Você está na página 1de 4

AlfaCon Concursos Públicos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Antropologia Médico-Legal�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Identificação Judiciária ou Policial�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Retrato falado���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Fotografia sinalética����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Fase científica da identificação����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
1
AlfaCon Concursos Públicos

Antropologia Médico-Legal
A antropologia forense estuda a identidade e a identificação do homem. Mas o que seria
identidade e identificação?
• Identidade é o conjunto de propriedades ou características que tornam alguém essen-
cialmente diferente de todos os demais, com quem se assemelhe ou possa ser confundi-
do. É o conjunto de elementos positivos e estáveis que definem a pessoa física de alguém.
A identidade tem dois aspectos, o subjetivo, que é a percepção de nós mesmos, sendo feita pela
consciência, não havendo interesse imediato na medicina forense (resulta da consciência individual).
Os esquizofrênicos podem apresentar distúrbios de identidade. O ponto de vista objetivo, que possui
interesse na medicina forense, corresponde a uma forma de aferição de características objetivamen-
te, concretamente observadas.
• A identificação é o emprego de meios adequados para determinar a identidade ou a não
-identidade. É a descrição de uma pessoa que se quer fazer reconhecer.
Assim, a identificação é uma forma de se aferir a identidade de alguém. É o processo usado para
evidenciar as propriedades exclusivamente individuais.
Também não deve ser confundido o reconhecimento com a identificação, pois são coisas
diversas. O reconhecimento é um processo que tem base empírica (geralmente feita por terceiros) e
não se socorre de nenhuma técnica de base científica.
Identificação Judiciária ou Policial
A identificação judiciária ou policial consiste no emprego de técnicas de identificação baseadas
em dados antropométricos e antropológicos para a identificação e caracterização de criminosos. As
primeiras tentativas de identificação humana foram muito brutas. Conta a literatura que fazia parte
da identificação de criminosos a amputação de membros, marcações e até a morte. O Código de
Hamurabi também cita marcação de pessoas que cometeram crimes com ferro quente (ferrete).
A primeira tentativa CIENTÍFICA foi utilizando-se da mensura de ossos e medindo a circun-
ferência da cabeça. Alphonso Bertillon buscou identificar os pontos comuns aos seres, com base na
antropometria, que tem como método a associação de várias medidas do esqueleto com sinais parti-
culares, servindo para identificar crianças, jovens e adultos.
Bertillon era oficial de polícia francês nascido em Paris, e criou o primeiro laboratório de identi-
ficação judiciária. O método antropométrico utilizado por Bertillon levava em conta características
humanas, as quais eram analisadas por medições, retrato falado, fotografia sinalética e marcas parti-
culares. Essas quatro características se complementavam.
Os dados antropométricos utilizados no Bertilionagem se fundamentam na fixidez do esqueleto
humano, entre 20 e 65 anos, inspirando-se em 11 medidas preconizadas pelo autor:
• Diâmetro anteroposterior da cabeça;
• Diâmetro transversal da cabeça;
• Comprimento da orelha direita;
• Diâmetro bizigomático;
• Comprimento do pé esquerdo;
• Comprimento do dedo médio esquerdo;
• Comprimento do dedo mínimo;
• Comprimento do antebraço;
• Estatura;
• Envergadura (comprimento dos braços abertos);
• Altura do busto.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
2
AlfaCon Concursos Públicos

Como nem todas as pessoas poderiam ser diferenciadas pela antropometria, o método de Bertil-
lon foi deixado para trás. Contribuíram para o abandono do uso do método: o aumento do número
de fichas de identificação arquivadas – que gerou problemas na classificação; sua aplicação somente
em indivíduos adultos; as medidas tomadas tinham forte componente pessoal, passíveis de erros,
e dois indivíduos poderiam apresentar valores antropométricos idênticos, dentro dos limites de
precisão do sistema. No Brasil, a Bertilionagem ganhou espaço em 1894.

Retrato falado
Nesse sistema de identificação, utiliza-se descrição de testemunhas do fato criminoso, que
produzem importantes detalhes à fisionomia do agressor, focando sempre na região da face. As tes-
temunhas descrevem características como:
CARACTERÍSTICAS CROMÁTICAS: cor da íris, pele e cabelo;
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: altura, inclinação, proeminência da fronte, forma e
dimensão do nariz, características das orelhas;
CARACTERÍSTICAS COMPLEMENTARES: configuração do crânio, forma dos lábios, corte de
cabelo, sobrancelhas, bigode.
Embora prova inominada, este recurso é muito útil quando a testemunha teve algum tipo de
relação com o suspeito. Assim, os métodos de identificação podem se dar pelo meio artístico (dese-
nhistas profissionais), ident-kit (películas de transparência recebem partes do corpo) ou photo-kit
(quebra-cabeças). Hoje, os computadores são as ferramentas mais utilizadas no retrato falado, apre-
sentando uma riqueza de detalhes quanto à face humana.

Fotografia sinalética
Preconizada por Bertillion, essa técnica se resumia em fotografar de frente e de perfil o indiví-
duo, na redução fixa de 1/7. As fotografias eram superpostas e comparadas em menores detalhes,
como a estatura, fenda palpebral, lábios, etc. Trata-se de prova inominada de valor relativo, sendo
necessário complementar o que se busca em outros elementos de prova.

Fase científica da identificação


A primeira forma de presunção de identificação foi a raça, a qual pode ser presumida de acordo
com a forma do crânio e os índices cefálicos (ângulos), mas esses ângulos muitas vezes não con-
seguem fechar a identificação. É possível diferenciar a ancestralidade em caucasoide (brancos
europeus), mongoloide (asiáticos) e negroide. No entanto, devido à miscigenação brasileira, não é
incomum encontrar características variadas, por isso a identificação da raça muitas vezes acaba se
tornando irrisório.
É muito comum hoje o laboratório de antropologia forense receber ossos ou dentes parciais
ou carbonizados. A primeira etapa da identificação, nesse caso, seria verificar se esse fragmento é
humano ou animal. Nos ossos, um dos pontos muito importantes é a análise dos canais de havers
(diâmetro acima de 30 micrômetros em humanos e abaixo de 25 em animais) e densidade óssea.

Esquema de uma microscopia de osso longo com canais de Havers e de Volkmann


Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
3
AlfaCon Concursos Públicos

Exercícios
01. As técnicas de identificação criminal usadas hoje pelas forças policiais americanas estão
enraizadas na ciência da antropometria, que se concentra na medição e registro meticulo-
sos de diferentes partes e componentes do corpo humano. Geralmente, a aplicação da lei
no final do séc. XIX e início do séc. XX acreditava que cada indivíduo possuía uma com-
binação única de medidas de diferentes partes do corpo, e a comparação dessas medidas
poderia ser usada para distinguir os indivíduos. (nleomf.org/museum/News/november-
2011.Adaptado)
O criminologista que primeiro desenvolveu esse sistema antropométrico foi
a) Cesare Lombroso.
b) Alphonse Bertillon.
c) Marcello Malpighi.
d) Juan Vucetich.
e) Enrico Ferri.
02. Nas análises forenses, é importante reconhecer diferenças histológicas entre ossos
humanos e não humanos. Quando estamos diante de um osso humano adulto, esperamos
encontrar na histologia:
a) Canais de Harvers mais largos, com até 8 por mm².
b) Predomínio de osso plexiforme.
c) Canais de Havers em maior número, chegando a 40 por mm².
d) Ósteons tendendo a se alinhar em fileiras limitadas por bandas.
e) Ósteons tendendo a se alinhar em estruturas de formato regular.
03. A antroposcopia e a antropometria tratam, respectivamente, de características
a) quantitativas e qualitativas.
b) qualitativas e subjetivas.
c) qualitativas e quantitativas.
d) objetivas e quantitativas.
e) subjetivas e qualitativas.
Gabarito
01 - B
02 - A
03 - C

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
4

Você também pode gostar