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Neste artigo será debatido os principais riscos que um catador de materiais recicláveis
sofre diariamente e como a engenharia de segurança está presente e atua neste meio.
Para tanto, reuniremos os principais riscos pertinentes que os trabalhadores vivenciam
em sua rotina de atividades. Com isso, o artigo será uma reunião e/ou revisão
bibliográfica desses riscos, podendo ser aplicado na maioria dos trabalhadores e
catadores de materiais recicláveis que agem neste setor. A análise do tema justifica-se,
dentre outros, pelo elevado número de catadores de materiais recicláveis em todo país e
pelos problemas de saúde pública relacionados ao trabalho com os resíduos (lixo).
Iremos também correlacionar o ambiente de catação com os fatores de risco e danos à
saúde relacionados a esse tipo de ocupação. Com a pesquisa deste tema, percebemos
que os catadores utilizam estratégias defensivas para minimizar e acobertar os riscos
presentes no ambiente da catação de materiais recicláveis, para poderem dar
continuidade à sua rotina de trabalho.
Abstract
In this article, we will discuss the main risks a recyclable waste collector suffers daily
and how safety engineering is present and acts in this environment. To do this, we will
gather the main pertinent risks that workers experience in their routine activities. With
this, the article will be a meeting and / or bibliographical review of these risks and it can
be applied in the majority of workers and collectors of recyclable materials that work in
this sector. The analysis of the theme is justified, among others, by the high number of
collectors of recyclable materials in every country and by the public health problems
related to the work with garbage. We will also correlate the environment with the risk
factors and health damages related to this type of occupation. With this research, we
realized that waste pickers use defensive strategies to minimize and cover the risks
present in the garbage collection environment, in order to continue their work routine.
1
Aluno concluinte do curso de engenharia de segurança do trabalho – E-mail:
engambientalneto@gmail.com
2
Orientador- Pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho e Superintendente de licenciamento
ambiental SEMA- E-mail: j.renan_nunes@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
A correta segregação dos resíduos sólidos viabiliza sob o ponto de vista técnico
e econômico os processos de reciclagem. Diante disso a segregação baseada em
critérios corretos de classificação de resíduos é de suma importância. Os resíduos
sólidos podem ser classificados segundo a norma da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) NBR 10004/04, na qual os resíduos sólidos são classificados quanto
aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que assim possam
ser gerenciados adequadamente.
A norma em questão determina que a segregação dos resíduos na fonte geradora
e a identificação da sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, onde
a descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado
devem ser explicitados. Para complementar o processo de classificação dos resíduos
por meio da NBR 10004/04, devem ser consideradas a NBR 10005/04, que se refere à
obtenção de lixiviado em ensaios com resíduos, a NBR 10006/04, referente à
procedimentos para testes de solubilização e NBR 10007/04 para procedimentos de
amostragem nos ensaios.
Após a aplicação desse conjunto de normas, os resíduos são classificados em
Resíduos Classe I e Classe IIA ou IIB. Os resíduos Classe I são ditos perigosos, pois
possuem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou
patogenicidade. Os resíduos de Classe IIA sãos ditos não inertes e podem ter
propriedades de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Os
resíduos Classe IIB são classificados como inertes, pois quando amostrados de uma
forma representativa, segundo a NBR 10007/04, e submetidos a um contato dinâmico e
estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme a NBR
10006/04, não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,
dureza e sabor (NBR 10004/04, p. 5). Para garantir que os resíduos sólidos sejam
encaminhados aos seus respectivos processos de reciclagem de forma viável sob o ponto
de vista técnico econômico, é necessário um sistema de gestão eficiente entre a geração
e a destinação final do resíduo.
Para Junior (2010) acondicionar resíduos sólidos é o processo de prepará-los
para a coleta de forma adequada, separando-os de acordo com a sua classificação e
quantidade, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. Nesse processo, os
resíduos devem ser acondicionados em recipientes que garantam que as suas
características físico-químicas não sejam alteradas.
A destinação final dos resíduos sólidos pode se dar de várias formas:
encaminhados para reciclagem, quando possível, dispostos em aterros sanitários,
incinerados, coprocessados, entre outros.
Diante da grande quantidade gerada de resíduos sólidos nos municípios
brasileiros e a deficiência no processo de gestão desses, esse tema causa grandes
preocupações ao poder público e à sociedade em face aos eminentes riscos de
contaminação ambiental e de problemas de saúde pública que a disposição inadequada
de resíduos ocasiona.
Reciclagem é um processo de aproveitamento dos detritos, uma forma de
reutilizá-los no ciclo de produção. Segundo Grippi (2001, p. 27), reciclagem é o
resultado de uma série de atividades através das quais materiais que se tornariam lixo
são coletados, separados e processados para serem utilizados como matéria-prima na
manufatura de outros bens.
Dessa forma, os processos de reciclagem assumem um papel fundamental no
gerenciamento de resíduos, pois impede o descarte inadequado e os reinsere na cadeia
produtiva como matérias-primas, poupando dessa forma os recursos naturais do planeta.
Para tanto, as atividades exercidas pelas associações de catadores de materiais
recicláveis são muito importantes no contexto da reciclagem e dos processos de gestão
de resíduos sólidos, uma vez que realizam a triagem dos resíduos gerados nas cidades
para que sejam encaminhados aos processos de reciclagem com maior valor agregado.
Apesar do importante serviço que esses trabalhadores prestam à sociedade, ainda
há uma grande falta de incentivo por parte da população, quando destinam resíduos não
recicláveis à coleta seletiva, e do poder público que não demonstra atitudes em
formalizar essa atividade e proporcionar melhores condições de trabalho.
Percebe-se que não é por falta de normas, leis e decretos que os trabalhadores
catadores de material reciclável estão respaldados; mas infelizmente por falta de
conhecimento, estudo e vivência nesse meio cultural, eles acabam não sabendo a quem
recorrer ou mesmo não fazem ideia dos perigos e riscos que correm todos os dias ao
trabalharem com esse tipo de material. Uma questão que precisa, e muito, ser mudada
em nossa cultura brasileira.
7. CONCLUSÃO
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Lima, S. C., & Ribeiro, T. F. (2000). A coleta seletiva de lixo domiciliar: Estudos de
casos. Caminhos de Geografia, 2, 50-69.
Gostaria de agradecer à Deus, por ter me ajudado a chegar onde estou e ser quem sou.
Obrigado também à minha família por todo amor que me deram e por todo o esforço
que fizeram para que eu trilasse meu caminho. Aos amigos, por todo carinho,
companheirismo e felicidade que sempre me proporcionaram ao longo de minha vida.
Aos professores e colaboradores, por todo conhecimento e apoio adquirido ao longo do
curso.