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Periodontia - Dezembro 2009 - Volume 19 - Número 04

PAPEL DA MMP-8 NA DOENÇA PERIODONTAL


MMP-8 E periodontal disease

Carolina Ferreira Franco1, Ana Carolina Dupim Souza1, José Eustáquio da Costa2, Patrícia Maria D‘Almeida Lima3

RESUMO
As metaloproteinases da matriz (MMP) e os inibidores
de metaloproteinase da matriz (TIMP) são enzimas extre-
mamente importantes na remodelação do tecido conjun-
tivo durante o desenvolvimento, homeostase e cicatriza-
ção. O desequilibrio entre as MMPs ativadas e seus
inibidores endógenos leva ao colapso patológico da matriz INTRODUÇÃO
extracelular durante a doença periodontal provocando a
degradação das fibras colágenas inseridas na raiz e a mi- As metaloproteinases da matriz (MMPs) desem-
gração apical do epitélio com formação da bolsa penham um importante papel na remodelação do
periodontal. A MMP-8 destaca-se entre as MMPs predomi- tecido conjuntivo durante o desenvolvimento,
nantemente presentes no tecido gengival inflamado, flui- homeostase e cicatrização (Lauer-Fields et al, 2002).
do gengival crevicular e saliva bem como fluido sulcular e Um desequilibrio entre as MMPs ativadas e seus
peri-implantar. O nível e grau de ativação desta enzima inibidores endógenos derivados do hospedeiro, os
parecem aumentar com o aumento da atividade e gravida- inibidores de metaloproteinase da matriz (TIMP), le-
de da doença periodontal e diminuir em seguida ao trata- vam ao colapso patológico da matriz extracelular du-
mento. Diante da importância dessa enzima na evolução rante a doença periodontal (Birkedal-Hansen, 1993;
da doença periodontal, esse trabalho teve como objetivo Birkedal-Hansen et al, 1993; Seguier et al, 2000).
desenvolver uma revisão de literatura sobre o papel da MMP- As MMPs são endopeptidases cálcio e zinco -
8 e do seu principal inibidor, TIMP-1, na degradação de dependentes que funcionam em pH neutro e cole-
colágeno gengival durante a doença periodontal, desta- tivamente são capazes de degradar a maioria, se não
cando suas características, mecanismo de ação e inibição, todas, as moléculas da matriz extracelular (Birkedal-
expressão tecidual e níveis no fluido gengival crevicular. Hansen, 1993). Essas enzimas guardam extensa
UNITERMOS: Periodontite, Metaloproteinase, MMP-8, homologia na sequência, mas diferem em termos
TIMP-1. R Periodontia 2009; 19:51-60. de especificidade ao substrato e regulação
transcricional (Birkedal-Hansen, 1993).
Esse trabalho teve como objetivo desenvolver
1
uma revisão de literatura sobre o papel da MMP-8 e
Mestre em Peridontia pela FO-UFMG
do seu principal inibidor, TIMP-1 na degradação de
2
Doutor em Periodontia e Professor Adjunto de Periodontia da FO-UFMG colágeno gengival durante a doença periodontal,
3
destacando suas características, mecanismo de ação
Doutora em Biologia celular e Professora Adjunta do DEPEB-UFSJ
e inibição, expressão tecidual e níveis no fluido
Recebimento: 24/09/09 - Correção: 10/11/09 - Aceite: 01/12/09 gengival crevicular (FGC).

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REVISÃO DA LITERATURA A MMP-8 tem despertado interesse por ser encontrada,


em várias doenças inflamatórias como periodontite, bron-
Entre outras atividades, as MMPs são enzimas respon- quite, asma e artrite. Recentemente, tem sido demonstrado
sáveis pela degradação das fibras colágenas inseridas na raiz exercer uma inesperada atividade anti-inflamatória defensi-
dentária, permitindo a migração apical e a extensão lateral va e protetora contra o espalhamento de câncer de pele ex-
do epitélio da bolsa. A sequela clínica do aumento patológi- perimental e doença inflamatória pulmonar, provavelmente
co da destruição do colágeno é a perda de inserção e for- por processar citocinas anti-inflamatórias e quimiocinas bem
mação da bolsa periodontal (Ryan & Golub, 2000). como regular a apoptose de células inflamatórias e a respos-
Existem pelo menos 25 membros da família das ta imune (Lauer-Fields et al, 2002; Balbín et al, 2003; Owen
metaloproteinases categorizados de acordo com a estrutu- et al, 2004; Gueders et al, 2005).
ra do domínio e a preferência por substratos Juntamente com MMP-9 derivada de neutrófilo e MMP-
macromoleculares (TAB.1). A maioria delas contém um 13 derivada de células ósseas ou epiteliais, a MMP-8 desta-
peptídeo sinal, um domínio propeptídeo, um domínio ca-se entre as MMPs predominantemente presentes no te-
catalítico e um domínio C-terminal hemopexina/ vitronectina- cido gengival inflamado, FGC, saliva e fluido sucular e peri-
semelhante. Algumas MMPs apresentam, ainda, domínios implantar. O nível e grau de ativação destas enzimas parece
adicionais como domínio transmembrana ou citoplasmático aumentar com o aumento da atividade e gravidade da do-
(Lauer-Fields et al, 2002; Sorsa et al, 2006). ença periodontal e diminuir em seguida ao tratamento com
Cada um dos principais tipos celulares do tecido raspagem e alisamento radicular (RAR) (Lauer-Fields et al,
periodontal de humanos é capaz de expressar um grupo de 2002).
MMP quando devidamente estimulados (TAB. 2). Além dis- De fato, resultados de análises imunoquímicas que usa-
to, diferentes tipos celulares expressam diferentes grupos de ram anticorpos específicos para MMP-8, MMP-1 e MMP-3
MMP e diferentes citocinas geram diferentes efeitos são consistentes com os resultados de vários estudos
transcricionais na mesma célula. Entretanto, diferentes tipos enzimológicos prévios. Esses demonstraram que a MMP-8 é
celulares não necessariamente responderão da mesma ma- a principal colagenase intersticial no FGC de indivíduos com
neira a uma determinada citocina. Em função disto, e das periodontite crônica e no fluido sulcular perimplantar de in-
várias interações sinergísticas e antagônicas que existem entre divíduos com perimplatite, respondendo por 90-95% da ati-
duas ou mais citocinas, parece que diferentes infiltrados in- vidade colagenolítica (Sorsa et al, 1999), enquanto a MMP-1
flamatórios podem variar consideravelmente no que se refe- é constitutivamente expressa por fibroblastos e associada à
re ao potencial destrutivo (Séguier et al, 2000; Reynolds et remodelação tecidual normal (Kiili et al, 2002).
al, 1994). Este fato pode ser a chave para entender porque a Além disso, estudos recentes através da técnica ELISA
inflamação gengival pode ou não evoluir para a destruição demonstraram que os níveis de MMP-8 em portadores de
tecidual e perda de inserção (Birkedal-Hansen, 1993). periodontite crônica fumantes, e não fumantes reduziram
Apesar das diferenças com relação às taxas de hidrólise significativamente após terpia periodontal de RAR (Kurtis et
de colágeno entre as diferentes MMPs (Sorsa et al, 1999), os al, 2007).
sítios de hidrólise no colágeno têm sido determinados para A MMP-8 é funcionalmente homóloga a MMP-1, porém,
várias MMPs e ocorrem na mesma região do colágeno diferem em termos de regulação transcricional: enquanto a
intersticial. De qualquer forma três aspectos devem ser con- MMP-8 é rapidamente liberada de grânulos específicos de
siderados para a atividade colagenolítica: a habilidade de li- armazenamento de neutrófilos estimulados e a resposta
gar-se ao colágeno eficientemente, a habilidade de desen- mantida pelo recrutamento contínuo de novas células, a
rolar a tripla hélice e a habilidade de clivar as tiras individuais MMP-1 é produzida a partir da demanda pelo início de sua
da tripla hélice (Lauer-Fields et al, 2002). transcrição. Este processo faz com que a enzima seja detec-
Uma característica significativa das MMPs é que elas são tada no ambiente extra-celular apenas cerca de 6 a 12 horas
secretadas em proformas latentes, cuja ativação peri ou após o estímulo (Birkedal-Hansen, 1993; Aiba et al, 1996)
extracelular é realizada pelas próprias MMPs ou por outras Até 1994 acreditava-se que o gene da MMP-8 era ex-
moléculas, como a plasmina in vivo (Séguier et al, 2000; presso apenas por neutrófilos (Meikle et al, 1994). Trabalhos
Reynolds et al, 1994) ou in vitro, através de produtos quími- posteriores mostraram que esta enzima também é expressa
cos como tiol, glutationa oxidiazida, agentes caotrópicos e por células mesenquimais como os fibroblastos e células
oxigênios reativos ou tratamento com calor e baixo pH (Vis- endoteliais (Ryan & Golub, 2000), além de células epiteliais/
se & Nagase, 2003). queratinócitos, odontoblastos, células orais cancerígenas,

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Tabela 1
A FAMÍLIA DAS METALOPROTEINASES (HENNEY ET AL, 2000).
SUBGRUPO NOME NÚMERO SUBSTRATO
Colagenase Colagenase intersticial MMP-1 Colágeno I, II, III, VII, VIII, X gelatina agrecan,
(colagenase do fibroblasto) versican, PLP, caseína, α1PI, α2M, ovostatina, nidogênio,
mielina, proteínas de base, pro-TNFα, L-selectina,
MMP-2, MMP-9
Colagenase do neutrófilo MMP-8 Colágeno I, II, III, V, VII, VIII, X, gelatina agrecan, α1
PI, α2AP, fibronectina
Colagenase 3 MMP-13 Colágeno I, II, III, IV, gelatina agrecan,
Perlecan, tenascina, PAI-2
Gelatinase Gelatinase A MMP- 2 Gelatina, colágeno I, IV, V, VII, X, XI, XIV ,
(Colagenase tipo IV) elastina, fibronectina agrecan, versican,
PLP, proteína base da mielina, pro-TNFα, α1PI,
MMP-13, MMP-9, α-amilóide
Gelatinase B MMP-9 Gelatina, colágeno IV, V, VII, X, XIV ,
elastina, agrecan, versican, PLP, fibronectina,
nidogenênio, proteína base da mielina,
pro-TNFα, α1PI
Estromelisina Estromelisina 1 MMP-3 Colágeno III, IV, IX, X, fibronectina,
gelatina agrecan, versican, laminina, elastina,
perlecan, caseína, α1PI, α2M, ovostatina, proteínas
de base da mielina, pro-TNFα, MMP-1, MMP-7, MMP-8,
MMP- 9, MMP-13
Estromelisina 2 MMP-10 Colágeno III, IV, V, gelatina, agrecan, elastina, caseína,
fibronectina, PLP, MMP-1, MMP-8
Estromelisina 3 MMP-11, MMP-19 α1P-
Tipo MT –MMP-1 MMP-14 Colágeno I, II, III, gelatina, elastina,
memebrana fibronectina, agrecan, vitronectina, caseína,
pro-TNFα, MMP-2, MMP-13, laminina cadeia B,
sulfato dermatan, proteoglicana
MT- MMP-2 MMP-15 MMP-2, gelatina, tenascina, laminina,
fibronectina, nidogen
MT- MMP-3 MMP-16 MMP-2
MT- MMP-4 MMP- 17 -
Sem Matrilisina (PUMP-1) MMP-7 Colágeno V, X gelatina, elastina, agrecan,
classificação versican, PLP, fibronectina, laminian, caseína,
transferrina, α1PI, proteínas de base mielina,
pro-TNFα, MMP-1, MMP-2, MMP-9, entactina
Metaloelastase do MMP-12 Colágeno IV, gelatina, elastina, agrecan,
macrófago PLP, fibronectina, vitronectina, laminina,
proteínas de base mielina, pro-TNFα,

PLP proteína de ligação proteoglicana MT - transmembrana


α2M - a2 macroglobulina PAI – inibidor do ativador de plaminogênio
α1PI - á1inibidor de proteinase α2AP - a2 antiplasmina
TNFα –fator de necrose tumoral -α, PUMP -1 metaloproteinase putativa 1

monócitos/macrófagos e células plasmáticas (Kiili et al, 2002). as MMPs podem colaborar com a degradação de quase to-
Visto que já foi estabelecida uma relação entre as for- dos os tecidos e componentes estruturais da matriz do teci-
mas latente e ativa de MMPs extraídas do tecido gengival do conjuntivo e membrana basal, é importante entender que
humano e o grau de inflamação (Overall et al, 1987), e que suas atividades são estritamente controladas em diferentes

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Tabela 2
EXPRESSÃO DE METALOPROTEINASE PELOS 5 PRINCIPAIS GRUPOS CELULARES (BIRKEDAL-HANSEN, 1993).
CÉLULA ENZIMA ATIVAÇÃO MOBILIZAÇÃO TEMPO DURAÇÃO DA
EXPRESSA TRANSCRICIONAL DA ENZIMA DE RESPOSTA RESPOSTA
LEUCÓCITO MMP-8, ? Grânulos Segundos minutos
MMP-9 de liberação
FIBROBLASTO MMP-1, IL-1, TGF-α, Ativação 6 a 12 hs Dias
MMP-2, TNFα, EGF, transcricional
MMP-3, PDGF, TPA
MMP-7,
MMP-11
QUERATINÓCITO MMP-1, TNFα, TGF-α, Ativação 6 a 12 hs Dias
MMP-2, TGF-β, EGF, TPA transcricional
MMP-9,
MMP-10
MACRÓFAGO MMP-1, TPA Ativação 6 a 12 hs Dias
MMP-2, transcricional
MMP-3,
MMP-9
CÉLULA MMP-1, TPA Ativação 6 a 12 hs Dias
ENDOTELIAL MMP-2, transcricional
MMP-3,
MMP-9

EGF – Fator de crescimento endotelial TGF-β – fator de crescimento transformador β


PDGF – Fator de crescimento derivado de plaqueta TNF- α – Fator de crescimento transformador α
IL-1 – Interleucina -1 TPA – Fator de ativação tipo plasminogênio
TGF-α – fator de crescimento transformador –α

níveis (Lauer-Fields et al, 2002). São eles: como colágeno e elastina (Lauer-Fields et al, 2002).
1) Regulação da transcrição genética das MMPs: 2) Ativação do precursor:
Além da tanscrição da maioria dos genes de MMPs ser A latência dos precursores de MMP parece ser mantida,
regulada por fatores de crescimento endógenos e citocinas pelo menos em parte por uma ligação coordenada que
que podem alterar em mais de 50 vezes os níveis protéicos e conecta um resíduo não pareado de Cysteína (Cys) no
de RNAm (Birkedal-Hansen et al, 1993; Visse & Nagase, 2003) propeptídeo ao sítio ativo Zn++. A quebra da ligação Cys-
a proximidade de placa dental microbiana viável cria uma Zn++ é um pré-requisito para a ativação e pode ser alcançada
oportunidade inigualável para o efeito transcricional direto de várias formas diferentes (Birkedal-Hansen et al, 1993):
dos metabólitos microbianos nas células gengivais e interação ou modificação do resíduo de Cys por
periodontais (Birkedal-Hansen, 1993; Zhou & Windsor, 2006). organomercúrios, íons metálicos, reagentes tiol e oxidantes;
Em um estudo que associou os níveis de MMP-8 e MMP- mudanças conformacionais no esqueleto do peptídeo
9 a presença simultânea de patógenos no FGC, verificou-se induzidas por agentes caotrópicos e detergentes; excisão de
que microrganismos específicos parecem induzir resposta do uma porção do propeptídeo por enzimas proteolíticas
hospedeiro caracterizada pelo aumento na liberação destas (tripsina, plasmina, elastase do neutrófilo, catepsina B).
MMPs na bolsa periodontal. Os níveis de MMP-8 variaram 3) Diferenças na especificidade ao substrato:
entre 1,53 ± 2,1 e 6,24 ± 10,7 ng/ sítio na ausência de Apesar das enzimas apresentarem uma sobreposição de
Tanerella forsythia e Aggregatibacter actinomycetemcomitans especificidade ao substrato, existem também diferenças no-
(Aa), respectivamente e entre 7,45 ± 10,9 e 15,21 ± 14,5 táveis, principalmente no que diz respeito à clivagem de
ng/ sítio na presença destes microrganismos simultaneamen- colágeno. A MMP-8 e MMP-1 apresentam a habilidade ca-
te a presença de Prevotella nigrecens e Treponema denticola, racterística de dissolver as fibras de colágeno intersticial pela
respectivamente (Soder et al., 2006). clivagem de componentes da molécula no domínio
É importante destacar que a expressão de MMPs pode proteinase dependente da tripla hélice (Birkedal-Hansen,
ser, também, induzida ou inibida por seus próprios substratos 1993).

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Tabela 3
OS INIBIDORES DE MMP(KERRIGAN ET AL, 2000)
TIMP-1 TIMP-2 TIMP-3 TIMP-4
MMP inibida Todas menos MMP-14 Todas MMP-1, 2, 3,9 e 13 MMP-1, 2, 3,7 e 9
Maior eficiência MMP-1 MMP-2 e 9 ? MMP-2 e 7
Tamanho 28,5 kDa 21 kDa 21 kDa 22 kDa
Homologia na 42% com TIMP-2 27% comTIMP-1 51% com
sequência de TIMP-2 e 3
aminoácidos
Glicosilação + - + -
Localização difundida difundida Ligada a matriz difundida
Expressão induzível constitutiva induzível ?
Principal sítio Osso, ovário Placenta Rim e cérebro coração
tecidual
Formação de Pro-MMP-9 Pro- MMP-2 Pro- MMP-2 ?
complexos MT1-MMP MT1-MMP e matriz

MT - transmembrana

4) Inibidores de metaloproteinase: OS INIBIDORES DE METALOPROTEINASE


O papel dos inibidores de metaloproteinase é particular-
mente importante, pois é justamente um desequilíbrio entre TIMPs são pequenas glicoproteínas multifuncionais que
a forma ativa das MMPs e seus inibidores endógenos que inibem especificamente as MMPs que se ligam a elas em
leva ao colapso patológico da matriz extracelular durante a uma proporção estequiométrica de 1:1. Elas possuem um
periodontite. Este raciocínio levou ao desenvolvimento de domínio N e C- terminal que apresentam cerca de 125 e 65
vários inibidores sintéticos que funcionariam como agentes amino-ácidos, respectivamente. O domínio N-terminal fun-
terapêuticos potenciais compensando o déficit dos inibidores ciona como uma unidade separada e é capaz de inibir as
naturais ou TIMPs em bloquear ou retardar a destruição MMPs (Reynolds et al, 1994; Visse & Nagase, 2003; Kerrigan
proteolítica do tecido conjuntivo (Ryan & Golub, 2000). et al, 2000). Os subdomínios-C medeiam interações com os
Dentre os inibidores endógenos destacam-se as α- domínios catalíticos de algumas MMPs e com o domínio
macroglobulinas que podem capturar as formas ativas de hemopexina da MMP-2 e 9 (Baker et al, 2002).
MMP desempenhando um importante papel na regulação TIMPs são proteínas secretadas, mas podem ser encon-
de sua atividade e os TIMPs que formam complexos tradas na superfície celular em associação com proteínas de
covalentes bimoleculares clássicos com as formas ativas de ligação da membrana. São produzidas por muitos tecidos
MMPs e, em alguns casos, com os precursores latentes. En- apesar de nem todo tecido expressar os 4 tipos (TIMP-1, TIMP-
quanto as primeiras funcionam como reguladoras das MMPs 2, TIMP-3 e TIMP-4). De uma forma geral, a maioria das célu-
nos fluidos corpóreos, as segundas atuam provavelmente a las mesenquimais e epidermais é capaz de produzi-los além
nível pericelular. Entretanto, durante a inflamação, as α- de poderem ser localizados nos grânulos á das plaquetas.
macroglobulinas de alto peso molecular podem escapar da São também identificados na maioria dos fluidos corpóreos
circulação e atuar na matriz extracelular (Birkedal-Hansen et como saliva, FGC, soro e urina (Reynolds et al, 1994; Visse &
al, 1993). Nagase, 2003; Verstappen & Von den Hoff, 2006).
Além disto, a atividade enzimática pode ser modificada Os mamíferos possuem 4 tipos de moléculas de TIMP
por inibidores exógenos representados pelos quelantes de (TIMP-1, TIMP-2, TIMP-3 e TIMP-4) que apresentam várias si-
metais como ácido etil diamino tetracético (EDTA) e as milaridades básicas, porém exibem características estrutu-
tetraciclinas (TTC), o que reflete a importância dos íons cál- rais, propriedades bioquímicas e padrões de expressão dis-
cio para a atividade catalítica ótima das MMPs (Lauer-Fields tintos (TAB. 3) (Baker et al, 2002).
et al, 2002). Apesar da inibição da destruição da matriz extracelular

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Tabela 4
ESTUDOS QUA AVALIARAM MMP E TIMP-1 NO FLUIDO GENGIVAL CREVICULAR (FGC) DE INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE CRÔNICA
Estudo Objetivo Técnica MMP Periodontite crônica Gengivite Controle
níveis no FGC ELISA TIMP-1 13,68 ± 9,64 ng 11,18 ± 6,3 ng 3,39± 2,91 ng
Nomura atividade ELISA MMP-8 0,623 ± 0,372 U 0,360 ± 0,387 U 0,226 ± 0,181 U
et al. (1998) colagenolítica
níveis no FGC ELISA MMP-8 28.041± 8,20 ng/ sítio
de fumantes
Söder níveis no FGC ELISA MMP-8 45,74± 10,22 ng/ sítio
et al. (2002) de não fumantes
absorbância western MMP-8 2,571
no baseline
Kiili et al. (2002) pós-terapia imuno- MMP-8 0,696
bloting
níveis no ensaio MMP-8 54,1 ± 34,6ng/µL
baseline
Kinane 2 meses imuno- MMP-8 34,2 ±28,3 ng/µL
et al. (2003) após terapia fluoro-
após 3 meses métrico MMP-8 29,5 ± 22,1ng/µL
de TPS
níveis baseline ELISA MMP-8 7,8 ng/mL 3,5 ng/mL
atividade MMP-8 90654 AU 57145 AU
colagenolítica
baseline
Figueiredo níveis pós ELISA MMP-8 2,6 ng/mL 1,3 ng/mL
et al. (2004) terapia
atividade MMP-8 43239 23530 AU
colagenolítica AU
pós terapia
níveis baseline ELISA TIMP-1 29 ng/µl 91 ng/µl
níveis pós ELISA TIMP-1 51,3 ng/µl
terapia
Tüter níveis baseline ELISA MMP-3 9 ng/µl 0,15 ng/µl
et al. (2005)
níveis pós ELISA MMP-3 5,5 ng/µl
terapia
não diabéticos western MMP-8 326±58,83 237,7±37,01
Kumar ) diabéticos bloting MMP-8 420,9± 26,83
et al. (2006
níveis no FGC western MMP-7 37,33±7,5 pg/sítio 36,68±8,5 36,81± 6,8
bloting pg/sitio pg/sítio
Emingil níveis no FGC ELISA TIMP-1 278,57± 205,4 73,99±17 42,2±10,2
et al. (2006) pg/sítio pg/sítio pg/sítio

Rai et al. (2008) níveis no FGC ELISA MMP-8 428,6 ± 432,4 312,8 ± 301,8 95,2 ± 70,2
ng/ ml ng/ ml ng/ ml

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ter sido considerada a função primária dos TIMPs por vários dos com frequência em sítios que demonstravam evidência
anos, o número de suas funções biológicas tem se expandi- histológica de remodelação tecidual (Bodden et al, 1994;
do rapidamente. Além da inibição de MMPs, os TIMPs têm Baker et al, 2002).
sido relacionados à sua ativação, a capacidade de estímulo Os TIMPs podem ser co-expressos com as MMPs, mas
mitogênico e apoptótico, ao controle indireto da pressão os estudos têm demonstrado uma regulação recíproca de
sanguínea através do seu efeito sobre as MMPs e às sua expressão, a qual depende de fatores de crescimento e
interações imunológicas (Verstappen & Von den Hoff, 2006). citocinas expressos endogenamente. Em resumo, o equilí-
A ação inibitória dos TIMPs sobre as MMPs é exercida brio entre MMP e TIMP é variável nos processos fisiológicos,
em dois níveis: através da inibição da forma cataliticamente tais como crescimento e desenvolvimento, e em condições
ativa da enzima e através da prevenção ou atraso na conver- patológica, como câncer e periodontite (Verstappen & Von
são dos zimógenos de MMP para a forma ativa (Bodden et den Hoff, 2006).
al, 1994).
Todos os quatro tipos de TIMPs inibem as formas ativas PAPEL DAS METALOPROTEINASES NA
de todas as MMPs estudadas até hoje. Apesar da TIMP-1 ser DEGRADAÇÃO DO COLÁGENO GENGIVAL
um fraco inibidor de MMP-19 e várias MMPs transmembrana
(MT-MMPs) ele é o principal inibidor de MMP-8 (Kiili et al, Os colágenos tipo I e III, produzidos pelos fibroblastos
2002; Baker et al, 2002). do ligamento periodontal e gengiva, são os componentes
TIMP-1 é uma glicoproteina de 30 kDa que forma com- predominantes da matriz extracelular do periodonto. A
postos não covalentes essencialmente irreversíveis e de alta clivagem inicial do colágeno do ligamento periodontal e da
afinidade com as formas ativas de MMP. Ela consiste em seis gengiva é uma peça chave das lesões periodontais progres-
hélices mantidas em posição por seis ligações dissulfido ar- sivas e ativas causada por colagenases intersticiais derivadas
ranjadas em três estruturas semelhantes a nós porém, sua de células do hospedeiro (Kiili et al, 2002). A destruição
atividade inibitória reside nas três primeiras hélices (Reynolds irreversível dos tecidos periodontais normalmente associada
et al, 1994; Bodden et al, 1994). As moléculas de TIMP -1 ao aprofundamento do sulco gengival diferencia a
têm ação antiapoptótica e potencializadora das células periodontite da gengivite sendo refletida no FGC de sítios
progenitoras dos eritrócitos e são capazes de alterar o com lesão periodontal por altos níveis de MMP-8 ativa. Na
fenótipo metastático de certas células tumorais prevenindo gengivite pode haver níveis ligeiramente elevados de MMP-8
a invasão e metástase quando expressas excessivamente. no FGC, mas ela estará na proforma latente e inativa. Du-
Também apresentam atividade promotora de crescimento rante a fase ativa da periodontite os níveis de MMP-8 ficam
sobre uma série de tipos celulares. Além de estimular os significativamente elevados e ela é quase completamente
fibroblastos a produzirem MMP-1 (Visse & Nagase, 2003; convertida para a forma ativa (Sorsa et al, 1999).
Bodden et al, 1994), acumulam-se no núcleo dessas células A Tabela 4 resume os resultados de alguns estudos so-
de forma ciclo celular-dependente, com atividade máxima bre os níveis de MMP-8 e TIMP-1 no FGC e gengiva de indi-
na fase S, sugerindo sua participação no crescimento celular víduos com periodontite.
(Nagase & Woessner, 1999; Verstappen & Von den Hoff, Em função destas evidências, vários estudos têm avalia-
2006). do o papel e o valor diagnóstico das formas de colagenase
TIMP-1 é produzido por vários tipos de tecidos (aorta, (e gelatinase) no tecido conjuntivo, soro e FGC de portado-
cartilagem, osso embrionário, tendão, polpa dental, gengi- res de doença periodontal e perimplantar nas mais diversas
va, sinóvia e útero) e células em cultura (fibroblastos, células situações (Ryan & Golub, 2000).
epiteliais e endoteliais, osteoblastos, condrócitos, plaquetas, É importante ressaltar que a presença de MMPs no FGC
monócitos/ macrófagos, células musculares lisas e células não necessariamente indica que as MMPs medidas no flui-
tumorais). Sua expressão diminui com o envelhecimento dos do estão presentes no tecido na mesma concentração ou
fibroblastos o que contribui para o aumento da atividade na mesma forma (latente ou ativa). Já que as MMPs podem
catabólica na derme. TIMP-1 também foi encontrado em ligar-se às proteínas da matriz sem clivagem, supõe-se que
todos os fluidos corpóreos indicando ser uma proteína fun- haja variação considerável entre os níveis do fluido crevicular
damental e ubíqua (Hayakawa, 1994; Hornebeck, 2003). e tecido. De fato, a quantidade de enzima no FGC pode
Verificou-se, ainda, que TIMP-1 e 2 estimulam a ativida- simplesmente refletir a liberação de enzimas não ligadas na
de osteoclástica, efeito esse não observado com os inibidores lâmina própria da gengiva ou, alternativamente, a liberação
sintéticos. Assim como as MMPs os TIMPs foram encontra- da enzima de células presentes no FGC (Uitto et al, 2003).

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DISCUSSÃO truição de colágeno desencadeados pela sua forma ativa.


Além de inibir as MMPs, TIMP-1 parece estar envolvidos em
O desenvolvimento tecnológico e científico atual permi- uma série de outras atividades biológicas, inclusive a ativa-
tiu um enorme avanço do conhecimento acerca das molé- ção dessas enzimas. É importante ressaltar que se deve ter
culas e enzimas envolvidas nos processos patológicos e seu cuidado na análise dos resultados de estudos que empre-
comportamento biológico. Ao mesmo tempo, a diversividade gam metodologias diferentes para determinar o papel da
de técnicas usadas para se alcançar um mesmo objetivo gera MMP-8 no desenvolvimento da doença periodontal. Mais
resultados com diferentes unidades de medida e diferentes estudos precisam ser desenvolvidos para que se compreen-
padronizações, o que dificulta a comparação entre esses re- da a interrelação temporal da MMP-8 com a evolução da
sultados e até mesmo a consistência dos estudos. doença periodontal.
Dentro desse contexto é interessante observar que, os
estudos que avaliam os níveis de MMP-8 no FGC mostram ABSTRACT
uma tendência a níveis elevados de MMP-8 antes do trata-
mento periodontal com redução desses níveis após o trata- Matrix metaloproteinase (MMP) and tissue inhibitor of
mento (Kiili et al, 2002; Kinane et al, 2003; Figueredo et al, matrix metalloproteinase (TIMP) are extremely important
2004; Tüter et al, 2005). Entretanto, as diferentes enzymes in connective tissue remodeling during
metodologias empregadas não permitem a definição de um development, homeostasis and healing. An imbalance
valor que diferencie gengivite de periodontite e, nem sem- between active MMPs and TIMPs create a pathological
pre distinguem a forma ativa da enzima. collapse of extracellular matrix during periodontal disease
Assim, o FGC pode ser visto como um produto final do generating degradation of collagen fibers attached to the
processo destrutivo e, baixos níveis destes fatores podem root surface and epithelial apical migration with pocket
simplesmente indicar altos níveis de atividade dentro dos formation. MMP-8 is the major class among MMPs observed
tecidos (Palmer et al, 2005). in inflammed gingival tissue, gingival crevicular fluid, saliva as
Em função da complexidade das moléculas e respostas well as dental and peri-implantar sulcular fluid. The levels and
imunoinflamatórias envolvidas na progressão da doença activation of this enzyme seems to increase with the activity
periodontal, verifica-se a necessidade de se estudar várias and severity of periodontal disease, and decrease after
MMPs simultaneamente, destacando a presença da forma treatment. Due to MMP-8 relevance in periodontal disease
ativa já que esta reflete melhor a progressão temporal da development, this paper aimed to review MMP-8 and TIMP-
lesão do que somente a quantidade total da enzima (UItto 1 participation in gingival collagen degradation during
et al, 2003). periodontal disease, underlining the enzyme characteristics,
action and inhibition mechanisms, tissular expression and
CONCLUSÕES gingival crevicular fluid levels.

A MMP-8 desempenha um papel importante na evolu- UNITERMS: Periodontitis, Metaloproteinase, MMP-8,


ção da doença periodontal através dos mecanismos de des- TIMP-1

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Endereço para correspondência:


Carolina Ferreira Franco
Rua do Ouro, 1571/801 - Serra
CEP: 30210-590 - Belo Horizonte - MG
E-mail: carolinaffranco@hotmail.com

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