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Principios de

neurofarmacogenética e
epigenética

Profa. Marcela
B. Echeverry
1
5′ untranslated region (5' UTR):
• A região 5' não traduzida (5' UTR)
também conhecida como sequência líder,
líder transcrita ou RNA líder
• é a região de um mRNA que está antes do
códon de iniciação
• Que regula a translação e tradução de um
transcrito por diferentes mecanismos em
vírus, procariotos e eucariotos
3′ untranslated region (3' UTR):
neurodegenrativas e RNA metilação,
switching genes on or off
• miRNAs /RISC se untam aqui o que
dificulta a iniciação da tradução e afeta a
estabilidade do mRNA
Regulação da expressão genica

Região
Transcrição
“Enhancer”
(potenciadoras)
Madurar o RNAm
CBP: CREB binding protein
CRE: The cyclic AMP (cAMP)
response element-binding Tradução
protein

Processamento pós- tradução


Regiões enhancer
(potenciadoras) ligadas
à região promotora por
ativadores
The epigenetics of aging and neurodegeneration
doi:10.1016/j.pneurobio.2015.05.002.
DNA (de)methylation in Huntington’s disease
• Promoter regions of genes important for neurogenesis were found to be hypermethylated
in the presence of mutant HTT (Ng et al., 2013)
• Decreased expression of the adenosine A2a receptor in HD patients is also epigenetically
regulated (downregulated)
• However, in patients this was associated with increased 5’ UTR DNA methylation, whereas
in the mouse model with decreased 5’ UTR DNA hydroxymethylation of the adenosine
A2a receptor gene (ADORA2A).
Chromatin remodeling in Alzheimer’s disease
• Histone acetylation was found to be drastically decreased in the temporal lobe of AD
patients when compared to aged controls (Zhang et al., 2012), but also in animal models
of AD (Graff et al., 2011).
• Observation of increased H3 acetylation at the promoter region of the BACE1 gene in AD
patients (Marques et al., 2012). The increase in H3 acetylation enhanced promoter
accessibility and subsequent gene expression.
• Kontopoulos et al. (2006) found that nuclear toxicity of α-synuclein might be the result of
direct binding of α-synuclein to histones, reducing the levels of acetylated histone H3

Histone deacetylase (HDAC) inhibitors is a promising strategy for the treatment of


cognitive problems, it might be even better to target the specific HDACs that induce the
memory problems.
DEFINIÇÃO
As respostas às drogas são influenciadas por múltiplos
fatores, incluindo-se estado de saúde, influências
ambientais e características genéticas.
A farmacogenética é uma área da farmacologia clínica que
estuda como diferenças genéticas entre indivíduos podem
afetar as respostas às drogas. Neste sentido,
polimorfismos genéticos em enzimas metabolizadoras,
transportadores ou receptores contribuem para as
variações nas respostas a medicamentos.
Farmacogenômica estuda simultaneamente vários genes e
suas interações envolvidos nas doenças para depois poder
desenvolver novos tratamentos.
PHARMACOGENETIC: PRINCIPLES, APLICATIONS AND PERSPECTIVES
Objetivo da fármacogenética
O objetivo final da farmacogenética é
entender como as
características genéticas de alguém
determina o grau de eficácia de um
droga em seu corpo, bem como quais
efeitos colaterais tem maior
probabilidade de aparecer nessa
pessoa
Goals of pharmacogenetics
• Maximize drug efficacy
• Minimize drug toxicity
• Predict patients who will respond to
intervention
• Aid in new drug development
DEFINIÇÃO

Particularmente, buscam identificar genes


que:
(A) predisponham às doenças;
(B) modulem respostas aos medicamentos;
(C) afetem a farmacocinética e
farmacodinâmica de medicamentos;
(D) Estejam associados a reações adversas à
medicamentos

PHARMACOGENETIC: PRINCIPLES, APLICATIONS AND PERSPECTIVES


POLIMORFISMOS GENÉTICOS
1) Os genes são constituídos basicamente de DNA, que é uma
molécula enorme, composta de seqüências complexas de
nucleotídeos. Variações nessas seqüências que ocorrem na
população geral de forma estável, sendo encontradas com
freqüência de 1% ou superior, são denominadas polimorfismos
genéticos
2) As formas mais comuns de polimorfismos genéticos são deleções,
mutações, substituições de base única (em inglês: Single Nucleotide
Polymorphisms, ou SNP), ou variações no número de seqüências
repetidas (Variable Number of Tandem Repeats - VNTR) ou micro e
minisatélites (repetições de 2 a 5 pares de bases), que afetam a
farmacocinética ou a farmacodinâmica
3) Polimorfismos nos genes de enzimas que participam do
metabolismo podem afetar as reações de Fase I (oxidação, redução e
hidrólise) e as reações de Fase II (reações de conjugação, acetilação,
glucoronidação, sulfatação e metilação): isoformas do citocromo
P450
C
Terapia antidepressiva pode ser modulada
por polimorfismos no citocromo P450
isoforma CYP2D6

A CYP2D6 metaboliza a
maioria dos
antidepressivos
tricíclicos e tem sido
mostrado que a resposta
a esses medicamentos
dependem
genotipicamente
e fenotipicamente da
CYP2D6
abolido

Normal

alterada
Polimorfismo do
D2R

Thompson J, Thomas N, Singleton A,


Piggott M, Lloyd S, PerryEK. D2 dopamine
receptor gene (DRD2) TaqIA
polymorphism:Reduced dopamine D2
receptor binding in the humanstriatum
associated with the A1 allele.
Pharmacogenetics.1997;7:479–84.

➢ Polimorfismos do DRD2, o primeiro e mais estudado é o TaqI A1


➢ Esse alelo está associado a uma redução na atividade cerebral
dopaminérgica, além de uma redução em sua capacidade de
ligação de aproximadamente 30%.
➢ Este alelo tem sido associado a uma menor densidade de DRD2 no
estriado, especialmente no putâmen e caudado ventral,
comparado com o alelo A2.
O gene HTR2C, que
codifica o receptor 2C de
serotonina - 5HT2C
MULDER, H. et al. The association between HTR2C gene
polymorphisms and the metabolic syndrome in patients with
schizophrenia. Journal of clinical psychopharmacology, v. 27,
p. 338 – 43, 7 2007.

BRUMMETT, B. H. et al. A putatively functional polymorphism in the


HTR2C gene is associated with depressive symptoms in white
females reporting significant life stress. PloS one, v. 9, p. e114451 –,
12 2014.

➢ O alelo C do polimorfismo do gene HTR2C (rs3813929 (C/T) ou -759C/T),


mostrou-se associado com menor atividade transcricional (alelo C)
➢ Associado como fator de risco para efeitos colaterais metabólicos induzidos por
antipsicóticos
➢ A expressão alterada dos genótipos dos genes HTR2C pode estar associada
ao aumento do funcionamento do eixo HHA e a maior reatividade da amígdala
Wild-Type: WT

65%

40%
POLIMORFISMOS GENÉTICOS QUE AFETAM
RECEPTORES
POLIMORFISMOS GENÉTICOS QUE AFETAM
RECEPTORES

SNPs no gene do
receptor β2-
adrenérgico que
resultam na
alteração do
aminoácido Arg para
Gli no códon 16, e
Gln (glutamina) para
Glu (ácido
glutâmico) no códon
27
A farmacogenética poderá trazer
muitos benefícios à saúde pública,
por exemplo, ao evitar reações
adversas a medicamentos em
subgrupos de pacientes
geneticamente distintos.
O DNA e as histonas estão sob a forma da estrutura
básica de condensação do DNA, o nucleossomo
adição de um grupo metilo ao DNA; por exemplo, ao carbono número 5 da anel de pirimidina
de citosina; neste caso com o específico efeito de reduzir a expressão genética
METILAÇÃO DO DNA

•Ocorre nas ilhas CpG: Elas são regiões com uma alta
concentração de pares de citosina e guanina ligados por
fosfatos. O "p" em CpG representa que estão ligados por um
fosfato
•Realizada pela ação das metiltransferases - DNA
Methyltransferases (DNMTs)
DNA methylation at CpG dinucleotides
Effects of DNA methylation are mediated
through proteins that bind to symmetrically methylated CpGs
DNA não metilado

DNA metilado
Fator de transcrição se
liga à região promoter
Fator de transcrição Metilação não metilada
não pode se ligar à
região promoter
metilada
As modificações das histonas regulam as funções da
cromatina alterando a acessibilidade do DNA aos
diferentes fatores que atuam na transcrição
•Modificações: acetilações, fosforilações
e ubiquitinações, formando o código de
histonas determinando a conformação
da cromatina
•Acetilação: reação que introduz um
grupo funcional acetil ( - COCH3) em um
composto orgânico.
• Desacetilação é a remoção do grupo
acetil.
•A acetilação normalmente ocorre nos
resíduos de lisina das histonas no N-
terminal (grupamento amina livre)
•Enfraquece a atração eletroestática
entre as histonas e o DNA.
•Pode se dizer que dá abertura na
cromatina
As modificações das histonas regulam as funções da
cromatina alterando a acessibilidade do DNA aos
diferentes fatores que atuam na transcrição

DNA methylation at CpG dinucleotides


Effects of DNA methylation are mediated through proteins that bind to symmetrically
methylated CpGs
As modificações das histonas regulam as funções da
cromatina alterando a acessibilidade do DNA aos
diferentes fatores que atuam na transcrição

Enfraquece a atração eletroestática


Silenciar o RNA
Processo de interferência de RNA
Objetivo: Levar à clivagem de um
mRNA específico ou ao bloqueio
da síntese de proteínas a partir
deste mRNA, e pode começar:
a) pela injeção de um RNA fita
dupla (dsRNA, do inglês double
strand RNA)
b)pela síntese de um RNA que
forme um longo grampo (a partir
da transcrição de um trecho de
DNA genômico ou de um
transgene, engenheirado para isso
e inserido no genoma do
organismo), ou
c) pela síntese de um RNA de
interferência, que será clivado
pela enzima Drosha no núcleo,
gerando um grampo que será, no
citoplasma, clivado de novo pela
enzima Dicer.
1. se gera um RNA fita dupla no
citoplasma (por qualquer um dos 3
caminhos citados antes),
2. as enzimas Dicer (DCR, picotador, em
inglês) vão cortá-lo em pelo menos um
fragmento de 21 pb, de novo com um
overhang
3. Os pequenos fragmentos de dsRNA são
então carregados num complexo
enzimático formado pela enzima
Argonauta e algumas outras enzimas,
como uma helicase e uma enzima com
domínio ligador de dsRNA, chamada
R2D2. Um das subunidades leva embora
uma das fitas de RNA e a outra (em
geral a complementar ao mRNA alvo da
futura clivagem) fica.
4. Pareamento entre o RNA fita simples
contido no Argonauta e o mRNA alvo .
5. Assim que o pareamento for feito, duas
coisas podem ocorrer: a) se o mRNA não mRNA alvo
estiver sendo traduzido, ele será clivado;
b) se o mRNA estiver sendo traduzido, o
Argonauta se liga a ele e leva a um
bloqueio da tradução.
Vamos lembrar e resumir
RNAs não codificantes (ou ncRNA, non-
coding RNAs)
• São moléculas transcritas a partir do genoma
e não traduzidas em polipeptídeos
• A interferência por moléculas de RNAs não
codificantes é considerado um mecanismo
epigenético: mudança de expressão gênica ou
do fenótipo celular sem que haja alterações
na sequência de bases do material genético
• São divididos em dois grandes grupos:
microRNAs (miRNAs) e long non-coding RNAs
(lncRNAs)
microRNAs (miRNAs)
• Foram pela primeira vez descritos em 1993, por
Lee e colaboradores no laboratório de Victor
Ambros
• Em 2001 o termo "microRNA" foi cunhado, em
um conjunto de três artigos publicados
na Science (26 outubro de 2001)
• RNA fita simples com um comprimento de
entre 21 e 25 nucleotídeos
• Atuam como silenciadores pós-transcricionais
• Pareamento com mRNAs específicos e regulam
sua estabilidade e tradução
microRNAs (miRNAs)
Núcleo
- miRNA são transcritos pela RNA
polimerase II gerando miRNAs
primários (pri-miRNAs)
- Um pri-miRNA pode produzir um
único miRNA ou conter grupos de
dois ou mais miRNAs que são
processados a partir de um
transcrito primário comum.
- Os pri-miRNA são clivados por um
complexo que abrange a enzima
RNAse III de cadeia dupla (DROSHA)
e seu cofator essencial, a proteína de Citoplasma
ligação DGCR8 - pré-miRNA é exportado para o citoplasma
- DROSHA cliva uma fita do RNA pela proteína exportina-5, onde é clivado pela
DICER1 gerando um miRNA maduro com cerca
resultando no microRNA precursor
de 22 nucleotídeos. A outra fita, chamada fita
(pré-miRNA) com cerca de 70 pares
passageira, é normalmente degradada
de base (estrutura em grampo)
Long non-coding RNAs (lncRNAs)

• Transcritos maiores que 200 nucleotídeos


• Em média 1/10 da concentração de mRNA
(A) Recrutam diferentes
componentes proteicos do
complexo remodelador da
cromatina para alterar os
padrões organizacionais desta.
(B) Atuam como 'esponjas' por
pareamento de bases com
miRNA
seus miRNAs
(C) Funcionam como
‘andaimes’, fornecendo locais
de ancoragem para proteínas
que funcionam juntas na
mesma via biológica.

(D) Eles ativam a transcrição de certos genes, orientando fatores de transcrição para seus
promotores.
(E) São capazes de suprimir a transcrição sequestrando fatores de transcrição e mantendo-
os longe de seus promotores. Eles podem modular o funcionamento do mRNA através do
pareamento (F) inibindo translação/tradução (G) alterando seus padrões de ‘splicing’ e (H)
gerando degradação.
microRNA em estudos terapêuticos

• miRNA-33 – terapia da arteriosclerose, regulam o colesterol,


ácidos graxos e triglicérides
• miRNA-208 – tratamento de insuficiência cardíaca e diabetes
• miRNA-122 – tratamento da infecção pelo vírus da hepatite
C
• miRNA-34 – terapia contra o câncer, possuem efeito de
controlar a proliferação celular, ciclo celular e apoptose
OBRIGADA!

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