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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS ESPECIAIS EM
EDUCAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA
Avenida NS 15, Quadra 109 Norte | Plano Diretor Norte
Sala 16, Bloco IV, Câmpus de Palmas | 77001-090 | Palmas/TO
(63) 3229-4075 | www.uft.edu.br/piip | piip@uft.edu.br
PROJETO INOVAJOR
[NÃO COLOCAR NOME DO PROFESSOR OU QUALQUER IDENTIFICAÇÃO. CRITÉRIO DE
ELIMINAÇÃO SEGUNDO O EDITAL]
1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO
(estabelecer uma introdução ao assunto, definir os objetivos geral e específicos, apresentar propostas
inovadoras e que tragam transformações no processo de ensino-aprendizagem da UFT a partir de métodos,
ferramentas e tecnologias educacionais pedagógicas inovadoras)
O projeto Inovajor foi construído visando atender às necessidades de formação teórica
e técnica exigidas pelo mercado de trabalho para o jornalista, mas atuando no grupo focal de
estudantes que entram na UFT através do sistema de cotas. As empresas cada vez mais exigem
profissionais críticos, políticos, éticos que tenham a intenção de produzir conteúdo noticiosos
que promovam cidadania e agreguem a expertise nas tecnologias digitais, um desafio para o
curso de jornalismo e para este público alvo do Inovajor, que são alunos PcDs, indígenas e
quilombolas, que são também, na grande maioria de baixa renda.
Neste sentido, a proposta do Projeto Inovajor é promover no âmbito do curso de
jornalismo a sinergia entre várias áreas do saber e aderir à proposta de pautas voltadas para os
povos tradicionais, aos avanços tecnológicos que permitem mais qualidade de aprendizado e de
vida aos alunos PcDs. O levantamento sistemático de temas que envolvem conflitos sociais
relacionados aos seguimentos mais vilipendiados da sociedade, são agendas importantes na
construção social de uma sociedade que busca dirimir a desigualdade e os malefícios da
colonização. A universidade tem capital intelectual e tecnológico, compete a ela usar desses e
da criatividade para estes fins humanitários e não apenas para alimentar o sistema capitalista.
A justificativa de selecionarmos como público-alvo do projeto alunos provenientes de
quilombos, aldeias indígenas e portadores de deficiência, é porque são personagens sociais, que
na universidade repetem as mesmas circunstâncias históricas desfavoráveis: são os que tem
mais dificuldade de socialização, os que tem mais dificuldade de concluir o curso no tempo
determinado, os que mais evadem e mais reprovam e o que mais desafiam as políticas públicas
em todos os níveis.
No processo histórico do qual a universidade é partícipe esses personagens estão há anos
distanciados ou excluídos dos espaços de poder. Ainda sofrem o preconceito, a inépcia
institucional em acolhê-los de maneira adequada e mormente, o conceito de tecnologia de
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inovação esteja na vanguarda dos projetos das universidades brasileiras, é preciso reconhecer
que as instituições de ensino devem olhar o futuro digital, sem repetir o dogma social e deixar
de promover acessos para que esses alunos que entram nas UFs e Ifs pelas cotas subam etapas
sociais, se tornem protagonistas nos vários momentos da vida universitária.
A história de indígenas, pretos e pardos, pessoas com deficiência no Brasil é
politicamente ofuscada pelo preconceito, que seja racial e étnico, pelas incompreensões das
diferenças. Estando sub-representados nos espaços de poder, desde os seus ancestrais, como
podem ser protagonistas da própria história e mudar seus papéis nas universidades?
Neste sentido, o projeto Inovajor busca atender este chamado social e oferecer
oportunidades para descortinarmos outras experiências mais favoráveis com e para esses alunos
a partir do conhecimento. É papel da universidade estabelecer elos de parcerias e contribuir
para a formação de uma sociedade mais plural e tecnologicamente constituída de saberes
diversos e difusos.
Orienta-se para que as narrativas de alunos provenientes dos segmentos aqui
selecionados, sejam valorizadas. O esforço é grande e os resultados nem sempre são
quantitativamente animadores, mas absolutamente necessários para que haja um contraponto
com a ideia de inovação. Esta não pode se abster de ser inclusiva, histórica e cultural.
O UFT não pode se omitir diante de um empoderamento ideológico da tecnologia e da
inovação, caso este se faça distanciado dos povos aqui mencionados, reforçando a desigualdade
e obstruindo os canais de reflexão ideológicas, políticas, de luta de classes. Por isso esses atores
sociais serão protagonistas no Inovajor.
O projeto visa ser incentivador e articulador do compartilhamento das histórias, de
relatos de fatos, de vivências passadas, colocado na cena personagens importantes na
reconstrução social desses indivíduos, para que se apoderem da oportunidade que o mundo
universitário oferece e então construam suas próprias narrativas, e que tais ideias se difundam
e se corporifiquem no ativismo político e numa sociedade mais plural e igualitária.
O processo de construção intelectual e cultural que ocorre na universidade, exige
instrumentos que grande parte dos alunos indígenas e quilombolas desconhecem ou não
possuem. Os formulários do Piso e do Cubo, por exemplo, desconsideram que nas aldeias a
subsistência é comunal, documentos que comprovam renda e trabalho dos pais dos alunos são
inexistentes, neste sentido as bolsas não chegam para quem mais precisa.
Essas exigências desconexas e contraditórias com a lei de cotas que dá o acesso, mas
não assegura a permanência devem ser melhoradas para que esses alunos consigam conviver
melhor no ambiente universitário que é geralmente distante das aldeias e quilombos rurais, onde
ficaram a família.
Muitos alunos das comunidades tradicionais sequer tem o direito patrimonial do
território assegurado. Como esses alunos podem comprovar a renda e situação laboral dos pais
se esses sequer obtiveram o direito legal ao território que ocupam?
Sem o sentido de pertencimento territorial por um lado e pela exclusão seletiva que a
burocracia da universidade impõe a esses jovens, como pensar em transformar
pedagogicamente esses alunos atores em protagonistas? Transformadores dessas realidades
cruéis que reforçam o sentimento de quem sou eu? De perda da identidade socializante no
espaço universitário, que sempre foi elitista, racista, construído pela e para burguesia?
Eis aqui o desafio da UFT, olhar os diferentes mas acolhê-los na igualdade, dentro das
diferenças. O discurso midiático tem favorecido este tipo de inclusão e de sentimento de
pertencimento pela repetição exaustiva do jargão da inclusão. O jornalismo tem defendido a
bandeira da acessibilidade, da defesa dos direitos humanos, mas as narrativas não são
suficientes para vencer séculos de colonização.
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A busca pelo diálogo, é um caminho metodológico bastante difícil porque suscita ouvir,
ver e tolerar as diferenças. Diferenças que se acentuam nas universidades devido as várias tribos
que precisam conviver na construção do ideário da formação acadêmica. Uma formação que é
contínua para cada indivíduo, seja aluno, professor ou técnico. A universidade é berço de saber
e processos que se renovam. A bem da verdade cada um de nós traz latente, no presente, um
arcabouço das histórias vividas no passado. Somos individualmente um bicho coletivo
formatado para o mercado de trabalho.
A possível convivência de ideias díspares, ideologias diversas e ufanismo intelectual se
realiza pelo diálogo. Os laços de respeito e de solidariedade entre “quilombos” e “aldeias
étnicas” diversas é o que sustenta a sociedade civilizada, na universidade não poderia ser
diferente.
Estabelecer uma ponte transitável e ouvir atentamente as várias realidades que se
colocam numa sala de aula, repleta de gentes de tantas territorialidades é o desafio pedagógico
de todo professor e de cada aluno.
Neste viés, o projeto Inovajor utiliza-se da teoria comunicativa de Habermas e da
dialógica de Paulo Freire que oferecem instrumentos para as bases da pesquisa e da ação social.
As dificuldades de diálogo institucional entre professores, administração acadêmica,
reitores e pró-reitores, coordenadores de cursos e de projetos de pesquisa e de extensão, técnicos
de laboratório, alunos monitorados e monitores não são vencidas pelas estratégias de sistemas
de inovação, que se unificou pelas plataformas de gestão. O estreitamento dos laços
administrativos e de gestão parecem mais complexos e promovem o distanciamento dos pares.
Há de se humanizar a inovação tecnológica.
A tecnologia que promove softwares, aplicativos e dá funcionalidade as plataformas que
unificaram a gestão burocrática tem sido as que mais tem consumido os recursos financeiros.
As verbas são direcionadas unilateralmente às pesquisas e às experiências com inovação
tecnológica. É preciso vigilância e participação ampla desses processos.
A construção tecnológica que se evidencia na gestão pedagógica e administrativa da
UFT, reforça a supremacia do mito tecnológico, da perspectiva salvacionista da tecnologia. Este
mito tecnológico já discutido por vários autores marxistas e nem tanto, e menos integrados e
mais apocalípticos, mostra que acaba-se servindo ao mercado, reconfigurando a história de
cidades colonizadas ou a neocolonizadas. Onde está enfim a cidade educativa nos nossos
projetos?
As universidades precisam dar conta de atender aquilo que é primordial a qualquer
processo social construtivo que é a plenitude da descoberta de ideias e de processos que
favorecem não apenas as engenharias, mas as humanidades, a diminuição da desigualdade
social, econômica e pedagógica, o desafio maior de inserir todos numa perspectiva de vida
educacional integrada e coesa entre todas as áreas de pesquisa, da robótica a educação do
Campo.
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A metodologia que se constrói no projeto Inovajor, também visa contemplar este breve
diagnóstico que afeta a universidade. A partir dele e dos dados e das observações das
necessidades dos alunos do curso de jornalismo, público alvo do Inovajor: PcDs, Indígenas e
Quilombolas, elenca-se as atividades que propomos a serem realizadas para se atender aos
objetivos propostos que são:
A autora segue mostrando que os sistemas de inovação, que ocorrem num momento histórico,
que define como terceira fase, tem a intenção de controle sobre o saber humano, que segundo
ela obedece:
A par dessas interlocuções o Projeto Inovajor trata de adequar vários métodos que se
completam, uma Metodologia Participativa, Problematizadora e Colaborativa, que dê conta de
estimular o diálogo e a desconstrução da rigidez acadêmica, que envolvem procedimentos
diversificados, o que sugere a promoção de relações interpessoais dialógicas e a participação
dos estudantes de forma colaborativa e protagonizando a eles, os estudantes, e aos sujeitos
sociais e coletivos participantes da vida local, que tem as ações refratadas numa esfera global.
É importante um ambiente leve que seja favorável a produção, propomos manter a interação e
engajamento com reuniões e happy hours. Outro procedimento é promover a criatividade e a
iniciativa, o estímulo às novas ideias.
Produtos Resultantes
Produto 1 – Produção do aplicativo Calango Móvel – que tem o objetivo de estabelecer
parâmetros para melhorar a qualidade de vida dos alunos público-alvo do projeto. Melhorar as
informações sobre bolsas, documentos, gestão e atendimentos específicos como atendimento
psicossocial.
Produto 2 – Atlas digital dos povos tradicionais do Tocantins com inserção de personagens
avatares por etnia indígena do Estado.
Produto 3 - Oficinas semanais de leitura, Informática básica, Redação, acompanhamento das
atividades dos estudantes indígenas.
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Produto 5 – Pesquisa sistemática para verificar nível de aceitação e repulsa pela universidade
e métodos de gestão e de produção de ensino-pesquisa-extensão, publicação de artigos
resultante das análises posteriores.
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3. CRONOGRAMA DO PROJETO
[descrever o período que as atividades propostas serão desenvolvidas ao longo do projeto]
[além das atividades para realização dos produtos do projeto (descritas anteriormente), incluir também atividades de gestão, como produção de
relatórios parciais e finais]
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vida as PcDs
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4. RESULTADOS ESPERADOS
(produtos resultantes do projeto de inovação pedagógica. integração com redes colaborativas
a partir de dimensões de ensino, pesquisa e extensão. vinculação com objetivos sustentáveis
ODS.)
i) Gerar uma percepção propositiva das necessidades de aprendizagem dos alunos
público-alvo, para os professores, técnicos e demais estudantes de curso;
ii) melhorar o coeficiente de aprendizagem das alunas monitoras e dos alunos que
receberam as monitorias.
iii) Estreitar os laços de confiança e de diálogo entre os alunos e os setores responsáveis
pelas ações afirmativas da UFT, exemplos de parcerias com a Proest; (ações de
percepção administrativa e engajamento para melhorar a habitação da Morada do
Estudante Indígena); Coordenação de Acessibilidade da UFT (CAE/Proest); com a
participação e apoio no Evento Tertúlia para quem vê Além dos Olhos; engajamento
para respaldar a saúde e melhor relação de empatia e segurança dos estudantes
identificados com problemas de visão e cegueira, autismo, surdez, esquizofrenia e
depressão do curso de jornalismo e Direito. .
iv) Revigorar o sentimento de auto estima e engajamento político dos estudantes
público-alvo do Inovajor.
v) Fortalecimento de parcerias institucionais importantes para dar apoio ao projeto
como o NUCORA - Núcleo de Conscientização Racial da Defensoria Pública do
Tocantins; e o CAEE – Centro de Atendimento Especializado Márcia Dias. Cine
Espaço Cultural (Prefeitura de Palmas). Comissão Indigenista (CIMI-TO),
Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE)
vi) Fortalecer e prover meios de organizar a coletivo de Mães Atípicas.
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Evento – Tertúlia – (nome a definir); Incrementar parcerias para mercado de trabalho e lazer.
4.2. Integração com Redes Colaborativas
Integrar e gerar relações de confiança e de diálogo entre os alunos e os setores
responsáveis pelas ações afirmativas da UFT -
Integração I – Com a UFT
Parcerias com a Proest; (ações de percepção administrativa e engajamento para melhorar
a habitação da Morada do Estudante Indígena); Coordenação de Acessibilidade da UFT
(CAE/Proest); com a participação e apoio no trajeto casa/universidade para os alunos PcDs que
necessitam traslado para o percurso.
Integração II – Governo do Estado do Tocantins – Prefeitura Municipal de Palmas
Parceria para facilitar estágios remunerados e frentes de trabalho para os alunos Pcds.
Parceria para auxiliar o traslado da casa a universidade
Integração III – Centro de Direitos Humanos de Cristalândia e Conselho Indigenista
Missionário (CIMI)
Parceria necessária para troca de informações e orientações sobre as etnias indígenas e
principais problemas sociais que são denunciados via CDH de Cristalândia de matrizes étnicas
advindas de alunos pertencentes à UFT.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, José Carlos de Souza. Da metodologia ativa à metodologia participativa.
In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org). Metodologia participativa e as técnicas
ensino aprendizagem. Curitiba: CRV, 2017, p. 17-56.
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DIAS, Bruno Santos Nascimento. América Latina por uma epistemologia de colonial
da comunicação. (DOI:10.11606/issn.1676-6288.prolam.2020.170987) Cadernos
Prolam/USP-Brazilian Journal of Latin American Studies, v. 19, n. 38, p. 46-74,
jul./dez. 2020
FRANÇA, George. Autismo. Tecnologias e Formação de Professores para a Escola
Pública. Palmas, Nagô Editora, 2021.
HABERMAS, J. (1984). The theory of communicative action. Vol 1. Reason and the
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PINTO, Ana F. M. Imprensa negra no Brasil do século XIX. São Paulo: Selo Negro,
2010. _____. De pele escura a tinta fresca: a imprensa negra no século XIX. Brasília,
2006. Dissertação [Mestrado em História] – UnB.
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