF/88, para apresentar

DEFESA PRÉVIA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO

em desfavor ao PROCESSO ADMINISTRATIVO nº 28918/2021, promovido


pela 30ª DELEGACIA REGIONAL DE POLÍCIA CIVIL DE PALHOÇA/SC, que
tramita nesta CIRETRAN, conforme restará demonstrada pelos fatos e
fundamentos de direito a seguir aduzidas:

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I – SOBRE A TEMPESTIVIDADE

O RECORRENTE foi notificado pelos Correios sobre o Processo


Administrativo de Suspensão do Direito de Dirigir ora combatido, na qual
vem prevendo como prazo para apresentação de Defesa, a data de
10/05/2021.

Entretanto, o RECORRENTE foi notificado pelos Serviços dos Correios,


apenas no dia 10/05/2021, no último dia do prazo para apresentar sua Defesa,
conforme possível de confirmar através de cópia do comprovante de entrega,
vejamos:

Desta forma, como o prazo para apresentar Defesa era até o dia
10/05/2021, e o RECORRENTE só foi notificado no último dia do prazo
(10/05/2021), requer desde já a dilação do prazo conforme previsto no art. 282,
§ 4º, do CTB, vejamos:

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Art. 282. Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja


apresentada no prazo estabelecido, será aplicada a penalidade
e expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator,
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da
data do cometimento da infração, por remessa postal ou por
qualquer outro meio tecnológico hábil que assegure a ciência
da imposição da penalidade.

[...]

§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo


para apresentação de recurso pelo responsável pela infração,
que não será inferior a trinta dias contados da data da
notificação da penalidade. (Grifo nosso)

Nada obstante, o RECORRENTE notificado sobre o Processo


Administrativo de Suspensão do Direito de Dirigir, somente em 10/05/2021,
passa a presente defesa ser tempestiva, haja visto o prazo prescricional findar-
se em 09/06/2021.

Diante do exposto, requer seja a presente defesa seja recebido, provida,


pra ao final ser julgada totalmente procedente, sendo cancelada e arquivada,
haja vista a perda do objeto, conforme será demonstrado nos autos.

II - FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 – SOBRE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO DE


RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA

O RECORRENTE foi notificado sobre a instauração do processo


administrativo nº 28918/2021, de SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR,
instaurado em 06/04/2021, conforme disposto no art. 261,I da Lei 9.503/97
(Código de Trânsito Brasileiro) em decorrência das infrações de trânsito

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cometidas no período de 12 meses (26/06/2018 à 11/01/2019), conforme


abaixo descritas, que ocasionaram o somatório de 20 pontos, vejamos:

Observa-se, inicialmente que a tipificação disposta no auto do


PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR
instaurado no dia 06/04/2021, ora atacado, encontra-se fundamentado no art.
261, I do CTB, vigente até 11/04/2021, vejamos:
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será
imposta nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)

I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte)


pontos, no período de 12 (doze) meses, conforme a
pontuação prevista no art. 259; (Incluído pela Lei nº 13.281,
de 2016) (Grifo nosso)

Nada obstante a fundamentação supracitada, imperioso destacar que o


presente o artigo sofreu alteração pela Lei 14.071/2020, com entrada em vigor
em 12/04/2021, na qual estabelece alteradas as regra para aplicação da
penalidade, seguindo a nova norma, vejamos:

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Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será


imposta nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº
13.281, de 2016)

I - sempre que, conforme a pontuação prevista no art. 259


deste Código, o infrator atingir, no período de 12 (doze)
meses, a seguinte contagem de pontos: (Redação
dada pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência)

a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações


gravíssimas na pontuação; (Incluído pela Lei nº 14.071, de
2020) (Vigência)

b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração


gravíssima na pontuação; (Incluído pela Lei nº 14.071,
de 2020) (Vigência)

c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma


infração gravíssima na pontuação; (Incluído pela Lei
nº 14.071, de 2020) (Vigência)

II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código,


cujas infrações preveem, de forma específica, a penalidade de
suspensão do direito de dirigir. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) (Vigência) (Grifo nosso)

Desta forma, estamos diante da necessidade da aplicação da Lei menos


gravosa ao RECORRENTE, o que é plenamente permitido pelo ordenamento
jurídico pátrio, ainda que na esfera administrativa.

Para corroborar o exposto, colaciono o decisum exarado pelo Superior


Tribunal de Justiça ao apreciar a temática:
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSUAL. EFEITO
DEVOLUTIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR. PENALIDADE DE SUSPENSÃO. SUCESSÃO
DE LEIS. LEGALIDADE. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. O efeito devolutivo do recurso ordinário não
alcança questão de mérito estranha aos autos, que não foi
apreciada pela decisão recorrida nem alegada na
inicial. Constitui regra a aplicação da norma vigente à
época dos fatos que regula. A retroatividade da lei que
prevê penalidades só tem lugar quando beneficia,
necessariamente, a condição do acusado. No caso, a lei
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nova que prevê pena máxima de trinta dias de suspensão


à exemplo da lei revogada e pena mínima mais elevada
que a norma antiga. Recurso a que se nega provimento”.
(ROMS 200001164546, PAULO MEDINA, STJ - SEXTA
TURMA, DJ DATA:01/07/2004 PG:00278 LEXSTJ
VOL.:00183 PG:00036) (Grifo nosso)

Outrossim, forte no argumento, colaciona-se também, os seguintes


julgados:
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXIGÊNCIA DE
KITS DE PRIMEIRO SOCORRO. RESOLUÇÃO CONTRAN
42/98. ART. 12 DA LEI 9.503/97. REVOGAÇÃO PELA LEI
9.72/98. EFEITOS PUNITIVOS. LEI MAIS BENÉFICA. - Com
o advento da Lei 9.792/99 foi revogado o art. 112 da
Lei 9.503/97, que dava suporte à Resolução 42/98 do
CONTRAN, portanto às multas por não portar os estojos de
primeiro socorro. Dessa forma, deixou de existir os efeitos
punitivos inerentes à norma revogada, até mesmo porque
"totalmente destituída de adequação ao fim almejado, razão
porque nula ex radice e dela não se pode extrair efeitos
jurídicos", conforme bem assinalado na sentença. - "2. "A
retroatividade in bonam partem é princípio geral de direito
que impera independentemente de haver ou não a multa
índole tributária. O simples fato de o direito ao tratamento
mais benéfico estar positivado apenas no CTN não afasta
a incidência da lei posterior in mellius, uma vez que há
absoluta identidade de pressupostos fáticos. (...)"(TRF4,
AG 2007.04.00.021914-4, Terceira Turma, Relator Roger
Raupp Rios, D.E. 24/07/2007). (AC 200881000113950 -
Relator (a) Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira -
TRF5 - Primeira Turma - DJE - Data :22/07/2010 - Página
378.) - Apelação e remessa oficial improvidas”. (AC
200130000005852, JUIZ FEDERAL GRIGÓRIO CARLOS
DOS SANTOS, TRF1 - 4ª TURMA SUPLEMENTAR, e-DJF1
DATA:22/03/2012 PÁGINA:288.)
ADMINISTRATIVO. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO.
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 202/06. LEI 11.334/06 QUE DEU
NOVA REDAÇÃO AO ART. 218 DA LEI Nº 9.503/97.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO DE
RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA. 1. Trata-se de
apelação da sentença que denegou a segurança por não
vislumbrar o direito líquido e certo alegado pelo impetrante, ao
argumento de incidência da regra geral da irretroatividade da
norma posterior (Lei 11.334/06), que deverá respeitar o ato
jurídico da imposição da multa de trânsito, perfeito sob a
égide da lei anterior (Lei 9.503/97). 2. À época dos fatos
(31.05.2006) a Lei 11.334/06, que deu nova redação ao
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art. 218 da Lei no 9.503/97 (Código de Trânsito), ainda não


existia. Porém quando do lançamento ocorrido em 10.08.2006
já se encontrava em vigor a referida Lei 11.334/2006. 3. O
CONTRAN expediu a Resolução de nº 202 de 25.08.2006 no
sentido de que as alterações do art. 218 do Código de
Trânsito se aplicam, apenas, aos Autos de Infrações lavrados
a partir de 26.07.2006. 4. Como todo e qualquer princípio, o
da irretroatividade da lei, previsto tanto no
art. 5º, XXXVI da CF/88, quanto no art. 6º da LICC não tem
caráter absoluto. 5. A própria CF/88, expressa em seu art. 5º,
XL a retroatividade da lei benigna. 6. A legislação
infraconstitucional igualmente prevê a possibilidade de
retroação para beneficiar. É o caso do art. 106 do CTN que
elenca as possibilidade de aplicação da lei ao fato pretérito. 7.
A despeito da Resolução do CONTRAN, a necessária
ponderação sobre a aplicação dos princípios em
comento, infere-se que o melhor direito está na aplicação
retroativa da lei mais benéfica, privilegiando-se, assim, o
princípio geral de direito de retroatividade da lei mais
benéfica. 8. Reforma da sentença para conceder a segurança
no sentido de determinar a aplicação retroativa da
Lei 11.334/06, às Notificações de Atuação de nºs 6142278 e
6142279 aplicadas ao impetrante. 9. Apelação provida”. (AC
200881000113950, Desembargador Federal Rogério Fialho
Moreira, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::22/07/2010 -
Página::378.)

Neste sentindo, verifica-se a possibilidade de aplicação do princípio


geral de direito de retroatividade da lei mais benéfica no casu in tela, haja
visto que o RECORRENTE ter atingido apenas 20 (vinte e nove) pontos, com
apenas uma infração gravíssima na pontuação (art. 261, I, b do CTB).

Diante do exposto, REQUER seja julgado o presente PASDD


inconsistente, devendo ser aplicado o PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO DE
RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA ao RECORRENTE, sendo
concedido de ofício por esta autoridade de trânsito.

2.2 - SOBRE A AUTOTUTELA DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

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É importante de destacar que, no âmbito do Regime Jurídico


Administrativo, a noção de AUTOTUTELA é concebida, aprioristicamente,
como um princípio informador da atuação da Administração Pública,
paralelamente a outras proposições básicas, como a legalidade, a supremacia
do interesse público, a impessoalidade, entre outras.

Sendo assim, para sua formulação teórica, parte-se do pressuposto


inquestionável de que o Poder Público está submetido à lei. Logo, sua atuação
se sujeita a um controle de legalidade, o qual, quando é exercido pela própria
Administração, sobre seus próprios atos é denominado de AUTOTUTELA.

Essa AUTOTUTELA abrange a possibilidade de o Poder Público


Anular ou Revogar seus Atos Administrativos, quando estes se
apresentarem, respectivamente, ilegais ou contrários à conveniência ou à
oportunidade administrativa. Em qualquer dessas hipóteses, porém, não é
necessária a intervenção do Poder Judiciário, podendo a anulação / revogação
perfazer-se por meio de outro ato administrativo auto executável.

Essa noção está consagrada em antigos enunciados do Supremo


Tribunal Federal, que preveem:
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos
seus próprios atos. (STF, Súmula nº 346, Sessão Plenária
de 13.12.1963). A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial. (STF, Súmula nº 473, Sessão Plenária
de 03.12.1969). (grifo nosso)

Segundo Odete Medauar, em virtude do princípio da AUTOTUTELA


administrativa, destaca que:

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A Administração deve zelar pela legalidade de seus atos e


condutas e pela adequação dos mesmos ao interesse
público. Se a Administração verificar que atos e medidas
contêm ilegalidades, poderá anulá-los por si própria; se
concluir no sentido da inoportunidade e inconveniência,
poderá revogá-los. (Medauar, 2008, p. 130). (grifo nosso)

Em suma, portanto, a AUTOTUTELA é tida como uma emanação do


princípio da legalidade e, como tal, impõe à Administração Pública o dever, e
não a mera prerrogativa, de zelar pela regularidade de sua atuação (dever de
vigilância), ainda que para tanto não tenha sido provocada.

Esse controle interno se dá em dois aspectos, a saber: a anulação de


atos ilegais e contrários ao ordenamento jurídico, e a revogação de atos em
confronto com os interesses da Administração, cuja manutenção se afigura
inoportuna e inconveniente.

Pelas razões acima expostas, e invocando o Parágrafo Único do Art. 281


do CTB, requer seja recebida a presente defesa e por consequência, seja
cancelada e arquivada, a autuação lavrada em face do REQUERENTE, por ser
totalmente inconsistente.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto REQUER digne-se Vossa Senhoria em determinar:

a) seja julgado a preliminarmente procedente o pedido de reconhecendo a


tempestividade da presente defesa;

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b) seja julgado o pedido de aplicação do princípio geral de direito de


retroatividade da lei mais benéfica ao RECORRENTE, procedente, medida
que se faz de direito pleno, determinando o cancelamento e arquivamento da
presente demanda.

Por fim, e não menos importante, requer caso seja indeferido a presente
DEFESA PRÉVIA, seja a negativa fundamentada, e entregue por escrito
diretamente ao REQUERENTE ou no endereço acima citado, no prazo de 05
dias, com a devida motivação sob pena de nulidade, a fim de instruir a medida
judicial cabível, por ser medida da mais LÍDIMA JUSTIÇA!

Termos em que,
Pede deferimento.

Palhoça/SC, 10 de maio de 2021.

____________________________
CELSO MOHR
CPF Nº 018.315.559-99

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