Dissertação Mila Schiavo-IAG-PUC

0
Mila Schiavo
Futuro da Veiculação de Vídeos na

Internet
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Departamento de Administração
Programa de Pós-Graduação em Administração
Rio de Janeiro, Março de 2011.

1
Mila Schiavo Weyrauch

Internet
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Administração da PUC-Rio como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre
em Administração.
Orientador: Prof. Paulo Cesar Motta
Rio de Janeiro
Março de 2011
2

Internet
Dissertação apresentada como requisito parcial

para obtenção do grau de Mestre pelo Programa
de Pós-Graduação em Administração da PUC-Rio.
Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo
assinada.
Prof. Paulo César Motta

Orientador:
Departamento de Administração, IAG - PUC-Rio
Profª. Angeluccia Bernardes Habert

Departamento de Comunicação, PUC-Rio
Prof. Manoel Marcondes Machado Neto

Departamento de Administração e Finanças, UERJ
Profª. Mônica Zaidan Gomes Rossi

Suplente
Departamento de Administração, IAG - PUC-Rio
Rio de Janeiro, XX de MÊS de 2010

3
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou

parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e da
orientadora.

Graduou-se em Música pela Berklee College of Music – Boston,
Estados Unidos – em 1994. Cursou o IAG Management em Gestão
Empresarial no IAG/PUC-Rio em 2008. Desenvolveu atividade
profissional como percussionista ao lado de artistas e produtores
como Roupa Nova, Titãs, Guilherme Arantes, Mauricio Mattar,
Frenéticas, David Byrne, Paulo Moura, Barão Vermelho, Virgínia
Rodrigues, Caetano Veloso, Vinicius Cantuaria, Bebel Gilberto,
Leny Andreade, entre outros. Foi sócia gerente da Maracatu Brasil,
escola e loja especializada em bateria e percussão no Rio de
Janeiro, de 2000 a 2003. Atualmente é sócia gerente da Internet
Filmes.com, empresa produtora de vídeos com foco na Web.
Ficha Catalográfica
4
Agradecimentos
TEXTO
5
Resumo
Weyrauch, Schiavo. Futuro da Veiculação de Vídeos na Internet. Rio

de Janeiro, 2010. Xp. Dissertação de Mestrado - Departamento de
Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
O mercado da produção audiovisual está diretamente ligado as inovações

tecnológicas e uma tendência nesse setor é a veiculação de vídeos pela internet
banda larga fixa e móvel. Este estudo procurou identificar como serão as
transmissões de televisão via internet no ano de 2021, seus formatos, produtores
de conteúdo, possíveis fontes de receita, direitos autorais e pirataria, tipos de
conteúdo e outras inovações tecnológicas como o vídeo sob demanda, streaming e
3D. A pesquisa aplicou o método Delfos de previsão, que utiliza um painel de
especialistas, buscando um consenso sobre o futuro. As principais conclusões são
que em 2021 a Veiculação de Vídeos na Internet modificará a indústria do
audiovisual em vários aspectos, como por exemplo a TV via internet banda larga
fixa e móvel será mais forte que TV aberta e paga. O estudo concluiu também
que, quanto aos direitos autorais, os autores de conteúdo audiovisual terão mais
proteção em relação aos crimes cibernéticos mas a prática será diferente, haverá
mais pirataria no Brasil em relação à transmissão vídeos de online.
Palavras-chave
Mercado Audiovisual, Inovação de Ruptura, Internet, Veiculação de

Vídeos, Método Delfos
6
Abstract
Weyrauch, Mila Schiavo. Future of Video Transmission on the Internet . Rio

de Janeiro, 2010. Xp. Master degree dissertation – Departamento de
Administração, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
The Audio Visual Production Market is directly connected with technological

innovations. One of the tendencies in this sector is video transmission on the
Internet, fixed line, and mobile broadband. This study sought to identify
how television will be transmitted via the internet in 2021, including the formats,
producers content, possible sources of revenue, copyright and piracy, kinds of
content, and other technological innovations such as video on demand, streaming,
and 3D. The research applied the forecasts Delphi technique, which uses a group
of specialists to find a consensus about the future. The main conclusions are that
in 2021, video transmission on the Internet will modify the audiovisual industry in
many aspects, for example, television transmission via Internet fixed line and
mobile broadband will be stronger than cable and the open television
network. The study also concluded that, regarding copyright, the audiovisual
content authors will have more protection in relation to cyber crimes, but the
practice will be different; and there will be more piracy in Brazil in relation to
online video transmission.
Keywords
Audio Visual Market, Disruptive Innovation, Internet, Video
Transmission, Delphi Method
7
Sumário
1. Problema 09
1.1. Contextualização do Problema 09
1.2. Objetivo 11
1.3. Relevância do Estudo 11
1.4. Delimitação do Estudo 12
2. Revisão da Literatura 13 1
2.1 Inovação de Ruptura 13
2.2 Televisão via Internet 15
2.2.1 Conteúdo audiovisual gerado por usuários 18
2.2.2 Consumo de vídeos online no Brasil 19
3 Método 23
3.1. Descrição e Adaptação do Método 23
3.2. História do Método 24
3.3. Etapas do Método 25
3.4 Limitações do Método 29
4. Resultados 30
4.1 Análise da Pesquisa Qualitativa 30
4.2 Elaboração e teste do primeiro questionário 37
4.3 Aplicação e análise do segundo questionário 41
5. Conclusões 56
5.1. Sumário do Estudo 56
5.2. Conclusões 56
5.3 Considerações Finais 61
6. Referências Bibliográficas 64
ANEXOS 70
8
Lista de Anexos & Tabelas
Tabela 1: Faixa Etária do Internauta Brasileiro 20

Tabela 2: Divisão por região do Internauta Brasileiro 20
Tabela 3: Divisão por Classe Econômica do Internauta Brasileiro 20
Tabela 4: Etapas do Método 25
Tabela 5: Respostas da pergunta 3.1 da primeira rodada 44
Tabela 11: Respostas da pergunta 7 da primeira rodada 49
Tabela 12: Respostas da pergunta 8 da primeira rodada 49
Tabela 13: Tabela com Fontes de Receitas Financeiras 51
ANEXO I – Questionário da primeira rodada 71
ANEXO I I – Questionário da segunda rodada 76
9
1. O PROBLEMA
1.1 Contextualização do Problema
O filme da empresa Dove, premiado no Festival Internacional de Cannes

2007, para o YouTube – Evolution – exprime a mudança de comunicação das
empresas. A campanha obteve muito sucesso pois iniciou uma conversa direta
com o consumidor utilizando a frase final do vídeo: “Não se é de estranhar que
nossa percepção de beleza seja destorcida” (Vaz, 2010).
O mundo era diferente nos anos 70 quando o marketing das artes foi
popularizado. A partir dessa década a sociedade mudou drasticamente e essas
mudanças incluíram empresas competindo por espaço global e um grande
aumento das mensagens de marketing para os consumidores (Kolb, 2005). Com
isso, as empresas precisam adotar propostas diferentes e mais sofisticadas nas suas
estratégias e programas de forma a acomodar um consumidor conhecedor das
novas mídias e do marketing (McMurdo, 1993).
Na nova economia global, o mercado audiovisual se encontra em um

momento de transição de um modelo tradicional linear offline que serviu parte de
um século para um futuro emergente digital online. A sociedade vai cada vez mais
depender de um mundo conectado necessitando de experiência sob demanda.
O mercado da produção audiovisual está diretamente ligado as inovações

tecnológicas e uma tendência nesse setor é a veiculação de vídeos pela Internet. O
crescimento da banda larga, combinada com o aumento considerável de conteúdo
de vídeo na Web, abriu caminho para uma nova audiência que esta abraçando e
interagindo com esse mercado.
A Internet está passando por uma mudança como resultado de uma grande
participação dos usuário que cada dia que passa estão aptos a produzir vídeos e
veicular essa informação na rede. Esse efeito é definido como “produção de
10
conteúdo do usuário” e pode ser considerado uma das grandes mudanças na

Internet desde o seu começo nos anos 90. Essa mudança de referência popularizou
muitos sites que possibilitavam aos usuários a troca de vídeo e de outros tipos de
conteúdo como fotos, mensagens de texto, etc... Esses tipos de sites na Internet
são chamados nos meios de comunicação como Web 2.0, para diferenciá-los dos
chamados sites Web 1.0 que somente hospedavam o conteúdo e não permitiam a
participação dos usuários. (GILL, ARLITT, LI & MAHANTI, 2007)
Segundo Zhang, Liu, Li, e Rao (2008), a veiculação de vídeos na Internet

apesar de não ter sido bem sucedida no começo, em um futuro bem próximo deve
se transformar no grande negócio da web. O sucesso do YouTube e sua aquisição
pelo Google em 2006 confirma o interesse do mercado de massa em compartilhar
vídeos pela internet.
O crescimento da banda larga pode ser considerado um dos fatores que

impulsionou esse Mercado. No Brasil, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)
é uma das prioridades do governo da presidente Dilma Rousseff.
A primeira pesquisa sobre Consumo de Vídeo Online no Brasil, realizada

pelas empresas Havas Digital, GLOBOSAT e Qualibest (Zimmerman, 2010),
revelou que “o amplo consumo de vídeo online já é uma realidade no Brasil”. O
Estudo sobre a produção audiovisual realizado pelo SEBRAE (2008) destaca esse
novo formato de exibição pela Internet como uma oportunidade de mercado
ligado às tendências tecnológicas.
Nos últimos anos, ocorreu o crescimento de novos sistemas de transmissão

de vídeos para os consumidores, incluindo a digital e as redes sem fio. Uma
questão importante desse desenvolvimento tecnológico é o surgimento crescente
de novas formas de dispositivos para os usuários finais se conectarem com essas
plataformas – e vice versa – incluindo computadores pessoais, gravadores digitais,
e as mídias portáteis como telefones celulares e os assistentes pessoais digitais
(Klym & Montpetit, 2008).
Entretanto, apesar de todo esse movimento do mercado de vídeos em

direção à Internet, muitos especialistas do setor do audiovisual estão incertos
11
sobre como será o futuro nesse meio de comunicação. Atualmente existem

diferentes formatos de telas, pequenas, grandes e medias, e o conteúdo
audiovisual está sendo veiculado e produzido de forma interativa. A indústria se
encontra no meio de uma revolução digital.
Assim como a indústria da música sofreu grandes mudanças com o
surgimento da Internet como veículo de massa, a indústria do audiovisual
necessita de pesquisas para compreender o rumo no mundo digital online para
responder questões tipo: como será o futuro dos vídeos na Internet?
1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho é fazer uma previsão para o mercado audiovisual

sobre o futuro da veiculação de vídeos na internet.
Entende-se como veiculação de vídeo a forma como o conteúdo
audiovisual é distribuído. Nesse contexto, a intenção é avaliar a internet como
uma tendência no modo como o vídeo é transmitido.
Uma outra questão importante é a produção de conteúdo de vídeo para a
internet, os formatos, receitas financeiras e a sua relação com os direitos autorais e
pirataria.
1.3 Relevância do Estudo
A conexão da televisão com a Internet, o crescimento ao acesso a banda

fixa larga e móvel, a COPA 2014 e as Olimpíadas 2016 representam uma
oportunidade histórica para crescimento do setor audiovisual na internet no
mercado nacional.
Um dado importante é o crescimento rápido desse mercado. Segundo
Qualman (2010) a história do vídeo online começa em janeiro de 2005. Nos
Estados Unidos aproximadamente 52% de todos os adultos do país utilizaram a
internet para assistir ou baixar um vídeo (Purcell, 2010).
Esse tema pode ser de grande interesse para os profissionais do mercado
audiovisual e também de empresas que tem identificação com o setor.
12
Esta análise pode abrir novos caminhos para profissionais da área de vídeo
principalmente no que se refere a compreensão desse formato da web e assim
facilitar o desenvolvimento de um novo modelo de plano de negócio.
1.4 Delimitação do Estudo
O presente estudo apresenta uma previsão para o futuro da veiculação de

vídeos para a Internet em 2021 considerando a opinião de especialistas da área do
mercado audiovisual.
A pesquisa foca no tema sobre a televisão via internet banda larga fixa e
móvel e sua relação com a televisão aberta e paga. A relação entre a televisão via
internet banda larga fixa e a via internet banda larga móvel também foi analisada.
Não foram abordados a intenção de compra por parte dos consumidores
para conteúdo audiovisual na Web. Esse tema por ter muitas variáveis diferentes
não pode fazer parte da pesquisa.
Um assunto relevante é a questão dos direitos autorais e a pirataria. Não
foi realizada uma discussão aprofundada sobre o tema apesar de muitos
participantes na pesquisa não enxergarem a pirataria na internet como crime.
Um estudo detalhado entre as diferenças da veiculação de vídeos pela
televisão aberta e paga e da via internet banda larga fixa e móvel foi descartada.
A discussão sobre o papel do governo brasileiro em relação a produção de
conteúdo audiovisual também não será abordada.
13
2. REVISÃO DA LITERATURA
2. 1 Inovação de Ruptura
Christensen & Bower (1995), definem a Inovação de Ruptura como “um

dos padrões mais consistentes nos negócios é o fracasso de corporações em
permanecer como líderes do seu setor quando confrontadas com certos tipos de
mudança tecnológicas e de Mercado.”
Para expor as idéias, exemplos são descritos com o intuito de demonstrar
que esse padrão é recorrente, a empresa Xerox deixou a Canon criar um mercado
para pequenas impressoras, a Sears deu lugar a Waltmart, mas o mercado mais
afetado pela tecnologia de ruptura foi a indústria dos computadores (Christensen
& Bower, 1995).
A IBM por anos dominou a indústria dos computadores mas perdeu
Mercado com o aparecimento dos mini computadores, onde as tecnologias eram
mais simples que o setor dominado pela IBM.
O foco do estudo de Christensen & Bower (1995) são empresas bem
administradas, admiradas por empresários, antenadas com as novas tecnologias e
que mesmo assim perderam dominância de Mercado.
Burocracia, arrogância, executivos cansados, falta de planejamento, e
investimento a curto prazo são fatores que desempenham um papel fundamental
nessa questão (Christensen, 2000).
No estudo de Christensen (2000), o quadro do Fracasso é baseado em três
constatações:
 Diferença entre tecnologia sustentável e de Ruptura.

 O progresso tecnológico pode passar a frente da necessidade do Mercado.
 Tecnologia de Ruptura & Investimento Racional
14
Tecnologia Sustentável & de Ruptura
A maioria das novas tecnologias criam um produto de melhor desempenho

e são chamadas de tecnologias sustentáveis. Ocasionalmente, tecnologias de
ruptura aparecem, inovações que resultam em um desempenho pior dos produtos.
Tecnologia de ruptura conduzem o Mercado a um valor diferente proposto
ao que estava disponível anteriormente. Geralmente essas tecnologias realizam
desempenho inferior do que produtos estabelecidos nos principais mercados.
Produtos baseados nessa tecnologia são geralmente mais baratos, simples,
pequenos e frequentemente mais convenientes de usar (Christensen, 2000).
Necessidade de Mercado & Inovação Tecnológica
A tecnologia pode progredir mais rápido do que o Mercado necessita.

Esforços realizados para fornecer um produto melhor que empresas competidoras
e conseguir preços mais altos, em geral ultrapassam seu Mercado e levam ao
cliente mais do que necessitam ou que estão dispostos a pagar. É importante
ressaltar que tecnologias de ruptura que não funcionam bem no Mercado atual
podem ser competitivas no mesmo espaço amanhã (Christensen, 2000).
Tecnologia de Ruptura & Investimento Racional
Christensen (2000) relata que não é uma decisão financeira racional o

investimento em tecnologia de ruptura por parte de empresas líderes de mercado.
As razões são definidas como características da inovação de ruptura:
1) São mais simples e baratas
Em geral não prometem grandes lucros
Os clientes mais lucrativos de uma empresa geralmente não querem usar
Primeiramente são comercializados em mercados emergente.

15
Normalmente produtos baseados em tecnologias de rupturas são adotados

por clientes que trazem pouco lucro ao Mercado. Muitas empresas com disciplina
para escutar seus clientes mais lucrativos, identificar novos produtos que
prometem grandes lucros e crescimento, raramente investem em tecnologia de
ruptura.
Até hoje, empresas líderes de mercado criaram diferentes tipos de
inovação, entretanto, depois de um certo período, perderam espaço com o
surgimento de novas companhias.
Os Princípios da Inovação de Ruptura:
“Tecnologia, quer dizer o processo que uma organização

transforma trabalho, capital, material em produtos e serviços de
grande valor. Todas as firmas tem tecnologias. O conceito de
tecnologia portanto se estende para alem da engenharia e industria
para englobar o processo de marketing, investimentos e
administrativo. A Inovação se refere a mudança em uma dessa
tecnologias. Christensen (2000)”
2.2 TELEVISÃO VIA INTERNET
A televisão via Internet é uma convergência digital que inclui vários meios
como televisão, telecomunicação, Internet, aplicações de computador e muito
mais. Segundo Noam, Groebel & Gerbarg (2003) não existe uma definição exata
para televisão via Internet mas consideram o fato um acontecimento histórico que
faz parte de uma mudança da capacidade individual de banda estreita de baixa
velocidade para a banda larga de alta velocidade. Essa mudança trouxe
consequencias em vários áreas da sociedade e da economia, e afetou em particular
o meio conhecido hoje como televisão.
A Web TV (termo popularizado para televisão via internet) foi primeiro

utilizada para acessar os servidores de vídeo que guardavam programas existentes
tornado-os disponíveis para visualização a qualquer hora. Após esse período a
16
televisão via Internet permitiu o surgimento de novas formas de entretenimento,

educação e jogos que utilizavam a vantagem dessa capacidade interativa da
Internet (Noam et al, 2003).
Em 2005 foi fundado o YouTube, um site de compartilhamento de vídeos

pela Internet. Segundo Burgess & Green (2009) essa inovação era original mas
não exclusiva. Nessa época existiam outros serviços concorrentes que tentavam
excluir as barreiras técnicas para maior compartilhamento de vídeos na internet. A
interface do YouTube era bastante simples, onde o usuário poderia publicar e
assistir vídeos através da tecnologia streaming.
Esse tipo de interface fez surgir uma nova forma de conteúdo audiovisual
gerado pelos usuários. O padrão do conteúdo de vídeo tem sido historicamente
criado e fornecido por um número limitado de produtores de mídia, como
produtoras de vídeo e empresas radio difusoras licenciadas. O advento do
conteúdo audiovisual gerado pelo usuário remodelou bastante o Mercado de vídeo
(Cha, Kwak, Rodriguez, Ahn & Moon, 2007).
O YouTube é considerado como o maior site do mundo em conteúdo

audiovisual gerado pelos usuários. Esse novo formato afeta as estratégias de
marketing e o alvo da publicidade. Ao mesmo tempo, a falta de controle editorial
criou problemas em relação à infração dos direitos autorais (Cha et al, 2007).
O sucesso do YouTube esta associado à implementação de “quatro

recursos essenciais: recomendações de vídeos por uma lista de “Vídeos
Relacionados”, um link de e-mail que permite o compartilhamento de vídeos,
comentários (e outras funcionalidades inerentes a redes sociais) e um reprodutor
de vídeo que pode ser incorporado em outras páginas da internet” (Gannes, 2006).
Em outubro de 2006, a empresa Google comprou o YouTube por 1,65

bilhão de dólares. No principio de 2008, o YouTube figurava entre os dez sites
mais visitados do mundo e já hospedava algo em torno de 85 milhões de vídeo. O
Alexa (2011), serviço de pesquisa sobre tráfego da Internet mundial, revela que o
YouTube, desde seu estabelecimento até os dias de hoje, se tornou um dos sites de
maior crescimento na internet sendo o terceiro com maior número de acesso nos
Estados Unidos e o quinto no Brasil.
17
Segundo Burgess & Green (2009), o YouTube não pode ser considerado
como um produtor de conteúdo, é uma plataforma e um agregador de conteúdo. A
empresa tem como modelo de negócios o “Broadcast Yourself” (transmita-se).
Erik Qualman (2010) descreve o ano de 2005 como o começo da história

do vídeo online. Alem do YouTube e do Google, uma outra grande empresa
investiu nesse mercado, a Apple lançou um agregador de vídeo podcasting no
Itunes e o vídeo Ipod, abrindo assim a era dos vídeos portáveis.
Desde 2007 vários fatores contribuíram para o crescimento do vídeo

online. Nesse ano, o político americano John Edwards anunciou sua candidatura a
presidência dos Estados Unidos através de um vídeos veiculado primeiramente no
YouTube antes da televisão. O seriado “It’s Jerry Time” ganhou o premio Emmy
e foi a primeira vez que um conteúdo online ganhou um titulo como esse. Muitos
“YouTubers”, usuários produtores de conteúdo, foram destaque como
contribuintes mais assistidos (Qualman, 2010).
Nos Estados Unidos em 2010, o YouTube continuava dominar o mercado

com mais de um bilhão de streams por dia, enquanto um outro site se
popularizava, o Hulu que ganhou um market share significante com quase um
bilhão de streams por mês (Qualman, 2010).
Atualmente o YouTube permite que os utilizadores enviem vídeos e

assistam em vário formatos como por exemplo a visualização em 3D e em alta
definição (Zimmermann, 2010).
O Google I/O é um encontro que congrega milhares de desenvolvedores de
e celulares com o Google. A conferência aconteceu nos dias 19 e 20 de maio de
2010 em São Francisco, Estados Unidos, e a Google confirmou nesse evento o
lançamento da Google TV (Pavarin, 2010).
A nova plataforma da Google TV levará os comandos da internet para a

tela principal da casa. Uma das novidades apresentada durante o anuncio de
lançamento Google TV é que essa nova plataforma supostamente trará a web para
a sua TV e a sua TV para a web. O consumidor hoje se divide em telas, a do
computador e a da TV.
18
O mercado que o Google está investindo é o maior do mundo, com 4

bilhões de consumidores e investimentos publicitários equivalentes a US$ 70
bilhões por ano. Muitas empresas estão investindo em televisores com tecnologia
em terceira dimensão e a estratégia da Google se encaminha para uma outra
direção, ou seja, a passividade entre TV e o espectador.
Entretanto grandes redes de televisão nos Estados Unido proibiram que

seus programas da web fossem transmitidos pelo Google TV. O canal de vídeos
Hulu também informou que irá bloquear seu conteúdo para o serviço. Essa
decisão irá criar um longo embate entre o Google e as emissoras, onde a empresa
deverá rever seu modelo de negócios para o Google TV. A grande preocupação
dos executivos é com relação a pirataria que seus conteúdos podem sofrer. O
Google não deu muita importância à solicitação de criar filtros mais severos para
bloquear páginas que oferecem conteúdos pirateados. (Campi, 2010)
2.2.1. Conteúdo Audiovisual Gerado por Usuários
O conceito da Web 2.0 surgiu em 2005 em uma conferência realizada pela

O’Reilly Media. Tim O’Reilly, fundador da empresa, e Dale Doughterty, vice
presidente, concluíram que o colapso do mercado PontoCom com a bolha da
internet foi um marco no setor. As companhias que haviam sobrevivido tinham
algo em comum como novas aplicações surgindo com uma certa regularidade
(O’Reilly, 2005).
A Web 2.0 realizou uma mudança de atitude aos usuários da internet.
O’Reilly (2005) utiliza o termo “A Arquitetura da Participação” para explicar que
existem sistemas que encorajam a participação e uma parte essencial desse
movimento é o aproveitamento de uma inteligência coletiva, tornando a web em
uma espécie de cérebro global.
Essa possibilidade de participação nos sites da Web 2.0 só foi viável por
causa das poucas barreiras de entrada nessas comunidades online. Vários sites de
Web 2.0 foram projetados para que o processo de inscrição e postagem seja
relativamente fácil. Isso permite que os usuários com pouco habilidade possam
participar ao lado dos usuários experientes. (Gill et al, 2007)
19
Lippman & Pentland (2004) apontam para a questão da comunicação viral.

Esse formato origina-se do principio de ponta a ponta no qual a internet está
estabelecida. Uma rede orgânica é um sistema viral que ganha propagação extensa
originada de um conhecimento local e reflete a necessidade dos seus componentes
locais e do desenvolvimento global. A premissa da rede orgânica é que a adoção
da inovação é definida pela sociedade e não pela tecnologia.
A Web 2.0 modificou como os usuários participam na Web. Como uma

metamorfose, modificando toda a estrutura de criação, compartilhamento e
distribuição de conteúdo na Web. Ao invés de consumir conteúdo disponibilizado
na rede por um tipo de produtor licenciado, os usuários atualmente são capazes de
colocar seu próprio material e assistir conteúdo produzido por outros parceiros.
(GILL et al, 2007)
2.2.2 Consumo de Vídeos Online no Brasil
O segmento de internet por banda larga, tráfego de dados em alta

velocidade, é o setor que mais cresce no Brasil no setor das telecomunicações.
Em 2010 eram cerca de 15 milhões o numero de clientes, praticamente uma
duplicação em número de usuários desde o ano de 2009.
A banda larga está difundida entre os que acessam a internet no Brasil.
Segundo Zimmermann (2010) 82% dos usuários da Web utilizam banda larga.
No Brasil, grandes empresas da Internet fazem uso do vídeo em seus
canais: Google Site, Microsoft Sites, Terra, UOL, Organizações Globo, YouTube,
Yahoo Site, Grupo Abril , entre outros.
Segundo o Ibope Nielsen Online (2010), em junho de 2010 o Terra TV era
o líder na categoria de exibição gratuita de séries norte-americanas e videoclipes
musicais. A Globo Vídeos se encontrava em segundo e a TV UOL em terceiro.
O YouTube é o terceiro site mais acessado no Brasil e se encontra na
categoria de compartilhamento de vídeos (Alexa, 2011).
Em Junho de 2010 foi realizado a primeira pesquisa sobre consumo de
vídeo online no Brasil pelas empresas Havas Digital, GLOBOSAT e Qualibest
(Zimmermann, 2010). O Perfil da amostra da pesquisa é proporcional à
distribuição do internauta brasileiro (IBGE, 2009).
20
Tabela 1: Faixa Etária do Internauta Brasileiro (Zimmermann, 2010)
Tabela 2: Divisão por região do Internauta Brasileiro (Zimmermann, 2010)
Tabela 3: Divisão por Classe Econômica do Internauta Brasileiro (Zimmermann,

2010)
21
Segundo a pesquisa, 50% dos internautas brasileiros são mulheres e 50%

homens.
Dados da pesquisa sobre consumo de vídeo online (Zimmermann, 2010),
demonstram que o perfil do internauta brasileiro em relação ao consumo de vídeo
no Brasil é apresentado da seguinte forma:
 62,7% dos usuários da internet utilizam sites de vídeo

 Os usuários realizam 310 milhões de visitas ao mês à sites de vídeo
 Os internautas gastam 3 bilhões de minutos por mês em sites de
vídeo
 9,6 minutos é o tempo médio de visitas em sites de vídeo
Outros dados referentes a pesquisa diz respeito a quem são os usuários e

como interagem com a Web.:
• O aumento no número de atividades simultâneas online não está

canibalizando atividades tradicionais no meio. Apesar do tempo
gasto online ser maior do que vendo TV, o hábito de acessar à
Internet não substitui ao de assistir à TV mas o complementa.
• Atividades interativas tendem a ser mais consumidas,
principalmente as relacionadas com entretenimento
• Atividades relacionadas com entretenimento possuem forte ligação
com música e esporte
• Hábito de consumir vídeo online está amplamente difundido e
distribuído em diversos tipos de conteúdo.
Atividades relacionadas a vídeos online realizadas de janeiro a junho de

2010:
• Streaming de Vídeo Curto: 69%

• Streaming de um Filme: 39%
• Baixei um vídeo pirata: 38%
• Streaming de um Jornal: 37%
• Streaming de conteúdo esportivo: 35%
22
• Streaming de série: 35%

• Streaming de um show: 29%
• Comprei um vídeo original para baixar: 10%
Outro resultado encontrado foi sobre os hábitos de consumo de vídeo

online:
• Vídeos de curta duração fazem parte do dia a dia do usuário mas

filmes, seriados, notícias e programas de TV também são
procurados. O sucesso esta na liberdade de poder assistir em
qualquer horário.
• Vídeos de longa duração em geral são filmes e shows, mas na web
os que tem mais audiência são os seriados e programas TV.
• Indicação é fator de sucesso nos vídeos online.
O amplo consumo de vídeo online já é uma realidade no Brasil mas

ainda existe uma grande distância entre consumo das pessoas e o investimento
por parte do Mercado publicitário (Zimmermann, 2010).
A grande conclusão é a televisão via internet trouxe uma mudança
na sociedade e na economia no Brasil. Segundo Noam et al. (2003) essa
mudança afetou em particular o meio conhecido hoje como televisão.
23
3. MÉTODO
Este capítulo tem como propósito descrever as etapas do método.
3.1 Descrição e Adaptação do Método
A metodologia utilizada na pesquisa foi a técnica de previsão Delfos. A

confirmação da escolha dessa metodologia em confronto com outros métodos de
previsão se deu em função das características do estudo, que são: “a carência de
dados históricos, a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e as
perspectivas de mudanças estruturais no setor (Wright & Giovinazzo, 2000).”
A Técnica Delfos pode ser caracterizada como um método para estruturar

um processo de comunicação em grupo para que esse processo seja efetivo em
permitir que um grupo de indivíduos, como um todo, lide com um problema
complexo (Linstone & Turoff, 1975).
No primeiro momento a pesquisadora realiza investigação sobre o tema a

partir da literatura especializada e entrevistas com técnicos da área.
Os resultados da pesquisa qualitativa mostraram muitas dúvidas sobre o

futuro da veiculação de vídeos na Internet e a opção pelo método Delfos ficou
clara a partir das entrevistas. Segundo Wright & Giovinazzo (2000) “o Delphi
poderá se mostrar muito útil quando se quiser realizar uma análise qualitativa do
mercado, permitindo que se projetem tendências futuras em face de
descontinuidades tecnológicas e mudanças sócio-econômicas”.
Linstone & Turoff (1975) sugerem uma lista de questões que leva à
necessidade de empregar a técnica Delfos. Os autores consideram que se a
pesquisa tiver uma ou mais dessas questões então geralmente é recomendado o
24
uso do método Delfos. De acordo com a analise das entrevistas listo as questões
que se adaptam ao estudo em questão:
-‐ O problema não se adéqua à técnicas analíticas precisas mas se favorece de

julgamentos em uma base coletiva.
-‐ A necessidade individual de contribuir para a análise de um problema
complexo e amplo que não possua dados históricos e que podem
representar conhecimentos diferentes no que diz respeito a experiência ou
opinião.
O procedimento de execução do método, de forma geral, é simples pois

trata-se de um questionário interativo que circula repetidas vezes por especialistas.
A heterogenidade dos participantes deve ser preservada para garantir a validade
dos resultados, não havendo assim dominação pela quantidade de participantes ou
até mesmo pela personalidade forte (Linstone & Turoff ,1975).
3.2 História do Método
O método Delfos ou “Projeto Delfos” foi desenvolvido nos Estados

Unidos pela Rand Corporation com patrocínio da Força Aérea Americana no
principio dos anos 50. O uso da metodologia tem se proliferado nos Estados
Unidos e no exterior desde sua invenção com a finalidade de estimar os prováveis
efeitos de um bombardeio atômico nos Estados Unidos, e sua posterior aplicação
em meados dos anos sessenta a previsão tecnológica (Lisntone & Turoff, 1975).
O nome Delfos foi inspirado no Oráculo de Delfos que ficava na Grécia.

Era um templo dedicado ao deus Apolo onde as sacerdotisas faziam profecias para
o futuro e as conclusões eram consideradas como verdade absoluta.
Segundo Turoff & Linstone (1975) o conceito do método pode ser visto
como um sub produto da pesquisa de defesa. Entretanto o estudo Delfos chamou a
atenção de outros indivíduos fora da comunidade de defesa. A técnica e sua
aplicação estão em um processo de evolução, tanto na questão de como é
realizada e também em o que é aplicado. Do ponto de vista da filosofia, quando
alguma coisa atinge o ponto da explicação definitiva então o progresso acabou.
25
3.3 Etapas do Método
Tabela 4: Etapas do Método
1ª ETAPA: PESQUISA QUALITATIVA
Na primeira etapa da pesquisa foram realizadas 15 entrevistas qualitativas

durante os meses de setembro e outubro de 2010 com profissionais ligados ao
mercado audiovisual como produtores de televisão e vídeo, jornalistas, atores,
músicos, empreendedores da web, produtores de conteúdo, publicitários,
profissionais de comunicação, estudantes de marketing e cinema.
26
O recrutamento dos participantes foi realizado através de telefonemas e e-

mails. Neste primeiro momento a pesquisa tinha como propósito definir questões
relativas ao futuro da empresa YouTube. Uma única pergunta foi realizada no
início da entrevista: “Como você imagina o futuro YouTube em 5 anos?”
Durante o processo das entrevistas foi utilizado um gravador digital que

registrou um total de 4 horas e 15 minutos de dados. Na primeira fase de
tratamento do material, os dados foram transcritos pela pesquisadora no
computador de todas as informações compreendidas do áudio gravado, deixando
assim alguns espaços em branco para uma segunda análise, totalizando 35 páginas
de texto. Na segunda fase foi feita uma nova audição do material para comparar e
preencher os espaços em branco. Na terceira fase foi redigido um texto
compreensível, com pontuação e a eliminação de partes desnecessárias.
2ª ETAPA: ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
Foram analisadas as 15 entrevistas qualitativas e organizadas em nove

categorias. Essas categorias estão descritas no capítulo 4 onde se encontram os
resultados da pesquisa.
A análise demonstrou um cenário inédito onde o histórico da indústria

audiovisual não é consistente. A partir dessa constatação foi feita a opção pela
aplicação do método Delfos e o foco da pesquisa passou para o futuro da
veiculação de vídeos na Internet. Segundo Wright & Giovinazzo (2000) um outro
aspecto importante é a definição do objetivo do estudo, deve ser especificado o
horizonte do tempo e o ano definido foi de 2021.
3ª ETAPA: PREPARAÇÃO E TESTE DO QUESTIONÁRIO
Com base nos dados foi desenvolvido um questionário contendo as nove

categorias somando 23 perguntas.
Um teste foi realizado e o procedimento feito pessoalmente. Todos os
dados foram gravados e depois transcritos.
27
A partir do teste, duas perguntas foram retiradas e o questionário

reestruturado para que os participantes tivessem uma percepção mais clara das
questões apresentadas.
Segundo Wright & Giovinazzo (2000) o pesquisador deve tornar o
questionário simples de ser respondido, evitando colocações ambíguas.
4ª ETAPA: APLICAÇÃO DO PRIMEIRO QUESTIONÁRIO
Foram contatadas vinte pessoas pelo telefone ou e-mail e todas resolveram

participar do projeto de pesquisa. Os respondentes estavam localizados nos
estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Como houve demora na devolução dos questionário a amostra contou com

onze especialistas. Dos onze participantes, oito questionários foram gravados com
um gravador digital. Desses oito questionários, cinco foram respondidos
pessoalmente na presença do pesquisador, dois realizados pelo telefone e um via
skype. Os outros três foram respondidos e enviados por e-mail.
Em relação aos questionários gravados, o áudio totalizou cento e noventa e

três minutos e foram transcritos pela pesquisadora. Esse processo foi lento pois a
pesquisadora não utiliza ferramentas como softwares para transcrição de áudio
para texto.
5ª e 6ª ETAPA: ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO PRIMEIRO

QUESTIONÁRIO & ADAPTAÇÃO DE ALGUMAS PERGUNTAS PARA
A SEGUNDA RODADA DO QUESTIONÁRIO
A análise das respostas do primeiro questionário foi demorado pois alguns

respondentes se estenderam na explicação de suas respostas. Por exemplo, certos
especialistas não responderam diretamente as questões, deram sua opinião sobre o
tema mas não tiveram objetividade em algumas questões simples. Entretanto, a
maioria dos participantes respondeu corretamente as perguntas e sua a opinião foi
satisfatória para a análise e adaptação da segunda rodada do questionário.
Duas questões foram retiradas pois houve dúvida por parte dos
participantes e houve convergência de nove perguntas na primeira rodada do
28
questionário. Quatro novas perguntas foram exploradas por incompatibilidade

entre as tendências previstas.
O segundo questionário da segunda rodada contou com cinco temas e oito
perguntas. Nessa nova fase não foi necessário responder com justificativa, as
perguntas eram objetivas.
7ª ETAPA: APLICAÇÃO DO SEGUNDO QUESTIONÁRIO
A segunda rodada do questionário foi realizada com um total de 10

participantes pois durante a primeira rodada um dos especialistas preferiu não
responder algumas perguntas e a pesquisadora decidiu então não chamá-lo na
segunda fase.
O processo com os 10 especialistas aconteceu da forma em que três
especialistas responderam pelo telefone e sete realizaram por e-mail. Nessa fase
não houve a necessidade de gravação do processo.
Nessa fase os respondentes confirmaram ou modificaram suas respostas do
primeiro questionário. Foi apresentado as respostas dos outros participantes.
Foi realizado um pré teste mas não houve modificação para a aplicação
final do questionário. Nessa etapa houve demora no retorno das respostas dos
participantes. O tempo de resposta esperado era de 10 dias mas as respostas só
foram todas recebidas depois de 20 dias.
8ª ETAPA: ANÁLISE DAS RESPOSTAS DO SEGUNDO QUESTIONÁRIO
Após a análise das respostas da segunda rodada ficou constatado a não

convergência de três perguntas. Entretanto foi atingido um grau satisfatório de
convergência e uma terceira rodada foi descartada.
O tratamento realizado foi uma tabulação dos dados das respostas e a
mediana calculada pois houve uma grande liberdade de opções.
9ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM RELATÓRIO COM A ANÁLISE DOS

QUESTIONÁRIOS
A elaboração de um relatório com a análise dos questionários foi realizada
com base em todas as informações de todos os resultados obtidos. Essa última
29
etapa da aplicação do método contou com considerações finais realizadas pela

pesquisadora através dos resultados obtidos e de leitura especializada.
3.4 Limitações do Método
A técnica de pesquisa Delfos é um método de pesquisa poderoso mas

existem algumas limitações que podem ser apontadas. Por exemplo, uma má
aplicação do método pode prejudicar o resultado final do trabalho.
A escolha do painel de especialistas é sempre subjetiva, um outro

pesquisador poderia escolher um grupo diferente e isso provavelmente acarretaria
um outro resultado.
Alguns especialistas podem ter opiniões diferentes do pesquisador e essa

fator pode gerar dúvidas quanto a análise dos resultados.
Segundo Powell (2003), o método Delfos é reconhecido por ser eficiente

na formatação de uma comunicação e a busca de um consenso dentro de um grupo
de especialista. Entretanto, a falta de clareza quanto aos meios pelos quais um
consenso pode ser definido e a interpretação dos resultados sugere uma fraqueza
no método.
A conclusão de um método Delfos representa a opinião de especialista ao

invés de uma verdade absoluta. Uma investigação adicional para validar os
resultados pode ser importante (Powell, 2003).
30
4. RESULTADOS
4.1 Análise da Pesquisa Qualitativa:
A intenção de estudar um tema com inexistência de dados históricos, nesse

caso a veiculação de vídeos pela Internet, e com perspectivas de mudanças
estruturais no setor, especificamente o mercado audiovisual, já apontava para uma
metodologia tipo Delfos.
No princípio a pesquisa tinha como objetivo estudar o futuro da

empresa YouTube. Entretanto, a análise das entrevistas apontou para uma questão
maior em relação ao mercado audiovisual e o YouTube que é visto como televisão
via internet por alguns profissionais do mercado. Não existe uma definição exata
para televisão via Internet, o fato é considerado um acontecimento histórico por
parte de alguns especialistas. Isso faz parte de uma mudança da capacidade
individual de banda estreita de baixa velocidade para a banda larga de alta
velocidade.
De acordo com Noam et al. (2003) essa mudança trouxe conseqüências em

vários áreas da sociedade e da economia, e afetou em particular o meio conhecido
hoje como televisão.
Com base nessa análise o foco do estudo ampliado e definido então uma
pesquisa sobre a veiculação de vídeos na Internet.
A análise das entrevistas sobre Futuro do YouTube e a busca por literatura

especializada foi a base para a estruturação do primeiro questionário. Segundo
Wright & Giovinazzo (2000), a coordenadora da pesquisa Delphi deve buscar
informações sobre o tema, através de literatura especializada e entrevistas com
técnicos do setor. Um outro aspecto é a definição do objetivo do estudo, deve ser
especificado o horizonte do tempo e o tipo de resultado desejado.
31
No caso específico deste estudo o objetivo foi definido como “O futuro da

Veiculação de Vídeos na Internet”. Em relação ao horizonte do tempo o ano de
2021 foi escolhido dentre outras opções possíveis depois da analise da pesquisa
qualitativa.
A análise do material foi realizada através da segmentação das frases e

organização em categorias (Creswell, 2007). A partir da análise das entrevistas e
da coleta de informações através de literatura especializada o questionário foi
desenvolvido a partir de nove (9) categorias:
Categorias da Pesquisa Qualitativa:
1) Relação entre a Televisão via Internet (Web TV) e a Televisão aberta e

paga
Frases dos especialistas entrevistados:
-‐ “O YouTube em 5 anos terá a mesma força das redes de TV abertas.”

(Cantora)
-‐ “esta matando muita audiência da TV” (jornalista)
-‐ “a tendência é a internet absorver a TV naturalmente.” (Diretor de
Cinema)
-‐ “A TV vai ter que se reinventar.” (Vídeo Maker e Estudante de Cinema)
2) Tecnologia
-‐ “acho que devia investir em algo mais tecnológico e com isso melhorar
a capacidade, velocidade, recepção, tamanho de vídeo e outras
especificações.” (Especialista em novas mídias)
-‐ “É muito difícil no mundo da tecnologia falar sobre 5 anos.” (Vídeo
Maker e Estudante de Cinema)
-‐ “tendência é priorizar o vídeo com informações em gavetas
escondidas.” (Diretor de Cinema)
32
-‐ “5 anos é muito tempo para a indústria de tecnologia.” (Coordenador

de Novas Mídias em Canal de TV)
3) Receitas Financeira
3.1. Fontes de Receitas Financeiras
“O Mercado audiovisual na Internet que esta começando a dar sinais

de maturidade ao descobrir formas de remuneração” (Diretor de
Cinema)
“TV aberta é grátis pois a publicidade está pagando. O modelo de

negócios do YouTube é algo similar” (Executiva de TV)
“a Internet não tem como sustentar a produção de conteúdo com a

qualidade da TV então vão começar a surgir modelos remunerados.”
(Diretor de Cinema)
“estão começando a fazer canais pagos, a Petrobras por exemplo tem

um canal que ela compra do YouTube.” (Produtor de Vídeo)
3.2. Consumidores dispostos a pagar por conteúdo online
“As gerações mais jovens se acostumaram a não pagar por esses

conteúdos.” (Vídeo Maker e estudante de cinema)
o usuário toparia pagar para ver o ultimo capitulo da novela antes de ir

ao ar, na web?” (Executiva de TV)
“O usuário não vai ter que pagar pois também esta sendo atingido pelo
comercial , é como uma TV aberta.” (Empresário do Audiovisual)
“Quem paga é o comercial, publicidade ou pelo trafego de pessoas. O

usuário final tem que entrar de graça.” (Produtor e diretor de cinema)
33
4) Direitos Autorais e Pirataria
“o audiovisual é baseado em compra e venda de direitos. Quando tira

isso o Mercado não existe.” (Produtor e diretor de cinema)
“não acho que em 5 anos esse problema esteja resolvido.” (cantora)
“Direitos autorais é muito difícil prever mas acho que vão ter
parcerias mais claras.” (Executivo da área de comunicação)
“todos estão preocupados em restringir essa questão dos direitos

autorais na Internet.” (Produtor e diretor de cinema)
5) Barreiras Geográficas
“Todo mundo vai fazer streaming, as barreiras geográficas vão cair”

(Diretor de Cinema)
“quanto mais evoluído o streaming, vai acabar a mídia. Sem o

limitador físico vai ficar fácil fechar contratos globais diretos e
negociar os direitos de imagem com o mundo inteiro.” (Diretor de
cinema)
“Tem portais da internet que decidiram sair dos mercados emergentes.

Reconhecem que no Brasil, por exemplo, não tem Mercado. Tem um
altíssimo consumo de vídeo e a banda larga custa muito para servir
esses vídeos. Alguns desses portais de vídeos começaram a fechar
essas áreas, preferindo servir para os EUA e vender para a Europa,
onde conseguem se sustentar.” (Coordenador de Novas Mídias em
Canal de TV)
34
6) Conteúdo Audiovisual
6.1. Produtores de Conteúdo
“modelo aproxima o pequeno desenvolvedor de vídeos caseiros,

curtas metragens, pequena serie para internet, e coloca lado a lado
com a programação da Warner, globo, grandes veículos.” (Vídeo
“A Terra TV é hoje o site de vídeos online mais vistos no Brasil, nesse

caso não é considerado os vídeos colaborativos, são vídeos produzidos
por terceiros mas que não são vídeo populares.” (Executiva de TV)
“Você deixa quem é criativo e não tem espaço equiparado com quem
tem espaço, esse cara pode competir.” (Produtor e Diretor de Cinema)
“A Petrobras tem um canal de marca chamado brand channel. Já

existia a produção de vídeos institucionais para a web e o YouTube é
um lugar onde as pessoas procuram vídeo.” (Profissional da área de
comunicação)
6.2. Tipo de Conteúdo Audiovisual
“um vídeo da Volkswagen e outro do aniversário da filha.” (Vídeo

“O que é conteúdo colaborativo, que é o efeito cauda longa que todo

mundo posta o seu vídeo.” (Executiva de TV)
“O YouTube tem dois lados, grandes vídeos que são ótimos e

criativos. E tem os vídeos de um cara de esbofeteando no chão que vai
ter um acesso gigantesco.” (Produtor e Diretor de Cinema)
35
“Trabalhar com conteúdo personalizado numa plataforma que se

alimenta do YouTube mas que você acessa a partir de outras
plataformas como um Google TV.” (Coordenador de Novas Mídias
em Canal de TV)
6.3. Tempo de duração de conteúdo de vídeo
Frases dos especialistas:
“devem melhorar a capacidade, velocidade, recepção e tamanho de

vídeo.” (especialista em novas mídias)
“Duração dos vídeos consumidos online tende a aumentar”
(Zimmermann, 2010)
6.4. Conteúdo na área de transmissão ao vivo de audiovisual
“o YouTube deve incorporar algo como ver um vídeo, transmitir em

tempo real e conversar via webcam.” (Coordenador de Novas Mídias
em Canal de TV)
“acho que devem aumentar as transmissões ao vivo pelo YouTube

como já fizeram em grandes eventos tipo shows.” (Profissional da
área de comunicação)
“Em relação a transmissão de vídeo ao vivo, isso é muito ligado ao
Twitter, tem a Twitcam.” (Profissional da área de comunicação)
“agora tem o live stream” (Cantora)
6.5. Posicionamento da ANATEL
“No Brasil, a legislação de TV (PL 29) fala das TVs a cabo, da

entrada de TV no Mercado de conteúdo, tem barreiras legais e os
36
lobbies de quem controla o Mercado.” (Coordenador de Novas Mídias

em Canal de TV)
“o lado ruim é que não tem limite nessa informação, tem gente
ensinando como se faz uma bomba. Não estou falando de censura ma
de controle de conteúdo nesse sentido.” (Diretor e produtor de
cinema)
7) Vídeo sob demanda e transmissões ao vivo na web
“agora tem o live stream” (Cantora)

“o conteúdo é cada vez mais sobre demanda, você escolhe o que
assistir e o horário.” (Diretor de cinema)
“Acho que o futuro esta no vídeo sob demanda, vai baixar e pagar da
Internet na sua casa.” (Diretor e produtor de cinema)
8) Vídeos em Alta Definição (HD) e 3D
“Tem uma possibilidade de crescimento pelo 3D, uma oportunidade

de pioneirismo para que consiga mais de Mercado.” (Especialista em
novas mídias)
“O Google comprou e difundiu as possibilidades pois o YouTube

passou a ter vídeo em alta definição.” (Vídeo Maker e Estudante de
Cinema)
“O YouTube em 5 anos: vejo todos os vídeos em Full HD”

(Profissional da área de comunicação)
“eles já passaram para HD” (Produtor de Vídeo)

37
9) Holografia 4D
Argumento:
“Em 2022 o Japão quer transmitir a Copa do Mundo por holografia.”

(Zanni, 2010)
4.2 Elaboração e Teste do questionário
A questão que tinha como referência o sub tema 3.2 - Consumidores

dispostos a pagar por conteúdo online - foi retirada do questionário pois segundo
o respondente do teste “essa questão tem tantas variáveis que é melhor retirá-la
pois depende do valor, do tipo de pagamento, pacote promocional, modelo a ser
utilizado, etc ....”
O tema oito (8) - quantidade de vídeo em alta definição que serão
veiculados na Internet - foi retirado no questionário. Os vídeos em alta definição
já são uma realidade na rede online e por isso dispensam um estudo mais
profundo sobre a questão. A questão sobre a quantidade de vídeos em 3D que
serão veiculados na rede foi mantida no questionário.
A primeira rodada do questionário foi realizada com um total de 11

participantes onde três (3) responderam por escrito e oito (8) foram gravados. O
áudio foi transcrito pela pesquisadora.
O questionário da primeira rodada foi feito tendo como base as categorias

formadas durantes a pesquisa qualitativa e por isso a análise do seguiu os temas
das categorias.
38
Questionário sobre a Veiculação de Vídeos na Internet
1. Imagine o ano de 2021 – exatamente daqui a dez anos – e pense como serão as
transmissões de televisão naquele ano. Imagine os tipos de tecnologias que
estarão em operação e se haverá competição entre elas. Responda, então, as
seguintes perguntas sobre a posição da TV aberta e da TV paga frente à TV via
internet.
1.1. Em 2021, você acha que a TV aberta terá a mesma a força que a:
1.1.1. TV via internet banda larga fixa? Dê, por gentileza, sua resposta com uma
breve explicação ou justificativa.
1.1.2 TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta com
uma breve explicação ou justificativa.
1.2. Em 2021, você acha que a TV paga terá a mesma força que a:
1.2.2. TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta com
1.3. Em 2021, você acha que a TV via internet banda larga fixa terá a mesma
força que a TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta
com uma breve explicação ou justificativa.
2. Pense agora, especificamente nas transmissões de vídeo. Em 2021, que tipo de

tecnologia você acha que será predominante? Dê, por gentileza, sua resposta com
3. Gostaríamos de saber agora sua idéia sobre as fontes de receita financeira da

veiculação de vídeos pela internet. Em 2021, que estimativa você faria para os
percentuais de possíveis fontes de receita financeira.
3.1. Especificamente, gostaríamos de ter sua opinião sobre a transmissão tipo
YouTube. Em termos percentuais, como seria em 2021 a distribuição percentual
39
aproximada das receitas de acordo com as fontes listadas. Tomando por base a
escala de 0% a 100%, utilize somente múltiplos de 10, ou seja, 10%, 20% 30%
40% etc. Não utilize, por gentileza, frações menores que essas.
Publicidade: ____ %
Usuário de conteúdo: ____ %
Venda de serviço a órgãos do governo e empresas privadas: ____ %
Patrocínio: ____ %
Total: 100%
4. Entramos a seguir no tema dos direitos autorais e da pirataria. Novamente,

pense nesses temas como se você estivesse no ano de 2021.
4.1. Você acredita que em 2021 os autores de conteúdo audiovisual terão mais
proteção, em relação aos crimes cibernéticos? Dê, por gentileza, sua resposta com
4.2. Você acredita que em 2021 não haverá mais pirataria no Brasil em relação à
transmissão de vídeos online? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
explicação ou justificativa.
5. Pense agora no desaparecimento das barreiras geográficas face às evoluções

tecnológicas e a compra de conteúdo como streaming de vídeos e vídeo sob
demanda. Podemos citar como exemplo a Apple TV, nesse caso o usuário no
Brasil com seu cartão de crédito não pode adquirir conteúdo audiovisual
internacional.
5.1. Você acha que em 2021 haverá mais ou menos barreiras geográficas? Dê, por
gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou justificativa.
5.2. Você acha que os usuários poderão negociar diretamente o conteúdo no

mercado internacional. Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
6. Vamos falar agora dos produtores de conteúdo audiovisual na transmissão de

vídeos na internet no Brasil.
6.1. Em 2021, quem você acha que predominará como produtores de conteúdo?
Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou justificativa.
40
6.2. Em 2021, que conteúdo audiovisual você acha que predominará na internet
no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou
justificativa.
6.3. Em 2021, qual será o tempo de duração de conteúdo de vídeo que

predominará na transmissão de vídeos na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua
resposta com uma breve explicação ou justificativa.
6.4. Em 2021, qual será o conteúdo na área de transmissão ao vivo de

audiovisual na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
6.5. Em 2021, como será o posicionamento da ANATEL em relação a política

de fomento do audiovisual na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta
7. Gostaríamos agora que você fizesse algumas estimativas em relação à vídeos

sob demanda e transmissões ao vivo (vídeo streaming). Assim, em 2021, que
percentagem você atribuiria à quantidade de:
7.1. vídeos sob demanda que serão veiculados na rede: __________%
7.2. transmissões ao vivo que serão veiculados na rede: __________%
Total: 100%
8. Gostaríamos agora que você fizesse algumas estimativas em relação à vídeos

em 3D. Assim, em 2021, que percentagem você atribuiria à:
8.1. quantidade de vídeos em 3D que serão veiculados na rede:
_________% (Indique um número entre 0% e 100%).
9. Você acredita que em 2021 você acredita que a holografia 4d será realidade
para os usuários na transmissão de imagens pela internet? Dê, por gentileza, sua
41
4.3 Análise do primeiro questionário
1. Relação entre a Televisão via Internet (Web TV) banda larga fixa e móvel e a
Televisão aberta e paga
1.1.1: Em 2021 a TV aberta terá a mesma força que a TV via internet banda larga
fixa?
A Convergência entre os especialistas ocorreu na primeira rodada do
questionário. Dez dos onze entrevistados estimam que em 2021 a TV via banda
larga fixa terá mais força que a TV aberta.
Argumento dos Especialistas:

“facilidade de conectar-se a internet, a TV via banda larga será
amplamente utilizada - interatividade, facilidade e custo. Hoje é quase mais barato
comprar um bom computador do que uma TV ou Tela” (Vídeo Maker)
“TV perdeu força para a internet por causa dos episódios que passam,
existe um delay tão grande do que é produzido e o que é veiculado e a TV aberta
não tem como sobreviver” (Produtora de Vídeo)
1.1.2: Em 2021 a TV aberta terá a mesma a força que a TV via internet banda
larga móvel?
A Convergência dos dados da pergunta 1.1.2 ocorreu na primeira rodada
do questionário onde dez dos onze dos entrevistados estimam que em 2021 a TV
via banda larga móvel terá mais força que a TV aberta.
Argumento dos especialistas:
“acredito que dominará sobre as transmissões de TV, por causa dos
iPhones, iPads, Smartphones e outros equipamentos.”(Vídeo Maker)
“Quanto à banda larga móvel, as grandes empresas de telecomunicação
possuem interesse em utilizar sua infra-estrutura para oferecer serviços desse tipo.
Assim, creio que em 2021 a Internet banda larga móvel será um canal a altura da
TV Aberta no país. (Empresário da TV Digital)
42
1.2.1: Em 2021 a TV paga terá a mesma força que a TV via internet banda larga
fixa?
A convergência dos dados da pergunta 1.2.1 ocorreu na primeira rodada do
questionário onde oito dos onze dos entrevistados estimam que em 2021 a TV via
banda larga fixa terá mais força que a TV paga.
“TV paga, via satélite e aberta estão com os dias contados. A banda vai ser
melhor, o acesso melhor.” (Produtor de Vídeo)
“Acredito que a TV via internet banda larga fixa terá mais força por casa
da facilidade de conexão que teremos até lá. (Vídeo maker)
1.2.2: Em 2021 a TV paga terá a mesma força que a TV via internet banda larga
móvel?
A convergência dos dados da pergunta 1.2.2. ocorreu na primeira rodada
do questionário onde oito dos onze entrevistados estimam que em 2021 a TV via
banda móvel terá mais força que a TV paga.
“A TV via internet banda larga móvel terá mito mais força, por causa da
facilidade de conexão que teremos até 2021 em nossos Smartphones, tablets,
etc...” (Vídeo Maker)
“tudo vai convergir para o móvel” (Especialista em Novas Mídias)
“Temos visto uma onda na audiência dos vídeos online que é impulsionada
por uma combinação do acesso a banda larga, o aumento dos sites de redes
sociais, e a popularidade dos sites de partilha de vídeos” (Purcell, 2010)
1.3: Em 2021 a TV via internet banda larga fixa terá a mesma força que a TV via
internet banda larga móvel?
A convergência dos dados da pergunta 1.3 ocorreu na primeira rodada do
questionário onde nove dos onze entrevistados estimam que em 2021 a TV via
banda larga móvel terá mais força que a TV banda larga fixa.
“As duas serão fortes mas quem vai dominar será a móvel, por causa da
flexibilidade, da mobilidade.” (Produtor de Vídeo)
43
“Tudo vai convergir para o móvel. A tendência também é não falar mais
de banda larga fixa. Tudo isso por causa de custos de investimento em estrutura.”
(Especialista em Novas Mídias)
Segundo o balanço da Huawei (2010) a banda larga móvel é o serviço que
mais cresce no Brasil. A tendência é que os smartphones se tornem o principal
dispositivo de acesso à Web, superando o computador pessoal. Um em cada cinco
celulares no mundo já são smartphones. Os laptops e os eReaders também estão
estimulando esse setor.
2. Tecnologia: em 2021, que tipo de tecnologia você acha que será

predominante?
Não houve ligação entre os dados dos participantes em relação ao tema da
tecnologia. Por conseqüência a questão foi retirada da segunda rodada pois não
teve como ser analisada.
3. Receitas Financeira
3.1. Fontes de Receita Financeira
A interpretação dos dados da pesquisa qualitativa levantou quatro
possíveis fontes de receita financeira para veiculação de vídeos na Internet:
 Publicidade
 Usuário de Conteúdo
 Vendas de serviço a órgãos do governo e empresas privadas
 Patrocínio
Na primeira rodada não houve convergência entre os participantes. A fim

de incluir os dados na segunda rodada foi construída uma lista com todas as
respostas do primeiro questionário. Os especialistas foram instruídos a escolher na
segunda rodada a melhor opção a luz dos resultados da primeira rodada:
Em termos percentuais, como seria em 2021 a distribuição percentual

aproximada das receitas de acordo com as fontes listadas?
44
Tabela 5: Tabela com respostas da pergunta 3.1 da primeira rodada

Venda de serviço a
Publicidade Usuário de órgãos do governo e Patrocínio Total Fase 1
Conteúdo empresas privadas
30% 20% 30% 20% 100% 1
30% 10% 20% 40% 100% 2
40% 20% 20% 20% 100% 3
40% 10% 30% 20% 100% 4
40% 10% 20% 30% 100% 5
50% 20% 10% 20% 100% 6
50% 20% 20% 10% 100% 7
50% 10% 10% 30% 100% 8
70% 10% 10% 10% 100% 9
80% 10% 10% 100% 10
O 11o participante não respondeu a essa questão 11
4. Direitos Autorais e Pirataria
A categoria 4 sobre a questão dos direitos autorais foi bastante polêmica

entre os participantes. Quatro dos onze participantes não consideram pirataria
como crime na Internet mas apesar das críticas responderam as perguntas.
Uma outra questão levantada é que muitos artistas preferem ter seus vídeos
veiculados na rede de forma gratuita pois enxergam a Web como um bom lugar
para divulgação do seu trabalho.
Não houve convergência nos dados da pergunta 4.1 da primeira rodada -
Você acredita que em 2021 os autores de conteúdo audiovisual terão mais
proteção, em relação aos crimes cibernéticos? Foi solicitado então que os
participantes votassem na segunda rodada entre as três opções que surgiram
durante a analise da primeira rodada.
45

Opção Pergunta
1 Não terão mais proteção
2 Legalmente sim mas na prática não
3 Sim terão mais proteção
4.2. Você acredita que em 2021 não haverá mais pirataria no Brasil em
relação à transmissão de vídeos online?
Em relação a pergunta 4.2 houve convergência nos dados da primeira fase
do questionário onde dez dos onze entrevistados estimam que em 2021 haverá
mais pirataria no Brasil em relação à transmissão de vídeos online
“Isso é o que mais vai acontecer.” (Especialista em novas mídias)
“Acredito que a pirataria aumentará, pois é muito mais simples gravar um
vídeo que passa online do que gravar da TV.” (Especialista em novas mídias)
5. Barreiras Geográficas
5.1. Você acha que em 2021 haverá mais ou menos barreiras geográficas?
Houve convergência entre os especialistas na pergunta 5.1 na
primeira rodada do questionário. Os onze entrevistados estimam que em 2021
haverá menos barreiras geográficas em relação à transmissão de vídeos online.
“Menos, não vai haver barreira geográfica em relação a consumo online.”
(Produtora de Vídeo)
“Muito menos. A legislação se esforça e tenta barrar esse tipo de coisa mas
a internet é um quebra de paradigma em termos de fronteiras.” (Diretor de
Cinema)

mercado internacional?
Houve convergência entre os especialistas na primeira rodada do
questionário na pergunta 5.2. Os onze dos entrevistados estimam que em 2021 os
usuários poderão negociar conteúdo online no mercado internacional.
46

“Acredito que essa negociação alem de possível será fácil e rápida, isso
será conseqüência da economia globalizada e mais aberta que teremos até 2021.”
(Especialista em novas mídias)
“Acho que a tendência da legislação da internet é sempre abrir.” (Artista)
6. Conteúdo Audiovisual
Não houve convergência entre os especialistas na pergunta 6.1 - Em 2021,
quem você acha que predominará como produtores de conteúdo? - na primeira
rodada. Foi solicitado então que os participantes confirmassem ou reavaliassem
suas respostas na segunda rodada entre as sete opções que surgiram durante a
analise da primeira rodada.

Opções Respostas da Primeira rodada
1 Não existirá predominância na web
2 Produtores independentes
3 Grandes produtoras
4 Produtores amadores
5 Produtores de conteúdo publicitário
6 Empresários produzindo de forma colaborativa
7 Grandes produtores de conteúdo e um monte de
mini produtoras independente

que conteúdo audiovisual você acha que predominará na internet no Brasil? - na
primeira rodada. Foi solicitado então que os participantes confirmassem ou
reavaliassem suas respostas na segunda rodada entre as oito opções que surgiram
durante a analise da primeira rodada.
47

Opções Respostas
1 Descentralização dos assuntos /
Todos os Segmentos
2 Documentário
3 Conteúdo publicitário
4 Filmes
5 Vídeos de comportamento
6 Humor
7 Pornografia
8 Conteúdo Interativo

qual será o tempo de duração de conteúdo de vídeo que predominará na
transmissão de vídeos na internet no Brasil? - na primeira rodada. Foi solicitado
então que os participantes confirmassem ou reavaliassem suas respostas na
segunda rodada entre as nove opções que surgiram durante a analise da primeira
rodada.

Opções Respostas
1 Curto: 30 segundos até 2 minutos
Médio: 30 minutos até 1 hora
3 Curto: 2 minutos até 10 minutos
4 Curto: 30 segundos até 1 minuto e 30 segundos
5 Curto: até 10 minutos
6 Curto e Médio: 5 minutos até 60 minutos
7 Curto: 1 minuto até 3 minutos
9 Médio: 25 minutos até 40 minutos
48

qual será o conteúdo na área de transmissão ao vivo de audiovisual na internet
no Brasil? - na primeira rodada. Foi solicitado então que os participantes
confirmassem ou reavaliassem suas respostas na segunda rodada entre as oito
opções que surgiram durante a analise da primeira rodada.

Opções Respostas
1 Não muda do que é hoje
2 Jornalístico
3 Shows musicais
4 Transmissão de um espetáculo
5 Eventos culturais
6 Besteirol
7 Esportes
8 Um amigo ver o outro
A pergunta 6.5 sobre como seria em 2021 o posicionamento da ANATEL

em relação a política de fomento do audiovisual na internet no Brasil foi retirada
da pesquisa pois os participantes demonstraram pouco conhecimento sobre o
assunto.
7. Vídeo sob demanda e transmissões ao vivo na web
Não houve convergência entre os especialistas na pergunta 7 na primeira

suas respostas na segunda rodada entre as seis opções que surgiram durante a
Os dados da primeira rodada foram tabulados e anexados ao segundo
questionário. Os especialistas forma instruídos a escolher a melhor opção a luz
dos resultados da primeira rodada.
49
Tabela 11: Tabela com respostas da pergunta 7 da primeira rodada

Estimativas em relação à quantidade de vídeos sob demanda e transmissões ao
vivo (vídeo streaming) em 2021.
Opções Vídeos sob Transmissões ao Total
demanda vivo
1 30% 70% 100%
2 40% 60% 100%
3 60% 40% 100%
4 70% 30% 100%
5 80% 20% 100%
6 90% 10% 100%
8. Vídeos em 3D
Não houve convergência entre os especialistas na pergunta 8 na primeira
suas respostas na segunda rodada entre as sete opções que surgiram durante a
Os dados da primeira rodada foram tabulados e anexados no segundo
questionário. Os especialistas forma instruídos a escolher a melhor opção a luz
dos resultados da primeira rodada.
Tabela 12: Tabela com respostas da pergunta 8 da primeira rodada
Percentagem atribuída à quantidade de vídeos em 3D que serão veiculados na
rede. Número entre 0% e 100%.
Opções Vídeos em 3D
1 0%
2 20%
3 30%
4 40%
5 50%
6 60%
7 80%
50
9. Holografia 4D
Você acredita que em 2021 a holografia 4D será realidade para os
usuários na transmissão de imagens pela internet?
Houve convergência na pergunta 9 entre os entrevistados na primeira fase

do questionário. Nove entre os onze entrevistados estimam que em 2021 a
holografia 4D será realidade para os usuários na transmissão de imagens pela
internet em 2021.
“É preciso de Computação de alto desempenho e tecnologia baseada em
internet interativa de baixo custo que permita a visualização 4D.” (Dewen &
Welan, 2010)
“Em 2022 o Japão quer transmitir a Copa do Mundo por holografia”
(Zaninni, 2010)
4.4 Aplicação e análise do segundo questionário
A segunda rodada do questionário foi realizada com um total de 10

participantes. Foi realizado um pré teste mas nada foi modificado para a aplicação
final do questionário.
Apos a retirada das questões que convergiram na primeira fase o segundo
questionário contou com 5 temas:
 Receitas Financeiras
 Direitos Autorais e Pirataria
 Produtores de Conteúdo Audiovisual
 Vídeos Sob Demanda e Conteúdo ao Vivo
 Vídeos em 3D
Receitas Financeiras
Uma simples analise estatística foi utilizada para tratar os dados da

segunda rodada do questionário. A mediana foi calculada a partir das respostas
51
dos participantes e os dados da tabela abaixo apontam para a publicidade como

sendo a grande fonte de receita da veiculação de vídeos na internet em 2021.
Tabela 13: Tabela com Fontes de Receitas Financeiras
Alguns argumentos dos especialistas confirmam os dados da pesquisa:
 “TV aberta é grátis pois a publicidade está pagando. O modelo de

negócios do YouTube é algo similar” (Produtora de canal aberto de
TV)
 “O usuário não vai ter que pagar pois também esta sendo atingido pelo
comercial , é como uma TV aberta.” (Executivo do mercado
Audiovisual)
Direitos Autorais e Pirataria:
Houve convergência entre os especialistas na segunda rodada do

questionário. Sete entre os dez entrevistados estimam que em 2021 os autores
de conteúdo audiovisual terão legalmente mais proteção em relação aos crimes
cibernéticos mas na prática isso não vai ocorrer.
Alguns argumentos dos especialistas explicam os resultados da pesquisa:

52
 “A proteção pode agir em primeira instância, porém não inibe a prática

criminosa da pirataria. O surgimento de novos mecanismos de segurança
não contribuiria significativamente para a segurança dos autores em
2021.” (Empresário da TV Digital)
 “Acredito que sim mas vai ter sempre um que vai quebrar o programa.”
(Produtor de Vídeo)
Produtores de Conteúdo Audiovisual
-‐ Produtores de Conteúdo
Não houve convergência entre os especialistas na segunda rodada do

questionário sobre quem predominará como produtores de conteúdo audiovisual
na transmissão de vídeos na internet no Brasil em 2021
Os dados abaixo ilustram a resposta dos participantes:
o Não existirá predominância na web 3

o Produtores Independentes 2
o Grandes produtores e várias mini produtoras 2
o Grandes produtoras 1
o Produtores de conteúdo publicitário 1
o Produtores Amadores 1
o Total de participantes 10
O resultado mais marcante sobre essa questão foi que segundo Cha et al.
(2007), o conteúdo de vídeo tem sido historicamente criado e fornecido por um
número limitado de produtores de mídia, como produtoras de vídeo e empresas
rádio difusoras licenciadas. A Web 2.0 criou novos padrões de visualização e
interação social com a produção de conteúdo por parte do usuário. O advento do
conteúdo audiovisual gerado pelo usuário remodelou bastante o Mercado de vídeo
53
-‐ Conteúdo Audiovisual

questionário sobre o que predominará como conteúdo audiovisual na internet no
Brasil em 2021
Os dados abaixo ilustram a resposta dos participantes:
-‐ Descentralização dos assuntos/Todos os segmentos 4

-‐ Documentário 1
-‐ Conteúdo publicitário 1
-‐ Filmes 1
-‐ Vídeos de comportamento 1
-‐ Pornografia 1
-‐ Conteúdo Interativo 1
-‐ Total de participantes 10
Segundo Zimmermann (2010), o hábito de consumir vídeo online no

Brasil está bastante difundido e distribuído em diversos tipos de conteúdo.
- Tempo de duração de conteúdo de vídeo
Não houve convergência na segunda rodada do questionário sobre

o tempo exato de duração de conteúdo de vídeo na transmissão de vídeos na
internet no Brasil em 2021 mas concluímos que os 10 entrevistados estimam
que o curta metragem vai predominar.
A mediana foi calculada com base nos dados e o resultado foi o
tempo de duração dos vídeos de 30 segundos a 3 minutos.
Alguns argumentos explicam os resultados da pesquisa:
 “Acredito que os curtas vão predominar.” (Produtor de vídeos)

 “A tendência é muito rápido, podemos fazer relação com o twitter
(140 caracteres).” (Especialista na área de novas mídias)
54
 A pesquisa sobre o perfil do consumidor de vídeo online no Brasil

mostra que o usuário gasta em media nove minutos e seis segundos
como tempo de visita em sites de vídeo. Vídeos curtos fazem parte
do dia a dia do usuário da web. (Zimmerman, 2010).
-‐ Conteúdo na área de transmissão ao vivo de audiovisual

questionário sobre qual será o conteúdo de vídeo na área de transmissão ao vivo
na internet em 2021.
Os dados abaixo ilustram as respostas dos participantes:
o Jornalístico 4
o Não muda do que é hoje 2
o Esportes 2
o Transmissão de um espetáculo 1
o Shows musicais 1
o Total de participantes 10
Vídeos Sob Demanda e Conteúdo ao Vivo

A mediana foi calculada a partir das respostas dos participantes. Os
especialistas acreditam que a relação entre a quantidade veiculada online entre
vídeo sob demanda e vídeo ao vivo será assim:
 Vídeos Sob demanda 65%

 Vídeos ao Vivo 35%
 Total 100%
Um argumento explica o resultado da pesquisa:
“O vídeo ao vivo se tornando sob demanda então o sob demanda será

sempre maior.” (Especialista em novas mídias)
55
Vídeos em 3D
A mediana foi calculada a partir das respostas dos participantes. Os
especialistas acreditam que 35% dos vídeos veiculados online serão em 3D.
56
5. CONCLUSÕES
5.1. Sumário do Estudo

Esta pesquisa procurou estimar o futuro das transmissões de vídeo online e
os novos formatos desse mercado como o conteúdo audiovisual e seus grandes
desafios em relação a receitas financeiras e a pirataria.
A revisão da literatura abordou como tema central a teoria da Inovação de
Ruptura desenvolvido por Clayton Christensen (1997) e sua ligação com o
Mercado audiovisual através da veiculação de vídeos pela Internet.
O método Delfos foi definido como técnica de pesquisa com o objetivo de
buscar informações a fim de levantar um consenso de opiniões de um grupo de
especialistas a respeito de eventos futuros. Essa técnica, segundo Wright &
Giovinazzo (2000), é aplicável em situações em que há continuidade de
tendências.
Foi utilizado um processo que contou com três fases: uma entrevista
qualitativa e duas rodadas de questionários. Os participantes foram identificados
por serem especialistas no assunto.
5.2 Conclusões
Os resultados deste estudo indicam que em 2021:
1. A televisão via banda larga terá mais força que a televisão aberta e
paga. Uma outra conclusão importante é que televisão via internet
banda larga móvel terá mais força que a televisão via internet
banda larga fixa.
O estudo de Christensen (1997) aponta dois tipos de tecnologias. A

primeira é classificada como tecnologia sustentável que é líder do mercado. A
segunda é a tecnologia de ruptura que por fim acaba roubando o mercado da
tecnologia sustentável.
57
Segundo Clayton Christensen (2000), não é de surpreender que

atualmente, o rápido crescimento da Internet como uma tecnologia de infra
estrutura esta permitindo a ruptura em várias indústrias. A Televisão via internet
como um novo meio de veiculação de vídeos começou como um substituto da
Televisão mas depois evoluiu para algo realmente novo.
A tecnologia de ruptura conduz o Mercado a um valor diferente proposto

do que estava disponível anteriormente. Em relação ao Marketing, a Veiculação
de Vídeos na Internet é o novo canal de distribuição do produto audiovisual via
banda larga. A digitalização está gerando mudanças importantes na distribuição
do vídeo através do canal da Internet (Mediavilla & Vences, 2009).
A Televisão aberta e a cabo coloca o espectador a espera da hora do
programa, no caso da Televisão via internet essa referência foi modificada, o
espectador escolhe o tipo de vídeo e assiste quando quer. Muitos usuários
apontam esse fator como a opção de escolha em assistir vídeos veiculados pela
Web.
A análise de resultados deste estudo indica que a Web TV está tirando o
mercado da TV aberta e paga. Em 2021 os especialistas estimam que a televisão
via Internet banda larga terá mais força que a TV aberta e paga.
Os dados analisados apontam para a banda larga móvel como maior meio
de distribuição de vídeo. Segundo o balanço da Huawei & Teleco (2010), a
Internet banda larga móvel ultrapassou a Internet banda larga fixa no número de
acessos em 2010.
2. A receita financeira do Mercado audiovisual na Web será

proveniente das seguintes possíveis fontes: 45% da publicidade,
15% dos usuários de conteúdo, 20% de patrocínio e 20% de venda
de serviço a órgãos do governo e empresas privadas.
O Mercado audiovisual enfrenta uma grande mudança de rumos,

principalmente em função da internet. Um dos grandes desafios que a indústria
esta sendo confrontada é o pagamento do consumo. Segundo Mediavilla &
58
Vences (2009), a distribuição digital esta afetando o modelo de negócios e a

forma como os investimentos são recuperados e lucros obtidos.
Segundo Christensen (2000) uma das premissas da inovação de ruptura é
que no principio não prometia grandes lucros. Atualmente o amplo consumo de
vídeo online já é uma realidade no Brasil mas ainda existe uma grande distância
entre consumo das pessoas e o investimento por parte do Mercado publicitário
(Zimmermann, 2010).
Com base nessa premissa de Christensen (2000), um outro fator marcante
nas entrevistas com um dos especialistas foi a declaração que “as gerações mais
jovens se acostumaram a não pagar por esses conteúdos online (Vídeo Maker e
Estudante de Cinema)”. Por isso podemos considerar a conclusão de que o menor
percentual das possíveis fontes de receita - 15% - seja para as provenientes dos
usuários de conteúdo. Isso pode ser visto como uma tendência no setor.
Muitos produtores do mercado audiovisual não se sentem atraídos para
trabalhar com vídeos veiculados pela internet pois grande parte dos investimentos
ainda se encontram na Televisão aberta. A Televisão via internet é vista como
uma TV aberta então o modelo de negócios no futuro deve ser algo parecido como
sendo a publicidade o maior financiador desse novo mercado.
Como exemplo para a venda de venda de serviço a órgãos do governo e
empresas privadas podemos citar os brand channels e serviços como esse de
empresas tipo YouTube. Atualmente a Petrobrás e o Supremo Tribunal Federal
(STF) possuem canais oficiais no YouTube, assim como empresas como a Fiat, o
UFC, entre outros.
A parcela do patrocínio se refere ao financiamento de vídeos culturais,
educacionais, esportivos, etc ..
3. Na questão dos direitos autorais, os autores de conteúdo

audiovisual terão legalmente mais proteção em relação aos crimes
cibernéticos mas a prática da pirataria continuará.
A delegada Valéria Aragão, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes

contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), acredita que a pirataria é o crime do
século 21. Dados mostram que dois milhões de empregos não são gerados por ano
59
por causa dessa prática. O resultado é a sonegação de cerca de 30 milhões de reais

(O Globo, 2011).
A internet é considerada por alguns usuários como um território livre que
permite a circulação de qualquer tipo de informação. Uma questão que surgiu
durante a pesquisa foi o fato de que a sociedade não deve utilizar o termo pirataria
para definir esse compartilhamento de vídeos online sem o consentimento dos
autores.
Sobre a pirataria, uma ressalva pode ser feita em relação a questão dos
direitos autorais na Web, utilizando o YouTube como exemplo. Essa rede social é
o maior site de compartilhamento de vídeos online. O crescimento do site em
ritmo acelerado com 65 mil novos vídeos colocados por dia na Internet faz com
que o monitoramento de conteúdo adicionado na rede seja quase impossível. A
falta de controle editorial criou problemas em relação à infração dos direitos
autorais (Cha et al., 2007).
O usuário do Youtube que coloca o vídeo no site é o responsável pelo
conteúdo e quando existe violação dos direitos autorais, o detentor desses direitos
deve entrar em contato com o YouTube. Apos a reclamação o YouTube então
comunica o usuário, que é advertido podendo ser expulso do site. O YouTube não
tem filtros eficientes para proteger os autores.
Segundo Campi (2010), o Google não deu muita importância à solicitação
de criar filtros mais severos para bloquear páginas que oferecem conteúdos
pirateados.
4. Haverá menos barreiras geográficas em relação à transmissão de
vídeos online e os usuários no Brasil poderão negociar diretamente
o conteúdo audiovisual no mercado internacional.
A possibilidade de participação nos sites da Web 2.0 só foi viável por

causa das poucas barreiras de entrada nessas comunidades online (Gil et al.,2007).
A tecnologia streaming faz com que não exista mídia física e com isso as barreiras
geográficas devem cair. Sem o limitador físico o usuário terá facilidade em fechar
contratos globais diretos.
A grande questão é a negociação internacional dos direitos autorais.
60
5. A questão sobre tipo de conteúdo audiovisual, produtores de

conteúdo e conteúdo ao vivo foi inesperada e sugeriu uma não
convergência das idéias dos especialistas. O resultado sobre o
tempo de duração de conteúdo de vídeo foi alcançado através de
uma análise estatística onde a mediana foi de trinta segundos a três
minutos. Os vídeos de curtas metragens devem ser os mais
acessados em 2021.
O resultado mais impressionante que surgiu dos dados da pesquisa foi a

falta de consenso por parte dos especialistas em relação às questões, o tipo de
conteúdo audiovisual, produtores de conteúdo e a forma de conteúdo ao vivo que
predominará na rede em 2021.
Vários sites da Web 2.0 foram projetados para que o processo de inscrição
e postagem seja relativamente fácil. Isso permite que os usuários com pouco
habilidade possam participar ao lado dos usuários experientes.
A Web esta sendo submetida a uma metamorfose a medida que mais e
mais usuários são capazes de criar e distribuir seus conteúdos na rede. Essa
mudança para a produção de conteúdo pelo usuário é sem dúvida uma das grandes
alterações na internet desde seu principio (Gill et al., 2007).
Cha et al. (2007) descreveram em seu estudo uma comparação entre
conteúdo gerado pelos usuários (ou conteúdo gerado por amadores) e conteúdo
gerado pelos não usuários (ou conteúdo gerado por profissionais). Dados dessa
pesquisa revelam que o site IMDB, o maior banco de dados de filmes online,
carrega 963,309 títulos de filmes e episódios de TV produzidos desde 1888 até
2007. Em contraste, o Youtube recebe 65,000 novos uploads por dia, isso quer
dizer que em 15 dias o Youtube produz a mesma quantidade de número de vídeos
que todos os vídeos do IMDb.
6. O resultado em relação à quantidade de Vídeo sob demanda e

transmissões ao vivo que serão veiculados na rede é: 65% de
Vídeos sob demanda e 35% de transmissões ao vivo.
61
Um participante da pesquisa, especialista em nova mídias, definiu bem

essa questão pois geralmente toda transmissões ao vivo deve se tornar vídeo sob
demanda.
7. Um total de 35% dos vídeos veiculados na rede serão em 3D.
Em 2010 as vendas no Japão em relação às TVs 3D tiveram um resultado

bem abaixo do esperado (Televisao3D, 2010).
8. A holografia 4D será uma realidade para os usuários na

transmissão de imagens pela internet em 2021.
Em 2022 o Japão quer transmitir a Copa do Mundo por holografia (Zanni,

2010).
5.3. Considerações finais
A tecnologia é um setor amplo e que caminha de forma muito rápida.

Desde que comecei a escrever sobre a veiculação de vídeos online muitos fatores
já foram modificados e a tendência é o crescimento desse mercado com usuários
ávidos por novidades.
Com esse pensamento, os profissionais da industria do audiovisual devem
estar sempre atentos em como sobreviver em um mercado online onde muitos
usuários não querem pagar pelo consumo, a pirataria é muito difícil de combater e
que está sofrendo a pressão das grandes redes de televisão pela concorrência da
publicidade?
Particularmente acredito na proteção dos direitos autorais e não concordo
com essa linha de pensamento que a internet deva ser um território livre.
Precisamos de regras, não estamos falando em censura mas a necessidade de um
controle nesse sentido por parte das empresas e da sociedade em geral.
A batalha entre a criação de filtros tecnológicos mais potentes que possam
proteger os autores de conteúdo audiovisual na web e os piratas que procuram
quebrar esses filtros é longa. O audiovisual é uma industria que se baseia na
62
compra e venda de conteúdo e quando essa relação não existe o mercado tende a
acabar.
Sobre a questão das receitas financeiras, os executivos que decidam
investir nos vídeos online devem procurar o mercado publicitário como melhor
forma de financiamento para seus negócios. O foco deve ser em nichos de
mercado e não como a TV aberta que expõe um produto ou uma marca para
milhões de pessoas na mesma hora. O mercado publicitário na internet expõe a
marca para milhões mas em dias e horas diferentes e com o efeito cauda longa.
Um vídeo na web permanece por anos devido a tecnologia sob demanda até que o
usuário retire se quiser.
Comparando com o resultado da analise sobre a falta de consenso em
relação aos produtores de conteúdo e tipo de conteúdo, os dados acima sugerem
um novo tipo de concorrência ao que se refere ao conteúdo audiovisual. Muitos
usuários não buscam lucro ao disponibilizar seus conteúdo na Web. Os executivos
do mercado audiovisual devem analisar em como lidar esses novos players.
Uma outra questão é a qualidade dos vídeos compartilhados na rede. Uma
das preocupações de vários especialistas é o tipo da qualidade do audiovisual
como por exemplo o que as pessoas consideram como bom conteúdo. Esta se
criando uma massa critica de formadores de opinião que pode ter sites de
compartihamento de vídeos amadores online como referência e isso pode ser
perigoso para o mercado audiovisual.
Atualmente quase todos os celulares filmam, produtos como câmeras para
registro de vídeos e computadores com softwares para realização de pequenas
edições de vídeo são muito acessíveis para o público em geral. A questão da
democracia que isso traz é muito boa mas ao mesmo tempo existem vídeos na
rede de fatos reais como um tiroteio, a morte de um traficante, uma criança sendo
maltratada entre outros. Muitos desses vídeos estão a disposição do público 24
horas por dia. De uma forma ou de outra a sociedade deve discutir esse fenômeno.
Uma outra questão que deve ser levantadas é os tipo de ferramenta que
podem ser criadas para incentivar uma melhor produção de vídeos por parte dos
usuários? Como estimular isso para o mercado audiovisual?
Entretanto estamos vivenciando um momento histórico. Atualmente
grande parte dos vídeos jornalísticos são enviados por usuários amadores. A
63
tsunami do Japão é um exemplo claro desse fenômeno, assistimos várias imagens

que não seriam possíveis sem a contribuição dos produtores amadores de vídeo.
Durante o processo de finalização da tese, a Netflix, uma empresa que
oferece streaming de filmes e séries na internet nos Estados Unidos, negociou os
direitos autorais de uma mini série para exibi-li antes que vá ao ar na televisão
convencional. Esse contrato foi um grande passo para a exibição de conteúdo
inédito online. A HBO e a ABC também estavam na concorrência e com esse
acordo fechado, a Netflix a empresa poderá se tornar uma concorrente na mesma
altura que a TV paga. É importante ressaltar que a Netflix possui 20 milhões de
assinantes e até agora todo seu arquivo de filmes e vídeos são de conteúdo já
exibidos na TV. (Jornal O Globo, 2011)
A veiculação de vídeos na Internet é um Mercado em crescimento e um
objeto de estudo particularmente instável marcado por grande dinamismo. Novas
pesquisas são essenciais para compreender essa transição de um modelo
tradicional linear offline para um futuro digital online e assim definir um plano de
negócios a ser seguido.
64
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70
ANEXOS
71
ANEXO I – Questionário da primeira rodada

72
Questionário sobre a Veiculação de Vídeos na Internet
1. Imagine o ano de 2021 – exatamente daqui a dez anos – e pense como serão as
transmissões de televisão naquele ano. Imagine os tipos de tecnologias que
estarão em operação e se haverá competição entre elas. Responda, então, as
seguintes perguntas sobre a posição da TV aberta e da TV paga frente à TV via
internet.
1.1. Em 2021, você acha que a TV aberta terá a mesma a força que a:
1.1.2 TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta com
1.2. Em 2021, você acha que a TV paga terá a mesma força que a:
1.2.2. TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta com
1.3. Em 2021, você acha que a TV via internet banda larga fixa terá a mesma
força que a TV via internet banda larga móvel? Dê, por gentileza, sua resposta
2. Pense agora, especificamente nas transmissões de vídeo. Em 2021, que tipo de

tecnologia você acha que será predominante? Dê, por gentileza, sua resposta com
3. Gostaríamos de saber agora sua idéia sobre as fontes de receita financeira da

veiculação de vídeos pela internet. Em 2021, que estimativa você faria para os
percentuais de possíveis fontes de receita financeira.
73
3.1. Especificamente, gostaríamos de ter sua opinião sobre a transmissão tipo

Youtube. Em termos percentuais, como seria em 2021 a distribuição percentual
aproximada das receitas de acordo com as fontes listadas. Tomando por base a
escala de 0% a 100%, utilize somente múltiplos de 10, ou seja, 10%, 20% 30%
40% etc. Não utilize, por gentileza, frações menores que essas.
Publicidade: ____ %
Usuário de conteúdo: ____ %
Venda de serviço a órgãos do governo e empresas privadas: ____ %
Patrocínio: ____ %
Total: 100%
4. Entramos a seguir no tema dos direitos autorais e da pirataria. Novamente,

pense nesses temas como se você estivesse no ano de 2021.
proteção, em relação aos crimes cibernéticos? Dê, por gentileza, sua resposta com
4.2. Você acredita que em 2021 não haverá mais pirataria no Brasil em relação à
transmissão de vídeos online? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
5. Pense agora no desaparecimento das barreiras geográficas face às evoluções

tecnológicas e a compra de conteúdo como streaming de vídeos e vídeo sob
demanda. Podemos citar como exemplo a Apple TV, nesse caso o usuário no
Brasil com seu cartão de crédito não pode adquirir conteúdo audiovisual
internacional.
5.1. Você acha que em 2021 haverá mais ou menos barreiras geográficas? Dê, por
gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou justificativa.

mercado internacional. Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
74

6.1. Em 2021, quem você acha que predominará como produtores de conteúdo?
Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou justificativa.
no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve explicação ou
justificativa.
6.3. Em 2021, qual será o tempo de duração de conteúdo de vídeo que

predominará na transmissão de vídeos na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua
6.4. Em 2021, qual será o conteúdo na área de transmissão ao vivo de

audiovisual na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta com uma breve
6.5. Em 2021, como será o posicionamento da ANATEL em relação a política

de fomento do audiovisual na internet no Brasil? Dê, por gentileza, sua resposta
7. Gostariamos agora que você fizesse algumas estimativas em relação à vídeos

sob demanda e transmissões ao vivo (vídeo streaming). Assim, em 2021, que
percentagem você atribuiria à quantidade de:
7.1. videos sob demanda que serão veiculados na rede: __________%
7.2. transmissões ao vivo que serão veiculados na rede: __________%
Total:
100%
75
8. Gostariamos agora que você fizesse algumas estimativas em relação à vídeos

em 3D. Assim, em 2021, que percentagem você atribuiria à:
8.1. quantidade de videos em 3D que serão veiculados na rede:
_________% (Indique um número entre 0% e 100%).
9. Você acredita que em 2021 você acredita que a holografia 4d será realidade
para os usuários na transmissão de imagens pela internet? Dê, por gentileza, sua
76
ANEXO I I – Questionário da segunda rodada

77
Questionário sobre Futuro da Veiculação de Vídeos na Internet - Fase 2
Esta é a fase 2 do questionário sobre o Futuro da Veiculação de Vídeos na

Internet. O método de pesquisa utilizado é o delfos que busca um consenso entre
os participantes e é por isso que peço a sua participação nessa nova etapa. As
respostas da fase 1 foram analisadas e por isso certas perguntas foram
reformuladas e outras retiradas. Responda então as seguintes questões:
1. Estimativas para 2021 sobre as possíveis fontes de receita financeira da

veiculação de vídeos pela internet foram realizadas por um grupo de
especialistas, inclusive você.
1.1. Estas foram as opiniões em termos percentuais sobre a transmissão tipo
Youtube e a distribuição aproximada das receitas em 2021 de acordo com as
fontes listadas. Tomando por base a escala de 0% a 100%, foram utilizados
somente múltiplos de 10, ou seja, 10%, 20% 30% 40% etc. Analisando os dados
abaixo, você gostaria de reavaliar ou confirmar a sua resposta? Por favor marque
um X na coluna Resposta Fase 2.
Publicidade Usuário de Venda de serviço a Patrocínio Total Resposta
Conteúdo órgãos do governo e Fase 2
empresas privadas
1 30% 20% 30% 20% 100%
2 30% 10% 20% 40% 100%
3 40% 20% 20% 20% 100%
4 40% 10% 30% 20% 100%
5 40% 10% 20% 30% 100%
6 50% 20% 10% 20% 100%
7 50% 20% 20% 10% 100%
8 50% 10% 10% 30% 100%
9 70% 10% 10% 10% 100%
10 100% 100%
78
2. Entramos a seguir no tema dos direitos autorais e da pirataria. Novamente, as

estimativas sobre esse tema foram feitas como se fosse o ano de 2021.
proteção, em relação aos crimes cibernéticos? Analisando as opções abaixo,
por favor marque um X na coluna Resposta Fase 2.
Respostas fase 1 Resposta Fase 2

1 Não terão mais proteção
2 Legalmente sim mas na prática não
3 Sim terão mais proteção

3.1. Em 2021, quem você acha que predominará como produtores de

conteúdo? Analisando as opções abaixo marque um X na coluna resposta fase 2.
Respostas Fase 1 Resposta Fase 2

1 Não existirá predominância na web
2 Produtores independentes
3 Grandes produtoras
4 Produtores amadores
5 Produtores de conteúdo publicitário
6 Empresários produzindo de forma colaborativa
7 Grandes produtores de conteúdo e um monte de
mini produtoras independente
no Brasil? Tomando como base as opções abaixo marque um X na coluna
resposta fase 2:
79

1 Descentralização dos assuntos / Todos os
Segmentos
2 Documentário
3 Conteúdo publicitário
4 Filmes
5 Vídeos de comportamento
6 Humor
7 Pornografia
8 Conteúdo Interativo
3.3. As estimativas em relação sobre qual será o tempo de duração de conteúdo

de vídeo que predominará na transmissão de vídeos na internet no Brasil em 2021
foram estas. Tomando como base os dados abaixo, você gostaria de reavaliar ou
confirmar a sua resposta ?

Médio: 30 minutos até 1 hora
4 Curto: 30 segundos até 1 minuto e 30 segundos
5 Curto: até 10 minutos
6 Curto e Médio: 5 minutos até 60 minutos
7 Curto: 1 minuto até 3 minutos
9 Médio: 25 minutos até 40 minutos
80
3.4. Qual será o conteúdo na área de transmissão ao vivo de audiovisual na

internet no Brasil em 2021. Tomando como base as opções abaixo marque um X
na coluna resposta fase 2:
Respostas fase 1 Resposta fase 2
1 Não muda do que é hoje
2 Jornalístico
3 Shows musicais
4 Transmissão de um espetáculo
5 Eventos culturais
6 Besteirol
7 Esportes
8 Um amigo ver o outro
4. As estimativas em relação à vídeos sob demanda e transmissões ao vivo (vídeo

streaming) em 2021 foram estas. Tomando como base os dados abaixo, você
gostaria de reavaliar ou confirmar a sua resposta ?
Vídeos sob Transmissões ao Total Resposta
demanda vivo Fase 2
1 30% 70% 100%
2 40% 60% 100%
3 40% 60% 100%
4 60% 40% 100%
5 70% 30% 100%
6 70% 30% 100%
7 80% 20% 100%
8 80% 20% 100%
9 80% 20% 100%
10 90% 10% 100%
5. As estimativas em relação à vídeos em 3D em 2021 foram estas. Tomando

como base os dados abaixo, você gostaria de reavaliar ou confirmar a sua
resposta?
81
5.1. quantidade de vídeos em 3D que serão veiculados na rede:
Vídeos em 3D Resposta fase 2
1 0%
2 20%
3 20%
4 30%
5 30%
6 30%
7 50%
8 60%
9 80%
10 80%
82

Dissertação Mila Schiavo-IAG-PUC

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0

Futuro da Veiculação de Vídeos na

Rio de Janeiro, Março de 2011.

Mila Schiavo Weyrauch

Futuro da Veiculação de Vídeos na

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Orientador: Prof. Paulo Cesar Motta

Mila Schiavo Weyrauch

Futuro da Veiculação de Vídeos na

Dissertação apresentada como requisito parcial

Prof. Paulo César Motta

Profª. Angeluccia Bernardes Habert

Prof. Manoel Marcondes Machado Neto

Profª. Mônica Zaidan Gomes Rossi

Rio de Janeiro, XX de MÊS de 2010

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou

Mila Schiavo Weyrauch

Weyrauch, Schiavo. Futuro da Veiculação de Vídeos na Internet. Rio

O mercado da produção audiovisual está diretamente ligado as inovações

Mercado Audiovisual, Inovação de Ruptura, Internet, Veiculação de

Weyrauch, Mila Schiavo. Future of Video Transmission on the Internet . Rio

The Audio Visual Production Market is directly connected with technological

Lista de Anexos & Tabelas

Tabela 1: Faixa Etária do Internauta Brasileiro 20

1.1 Contextualização do Problema

O filme da empresa Dove, premiado no Festival Internacional de Cannes

Na nova economia global, o mercado audiovisual se encontra em um

O mercado da produção audiovisual está diretamente ligado as inovações

conteúdo do usuário” e pode ser considerado uma das grandes mudanças na

Segundo Zhang, Liu, Li, e Rao (2008), a veiculação de vídeos na Internet

O crescimento da banda larga pode ser considerado um dos fatores que

A primeira pesquisa sobre Consumo de Vídeo Online no Brasil, realizada

Nos últimos anos, ocorreu o crescimento de novos sistemas de transmissão

Entretanto, apesar de todo esse movimento do mercado de vídeos em

sobre como será o futuro nesse meio de comunicação. Atualmente existem

O objetivo deste trabalho é fazer uma previsão para o mercado audiovisual

1.3 Relevância do Estudo

A conexão da televisão com a Internet, o crescimento ao acesso a banda

1.4 Delimitação do Estudo

O presente estudo apresenta uma previsão para o futuro da veiculação de

Christensen & Bower (1995), definem a Inovação de Ruptura como “um

 Diferença entre tecnologia sustentável e de Ruptura.

Tecnologia Sustentável & de Ruptura

A maioria das novas tecnologias criam um produto de melhor desempenho

Necessidade de Mercado & Inovação Tecnológica

A tecnologia pode progredir mais rápido do que o Mercado necessita.

Tecnologia de Ruptura & Investimento Racional

Christensen (2000) relata que não é uma decisão financeira racional o

1) São mais simples e baratas

Em geral não prometem grandes lucros

Os clientes mais lucrativos de uma empresa geralmente não querem usar

Primeiramente são comercializados em mercados emergente.

Normalmente produtos baseados em tecnologias de rupturas são adotados

Os Princípios da Inovação de Ruptura:

“Tecnologia, quer dizer o processo que uma organização

2.2 TELEVISÃO VIA INTERNET

A Web TV (termo popularizado para televisão via internet) foi primeiro

televisão via Internet permitiu o surgimento de novas formas de entretenimento,

Em 2005 foi fundado o YouTube, um site de compartilhamento de vídeos

O YouTube é considerado como o maior site do mundo em conteúdo

O sucesso do YouTube esta associado à implementação de “quatro

Em outubro de 2006, a empresa Google comprou o YouTube por 1,65

Erik Qualman (2010) descreve o ano de 2005 como o começo da história

Desde 2007 vários fatores contribuíram para o crescimento do vídeo

-‐ O problema não se adéqua à técnicas analíticas precisas mas se favorece de